2112. Tão logo retornou do EUA você e Arnaldo fundaram a Space Patrol banda embrionária do que seria a Patrulha do Espaço e o próprio material do álbum Lóki. A princípio o que vocês tinham em mente?
Zé Brasil. A proposta da Space Patrol era apresentar o trabalho solo do Arnaldo Baptista e também as minhas músicas, além de alguns sucessos dos Mutantes.
2112. Alan Kraus, técnico de som e músico de origem alemã e segundo Arnaldo trabalhou na sonorização do Festival de Woodstock foi quem batizou a banda. A início tocava guitarra mas logo cedeu o lugar para Marcelo Aranha. Quem eram os demais integrantes?
Zé Brasil. A Space Patrol, além do Arnaldo, contava com o Marcelo Aranha na guitarra e violão-folk, eu na bateria e viola-caipira. Depois entrou o Sérgio Kaffa no baixo.
2112. Uma curiosidade: você sabe me dizer como Alan veio parar no Brasil e na Cantareira?
Zé Brasil. Não sei. Antes e depois da Space Patrol ele foi técnico dos Mutantes.
2112. Ele contava histórias do festival para vocês?
Zé Brasil. Que eu me lembre não, talvez para o Arnaldo.
2112. Arnaldo dava espaço para todos comporem ou essa tarefa cabia apenas a ele?
Zé Brasil. Ele sempre foi generoso e abria espaço para as minhas composições e para as ideias de todos.
2112. Como eram os ensaios da banda? Rolava muitos experimentos?
Zé Brasil. Sim, foi uma verdadeira escola para todos, principalmente pela experiência e equipamento que ele trouxe dos Mutantes. https://www.facebook.com/317219341759071/photos/a.317223601758645/317223295092009/?type=3&theater
2112. E o shows?
Zé Brasil. Foram poucos e bons. A estreia no Show do Cometa no Parque do Ibirapuera em novembro de 1973 foi caótica porque ele cruzou com a Rita Lee no back stage e pirou. Mas eu fiz uma bela apresentação só com a viola-caipira na abertura do Festival https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1042981530727&set=t.1711286937&type=3&theater. Depois no Show de Aniversário de São Paulo em janeiro de 1974 foi a grande performance da Space Patrol lembrada e elogiada até hoje por quem esteve presente https://www.facebook.com/317219341759071/photos/a.317222745092064/755578977923103/?type=1&theater. Nosso farewell show foi em São Lourenço, Minas Gerais, em meados de 1974 mas só eu me apresentei num singelo show acústico no Parque das Águas. Os Mutantes e a Rita Lee não permitiram que usássemos o equipamento no show principal no Ginásio de Esportes https://youtu.be/Tc-mKzRtPwE
2112. A Cantareira acabou se tornando o ponto de encontro de três grandes bandas que mudaram para sempre a cara do rock brasileiro: Mutantes, Rita Lee & Tutti Frutti e a Space Patrol (futura Patrulha do Espaço). Acontecia muitas jams, troca de idéias e informações?
Zé Brasil. Sim era incrível, memorável. Normalmente as jams eram na casa do Arnaldo e os Mutantes e a Rita ensaiavam na casa do Sérgio Dias. Lembro de um improviso que fiz com o Sérgio, ele no sítar indiano e eu com a viola caipira ao lado da lareira na casa dele. Apesar de termos tocado em outra ocasião no Teatro Oficina essa ainda é a minha melhor recordação.
2112. Nessa época como era o relacionamento entre Sérgio, Rita e Arnaldo? Havia muitos ressentimentos entre eles ainda?
Zé Brasil. Eles conseguiam conviver porque éramos todos Paz e Amor, né?
2112. O que te levou a cair fora da banda? Você tinha ideias que não se ajustava ao que Arnaldo pretendia fazer?
Zé Brasil. Eu saí da Space Patrol para fundar o Apokalypsis.
