O sul brasileiro sempre teve fama de celeiro de grandes bandas e se você procurar informações achará Liverpool, Bixo da Seda, TNT, Vlad V, Garotos da Rua... (as duas últimas já entrevistas aqui!) e agora apresento a Lodovicos. É um rock’n’roll pulsante, direto na veia como deve ser...
2112. Sempre gosto de comentar o momento “bacana” que a cena autoral brazuca está atravessando com uma infinidade de bandas e estilos. Pena não existir um apoio a altura como deveria, não é?
Angelo. Verdade,
as bandas tem se mantido na cena de forma totalmente independente, produzindo e
lançando material com recurso próprio e contanto com redes sociais para levar
sua música o mais longe possível.
2112. O Rio Grande do Sul por
exemplo tem uma tradição de grandes bandas. O que vocês tem ouvido de
interessante no cenário gaúcho?
Mauricio. O Rio
Grande do Sul é berço de muitas bandas boas, espalhadas pelo interior do
estado, mas apesar disso, estamos carecendo de bandas que atinjam o grande
público como sempre foi tradição por aqui.
Angelo. A
gente costuma ouvir as bandas clássica aqui do sul, TNT, Cascavelletes,
Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós, Cachorro Grande, Os Replicantes, Acústicos
& Valvulados, e atualmente estamos ouvindo bastante duas bandas que vem se
destacando no cenário gaúcho que são: Cattarse e Dingo Bells.
2112. Hoje existe uma boa quantidade
de bandas mas falta espaços para tocar. Como é a cena aí no sul? Ela é muito
atuante?
Angelo. Aqui no
Sul a cena tem se mostrado forte, tem onde tocar, o rock é um estilo bem
aceito, o grande problema são os contratantes, visam apenas o próprio lucro.
2112. Vocês surgiram numa
época de transição com o rock brasileiro abrindo mão das influências dos anos
80/90 em busca de novos caminhos. Como foi formar uma banda em meio a essas
mudanças?
Angelo. Foi um
processo natural, sempre gostamos de ouvir sons de bandas “novas”.
Mauricio. Até
porque o rock sempre foi um estilo em constante evolução, não dá pra ficar
repetindo o que já foi feito. Dessa forma, a gente tenta dar uma cara bem
particular ao nosso som.
2112. A Lodovicos tem uma base
um rock’n’roll que muito lembra as bandas setentistas brasileiras. Quais
são as influências de vocês?
Angelo. É um pouco
complicado quando se fala em influências, cada integrante traz a sua, e ela é
transitória, depende o que estamos ouvindo no momento. Hoje temos nos inspirado
em bandas como: Selvagens A Procura de Lei, The Black Keys, Arctic Monkeys,
etc...
2112. Vocês ouvem de tudo um pouco?
Angelo. Sim,
ouvimos o que gostamos, sem nos preocuparmos com rótulos.
2112. O cenário está um tanto
desgastado com as famosas fórmulas de “sucesso”. O que uma banda hoje precisa
fazer para ter um relativo sucesso sem precisar de abrir mão de suas diretrizes
musicais?
Mauricio. O interesse da galera, no geral, é por essas músicas prontas, enlatadas,
fáceis de ouvir, mas que amanhã ninguém mais vai lembrar. Não nos preocupamos
em fazer uma música que faça sucesso. Nosso objetivo é fazer com que esse
sucesso seja alcançado naturalmente e que as pessoas curtam e entendam a
proposta da banda.
Angelo. Pode
parecer “clichê”, mas o que precisa é ter verdade na música que você faz, ela
precisa vir de dentro, quem escuta a sua música precisa sentir a sua vibe.
2112. A Lodovicos já tem um EP no
currículo o que muito ajuda na hora da divulgação. Como foi a gravação deste
trabalho?
Angelo. Foi muito
bacana, a gente vinha de uma fase de bastante shows, a vibe era boa, curtição
total, gravamos em um excelente Studio de Curitiba, com o amigo de longa data,
Leonardo Mezzomo.
2112. Sendo vocês uma banda autoral
quem compõem no grupo?
Angelo. Todos nós
compomos na banda.
2112. Temos presenciado uma
crescente onda de violência em todos os setores da sociedade que chega assustar
em certos momentos. Vocês se deixam influenciar por esses fatos negativos na
hora de compor?
Angelo. Não! Até
porque a nossa proposta é de fazer um som mais alto astral, que leve alegria às
pessoas.
Mauricio. Há tanta violência por todos os lados que o nosso intuito é fazer com que
a galera esqueça, pelo menos por alguns instantes, os problemas que nos rodeiam
atualmente.
2112. Com as atuais plataformas
digitais, free download e também a pirataria... vocês ainda acham válido gravar
cd’s ou mesmo vinil?
Angelo. Sem
dúvidas. É muito válido, a maioria das pessoas que gosta da sua banda quer ter
o material físico, assim como nós temos das bandas que gostamos.
2112. É verdade que o EP
esgotou a primeira tiragem?
Angelo. É
verdade. Felizmente o EP foi bem aceito pelo público.
2112. Vocês pretendem fazer uma nova
tiragem?
Angelo. No momento
não, a idéia agora é lançar material novo.
2112. A banda já tem projetos para
gravar um novo trabalho? Dá para adiantar alguma coisa?
Angelo. Sim,
estamos trabalhando em músicas novas, devemos entrar em estúdio no mês de
outubro e o lançamento esta previsto para novembro. A gravação deve ocorrer na
serra gaúcha.
Mauricio. As músicas serão disponibilizadas nas plataformas digitais e um novo
clipe será lançado, provavelmente, em novembro.
2112. O microfone é de vocês...
Mauricio. A
Lodovicos está de volta após uma pausa de um ano, com uma nova formação mas com
o mesmo espírito rock´n´roll que sempre nos motivou a fazer o nosso som.
Enquanto existir uma gurizada reunida na garagem de casa fazendo um som, o rock
jamais irá morrer. O nosso grande objetivo é esse, não deixar essa chama se
apagar e mostrar que o rock, sim, pode se renovar e se manter vivo mesmo com
todas as dificuldades. Quem quiser conhecer mais o nosso trabalho, pode acessar
nosso canal em youtube.com/Lodovicos. Let´s rock!
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