O blog 2112 foi formado com intenção de divulgar as bandas clássicas de rock, prog, hard, jazz, punk, pop, heavy, reggae, eletrônico, country, folk, funk, blues, alternativo, ou seja o rock verdadeiro que embalou e ainda embala toda uma geração de aficcionados. Vários sons... uma só tribo!



quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Entrevista Stoned Water



Não é maracutaia... mas estamos fechando o ciclo de entrevistas deste ano com outro nome vindo do sul. O Trio é formado por dois brasileiros e um argentino que fazem um sonzaço calcado nas sonoridades dos anos 70. Já lançaram um ótimo EP e em breve estarão lançando o segundo petardo. 

2112. Primeiramente me digam de onde foi que vocês tiraram um nome tão foda como esse? Cara, mais psicodélico impossível...

Landy. Quando decidimos armar a banda... logicamente não tínhamos até esse momento composições próprias e começamos como uma banda de covers para poder entrar no circuito das bandas e abrir mercado de trabalho. Mas como no Brasil predomina as bandas de covers...  e como eu sempre  digo, fazem uma salada de frutas ao misturar um monte bandas e estilos...então falei, temos que fazer a diferença vamos pegar duas bandas de rock dos quais gostamos e vamos a fazer um tributo. Lógico que Beatles não ia escolher pois eu já estava enjoado... Então falei em contrapartida Rolling Stones e Creedence Clearwater Revival por que são bandas que nós três gostamos muito. Os guris toparam a idéia   mas não tínhamos um nome. Falei meninos como vamos nos chamar? Zebú falou Stones Waters e de momento Paulo falou... por que não Stoned Waters (e dizer que Paulo que deu esse toque psicodélico ao nome). Pronto fechou o bolo!!!

2112. O Stoned Water surgiu antes ou depois que você entrou para Os Garotos da Rua? Qual é a história da banda?

Rodrigo. A banda surgiu paralelo as atividades com os Garotos da Rua. O Landy havia saído da Star Beetles e eu e Paulo estávamos com nosso power trio FireBall parado. Então resolvemos iniciar um novo projeto que inicialmente era para fazer especial Creedence e Rolling Stones mas a vontade de tocar músicas próprias veio e tornou-se a principal atividade.

Landy. Na realidade minha primeira intenção era montar uma banda com o Doctor Paulo Franzmann, o pai de Paulo. Ele é um dos pioneros do rock'n'roll chapecoense... um dinossauro do rock. Ele nos anos 60 tinha uma banda de rock que foi a primeira banda formada na cidade. A formação da banda iria ser o Dr. Franzmann na guitarra e voz, Paulo em baixo, Zebu nos teclados e eu na bateria. O nosso estilo seria algo como a Jovem Guarda. Mas esta anedota fica para outra história. 

2112. A banda além de você conta com mais dois ex membros dos Garotos da Rua na formação: Paulo (baixo e voz) e Zebu Knight Rider (guitarra e voz). E Landy nosso hermano argentino como entrou nessa história? Ele ainda mantém o Star Beetles na ativa?

Rodrigo. A Star Beetles está na atividade com novos integrantes. Sobre o Landy nos conhecemos num show há alguns anos atrás e viramos amigos.

Landy.  No final de fevereiro de 2018 deixei de trabalhar com o Star Beetles (2009/2018) e depois de um tempo fiz uma proposta aos guris para fazer uma banda com eles que naquele momento estavam fazendo parte dos Garotos da Rua. Começamos a fazer alguns shows e ao mesmo tempo os guris estavam tocando com os Garotos da Rua. Foi um começo difícil. Nesses momentos eu que fazia o trabalho de fechar as datas do Stoned  e daí eu tinha que perguntar: "Estou por fechar uma data tal dia... vocês tem show.? Era difícil organizar as agendas de ambas bandas para que não batesse as datas. Mas sempre achávamos um jeito de organizar e cumprir os compromissos. Assim foram os primeiros. Logo os guris deixaram os Garotos (essa parte da história vai ser melhor explicada por eles) e foi aí que a Stoned Water começou a tomar forma como banda.

2112. As influências do Stoned Water vem de bandas setentistas como o Deep Purple, Led Zeppelin, Black Sabbath... Como é trabalhar essas influências para produzir algo que não seja associado diretamente a essas bandas?