2112. Em uma entrevista você afirmou que Arnaldo utilizou muita coisa desenvolvida durante os ensaios no álbum Loki? Você poderia explicar melhor essa história?
Zé Brasil. Apesar de contar com os brilhantes Liminha e Dinho, além do Rogerio Duprat nos arranjos, os arranjos de base e teclados foram formatados nos ensaios da Space Patrol.
2112. Você alguma vez se arrependeu de ter saído da banda?
Zé Brasil. Atualmente com 70 anos tenho poucas coisas que me arrependo na vida é sair da Space Patrol não é uma delas. Eu curtia muito a banda mas meu trabalho autoral com o Apokalypsis desde 1974 é a semente do amor que sinto pela vida desde sempre.
2112. Mesmo fora da banda vocês continuaram a manter contato?
Zé Brasil. Hoje mesmo comentei uma postagem dele sobre o Dia do Amigo no Facebook. Fico feliz dele ter conhecido a Lucinha, talvez na minha casa. Ela era uma grande amiga minha, fã do Apokalypsis e cuida muito bem dele até hoje. https://www.facebook.com/317219341759071/photos/a.317223601758645/317247298422942/?type=3&theater
2112. Você chegou a compor Cabelos Dourados em parceria com Arnaldo em homenagem a Rita Lee, não é?
Zé Brasil. A letra de Cabelos Dourados é de 1974 e a música é de 2005. O Arnaldo me deu um manuscrito na Serra da Cantareira quando éramos companheiros na Space Patrol. Guardei e não mexi mais até que encontrei em 2005 e compus o rock and roll. Óbvio que é uma canção de amor dedicada à Rita Lee. Foram casados e o Arnaldo continuou apaixonado por ela até encontrar minha amiga Lucinha Barbosa, que era fã do Apokalypsis, e estão juntos até hoje.
https://www.facebook.com/1711286937/videos/10205577498872754/
Zé Brasil. O único que era mais conhecido no meio era eu, porque tinha tocado com o Arnaldo Baptista. Os outros eram talentosos músicos desconhecidos que já tinham tocado comigo ou foram indicados por amigos. Eu tinha um repertório autoral temático com a intenção de ser, uma ópera-rock e acabou se tornando um show de sucesso. https://www.facebook.com/apokalypsis1974/photos/a.142103775831252/653515658023392/?type=1&theater
2112. Vocês participaram de importantes festivais, programas de rádios e tvs além de matérias em vários jornais e revistas. Foram tempos bem agitados não é?
Zé Brasil. Durante um ano e meio aproximadamente o Apokalypsis foi a grande revelação do rock underground brasileiro, arrebanhando um grande número de fãs, seguidores e reconhecido pela crítica.
2112. Recentemente foi lançado o filme documentário O Barato de Iacanga. O que você achou?
Zé Brasil. Emocionante e fiquei mais emocionado ainda com a participação do Apokalypsis representando as bandas de 1975 que, na minha opinião, foi o verdadeiro Woodstock Brasileiro: um verdadeiro festival de paz, amor e música.
2112. Sem querer soar nostálgico, mas o que você mais sente falta daquela época e que não encontra mais hoje?
Zé Brasil. Acho que tudo continua presente, só que mais diluído. Hoje a compaixão se faz tão ou mais necessária quanto a paz e o amor.
2112. Em 1975 Tuca é substituído por Rafael Blóes e foi com essa formação que a banda participou do Rock da Garôa no Teatro Bandeirantes. O show foi gravado e só lançado muitos anos depois. Porque a gravação ficou guardada tanto tempo?
Zé Brasil. A intenção na época era lançar um LP, o que acabou não acontecendo e aquela formação se desfez no final de 1975. Ainda bem que eu tinha uma fita de rolo daquele que foi um dos nossos melhores shows e pude resgatá-lo num CD em 2005. https://open.spotify.com/album/6mrz0OsDp1pBaHHUzjDeRS?si=cXavyKKoSSqVX8DggIrNBQ. Durante um ano e meio aproximadamente o Apokalypsis foi a grande revelação do rock underground brasileiro, arrebanhando um grande número de fãs, seguidores e reconhecido pela crítica.
