O Brasil é um dos
maiores celeiros musicais deste planeta e eu não tenho dúvidas disso. E não
venha você com essa história de isso ou aquilo... Nossas bandas tem mostrado todo
o seu valor em shows e músicas incríveis que nada devem aos gringos. E o
Caminhante Flutuante está entre essas bandas que traz em sua essência elementos
do blues, do rock’n’roll, do psicodelismo, do folk, do tropicalismo... para
gerar um som muito original. Leia e você vai entender...
2112. Depois de participar
das bandas Atrás de Verbas, Atomic Yellow, Os Liverpoa, Os Aleatório você criou
o Caminhante Flutuante. O que te motiva a estar em constante mutação?
Zanirati. Olá, tudo iniciou em 2010, pelo menos considero esse ano como o início do
trabalho autoral levado a sério, antes foram tentativas de bandas que mesclavam
cover que não deram certo. Com as meteóricas passagem do ATRÁS DE VERBAS e
ATOMIC YELOW (2010), Os Liverpoa (2011 a 2013) já foi uma fase mais
interessante, mas também chegou ao seu término. Foi então, que no ano de 2014
eu resolvi partir pra ‘’ carreira solo ‘’ algo do qual nunca foi de minha
vontade, mas ao invés de tentar montar outra banda eu comecei a assumir essa
identidade de artista solo com banda de apoio, pois assim foram cerca de 15 músicos
a participar dos ‘’ Zanirati e Os Aleatório ‘’ muitos deles já com suas bandas
fixas e assim eles eram como um empréstimo, coisa do tipo, mais como forma de
apoio ao meu som, todos que participaram gostavam da proposta sonora. No ano de
2018 teve a formação mais duradora, mas assim quando dei o ponta pé inicial eu
já imaginava que essa de aleatório seria provisório (Até durou, 2014, 15, 16 e
2018) e uma banda teria que formar. Foi ai que apareceu o CAMINHANTE FLUTUANTE
que é uma criação em conjunto com os rapazes que participaram da última
formação dos ALEATÓRIO. Felipe Seadi
(Guitarra) e Rafael Santos (Bateria). A motivação pra essa mutação vem através
do momento, ele vai traçando os caminhos mas a proposta de som segue firme e
isso é o importante, mesmo tendo alterações em formações e vários tipos de
diálogos e vivência.
2112. O que deu errado com
Os Aleatório? A banda tinha um som bacana, radiofônico sem ser soar
comercial...
Zanirati. Nada de errado, mas com o passar do tempo senti a necessidade de
encontrar uma banda fixa e sair desse protagonismo forçado, foi ai que surgiu a
ideia de formar o Caminhante Flutuante e unir as composições dos rapazes que
tocaram na última formação dos Aleatório. Então, mudou a proposta e assim
encerrei esse ciclo e dei início a essa nova etapa, que praticamente vem a dar
seguimento do que a gente vinha fazendo, mas agora encorpando com as
composições do Felipe e Rafael que por sinal são muito boas, assim dividimos os
vocais e trabalhamos com uma dinâmica muito boa. Foi o melhor a se fazer.
2112. O seu sistema de
trabalhar excede as formalidades de uma banda dita convencional?
Zanirati. Uma diferença e pode ser grande ou a principal delas é que uma banda dita
convencional está vivendo somente do seu trabalho musical, falo das bandas que
tem suas músicas como produto do entretenimento, envolvendo muita gente na
volta, vivendo o mainstream e seguindo padrões. Artistas como eu e muitos por
aí tem outras ocupações, só a música não é suficiente e por isso se torna uma
luta e tanta pra arrumar motivação para seguir em frente, uma dessas motivações
é o amor pela música e também por saber que o que fizemos é algo bom para quem
escuta e absorve essa energia dos artistas independentes. Nosso trabalho acaba
sendo com mais dedicação, sabemos que o importante é fazer boas músicas e
alcançar grandes conquistas, e isso não se trata só de dinheiro, isso
é algo que um dia poderá ser o único trabalho ou não. Além de tocar
temos que nos gerenciar e fazer tarefas que muitas bandas tem quem o faça,
por isso o nosso sistema de trabalho vai bem mais do que fazer um som.
