Em dois anos de existência o blog tem me proporcionado
várias experiências bacanas e uma delas é entrevistar pessoas que eu sempre
admirei. Fernando Pacheco além de grande instrumentista e compositor é um ícone
do prog rock mundial. A conversa girou em torno da banda Recordando o Vale das
Maçãs, sua carreira solo, seus projetos... Espero que gostem!
2112. Este ano completa quarenta e três anos da
fundação do Recordando o Vale das Maçãs. Você tem algum projeto em vista para
comemorar a data?
Fernando Pacheco. 1974 - 2018, em 3 de agosto de
2018, completamos 44 anos da primeira apresentação em público, data em que o
grupo foi batizado com o nome de RECORDANDO O VALE DAS MAÇÃS. Antes de 1974, ou
seja, em 1973, nós não tínhamos projeto desse TRIO fundador (Fernando Pacheco,
Fernando Motta e Domingos Mariotti), se apresentar profissionalmente e, muito
menos, ter um nome de banda. Nesse ano de 1973, nós estávamos reunidos
semanalmente, compondo e tocando sem maiores interesses profissionais. Em 1974,
quando fomos residir em um Sítio na cidade de Ouro Fino - MG, é que começamos a
ter interesse em divulgar esse trabalho que já tinha um formato definido com
repertório pronto para ser apresentado ao público. Chegando agora na resposta
da sua pergunta, nós comemoramos o aniversário de 40 anos, em 2014, com algumas
apresentações nos Estados de Minas Gerais e São Paulo, bem como a gravação do
CD “RECORDANDO O VALE DAS MAÇÃS – 40 ANOS”. Não temos intenção de comemorar
aniversário todos os anos, com eventos especiais e registros dessas datas, como
aconteceu em 1984 (10 anos), 1994 (20 anos), 2004 (30 anos) e 2014 (40 anos).
Vamos aguardar 2024, para comemorarmos 50 anos. Não preciso dizer o quanto
complicado é manter uma banda, com a mesma formação, durante tantos anos,
principalmente com trabalhos artístico/cultural/alternativo/independente, é
quase impossível, porque envolvem mais despesas do que lucros. Por isso tivemos
várias formações durante todos esses anos. O Trio fundador durou apenas 1 ano
(1974), se considerar o processo embrionário, podemos somar 2 anos (1973 -
1974). A formação atual, é a que se mantém a mais tempo, (2004 - 2018) 14 anos
= Fernando Pacheco - Guitarras; Tom Zé Bortoloto - bateria; Giuliano Tiburzio -
baixo; Lael Campos - Teclados.
2112. A banda tem um séquito fiel de fãs em todo o mundo que
compram seus discos a peso de ouro no mercado de vinis usados e de CDR’s. A
fidelidade dos fãs da banda impressiona, não?
Fernando Pacheco. Sim, lógico, impressiona. Eu,
particularmente, não tinha noção da repercussão do nosso trabalho, até o
lançamento do LP HIMALAIA (1986), projeto que iniciei em 1984 (comemorativo ao
aniversário de 10 anos), o qual foi concluído com o lançamento do LP em 1986.
Na primeira década de RVM, não tínhamos as facilidades de comunicação de hoje,
tudo ao vivo em tempo real, o processo de informação era muito lento, não
sabíamos o que estava acontecendo na cidade vizinha. Com o lançamento do LP
HIMALAIA, logo na primeira semana, fiquei surpreso com o contato de dois
compradores da cidade de São Paulo, que me procuraram e começaram a comprar
toda a produção e exportar para vários países, isso foi seguido por outros
compradores do Rio de Janeiro, que também exportavam. A partir daí comecei a
ter respostas positivas e conhecimento de todo esse sucesso do RVM,
principalmente no exterior.
2112. A edição em cd também esgotou rápidinho e já
virou ítem de colecionador. Haverá outra reedição?
Fernando Pacheco. O CD lançado em 1994
(comemorativo as 20 anos), foi premiado na França, nesse ano, e na Noruega em
1996. Como já mencionei, esse CD foi regravado em 2014 (CD 40 anos), pela
formação atual do RVM.
2112. Você poderia falar um pouco do período que tocou
nos grupos Os Lobos e End Up Six com o Motta?