2112. Recentemente foi lançado o filme documentário O Barato de Iacanga. O que você achou?
Zé Brasil. Emocionante e fiquei mais emocionado ainda com a participação do Apokalypsis representando as bandas de 1975 que, na minha opinião, foi o verdadeiro Woodstock Brasileiro: um verdadeiro festival de paz, amor e música.
2112. Sem querer soar nostálgico, mas o que você mais sente falta daquela época e que não encontra mais hoje?
Zé Brasil. Acho que tudo continua presente, só que mais diluído. Hoje a compaixão se faz tão ou mais necessária quanto a paz e o amor.
2112. Em 1975 Tuca é substituído por Rafael Blóes e foi com essa formação que a banda participou do Rock da Garôa no Teatro Bandeirantes. O show foi gravado e só lançado muitos anos depois. Porque a gravação ficou guardada tanto tempo?
Zé Brasil. A intenção na época era lançar um LP, o que acabou não acontecendo e aquela formação se desfez no final de 1975. Ainda bem que eu tinha uma fita de rolo daquele que foi um dos nossos melhores shows e pude resgatá-lo num CD em 2005. https://open.spotify.com/album/6mrz0OsDp1pBaHHUzjDeRS?si=cXavyKKoSSqVX8DggIrNBQ
Zé Brasil. Exatamente como foi tocado e gravado em 1975.
2112. O álbum esgotou rapidamente e se tornou um verdadeiro ítem de colecionador. Você pretende fazer uma nova tiragem para suprir a demanda do mercado?
Zé Brasil. A intenção é lançar um LP. https://vimeo.com/50575525?fbclid=IwAR0S0XBICGeBn85ayuVJm64PW0unDByyv3fXjB1gaX-3UVl5WjrZtthLH34
2112. Uma curiosidade: porque o show começa com um solo de bateria? Isso é algo totalmente inusitado ainda para os padrões de hoje. Achei super foda...
Zé Brasil. Bateria era meu instrumento principal e paixão desde criança. Procurei dar o destaque que ela merece, no mesmo nível de todos os instrumentos. No lay out do palco todos os músicos ficavam na mesma linha.
2112. Outro ponto a ser comentado são os longos improvisos que ultrapassava 16 min. de duração o que devia levar o público ao delírio, não?
Zé Brasil. Era uma característica da banda herdada do jazz.
Zé Brasil. Tropicalisticamente, digamos. A gente ouvia, digeria e interpretávamos tudo que sentíamos de forma original, única. Uma das virtudes das grandes bandas daquela época é que cada uma tinha um som peculiar, temperado pelas referências preferidas.
2112. Muitos críticos/fãs se dividem ao falar da Apokalypsis: para uns uma banda de rock progressivo e para outros uma banda de hard rock com elementos de prog e música brasileira. O que você tem a dizer sobre isso?
Zé Brasil. Nem uma coisa e nem outra, ou as duas e muito mais... hehehe. Como sempre rotulam a arte, chamei de rock afro-brasileiro a música do Apokalypsis. O que posso acrescentar é que o jazz-rock americano fez a nossa cabeça também.
2112. Em 1975 você conhece sua futura esposa a cantora Sílvia Helena nos camarins do show Refazenda do Gilberto Gil e já no ano seguinte lançam o compacto Maytrea & Silvelena. Fale um pouco sobre as gravações.
Zé Brasil. Foi o acontecimento mais importante da minha vida. Tudo que realizei desde então tem a ver com ela e sua voz maravilhosa. Nossa primeira realização musical foi nosso disco de estreia: o compacto simples Maytrea & Silvelena. O Apokalypsis de 1975 acabou no estúdio e tive que arregimentar outros músicos para continuar as gravações. Com o surgimento da Silvia Helena conseguimos concluir duas músicas e lançar o disco. https://www.facebook.com/maytreasilvelena/photos/a.1414212038880412/1555401101428171/?type=3&theater
2112. Ainda nesse ano você participa do compacto Treb Remmedy And The Candidates dos cantores Treb Remmedy e Paul Leanne. Como surgiu o convite?
