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quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Entrevista Leandro Lejão


O Brasil tem revelado uma cena grandiosa, intensa e variada de tons e estilos. E entre os novos nomes Leandro Lejão vem se destacando com seu rock'n'roll com fortes influências setentista. E enquanto Clichê seu primeiro álbum está tocando em várias rádios do país ele já está em estúdio preparando o seu sucessor.

2112. Musicalmente tudo começou quando seu pai te apresentou Elvis e os Beatles. O que você sentiu naquele exato momento e o que mais te chamou a atenção?

Lejão. Pura magia, quanto mais eu ouvia mais eu queria ouvir. O que mais me chamou a atenção é saber que eu estava no túnel do tempo revivendo uma das épocas que eu mais admiro.

2112. Meu primeiro contato com o rock foi com um single dos Stones do meu tio e depois mais sério com o álbum Led Zeppelin II. São momentos que a gente não esquece jamais, não é?

Lejão. Com certeza, eu amei quando meu pai me apresentou aos 6 anos de idade as músicas do Elvis Presley e The Beatles, mas descobri o mundo do rock um pouco mais velho, aos 19 anos, quando meus amigos compartilhavam seus conhecimentos musicais, para mim era identidade imediata.
2112. Muitos anos se passaram desde este primeiro momento e eu te pergunto: o que isso mudou na sua vida e o que você ouve nos dias de hoje? Você é do tipo eclético ou ouve apenas um determinado tipo de som?

Lejão. Acho muito importante minha maturidade musical, me sinto mais experiente profissionalmente e muito feliz em mostrar minhas músicas autorais hoje em dia. Acredito que minha base foi muito importante e forte com a vontade do meu pai me mostrar coisas tão boas quanto Elvis e Beatles, me inspira e me motiva muito. Sou muito grato por isso e com o tempo a minha experiência só me ajudou. Ouço muito hoje em dia, músicas que me inspiram e servem de base para as minhas músicas autorais como country, blues e rock'n'roll.

2112. A sua carreira começou aos dezesseis anos quando você foi convidado para cantar na banda de uns amigos. Como surgiu o convite?

Lejão. Nós éramos amigos de futebol aos finais de semana e lógico depois do futebol nos reuníamos para conversar sobre rock’n’roll 'n' que todos gostavam. Dois amigos tiveram a idéia de montar uma banda e logo me convidaram para fazer parte desse grupo como cantor e eu aceitei de imediato. Foi um começo de muito aprendizado para todos e acredito que foi muito importante para mim, a base do meu trabalho hoje.
2112. Que tipo de música vocês tocavam? Era cover ou autoral?

Lejão. Era uma banda cover, nós tocávamos músicas do Engenheiro do Hawaí, Legião Urbana, Titãs e algumas internacionais como Guns n' Roses e Nirvana. Mas logo, por vontade própria apresentei ao grupo minhas músicas autorais e começamos a mesclar músicas cover e autorais.

2112. Uma mera curiosidade... Antes de participar de bandas você já fez muitos chuveiro sessions?

Lejão. Sim, quando criança cantava muito no chuveiro. Me lembro uma vez bem pequeno imitar Michael Jackson, foi onde despertou o interesse dos meus pais e primos.

2112. Depois de um tempo você migrou para a Kuca Mexida que chegou a participar de um festival com a música Vai ser agora, Doutor mas que logo encerrou carreira. Qual foi o motivo? 

Lejão. Infelizmente o motivo do fim da banda Kuca Mexida foi divergência de interesses, a maioria dos integrantes da banda queria investir em algo comercial como banda de baile, cover. Mas o meu interesse era de cantar minhas músicas autorais e ser uma banda independente.
2112. Após essas duas experiências você chegou a pensar em desistir da música e partir para outras atividades ou o seu destino já estava selado com a marca do rock’n’roll?

Lejão. Eu parei com as bandas durante 10 anos da minha vida, mas nunca deixei de compor durante esses anos.

2112. Um dos grandes problemas em se manter uma banda na ativa não é apenas a falta de grana ou de um empresário... mas o desejo de fazer sucesso rápido, de entrar em estúdio prematuramente, poucos ensaios etc. Atitudes dessas natureza minam a criatividade e o amadurecimento de qualquer músico ou banda. Acredito que isso seja falta maturidade, não é?