Fernando Pacheco. O Motta é meu Primo/Irmão, fomos
criados juntos, nossa diferença de idade é de apenas 2 meses. Começamos a
apreender música e tocar juntos desde os 13 anos de idade em 1967. O Motta
sempre foi um parceiro muito importante no desenvolvimento do meu trabalho
musical, e durante o tempo que esteve no RVM, foi de fundamental importância do
nosso processo de criação. Quanto as bandas “Os Lobos”e “End Up Six”, foram
bandas amadoras, da nossa época de adolescentes, tocávamos em quermesse de
colégio e só isso. Foram bandas importantes no nosso aprendizado.
2112. Essas bandas deixaram algum registro?
Fernando Pacheco. Não temos registros sonoros dessa
época, apenas fotos.
2112. Em 1973 surge o Recordando o Vale das Maçãs que em
pouco tempo se tornou um dos grandes ícones do rock progressivo brasileiro.
Conte um pouco sobre os primórdios da banda...
Fernando Pacheco. Já mencionei acima, alguns
detalhes, repito que no início não tínhamos interesse profissional, tivemos o
privilégio de iniciar em uma época que tudo era novidade, as pessoas eram muito
criativas, estávamos no meio do surgimento de grandes bandas de vários estilos
diferentes, as rádios só tocavam músicas de qualidade, porque era isso que se
produzia na época, e isso serviu de influência e motivação para o nosso
processo criativo. Os músicos dos anos 60 e 70 trabalhavam com amor, tudo era
feito com prazer e sem interesse comercial. Quando se profissionalizavam os
recursos financeiros eram naturais do resultado de qualquer trabalho
profissional, mas não influenciava na qualidade da produção, com isso o
processo de “efeito dominó”, fazia com que o público tivesse acesso a músicas
de boa qualidade, as quais emocionavam as pessoas, e essa é a principal
significação da música “traduzir sentimentos e emoções”, é um processo de
comunicação através da “Linguagem sonora”.
2112. Vocês surgiram em meio ao processo da “ditadura” que
mantinha uma severa censura em cima das bandas com relação a letras, visual,
atitudes... Como foi criar e manter um grupo em meio a todas essas confusões?
Fernando Pacheco. O RVM era paz e amor, não
tínhamos mensagens políticas nas nossas composições. Participamos de muitos
festivais, nos anos 70, e as letras precisavam passar pela liberação da censura
federal, em Brasília, antes de serem inscritas no festival, mas nunca tivemos
música censurada, ou qualquer outro tipo de problema com a polícia federal,
DOPS, etc.
2112. Não podemos esquecer da explosão do punk rock e
da disco music... que de uma certa maneira deu novo rumo a um prog mais
comercial. Como você vê esse período?
Fernando Pacheco. A partir de 80, com a explosão do
PUNK, o progressivo saiu da mídia, no Brasil, perdeu espaço. O disco music, não
teve muita importância nesse processo, era outra praia, mas o PUNK ocupou o
espaço que do Progressivo, principalmente nos produtores de gravadoras que
mudaram seu foco de investimento. A partir daí o mercado internacional foi a
melhor opção para o Rock Progressivo.
2112. Em 1978 é lançado o primeiro trabalho da banda
considerado por muitos como o maior clássico do prog rock brazuca. Você poderia
falar um pouco sobre as gravações?