Rodrigo. Sempre gostamos de tocar essas bandas, mas não de fazer cover e sim tocar com a nossa identidade. Então fica fácil de compor, pois acontece ao natural, as influências nem sempre estão presentes nas melodias, mas são eles os pilares da nossa formação musical.

Landy. Como você disse Purple, Zeppelin, Sabbath são nossas maiores referências entre as outras bandas. Mas só tomamos as influências na hora de compor as músicas. O que faz a diferença é que também agregamos nosso toque de personalidade a nossas composições.  Então eu acho que isso dá a nossas músicas e ao nosso som um toque de autenticidade. Então as pessoas ao escutar o nosso disco podem falar por exemplo: aahhh tal música da Stoned tem um ar de Purple mas nunca vão falar essa música da Stoned é igual a tal música do Purple. Acho que deu para entender a idéia ou ficou um pouco complicado a minha explicação?

2112. O cenário tem visto uma revitalização da sonoridade 60/70 com o retorno inclusive de várias classics bands aos palcos e o surgimento de novas bandas influenciadas por essas sonoridades. O que vocês tem ouvido de interessante?

Rodrigo. Olha sinceramente eu sou enterrado nos anos 70, mas a última grande nova banda que ouvi e curti foi o Audioslave, também acho legal o Kings of Leon, especialmente nas canções com pegada mais country, com uso de slides nas guitarras.

Landy. Eu, nada... ou quase nada. Como eu sempre digo para os guris sou da velha escola de músicos. Eu nasci nos anos 70... gosto muito do velho de rock'n'roll 50, 60 e 70. Gosto muito de jazz e de estilos mais antigos. Posso dizer que não gosto de quase nada dos anos 80... me parece tudo muito bizarro a estetica e a imagem das bandas e também pelo uso de baterias eletronicas entre outras coisas. O pior de tudo e que quase todas as bandas que eu gosto tiveram seu começo nos anos 80... e acho que nem eles mesmo gostaram pois logo nos anos 90 começaram todos a voltarem as suas raízes.  

2112. O blog tenta dentro do possível apresentar bandas com trabalho bacana caso da StringBreaker & Stuffbreakers, Flores do Fogo, Stranhos Azuis, Picanha de Chernobyl, Centro da Terra, Amargo Malte, Cozinha dos Infernos, Impéria, Kurandeiros etc. E no sul o que vocês tem ouvido de interessante mas que ainda não chegou ainda aos ouvidos do público?

Rodrigo. No sul temos bandas como General Bonimores, Variantes... de resto prefiro as clássicas TNT, Cascavelletes, Bebeco Garcia (Garotos da Rua).

Landy. Stoned Water... ajajajajaj!!!! Mas estamos fazendo bastante barulho no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Tudo passo a passo e ao seu devido tempo. Estamos chegando aos ouvidos de todo mundo. Estamos trabalhando muito duro para isso acontecer. E das bandas que você mencionou Picanha de Chernobyl é uma baita banda!!!! 

2112. Um problema que na minha opinião tem atrofiado o desenvolvimento da cena é o pensamento provinciano de que nossas bandas são inferiores às do mercado gringo... Isso fode tudo, não é?

Rodrigo. Realmente isso nos intriga, mas creio que somos moldados pelas rádios abertas que em grande parte tocam som gringo, isso acaba por deixar de fomentar nosso mercado interno. O rock argentino cresceu muito com a Guerra das Malvinas, pois era proibido tocar música em inglês nas rádios, ali surgiram excelentes músicas e músicos. Destaco Pappo, Reloj. 

2112. Vejo que as diferenças que existem entre o mercado interno e o externo é o grau de cumplicidade do público para com as bandas, lugares mais decentes para tocar, melhores cachês e selos que apoiem a cena independente.

Rodrigo. Aqui no sul conseguimos ter uma agenda boa de shows, mas somos quase que uma exceção, veja que estamos em novembro e temos shows agendados até outubro de 2020. Mas isso acontece com muita luta e dedicação. Temos muitos lugares legais pra tocar aqui. Na nossa cidade Chapecó temos uns 5 picos pra shows. Em geral somos muito gratos por estar e conseguir trabalhar na região sul do país. 

2112. Mas saindo desse âmbito a Stoned Water já tem um ótimo álbum lançado: o Vol. I. Falem um pouco sobre como foram as gravações?