Lejão. Sim, é falta de maturidade, mas acredito que isso é uma das experiências mais maravilhosas que um cantor pode ter: entrar em um estúdio, mostrar a sua personalidade na música, conhecer pessoas experientes dentro deste mundo é algo maravilhoso, são experiências que ninguém tira de você e é algo que só te faz crescer.

2112. Em 2016 incentivado por um amigo você foi a procura de gravadoras para mostrar seu material. Você conseguiu alguma coisa de concreto nessa área? O que eles alegavam?

Lejão. Acredito que é muito difícil começar neste meio artístico. Tive vários "não" porém, o Netto Rockfeller foi uma das pessoas mais importantes e que mais me ajudou. Assim que mostrei meu trabalho, gravamos meu cd com músicas autorais. Essas pessoas que me falaram "não" diziam que eu não tinha dinheiro para continuar, mas isto só me impulsionou a acreditar mais no meu sonho.
2112. Isso de uma certa maneira foi um grande incentivo para lançar Clichê por conta própria, não é? O álbum dosa blues, country e spiritual na medida certa para apresentar um trabalho do mais puro rock’n’roll.
Lejão. É algo natural. Vem da base, vem das minhas emoções é o que eu amo é o que eu acredito passar para as pessoas. O álbum Clichê é minha experiência e gostaria que as pessoas me conhecessem através dele.

2112. Você quando entrou em estúdio já tinha o álbum definido na cabeça ou ele foi se formando a medida que os trabalhos aconteciam?

Lejão. Eu tenho várias músicas autorais e apresentei para o Netto Rockfeller. Com a sua experiência, ele me auxiliou na escolha das músicas do álbum Clichê. Acredito que com a experiência do Netto Rockfeller e a essência foi formando-se o álbum Clichê.

2112. O que te levou a batizar o nome do álbum de Clichê?

Lejão. "Clichê" significa uma fórmula que se repete, apesar, de nos dias atuais o rock'n'roll ser novidade para alguns, eu quero mostrar que meu trabalho se baseia naquelas músicas que eu tanto amo e que me inspiram, como as músicas que meu pai me apresentou aos 6 anos de idade. É como se eu tivesse naquela época e fizesse com que as pessoas, como eu, amasse e revivesse este estilo rock'n'roll.
2112. A parceria com Tiago Mineiro e Flávio Guimarães te aproximou mais ainda do blues e do rock. Como surgiu essas parcerias?

Lejão. Eu já gostava e conhecia o trabalho de Flavio Guimarães e coincidentemente ele e o Netto Rockfeller estavam lançando um outro trabalho juntos, para mim o convite de Netto Rockfeller para Flavio Guimarães a participar do meu álbum foi de imensa gratidão. Foi através do Netto Rockfeller que se deram essas parcerias.

2112. Você tem investido bastante na divulgação do álbum nas rádios tanto nas convencionais como nas webs. O resultado tem sido satisfatório?

Lejão. Sim, é de imensa satisfação escutar as minhas músicas autorais tando nas rádios web quanto nas rádios convencionais e fazer com que as pessoas conheçam um pouco do meu trabalho.

2112. Quais as músicas mais tocadas?

Lejão. De um forma proposital, produzi meu álbum diversificando os ritmos, letras e fazendo com que as pessoas se identificassem imediatamente às músicas. Propositalmente são feitas de uma forma que as pessoas se identifiquem, algo que já viveram, situações que já tem experiência. É isto que tem acontecido nas rádios, algumas só tocam o meu rock 'n' roll, outras só tocam e se identificam com o meu country, e outras tocam a maioria. É difícil dizer a mais tocada, mas graças aos pedidos dos ouvintes e apoio dos radialistas que minhas músicas estão sendo aceitas na maior parte do Brasil.
2112. O album tem rockões com características bem anos 70, a bela balada Chuvas e trovoadas e o blues Deja Vu. Você já pensou em compor hard blues, rock com sotaques psicodélicos, rocks com influências prog etc?

