Próximo de lançar seu primeiro
álbum, fui virtualmente até Porto Alegre para conhecer um pouco da história
da banda que mixtura elementos do folk, da psicodelia, do blues, do rock’n’ roll...
num resultado super bacana.
2112. Depois de três singles lançados vocês estão dando os últimos
retoques no material do primeiro álbum da banda. O trabalho já tem nome?
Stevan. Aproveitamos Janeiro e
Fevereiro para gravar toda a parte instrumental, devido a infelicidade do covid
nós paramos por um tempo com as gravações. Depois retornamos para as fazer os
vocais, com todo o cuidado necessário com apenas um integrante por vez em dias
diferentes, já que todos cantam e fazem backing vocal. Agora faltam detalhes e
parte de mixagem e masterização. Sim, o trabalho já tem nome e vai se chamar “As
idéias estão no ar”.
2112. Haverá lançamento de algum single antecipando o álbum? Vocês
já escolheram a música de trabalho?
Rafael. Não chegamos a pensar em uma música de trabalho. Nem sempre
a música que a banda acha que vai agradar mais é a que o público vai curtir.
Temos canções como “Falsas Melodias” , “O Tempo” e “As idéias estão no ar” que,
na nossa opinião, seriam sérias candidatas a "música de
trabalho" caso tivéssemos pensado a respeito.
Felipe. Sim, iremos lançar um single antecipando o que está por vir
ainda em agosto ou setembro desse ano. É uma composição feita pelo nosso
batera, Rafael Santos e que alerta para
as pessoas abrirem os olhos com vigaristas que se passam por salvadores da
pátria. O novo single, que irá se chamar, “Falsos Messias”, trará uma batida
muito pulsante, com um piano efervescente e uma letra pra lá de reflexiva, que
se encaixa perfeitamente ao momento que estamos passando.
2112. Quem produziu e quem fez os arranjos?
Felipe. Contamos mais uma vez com a presença e o baita trabalho do
nosso querido amigo e produtor, Ricardo Leitão, ele que já havia produzido os
nossos dois últimos singles, foi escolhido novamente para fazer parte desse
novo projeto. Está sendo um trabalho de produção e arranjo da banda com o Leitão,
além de contarmos com ótimos músicos convidados para alguns oberdubs, como,
Alexandre Leindecker (Trompetes e Trombones) Danilo Gonçalves (Percussões) e
Filipe Lins (Harmônicas).
2112. As músicas gravadas foram testadas nos shows ou o material é
todo inédito?
Felipe. O álbum contará com sete músicas que nós já vínhamos tocando
nas nossas apresentações, composições que estão presentes desde os primeiros
ensaios e apresentações da Caminhante, e outras cinco faixas inéditas que já
estávamos lapidando para apresentar tinindo no disco.
2112. O que os fãs da banda e de um bom rock’n’roll podem esperar
do álbum? O som difere dos singles já lançados ou teremos algumas novidades?
André. Como membro novo, não estava quando saíram os singles, digo
que a sonoridade da Caminhante Flutuante mudou. A banda passou de um power trio
(baixo,bateria,guitarra) para um quarteto (baixo, bateria, guitarra, teclado). Considerando
a sonoridade ao vivo, penso que o quarteto abre possibilidades para que
traços já presentes no trio se desenvolvam mais livremente: a guitarra de Seadi
com apoio de outro instrumento harmônico pode transitar mais livremente por melodia
e harmonia ou solo e base; o baixo de Zanirati pode ocupar-se mais com a
"cozinha" ao mesmo tempo que a mão esquerda do tecladista por
vezes pode ser a linha de baixo, liberando o baixista para solar. Algo como o
Pink Floyd da primeira metade da década de 70 e final dos anos 60
2112. Entre as músicas gravadas quais vocês destacariam como boas
para tocar ao vivo e quais as boas para sentar e curtir?
Rafael. Essa é uma pergunta muito interessante e difícil de responder.
Temos músicas agitadas, cheias de energia, como “Falsas Melodias” e “Super
Tecnicolor” , que o público costuma reagir bem. Temos músicas que, mesmo
ouvindo da primeira vez, as pessoas cantam junto o refrão - como é o caso da
faixa “As Ideias Estão no Ar” e “O Tempo”,
por exemplo. Mas por outro lado, não é incomum ver as pessoas curtindo, e até
dançando, músicas com letras mais reflexivas, como é o caso de “Falsos Messias”
e “DiaApós Dia”. Talvez eu possa dizer pro pessoal prestar atenção no som
"Casa Verde", de composição do André. É uma música com pegada
jazzística, com uma estrutura que talvez seja um pouco diferente do que o
pessoal que nos acompanha costuma ver em nossos shows.
2112. Tem alguma balada?
Stevan. Isso vamos deixar para o público nomear se sim ou
não.
2112. O álbum será lançado apenas nas plataformas digitais ou também
teremos físico?
Rafael. Inicialmente, o lançamento ocorrerá apenas nas plataformas
digitais. A idéia é, mais pra frente, lançar o álbum físico, junto de nossos
singles como faixas bônus.