Zé Brasil. Depois das sessões no estúdio Sonima mudamos para o Prova onde conheci outros músicos e artistas e fui convidado para gravar com eles.
2112. Em 1977 você se casa com Sílvia e refaz a Apokalypsis com Osmar Murad (baixo), William 'Billy' Forghieri (teclados) e Roberto Fernando (guitarra) substituindo Índio. O cenário nesta época estava totalmente instável com a ascenção do movimento punk que forçou muitas bandas a mudarem de direção musical. Como você lidou com toda essa situação? O cenário para bandas mais técnicas estava cada vez mais estreito, não é?
Zé Brasil. Foi o acontecimento mais importante da minha vida. Tudo que realizei desde então tem a ver com ela e sua voz maravilhosa. Nossa primeira realização musical foi nosso disco de estreia: o compacto simples Maytrea & Silvelena. O Apokalypsis de 1975 acabou no estúdio e tive que arregimentar outros músicos para continuar as gravações. Com o surgimento da Silvia Helena conseguimos concluir duas músicas e lançar o disco. https://www.facebook.com/maytreasilvelena/photos/a.1414212038880412/1555401101428171/?type=3&theater
2112. Em 1978 vocês registraram a música Forró Danado que acabou entrando no álbum Billy Bond Y Los Jets lançado na Argentina. Porque a gravação não saiu em nome da Apokalypsis?
Zé Brasil. Coisa do Billy Bond, inclusive aparece como “Maytre” no
disco, fazer o que, né? Na Inglaterra também foi incluída no EP Brazilian Wave. https://www.youtube.com/watch?v=kfzih_jueV0&feature=share&fbclid=IwAR3_UbZB9ONGb5v6FKbH9HI9xGC-st2oFfrYi6Wav62SU-f-iqIq2qk0jvA
Zé Brasil. Achei que era a hora de realizar o sonho de tocar e viver na terra dos Beatles.
2112. Como falei antes o punk e a new wave estava dominando os palcos e as paradas de sucessos nesse período. E tudo que o movimento mais queria é que bandas como a Apokalypsis se ferrasem. Como foi manter a banda em meio a todo esse caos? Vocês conseguiram fazer muitos shows por lá?
Zé Brasil. Sim, com a banda e depois com o duo José & Silvia.
2112. A banda se apresenta pela última vez em 02/79 no Tramshed Theatre na época contando com dois músicos ingleses na formação: David Bradnum (guitarra) e Paul Hirch (baixo). O que mais pesou na decisão de acabar com a banda?
Zé Brasil. O motivo principal foi a sobrevivência pois viver de música não é fácil em nenhum lugar do planeta Terra. Mas quando surgia a oportunidade, reuníamos os músicos do Apokalypsis para shows e gravações.
2112. Com a fim da banda você ainda permaneceu mais algum tempo na Inglaterra ou logo retornou ao Brasil?
Zé Brasil. Moramos dois anos na Inglaterra e seis meses na França, com uma passagem pela Espanha. Fomos em 1978 e retornamos em 1981.
2112. Em 1980 você e Sílvia gravam o compacto Brazilian Wave que é lançado na Inglaterra, França e Espanha e vários shows em solo europeu. Porque o single não foi lançado no Brasil?
Zé Brasil. O compacto duplo “Braziian Wave” foi lançado sim no Brasil durante os anos de 1981 até 1983. Tocamos em casas de shows, teatros, ginásio, rádio e tv. https://www.facebook.com/713207718792010/photos/a.713209692125146/713209755458473/?type=1&theater
2112. Ainda nesse período você cria o selo Natural Records que lançou um compacto duplo, dois lps e dois cds. Esse material foi lançado apenas no exterior?