Fernando Pacheco. Esse primeiro disco foi gravado
em 1977 nos estúdios do cantor Eduardo Araújo (Estúdio TEMPLO), 8 canais,
produção de Ary Tell, direção artística de Cayon Gadia, direção executiva
Moacyr M. Machado, técnico de gravação Waldir L. Pinheiro, gravadora GTA
(gravações tupi associadas), pertencente a Rede TUPI de Televisão, teve o
repertório e arranjos escolhidos pela produção. Tivemos, também, a participação
nos teclados e arranjos do excelente tecladista Eduardo Assad, contratado pela
gravadora, e de Cristina Lobão, que foi cantora do RVM nos anos 70. Apesar do
RVM ser considerado, desde o início, como uma banda de Rock Progressivo, esse
disco não tem músicas do estilo Rock Progressivo, as formas musicais são
diversas, no lado “A” temos baladas, música de festival, Rock Rural e, até,
disco music, “Raio de Sol” última faixa do lado A. Do lado B temos a música que
dá nome ao LP, a qual se passou a ser Rock Progressivo a partir do CD de 1993
em versão instrumental, porque nesse LP de 77 ela, também, não tinha as
estruturas da forma e estilo do Rock Progressivo, tinha um instrumental leve,
vindo de um formato New Age, e suas partes foram subdivididas, em 4 partes, a
fim de que pudesse ser tocada em rádios. Então porque o RVM, apesar de
ter seu primeiro disco, o qual abriu portas para o contato com um público
maior, não ter o formato de Rock Progressivo, ser considerado uma banda de Rock
Progressivo? Porque no repertório dos nossos shows, tínhamos duas músicas
“HIMALAIA” e “CICLO DA VIDA”, as quais são Rock Progressivo Clássico Sinfônico,
e essas duas músicas davam quase uma hora de show. Sendo que essas duas músicas
são composições de 1973 (Himalaia) e 1975 (Ciclo da Vida). Como elas não foram
gravadas nesse primeiro LP, quando levei o trabalho para Minas Gerais, achei
que seria importante, registrar essas obras em disco, para que o público
tivesse acesso e conhecesse o verdadeiro trabalho de Rock Progressivo do RVM,
foi então que em 1986 lancei as duas no LP HIMALAIA.
2112. O que de curioso aconteceu no estúdio e que você
nunca comentou com ninguém...
Fernando Pacheco. Em estúdio acontecem muitas
coisas, como também nos bastidores dos shows. Eu gosto muito desses momentos,
são únicos, especiais, geralmente de muita alegria e convívio dos músicos, sem
a plateia, sem luzes, etc. Tem uma máxima muito verdadeira, da minha área de
pesquisa da Semiótica da Música e Crítica Genética Musical, que diz “perdemos
muita arte por não assistir os ensaios”. E justamente por serem momentos
particulares dos músicos, produtores e amigos próximos que as vezes estão
presentes nos estúdios e bastidores, não posso revelar situações engraçadas,
tristes ou estranhas, porque estaria invadindo a privacidade das pessoas que
estariam sendo citadas. Sobre situações curiosas que pudessem ser comentadas
aqui, não me lembro de nenhuma que possa ser interessante, fico devendo esta
resposta.
2112. Nas letras vocês abordavam muita coisa ligada à
natureza, histórias de superação e momentos de misticismo. Como era o processo
de composição da banda? Todos colaboravam?
Fernando Pacheco. Sim, todos participavam do
processo de composição. Porém cometemos um grave erro nos créditos, isso é
muito comum em bandas, mas não é correto, e é um processo amador, ou seja, um
músico apresenta um rascunho, uma harmonia ou uma ideia inicial, em cima disso
começam o que podemos chamar de laboratório, improvisações, etc., até que a
composição começa a ter um formato definido. Sabemos que os registros de música
são pela letra e melodias, as harmonias podem ser alteradas nos arranjos, porém
a letra e melodia são o que tem a maior representação dos direitos autorais.
Era muito comum um músico trazer uma ideia de harmonia e em cima dessa
harmonia, cada um criava melodias, essas melodias fazem parte da composição e
os créditos ficavam apenas para aquele que apresentou a ideia inicial. Pode ser
observado no encarte do CD de 1993, que diz o seguinte: “All songs written,
composed and arranged by R.V.M” (Todas as músicas escritas, compostas e
arranjadas por R.V.M). Quem assina essa produção é nosso saudoso e querido
amigo Milton Bernardes, baterista do RVM de 1975 a 1997. Foi ele que resolveu
colocar os créditos dessa forma, corrigindo esse problema do LP de 1977.
2112. O disco apresenta um belo trabalho de percussão,
flautas e violões o que os diferenciava da maioria das bandas das da época.
Vocês ouviam todo tipo de som?
Fernando Pacheco. Nós ouvíamos de tudo, mas sempre
tivemos uma preferência pelo Rock Progressivo. Eu, particularmente, tenho
formação de violão clássico, desde o técnico (Conservatório), passando pela
graduação até o mestrado, com isso a preferência pelo Rock Progressivo, que é a
fusão do Rock dos anos 60 com o clássico sinfônico.