2112. Stevan, antes de formar o Caminhante Flutuante você gravou o
álbum Aleatório. Porque desistiu da carreira solo para formar a banda?
Stevan. Não se trata de desistência mas de investimento numa banda
fixa, foi legal passar por quase cinco anos usando meu nome a frente, problema
foram as constantes mudanças de formação, já que muitos dos músicos já tinham
suas bandas e outros não levavam muito a sério. Mas sou grato por todos
que participaram, uns com mais dedicação e uns nem tanto. Resumindo, foi a
melhor coisa a fazer. Já o Álbum Aleatório teve participações de músicos que
não tocaram ao vivo, foram convidados especialmente para a gravação.
2112. Você incluiu alguma música deste álbum nas set lists do Caminhante
Flutuante?
Stevan. Durante alguns shows tocamos as músicas “Não é uma canção
de amor” e “Ao som da maçã. Mas para o futuro álbum do Caminhante deixei espaço
para outras composições.
2112. O C.F. foi criado em 2018 por você (baixo e voz), Rafael Santos
(bateria e voz) e Felipe Seadi (guitarra e voz). Vocês já se conheciam? Como
surgiu a idéia de criar a banda?
Stevan. O Felipe já tocou comigo em outras bandas desde 2010 e junto
com o Rafael participaram da última
formação com Os Aleatório em 2018 e assim sentimos fé um nos outros para montar
uma banda em que todos colocassem suas composições. Depois de quase um ano de
Caminhante conhecemos em um de nossos shows o talentoso tecladista e professor
de música André Reche.
2112. A banda tem um naipe bacana de influências que vai desde o
rock’n’roll passando pelo blues, pelo folk, pelo psicodelismo etc. Toda essa
musicalidade dá muito mais liberdade na hora de compor, não é?
Felipe. Com certeza, temos um leque muito grande de opções para
explorar, assim temos composições com sonoridade Rock’n’Roll, porém nada nos
impede de gravar um próximo álbum totalmente influenciado no Som Brasil, no
Erudito e no Samba, isso porquê gostamos de misturar, reinventar... Ou seja, sempre
compomos o que gostamos de escutar.
2112. Sempre defendi o direito do artista ser livre para experimentar,
de estar em constante mutação. Um exemplo clássico é o The Beatles que ao
seguir suas próprias intuições criou a maior revolução musical e cultural do
planeta rock, não é?
Rafael. Concordo plenamente, e creio que os guris também. Uma obra
artística que não reflete a verdade de seu autor, é como uma casca vazia.
Tentamos não colocar limites na criação de nossas músicas, pra que elas
expressem de maneira verdadeira nossos pensamentos, emoções e percepções.
Quem ouvir nosso álbum, ou mesmo quem já acompanha os shows da banda, pode perceber
como transitamos por diferentes caminhos dentro de nosso som. E temos muitas
outras facetas que ainda não puderam ser exploradas neste álbum, devido à grande
quantidade de composições que temos e ficaram de fora.
2112. Vocês todos compõem?
André. Sim. Os quatro integrantes tem suas composições (letra e música).
Na prática o esboço de uma nova canção trabalhado em estúdio adquire
caraterísticas pouco previsíveis, já que cada membro é livre para desenvolver a
parte que lhe cabe. No processo a riqueza de vivências musicais de todos
contribui para a construção do arranjo e muitas vezes da estrutura da nova composição.
Talvez as influências mais abrangentes, partilhadas pelos 4 sejam Mutantes e
Beatles.
2112. Para terminar... já tem uma data prevista para o lançamento
do álbum?
Stevan. No máximo em Dezembro desse ano.
2112. Qual o tel./e-mail para contratação de shows e material de merchandising
da banda? caminhateflutuante@gmail.com lembrando que estamos em todas as
plataformas de streaming.
2112. ... o microfone é de vocês!
Rafael. Primeiramente, gostaria
de agradecer o convite para a entrevista, pois sabemos que o Blog 2112 é uma
referência no underground nacional, em seu incansável trabalho de divulgação de
bandas que temos Brasil afora. Agradecemos também todas as pessoas que
acompanham a banda, nos dando força para continuar a desenvolver nosso
trabalho, seja indo aos nossos shows, ouvindo nossa música ou comprando nosso
material. Aos que ainda não nos seguem, nosso facebook é https://www.facebook.com/caminhanteflutuante,
instagram @caminhanteflutuante, nosso site caminhanteflutuante.com. Nosso
som pode ser encontrado no Bandcamp, Spotify, YouTube, Soundcloud e por aí
vai... Pra finalizar, esperamos que curtam nosso álbum. Ficaremos muito felizes
se nossa música ajudar as pessoas a encontrarem um pouco de tranquilidade no
meio desses tempos malucos que estamos atravessando. No fim das contas, a arte
é o que nos mantém sãos.
Felipe Seadi - Guitarra e Vocais
Rafael Santos - Bateria e Vocais
Stevan Zanirati - Baixo e Vocais
André Reche - Teclado e Vocais
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