Ângelo além de renomado fotógrafo é o eterno
baixista da cult band Violeta de Outono que está prestes a lançar material
novo. Junto a entrevista a inclusão de material fotográfico utilizado em
campanhas publicitárias, matérias de revistas, exposições... Confira, ficou
super bacana!
2112. Acredito que muitos fãs do Violeta de Outono nem imagina
que além de músico você também exerce o ofício de fotógrafo. Quando começou
essa paixão?
Ângelo. Eu comecei a me
interessar por fotografia e música quase que simultaneamente, com 14 anos por
fotografia e com 15 por música, com 18 anos eu comecei a trabalhar
profissionalmente com fotografia.
2112. Como você define a música e a fotografia na sua
vida?
Ângelo. É uma interseção, a importância
é igual, mas profissionalmente eu vivo de fotografia.
2112. Qual é a sua formação musical?
Ângelo. Eu comecei tendo aulas
de teoria musical aos 15 anos, depois tive aulas de violão erudito com o mesmo
professor do Fábio, também tive algumas aulas de baixo.
2112. Quais músicos ou bandas você destacaria como
influências fundamentais na sua formação como instrumentista?
Ângelo. Nem sempre o que ouvimos
e gostamos se manifesta como influência direta, gosto de muitos baixistas que
não tem nada a ver com o e meu estilo de tocar, que é empírico em relação a química do Violeta, em
outras palavras, o baixo do Violeta tema ver com o Violeta, com certeza você pode
identificar influencias diversas, um mix de estilos mas com uma linha condutora
bem definida, de Pink Floyd a Echo And The Bunnyman, de Led Zeppelin a Oasis,
de Joy Division as bandas psicodélicas dos anos 60 (Sombras Flutuantes, Outono,
Tomorow Never Knows, Retorno, Faces, são músicas do primeiro álbum que definem
bem estas influências). No álbum Ilhas, estas infelicitas são bem ecléticas também,
como na música Super Nova, o baixo é definido por notas fundamentais e no final
tem um desenho de improviso, ainda no álbum ilhas o baixo de Júpiter segue uma
linha pesada no começo e termina num desenho que se repete até o final, no
DVD ao vivo com Orquestra, na música Espectro, o baixo é a linha de baixo é uma
referência direta ao musica Sailor’s Tale do King Crimson!
2112. Você tem o hobby de colecionar instrumentos? Qual
é o seu predileto?
Ângelo. Não coleciono
instrumentos! Tenho um Fender Precison Sunburst 1971, um violão Takamine e uma
Craviola Classica Giannini de 12 cordas.
2112. Na sua opinião o que impediu o Violeta de Outono
de alcançar uma maior exposição junto a mídia pois apesar influência prog
psicodélica a banda tinha uma ótima veia radiofônica. Foi uma opção da própria
banda?
Ângelo. São várias coisas ao mesmo
tempo, mas basicamente uma postura menos “pop” da banda
em relação a mídia e o momento da cena musical vigente na época, também
acho que no segundo álbum acabamos fazendo algumas experiências que não
resultaram em uma música mais radiofônica como no primeiro álbum onde tínhamos
6 músicas tocando em rádios, embora esta veia radiofônica
sempre existiu e foi muito importante para nós. O Violeta foi eleito
em primeiro lugar a Banda revelação do ano de 1987 pelo público da revista Bizz
e em segundo pela crítica, uma rara combinação de público e crítica!!!
2112. Vocês se tornaram uma das maiores cult band do
rock brazuca e dona de um público fidelíssimo que enche os shows e esgota todos
os seus lançamentos. Como você explica essa paixão?
Ângelo. O Violeta é uma banda
que embora estivesse inserida numa cena musical da época, o que foi e é muito
importante, o som do Violeta tem uma característica atemporal a esta época, a
sonoridade era muito diferente de tudo o que acontecia, acabava agradando várias
vertentes do Rock & Pop, acho que estas características se consolidaram
através do tempo, hoje quem se renova é o público do Violeta , pessoas jovens
que querem ouvir uma música mais “ velha “ que elas , neste sentido o Violeta
se tornou um clássico do Rock nacional.
2112. O que o levou a sair da banda?
Ângelo. Sai por um
período, pois eu não estava conseguindo me dedicar igual a música e a
fotografia, foi logo após o álbum Ilhas. Voltei em 2016.
2112. Acho muito bacana o vínculo de amizade que existe
entre vocês três. De tempos em tempos vocês se reúnem, gravam, fazem shows e
segundo os fãs essa é "a melhor formação" da banda. Isso é muito
bacana, não?
Ângelo. Sou amigo de colégio do
Fabio, temos um gosto musical muito parecido, do erudito ao Rock, Pop; e depois
com o Claudio também, estas afinidades continuaram entre os três, cinema, música,
fotografia, esta formação original é a química do Violeta, onde a
sonoridade ao vivo é muito forte, e onde as composições tem a cara do Violeta. Eu
e o Claudio somos fãs do Fábio, ele é um excelente guitarrista, um puta estilo,
então fica tudo mais fácil e somado a amizade, mais fácil ainda.
2112. São suas as fotos das capas que ilustram os
trabalhos da banda?
Ângelo. Do primeiro álbum, do
Mulher na Montanha, do Ilhas.
2112. Em algum momento você já pensou em lançar um álbum
solo ou mesmo formar uma banda?
Ângelo. Não!
2112. Você trabalha apenas com fotos publicitárias ou
também faz exposições? Afinal a fotografia é tão arte como a música, a
pintura...
Ângelo. Trabalho com
publicidade, editorias de revistas, clientes diretos, e tenho uma trabalho
autoral também com 18 exposições.
2112. ... e de uma certa maneira uma completa a outra,
não é?
Ângelo. As artes se
complementam.
2112. O que mais ti chama a atenção quando está
fotografando?
Ângelo. Vou fazer uma “paródia”
com os jogadores de futebol dizem: “cada jogo é um jogo“!!!
2112. Você viaja muito para fotografar? Qual tipo de
fotografia mais o atrai: pessoas, paisagens, festas populares...
Ângelo. Todas, é o momento.
2112. Muitíssimo obrigado pela entrevista... o microfone
é seu!
Ângelo. Agradeço a oportunidade
de colaborar para que as pessoas que gostam do Violeta saberem um pouco mais
sobre a banda. Em breve o Violeta estará lançando dois singles novos.
Próxima entrevista: Power Blues dia 18
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