Zé Brasil. O primeiro e único lançamento no exterior da Natural Records, ainda em Londres, foi o compacto duplo 45 rpm “Brazilian Wave” da dupla “José & Sivia” em 1980. De lá para cá a Natural Records lançou 20 álbuns entre LPs, compactos, CDs, EPs e Singles (online).
2112. Você tinha planos para expandir o selo contratando bandas, criando eventos... Quais eram seus projetos?
Zé Brasil. Não. Cheguei a produzir e lançar uma dupla sertaneja (LP e CD) de Rio Caro, SP, e o compositor Edu Viola (2 CDs). Mas a finalidade principal do selo é lançar meu trabalho autoral solo, em duo ou com banda.
2112. Além de "1975" você tem mais material da Apokalypsis arquivado? Você tem planos de lançar esse material?
Zé Brasil. Sim.
2112. Não seria interessante lançar uma caixa retrospectiva com todo o material gravado pela banda acrescido de um livreto com informações e fotos inéditas?
Zé Brasil. Sim. Lancei o digipack “Apokalypsis 40 Anos”,comemorando os 40 anos de fundação que traz uma antologia setentista e as músicas gravadas até 2014 pela banda em suas diferentes formações, além de um DVD com músicas gravada no show 70 de Novo em 2013. https://www.facebook.com/40anosapokalypsis/photos/a.146871538832488/185044911681817/?type=3&theater
2112. Em 1983 você cria um novo grupo/produtora: UHF acompanhado de Akira S, Kim Kehl, Rodolfo Braga, Hugo Hori, Tuco Marcondes etc. A estréia foi no programa Fábrica do Som do Tadeu Jungle na TV Cultura.
Zé Brasil. Sim.
2112. Em 1989 vocês lançaram o único disco e fizeram a última apresentação no programa Boca Livre do saudoso Kid Vinil. Porque o grupo durou tão pouco?
Zé Brasil. Não acho pouco, o UHF durou, pelo menos, seis anos (1983/1989). Os Beatles, por exemplo, duraram 7 anos. https://www.facebook.com/uhf1989/photos/a.341611802549925/341612179216554/?type=1&theater
2112. Em 2004 Luiz Calanca incluiu a música São Paulo, Brasil nas versões inglês/português na coletânea Sim, São Paulo pela Unimar Music. Como foi a repercução?
Zé Brasil. Muito boa, fiquei feliz de participar de um disco com Itamar Assumpção, Premeditando o Breque, Germano Matias e Patrulha do Espaço, entre outros. https://www.facebook.com/713207718792010/photos/rpp.713207718792010/3160254660753958/?type=3&theater
2112. Você comemorou seus 70 anos com um show em grande estilo com as participações especiais de Gerson Conrad (Secos & Molhados), Gabriel Costa (Violeta de Outono), Marcelo Schevanno (Golpe de Estado) e Rosa Freitas (Caracóis Psicodélicos). Poucos são os músicos que chegam a sua idade com tanta disposição e criatividade. Parabéns meu camarada.
Zé Brasil. Obrigado, na realidade os destaques dessa festa foram Gerson Conrad (Secos & Molhados), Esmeria Bulgari (Mutantes), Edu Gomes (Irmandade do Blues) e Adriano Grineberg. https://www.facebook.com/ze.brasil/videos/vb.1711286937/10207142230150058/?type=3