Lejão. A minha essência é totalmente direcionada ao rock, ao blues raiz, na minha opinião o músico pode conhecer de tudo mas dom e talento são bem diferentes. Eu prefiro trabalhar dentro da minha essência, do que eu amo, do que eu aprendi e do que me inspirou quando conheci o rock 'n' roll aos 6 anos de idade.

2112. Você é do tipo de músico que compõem muito?

Lejão. Sou um compositor do tipo que necessito de inspiração e sentimento para escrever algo, observar, me atentar as histórias, o que acontece ao meu redor, analisar a vida e os acontecimentos das pessoas, isso me inspira ao compor uma música. Então sou um tipo de músico que preciso dos meus momentos para compor, não componho toda hora.

2112. E em relação aos shows você tem projeto de contratar músicos para montar uma banda para sair em turnê?

Lejão. Claro, inclusive já estamos em negociação deste projeto. Acho incrível e é uma experiência maravilhosa.

2112. Em conversa você mencionou que já está preparando o sucessor de Clichê.

Lejão. Serão 10 ou 9 faixas e o título não será mais Segredo como eu havia dito pois a música não foi aprovada.
2112. A sua parceria com Netto Rockfeller continua?

Lejão. Sim, a parceria do meu primeiro CD deu certo e assim daremos continuidade no meu segundo álbum.

2112. Quem irá produzir as gravações? O álbum trará alguma participação especial? 

Lejão. Quem irá produzir será também o Netto Rockfeller. Estamos em reunião para o fechamento da contratação de uma artista argentina para a participação especial no álbum.

2112. Além do tradicional rock'n'roll e do blues você mencionou que talvez inclua uma música com tempero latino algo bem próximo do funk rock.

Lejão. A música latina no meu novo cd chama-se Mercador de Sonhos composta por Pablo Mendoza. A outra canção no ritmo funk rock lembrará a banda Rare Earthe.

2112. A música Bonnie e Clyde segue o mesmo padrão de Chuvas e Trovoadas. Acho muito interessante esse resgate que você está fazendo de incluir baladas em meio aos rocks. Atualmente poucas são as bandas que transitam nesse terreno... 

Lejão. Para mim foi algo natural incluir no meu CD baladas, rock, country, por que esta é minha essência é o que eu amo.
2112. Nos anos 60/70/80 todas as bandas de rock tinham esse costume pois além de atrair ouvintes tocava bastante nas rádios e garantia a vendagem dos álbuns. Pena que isso caiu em desuso...

Lejão. Para mim é algo natural eu amo rock, gosto de baladas, me identifico com o country e quando componho uma música logo já nasce o ritmo da composição. Espero que as pessoas gostem.

2112. O que as pessoas que conheceram Clichê podem esperar do novo álbum?

Lejão. As pessoas podem esperar além de muito rock 'n' roll, novidades com ritmos novos como funk rock e mistura latina. Nas letras de algumas músicas mais agressividade, algumas falando de política, outras falando de coisas corriqueiras do nosso dia a dia. Será um álbum tão trabalhado como o primeiro álbum Clichê porém mais provocativo nas letras das músicas.
2112. Você tem projeto de lançar algum single nas plataformas digitais antes do álbum? Quais são os seus projetos nesse sentido?

Lejão. Já lançamos um EP em agosto deste ano com duas músicas inéditas que campus há 20 anos atrás: Vai Ser Agora Doutor e Do Outro Lado. Nosso projeto agora, está totalmente voltado para a gravação do segundo álbum.

2112. O álbum terá lançado em 2020.

Lejão. Com certeza será lançando no primeiro semestre de 2020.
2112. Qual o e-mail/telefone para comprar o cds ou mesmo para contratar para shows?

Lejão.
leandrosampaio334@gmail.com - (11) 9 8790-0584 - (16) 9 9756-8074

2112. ... o microfone é seu!

Lejão. Eu quero imensamente agradecer a você meu amigo Carlos Antônio do Blog Fúria 2112 a oportunidade de poder divulgar um pouco da minha história, quero agradecer a todos os radialistas que confiaram no meu trabalho e divulgaram a minha música e agradecer a todo Brasil. Deus abençoe a todos e um grande abraço.

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