Landy. Muito Obrigado! No momento que entramos no estúdio a metodologia de trabalho me fez lembrar muito a o trabalho que faziam os Beatles no estúdio com George Martin. Nós só tínhamos feito algumas demos caseiros para ter uma idéia de como ia a ficar as estruturas das músicas. Essa demo foi mostrada para nosso produtor e grande amigo Clayton Chiesa (ex tecladista do Garotos da Rua). Podemos dizer que ele foi nosso George Martin, ele é o quarto Stone Water... a perna que faltava na cadeira. A partir daí com a ajuda do Clayton começamos a trabalhar as músicas ajustando detalhes e as outras músicas foram criadas no estúdio ao vivo. As baterias gravadas no estúdio ficaram diferentes das da demo pois fiz bastante improvisações.  

Rodrigo. Temos um produtor musical muito capaz e talentoso, ele soube tirar de cada um o seu melhor. Desde a execução, a timbragem é muito gratificante trabalhar com um verdadeiro produtor musical.

2112. Gostei muito de Cavalo Perdedor, Escondo o rosto na fumaça, Você não sai da minha cama, Meias verdades, Preto, o gato e em especial Eu voltei pra ficar um blues arrastado muito foda. Parabéns pelo resultado final.

Rodrigo. Agradecemos muito, realmente gostamos muito de ter gravado essas músicas, e temos muito prazer em tocá-las ao vivo, mesmo as pessoas que nunca ouviram nosso trabalho, acabam curtindo no primeiro contato nos shows.

Landy. Muito obrigado! Assim como você falou Carlos nós também ficamos muito contentos pelo resultado final do nosso disco. Uma coisa que os três concordam é que Vol. 1 é o melhor trabalho de gravação que fizemos até o momento.

2112. Desafetos vem em duas versões: português e espanhol e Lonely Man em inglês. Vocês pretendem investir nesses dois mercados? Quais são os projetos nessa área?

Rodrigo. Certamente, temos feito turnês fora do Brasil e achamos super válido ter algum material em inglês e espanhol também, além do que algumas composições já nasceram em inglês a exemplo de Lonely Man e Mont Sion que estarão no próximo CD.

Landy. A proposta desde o início foi sempre que fosse uma banda internacional. No disco gravamos músicas em três idiomas para abrir mercado mundial. Já fizemos nossa segunda turnê por Buenos Aires, Argentina a qual tivemos grande aceitação e para 2020 já temos propostas concretas para viajar para outros países.

2112. Em que pé estão as músicas do novo álbum? Esse material já tem previsão de lançamento?

Landy. No momento temos apenas algumas demos gravados das novas músicas. A previsão de lançamento será mesmo no próximo ano.

Rodrigo. Acreditamos que em abril ou maio de 2020 já estejam prontas.

2112. Este novo material gravado segue as propostas do primeiro trabalho ou vocês incluíram alguma novidade?

Rodrigo. Estamos trabalhando com a mesma dinâmica do Vol. 1. Já tem música que nasceu em inglês, acredito ser a continuidade do primeiro.

Landy. Eu achou que sim... continua com a mesma proposta e estilo musical mas com algumas novidades. Mas isso é surpresa!

2112. Quem produziu os trabalhos?

Rodrigo. Clayton Chiesa, ele tem estúdio em Pelotas RS, o Load Studio e já trabalhou com a gente nos Garotos da Rua e temos nele um porto seguro, além de produtor ele coloca os pianos, Hammond's e tudo que envolve teclas no trabalho.

2112. O novo álbum já tem nome ou ainda é segredo?

Rodrigo. É provavel que se chame Vol 2... mas tudo pode mudar.

2112. O Stoned Water já tem no currículo de duas tours internacionais. Quais países vocês visitaram?

Rodrigo. Fizemos 2 tours na Argentina, a primeira 4 shows, na segunda 5 shows, devemos voltar com o novo CD na mochila pra lançar lá.

2112. A recepção/repercussão foi bacana? Muitas bandas brasileiras tem conseguido êxito em pequenas tours pelo mundo. Parece que o preconceito é só por aqui, não é?