2112. Fale um pouco sobre a concepção e gravação de Povo Brasileiro seu primeiro álbum solo.
Zé Brasil. Na realidade meu primeiro álbum solo foi o EP 2017 lançado no mesmo ano (2017). Depois lancei o CD Zé Brasil em 2018, através da Tratore, online alguns singles desde 2019 e agora o EP 2020. O álbum Povo Brasileiro está sendo finalizado e vai ser lançado até o final de 2020. “Eu tinha que fazer alguma coisa frente ao absurdo, resultado: mais música psicodelicamente independente. Mais um pedaço do sonho que me inspira todos os dias. Compor e ensaiar. Convidar amigos, grava-los nos HDs e softwares. Produzir com recursos próprios, sempre contando com a generosa parceria dos mestres que conheço. É mais uma obra da amizade e da confiança”. https://open.spotify.com/album/45xIuMdiGwHrKwrp0k8yql?si=XlrLcK3rRX6kYt2td-VJlg
2112. Você é do tipo que compõem muito? O que mais te influencia na hora de escrever uma letra ou compor uma música?
Zé Brasil. Componho intermitentemente desde os meados dos anos sessenta. Agora, durante a quarentena, mais frequentemente.
2112. Foi você mesmo quem produziu e fez os arranjos do álbum?
Zé Brasil. Sim, sou o produtor fonográfico também.
2112. O álbum teve participações mais que especiais de Sérgio Hinds (O Terço) Pedro Baldanza (O Som Nosso de Cada Dia) e Marinho Testoni (Casa das Máquinas). Como foi juntar toda essa galera?
Zé Brasil. Dos que você citou só o Sergio Hinds não participou. Além de Zé Brasil no violão, teclado, percussão, bateria, arranjos e direção musical, e da cantora Silvia Helena (Apokalypsis, UHF), o álbum Povo Brasileiro traz músicos de ponta da cena: os bateristas Rolando Castello Jr. (Patrulha de Espaço, CaSch), Alaor Neves e Alexandre Barreto (Apokalypsis); os guitarristas Fabio Golfetti (Gong, Violeta de Outono), André Christovam, Norba Zamboni, Gus Soularis, Edu Gomes (Irmandade do Blues), Daniel Cardona (in memoriam, Modulo 1000) e Marcello Schevano (Som Nosso de Cada Dia, CaSch, Golpe de Estado e Carro Bomba); os tecladistas Tuca Camargo (Apokalypsis, Som Nosso de Cada Dia, Gilberto Gil), Roberto Lazzarini (Terreno Baldio), Tiago Foz, Fernando Bustamante (Zero), André Youssef, e Mário Testoni Jr. (Casa das Máquinas, Tutti Frutti); os baixistas Renato Coppoli, Claudio Erlam, Geraldo Vieira (Terreno Baldio), Gerson Tatini (Joelho de Porco, Moto Perpétuo), Gabriel Costa (Violeta de Outono), Pedrão Baldanza (in memoriam, Som Nosso de Cada Dia) e o artista escocês Dylan Webster. Sou grato a todos pela brilhante participação.
2112. Estamos em meio a uma pandemia que pegou músicos e bandas de surpresa com a falta de shows, estúdios e locais de shows fechados... Como você tem se virado? O cd tem tido uma ótima saída?
Zé Brasil. Dentre os muitos retornos que a música tem me proporcionado
tenho uma aposentadoria que me ajuda a pagar o condomínio (hehehe) e uma
família amorosa e unida que me ajudou a ficar em casa. Talvez nunca tenha
produzido tanto no meu home studio graças a isso. O CD Zé Brasil continua sua
trajetória de vendas distribuído pela Tratore em algumas lojas físicas,
virtuais, plataformas e diretamente comigo pela Natural Records. https://open.spotify.com/album/55ljBFYb85lRsacnsDbNrx?si=gxNvM0QWRlePVqqspGiJfA
2112. Passando esse momento "pandemônico" quais
são os seus projetos para divulgar Povo Brasileiro?
Zé Brasil. Continuar o trabalho incansável do artista/produtor independente, sempre contando com o apoio dos amigos e agradecendo toda a ajuda possível venha de onde ou de quem quiser.
2112. Qual o telefone/e-mail para contratar seus shows e comprar seus cds?
Zé Brasil. (11) 985863859 ze.brasil@apokalypsis.com.br
2112. ... o microfone é seu!
Zé Brasil. E o prazer é nosso caro amigo Carlos, tudo do bem!
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