2112. Você como todo músico
trabalha com várias influências a procura de um som próprio. Me responde uma
coisa: Como a sua mente absorve tudo isso?
Zanirati. Absorvo
com naturalidade, pois os artistas e bandas que eu tenho como fonte de
inspiração me servem como um estilo de vida além da música, o comportamental e
as posturas e manifestações são coisas que me atraem e me sinto à vontade de
seguir ou ter algo em comum com coisas do tipo. É claro que muitas delas são
jogadas no som e pulsam a todo momento e isso ajuda até a dar uma certa inovada
e até mesmo dando meus ajustes no processo de composição.
2112. Os Aleatório sua
última banda tinha influências da Jovem Guarda, do Tropicalismo, do
rock’n’roll, do Psicodelismo... e o Caminhante Flutuante o que aquece as suas
turbinas?
Zanirati. O principal sempre será o Rock n Roll, mas posso dizer que toda essa
influência segue carregada com o Caminhante Flutuante, que também flerta com
blues, folk e outras sonoridades. Em sons que se tem uma cara tropicalista ela
também ganha uns ares Bossa nova, como pode ter algo agitado ou arrastado. Mas
o Caminhante ainda apresentará esses tipos de sons e umas misturas, mas tudo
dosado, não é a intenção fazer uma salada musical.
2112. Além de Correndo e
Derretendo o que as pessoas que curtem os seus trabalhos podem esperar desta
nova empreitada?
Zanirati – Pra quem
curte meu som e ainda os que vão conhecer, posso dizer que vem coisa boa
por aí, além do nosso single de estréia o CORRENDO E DERRETENDO estamos
planejando a próxima gravação, que inclusive que é de autoria do nosso
guitarrista, o Felipe. Mas temos bastante coisas a apresentar, no momento
estamos estudando as composições e preparando o repertório que está bem
ensaiado
2112. A set list dos novos
shows é todo composto de material inédito ou você pretende incluir releituras
de composições já gravadas com outras bandas?
Zanirati. Algumas do set list
do Caminhante já tocávamos com Os Aleatório, mas são aquelas que ainda não foram
gravadas, as músicas de outros períodos assim como o ‘’ Álbum Aleatório ‘’
lançado em 2017 não estão nos planos, elas já foram bem divulgadas e agora é o
momento de inéditas, até porque são três compositores na banda, tem bastante
som bom pela frente.
2112. Como está sendo a
aceitação de Correndo e Derretendo?
Zanirati. Está sendo boa na medida do possível, não somos conhecidos
pelo grande público, mas o alcance dentro do nível independente vem
crescendo aos poucos, isso somado aos anos anteriores e experiências de cada um
de nós em trabalhos paralelos. Esse nosso single de estreia, inclusive, foi a música
mais tocada por nós em 2018 e isso foi entrando na cabeça de algumas pessoas
que nos conhecem e as que vieram a conhecer, então, quando lançamos uma galera
já conhecia e sabia cantar. Isso é legal.
2112. Boa sorte na sua
nova empreitada musical... o microfone é todo seu!!
Zanirati. Quero agradecer ao Blog 2112 pelo espaço, pois eu valorizo bastante todo
tipo de apoio aos artistas, ainda mais eu que já colaborei por 4 anos como
apresentador de programa de rádio web e sei o quanto ainda falta pra nós sermos
respeitados e valorizados, infelizmente tem os que não se ajudam e ainda fazem
questão de empurrar na lama o esforço dos outros. Nós como banda seguiremos
forte e independente do que a música ira nós levar o compromisso será cada vez
mais levado a sério e no profissionalismo, digo isso da minha parte e acredito
que os rapazes que me acompanham pensam o mesmo, até porque montar uma banda
exige cabeças que seguem na mesma linha de pensamentos, não precisa ser tão
igual, mas quando se tem extremismos de alguma parte a coisa não dá certa. Por
isso creio que o Caminhante Flutuante está indo bem e possivelmente mais
pessoas vão nos conhecer e curtir nosso som. Obrigado.
Próxima entrevista
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