Landy. A recepção e a repercussão foi maravilhosa... é por isso que fizemos duas turnês pela Argentina no mesmo ano uma no mês de maio e a outra foi no mês de setembro. Lá na Argentina sobretudo em Buenos Aires se valoriza muito as bandas com música autoral, não é como aqui no Brasil que se dá mais valor as bandas cover/tributo que as bandas de música autorais (pelo menos é o que eu vejo e também por minha experiência de trabalhar por muitos anos no Brasil com uma banda cover dos Beatles). Lá em Buenos Aires por exemplo você a qualquer pub ou bar de rock e a banda que vai estar tocando é de música autoral.  Em nossos shows em Buenos Aires sempre dividíamos as datas com outras bandas autorais e os shows eram bem curtos de 30 a 45 minutos no máximo bem diferente daqui que os shows são de 2:00hs/2:30hs aproximadamente.

2112. Existe material gravado desses shows?

Rodrigo. Existe um show completo que gravamos no Mitos Argentinos, uma das casas mais conceituadas do meio artístico, fica em San Telmo, o coração da Boemia de Buenos Aires. Em breve ele estará disponível no YouTube.

2112. Qual o telefone/e-mail para contratar o Stoned Water?

Landy. StonedWater@outlook.com, +55 49999082004, +55 49999701717 e +55 49998000978

2112. ... o microfone é de vocês!

Rodrigo. Primeiramente um agradecimento especial a você Carlos que mantém acesa a chama do Rock n Roll através do Fúria 2112, e dizer que é de valor imenso esse trabalho desenvolvido com tanto carinho e atenção por você. Gostamos muito das perguntas, de cara percebemos a qualidade e que você realmente conhece o meio. Um grande abraço e obrigado. 

Landy. Muito Obrigado meu amigo Carlos pela entrevista e pela oportunidade que você está nos dando. Não só a nos mas a todas as novas bandas difundindo o seus trabalhos e dando prioridade as músicas autorais. Grande abraço!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Entrevista Max Madrassi


Nunca escondi o meu apreço pelo rock vindo dos pampas... A cena lá é incrível com ótimas bandas, instrumentistas e compositores. E nessa acabei conhecendo o Max Madrassi, um cara super bacana, super bem humorado que produz um ótimo trabalho. Leiam a entrevista, ouçam seu primeiro single Recomeco nas primeiras plataformas e assistam o vídeo em seu canal no YouTube.   

2112. O nome que batiza o seu primeiro álbum solo é bem sugestivo: Recomeço. O que é recomeçar depois de mais de 25 anos de carreira?

Max. Bom Recomeço ainda é um single, mas sim ele tem o potencial para se tornar um álbum, futuramente sim. Pois é são mais de 25 anos de carreira, e nesse tempo todo estou muito feliz de fazer o que realmente acredito, sem interferência direta de outras pessoas. Mas o Recomeço para mim é sempre isso, acordar de manhã e ter a chance de fazer tudo que for possível para fazer diferente, experimentar, melhorar e assim vai.

2112. O que mais pesou na hora de você decidir por uma carreira solo e não apenas montar uma nova banda?

Max. Cara montar uma nova banda é complicado, se você tem a idéia fixa de que quer, uma banda pode colocar tudo a perder, pois é difícil encontrar pessoas que pensem como você entende? A idéia de fazer minha carreira solo veio do meu produtor Léo Fernandes, ele é o maior incentivador da minha carreira devo muito a ele.

2112. As composições de Recomeço já estavam compostas ou é tudo material inédito? A temática das letras é algo mais intimista ou engloba tudo o que ronda a sua volta?

Max. Então, um dia estou no sítio do meu sogro para desintoxicar de pessoas que me fizeram mal no meu antigo projeto (heheheheh), e vejo no meu computador algumas músicas que eu tinha composto há algum tempo, e Recomeço estava lá, a letra foi se moldando com tudo que eu tinha passado e estava sentindo. O Léo foi fundamental na hora do refrão que não tinha, pois ele conseguiu colocar na música o sentimento que precisava, as outras músicas que compõe esse trabalho, são misturas de músicas minhas de tempo em que eu era vocalista da minha antiga banda, com músicas consagradas como Cartas e Poesias e outras que não entraram no crivo de processo de repertório da época, como também outras que iriam entrar no segundo disco da minha antiga banda. Em relação a temática, Recomeço, Velhas Notícias e Volte Pra Mim, elas completam uma tríade de histórias, as outras falam de superação, críticas e até tem algo mais alegre como festas. Mas sim são coisas que estão no mundo que leio e vejo...