2112. A suíte “As crianças da Nova Floresta” é um
grande épico prog com um arranjo bem complexo. A gravação foi muito complicada?
Fernando Pacheco. “As crianças da nova floresta II”
do CD de 1993 é um Rock Progressivo, porém, como já disse anteriormente, a
estrutura da forma do LP de 1977 não é Rock Progressivo, tem elementos da
músicas clássica mas não é Rock. Sim, o arranjo é bem complexo, o que a
diferencia das músicas do lado A, que são mais simples. Nos anos 70, não se
tinha os recursos de hoje, em estúdio, por isso as músicas eram gravadas
direto, sem emendas, mas nós estávamos bem ensaiados, não tivemos problemas na
performance dos músicos, quem teve dificuldades foram a produção e a técnica,
para conseguir gravar tantos instrumentos, pois além dos nosso que eram 7, com
a voz 8, o tecladista Eduardo Assad colocou muitos teclados, no Raio de Sol ele
usou 7 teclados, com isso foi preciso fazer reduções gravando mais de um
instrumento por canal, exemplo: “o meu violão de 12 cordas, na música do lado
B, ficou junto com a caixa da bateria, na hora da mixagem, complicou, porque
precisava aumentar o solo e caixa da bateria aumentava junto”.
2112. Era você mesmo quem fazia os arranjos na banda?
R. Não, como já disse, todos participavam das composições
e dos arranjos.
2112. A letra da música também é outro épico: “Olhe tudo
do jeito que você quiser ver, mas antes olhe para dentro de você, o caminho
começa por aí...”. É um conselho para uma viagem solitária para dentro
do seu próprio “eu” a procura de respostas e de uma saída. Você é
místico?
Fernando Pacheco. Nós tínhamos como mensagem
principal a integração do homem com a natureza, respeito aos animais e a busca
por uma vida saudável, alimentação natural (macrobiótica e vegetariana). Também
o lado espiritual, que envolve uma série de questionamentos de porque estamos
aqui, para onde vamos, etc... Essa busca nós sempre tivemos, e através dela
fomos procurando evoluir espiritualmente. Viver em comunidade, que na época de
70 era muito influenciada pelo movimento Hippie, e outras manifestações através
de cabelos longos, roupas, etc. Nunca nos fantasiamos, nós vivemos todas essas
experiências.
2112. Um fã da banda certa vez disse que: “As Crianças da
Nova Floresta, é o melhor disco de rock progressivo brasileiro já lançado na
frente de qualquer um de O Terço, Mutantes, O Som Nosso de Cada Dia e Módulo
Mil.” Qual a sua opinião sobre isso?
Fernando Pacheco. Não costumo analisar as coisas
como melhor ou pior, exemplo: as pessoas costumam dizer “este guitarrista é o
melhor do mundo “ou” este guitarrista é melhor que “aquele” ou “esta banda é a
melhor do mundo”, e assim vai. Acho isso uma grande bobagem, analiso os
trabalhos, ou os músicos como bons ou ruins, não fico procurando analise
competitiva de que este é melhor. Além disso, se não for uma análise técnica
feita por um especialista, considero uma análise de “estética subjetiva”,
alguém gosta e alguém não gosta, isso não dá pra discutir. Agora indo direto a
sua pergunta, é lógico que fico feliz em saber que tem pessoas que gostam do
nosso trabalho, mas não me apego a essas classificações de melhor ou pior.
2112. O LP de vocês na época teve uma melhor aceitação
no exterior que por aqui. A que você atribui isso?
Fernando Pacheco. Vou discordar de você, nosso LP
de 77 não teve maior aceitação no exterior, pelo menos não no período em que
foi lançado. Talvez depois do HIMALAIA em 1986, porque foi a partir daí que
começamos a ter acesso ao mercado exterior, e o público começou a conhecer o
RVM e buscar os trabalhos que já havíamos produzido, nesse caso o LP de 77
passa a ser procurado e valorizado no exterior. A gravadora GTA, era uma
gravadora nova, e não chegou a ter projetos de distribuição no exterior, por
isso não tinha como esse trabalho ter sido conhecido no exterior durante a
vigência da GTA que foi de 77 a 79, quando no final de 79 a TUPI e todos os
associados deixaram de existir. Quanto a aceitação do nosso trabalho, como um
todo, principalmente, a partir de 86, da fase instrumental, onde não havia a
barreira da língua, e o trabalho passou a ser um clássico do Rock Progressivo,
podemos atribuir a melhor aceitação no exterior do que no Brasil, em razão da
cultura europeia, onde é o berço da música clássica, instrumental e,
consequentemente do Rock Progressivo, enquanto que aqui no Brasil não preciso
comentar.