2112. O que as pessoas que acompanha a sua carreira podem esperar do álbum? Pergunto isso pois quando um músico toma a decisão que você tomou tudo o que ele "não" quer é fazer algo semelhante aos trabalhos das suas ex bandas senão a palavra "solo" perde o seu real sentido. Eu até citaria como exemplo Peter Gabriel/Genesis.

Max. Tens toda a razão o trabalho que foi feito no passado ficou no passado (hehehehe), as pessoas podem esperar a minha verdade, o que faço de coração, eu abro meu peito e mostro a minha vida e meus pensamentos, sou assim pois não tenho vergonha de dizer que choro, que rio, que me indigno e que mostro a todos o que há de bom na vida. Sobre Peter Gabriel, vou te dizer uma coisa e acredito que minha antiga banda deveria fazer o mesmo, o Peter cresceu muito depois da saída dele do Genesis, e o Genesis se tornou ainda maior, acredito que dois trabalhos distintos, em que quem saiu ganhando foi o público. Simples assim.  

2112. Às vezes fico imaginando que caminhos teria trilhado o Genesis se tivesse abrido espaço para toda a genialidade de Gabriel...

Max. Nada, pois como disse na resposta anterior, são trabalhos e cabeças distintas, teve que haver essa ruptura para que os dois trabalhos se expandissem, não se faz omelete sem quebrar os ovos, hahahahah...

2112. Você tem um senso de humor super bacana e é disso que o rock está precisando: deboche, diversão e até mesmo um dose de putaria sem ser vulgar. Os discursos atuais estão carregados de muito ódio, racismo, intolerância... O que mais te influencia na hora de você compor?

Max. Cara...... você já viu as entrevistas dos Beatles juntos? Você lembra das entrevistas e aparições dos Mamonas Assassinas? Pois é... é muito gostoso esse estado de espirito, estamos carregados de tragédias todos os dias seja na televisão, seja na internet, eu sempre procuro na internet e na tv coisas que me façam rir, pois não adianta lutar contra um sistema que está corrompido, não manifesto visão política pois ela só diz respeito a mim , mas vejo o que vejo e não me agrada nada dos dois lados, por isso busco rir, porque rir é o melhor... Hahahahhaha. Os Beatles sempre foram minha maior fonte de inspiração, seja na música ou seja na minha vida.

2112. O mundo precisa de mensagens positivas pois de negatividade as ruas e os noticiários já estão cheios. A letra de Recomeço cumpre bem isso ao estimular as pessoas a lutarem por uma vida melhor. Parabéns!

Max. Pois é eu sempre procuro ver o lado bom das coisas, Recomeço é isso buscar sempre a positividade em seu teor de vida.

2112. ... sou a favor de críticas construtivas, ódio não!

Max. Eu também, o medo leva ao ódio, o ódio leva a intolerância, a intolerância leva a ignorância e assim por diante.

2112. Vamos falar um pouco sobre a criação e gravação de Recomeço. Como foi o processo de pré-produção, composição e arranjos?

Max. Então como disse antes encontrei Recomeço no meu computador, e na mesma hora passei ela para Léo Fernandes meu produtor, e ele fez todos os arranjos e gravou também, eu passei para ele as gravações da minha voz, e ele montou o resto. Léo é dono do Estúdio Vesúvio em São Paulo, e ele me tem como artista exclusivo de seu estúdio. Trabalhamos em menos de um ano para montarmos o trabalho, agora estamos trabalhando fundo em músicas novas.
2112. Quanto tempo vocês levaram em estúdio para concluir todo o trabalho?

Max. Bom levamos com o single Recomeço 10 meses para nos alinhar, pois não é fácil nos dias de hoje sem dinheiro fazer o que fazemos.

2112. Recomeço será lançado apenas nas plataformas digitais ou também terá lançamento em cd e vinil?

Max. Bom o projeto Recomeço terá a idéia de ser um aglomerado de singles por enquanto, mas já recebi uma proposta de fazermos dele um CD, vinil ainda é meio fora de questão por enquanto pois sua fabricação ainda custa muito dinheiro.
2112. Achei o vídeo maravilhoso... tudo muito simples e direto. Não gosto muito de vídeos carregados de efeitos pois acaba abafando o foco principal que é a letra. Bacana mesmo...

Max. Pois é o clipe demorou um pouco a ser lançado, pois faço tudo de uma forma que se chama “faça você mesmo”, heheheh, eu editei e dirigi, quis realmente colocar nas imagens o lugar onde vivo, mas com referências nas coisas que via em vídeos clipes dos anos 80 e 90.

2112. A sua participação no 4° Somos Todos Bolívia foi super foda. Além de ter sido um momento muito bacana pode ser visto também como um marco na sua carreira, não?

Max. Então. Para mim foi uma experiência única na vida. Participar de um festival da magnitude do Somos todos Bolívia, para mim foi uma forma de homenagear um grande ícone do rock nacional, devo muito ao Bolívia, ele me recebeu em sua casa em 2015 sem mesmo me conhecer pessoalmente, ele me apresentou São Paulo e meus grandes amigos que tenho hoje, para mim foi sim mais que um marco na minha carreira, foi o meu primeiro show ao vivo e ser em São Paulo e ser no evento que foi para mim foi mágico, eu pude colocar para fora todo o meu amor e agradecimento ao Bolívia e sua esposa que carrega com maestria o seu legado. Eles continuam a me ajudar em minha carreira. Minha lealdade eterna a eles.

2112. Como surgiu a participação do grande Dick Strada em Via Leste?

Max. Cara foi muito engraçado, não podia ser melhor. Estava marcado para eu fazer uma participação no show do Duck, mas o trânsito de Sampa é uma caixinha de surpresas. Eu cheguei atrasado, heheheh, aí combinamos de abrir uma brecha no meu repertório para colocarmos o Duck no meu show, e aí foi mágico, o que eu não sabia é que a minha banda iria participar também, foi melhor que a encomenda fizemos uma grande homenagem ao Bolívia juntos.

2112. Sampa é como Nova York uma ótima vitrine para mostrar um trabalho para o mundo inteiro, não?

Max. Sampa é uma grande metrópole cosmopolita, como Nova York também, é um grande celeiro de culturas e abriga e abraça a cultura no nosso país, toda manifestação que é feita lá é uma grande vitrine para nós mesmo.

2112. Confesso que achei interessante a sua idéia de não formar uma banda com integrantes fixos e sim usar músicos das próprias cidades em que você for se apresentar.

Max. A idéia de ter uma banda em cada capital que eu me apresento, é a forma mais econômica e diversamente cultural que eu possa fazer, pois só irei eu aos lugares mais longínquos, e na parte cultural eu interajo com outros músicos, onde podemos trocar figurinhas.

2112. O conceito é genial... Você também pretende fazer shows acústicos?

Max. Sim, não só acústico como versões em espanhol, tenho essa necessidade de mostrar todas as formas de versões, acústico te abre o campo para tocar onde o elétrico não consegue entrar, e o espanhol te leva para lugares que você não fazia idéia que chegaria.

2112. Recomeço já tem previsão de lançamento? Quais são os seus projetos para 2020?

Max. Bom Recomeço como um todo ainda não tem previsão de lançamento, mas vou lançando singles e vídeos clipes até chegar o momento de fazer um disco físico. Agora para 2020 tenho a idéia de lançar um documentário da minha carreira, contando tudo que vi e aprendi, tenho também a missão de levar o show Recomeço para todos os lados possíveis.

2112. Qual o seu e-mail/telefone para contratar seus shows?

Max. Minhas redes sociais são Facebook/Max & A Banda, instagram Max Madrassi oficial, e-mail maxmadrassioficial@gmail.com, youtube Max Madrassi oficial, telefone 51 997836986. 

2112. ... o microfone é seu!

Max. Bom é um prazer enorme dar entrevista ao Blog 2112, sempre vi grandes artistas dando entrevista a você Carlos e sempre tive um sonho que um dia seria comigo, pois é chegou o dia hahahahah. Gostaria de usar esse espaço e dizer aos leitores que no novo rock nacional existem muitas bandas sensacionais que merecem a sua atenção. Vá aos shows, escutem suas músicas curtam suas páginas e façam do novo rock autoral nacional a sua trilha sonora, o rock agradeçe. Obrigado a todos.