2112. De uma certa maneira isso aconteceu com várias
bandas da sua época, não é?
Fernando Pacheco. Do Rock progressivo acho que não,
vinha mais trabalhos de lá pra cá do que de daqui pra lá. Tanto que, só em
1997, o RVM foi a primeira banda de Rock Progressivo, do Brasil, a representar,
oficialmente, o Brasil no exterior com um convite da Embaixada do Brasil na
França, onde nos apresentamos em Paris, na Fête de La musique, em 21 de junho
de 1997, em razão de nosso CD de 93 ter sido premiado na França em 94. Quando
digo “oficialmente”, estou me referindo a uma banda que foi convidada pela
Embaixada brasileira a representar o país num evento internacional, porque ir
para outro País se apresentar de forma independente ou por um contratante
particular, isso qualquer banda pode fazer, porém oficialmente, é diferente, o
convite vem de lá pra cá, não estou indo de oferecido ou de forma particular,
por isso fomos os primeiros, desse estilo musical, nessas condições.
2112. A banda chegou a fazer algum show no exterior?
Fernando Pacheco. Sim, fizemos esse que mencionei
acima, em Paris.
2112. Tão logo saiu o disco a cantora Cristina Leão
saiu da banda. O que houve?
Fernando Pacheco. A Cristina já tinha saído da
banda, meses antes da gravação, por motivos particulares dela, não teve nenhum
problema com a banda, tanto que quando fomos gravar, ela foi convidada a
participar dos vocais.
2112. Em pouco tempo vocês foram contratados pela
extinta TV Tupi que gerou um clipe que tocava direto além da participação
em vários programas da emissora. Isso ajudou bastante na popularização da
banda, não é?
Fernando Pacheco. Sim, estávamos na grande mídia,
todos os dias em vídeo e semanalmente em programas de grande audiência, como
“Almoço com as Estrelas” de Lolita e Airton Rodrigues. Também, sempre
participávamos de programas de rádio. Naquela época não precisava pagar “Jabá”.
2112. Em 1982 vocês gravam o compacto Sorriso de
Verão/Flores na Estrada e logo em seguida encerram carreira. O que realmente
aconteceu?
Fernando Pacheco. O compacto Sorriso de verão, que
é uma música romântica, confirmando o que eu havia dito, que nosso trabalho
gravado não era Rock Progressivo, esse compacto independente, gravado nos
estúdios Eldorado, em SP, ficou em primeiro lugar nas FMs de Santos, durante 6
meses, foi um sucesso regional, na baixada santista, fazíamos shows sempre com
casa lotada, nos clubes e teatros da cidade. Nosso último show dessa formação,
foi no Teatro TUCA, em São Paulo, no projeto VIRADA PAULISTA, em novembro de
1982. Nós não encerramos a carreira. O que aconteceu, foi que alguns músicos
não podiam continuar no projeto RVM, porque tinham outros compromissos
assumidos, profissionalmente, fora da música. Com isso o trabalho precisaria
ser reformulado, e foi o que aconteceu. Em 1987, depois conseguimos
reestruturar a banda para shows ao vivo, com a volta do baterista de 70, Milton
Bernardes, o qual havia saído do RVM em 79, a volta do tecladista Lee, o baixo
ficou por conta de Chico Gomes até 89, quando retorna o baixista de 70, Gui.
Esse retorno aos palcos, acontece com a base do trabalho em Minas Gerais, pois
desde 83, com a minha mudança para esse estado, levei comigo o projeto RVM com
a intenção de reeditá-lo, quando possível. É um processo demorado, não é fácil,
pois lidamos com seres humanos, cada um com seus compromissos e, como é do
conhecimento de todos, esse tipo de trabalho não é comercial.
2112. Cinco anos depois já em carreira solo
você lança o magnífico álbum “Himalaia”. A participação de ex-membros do
RVM gerou alguma “especulação” na época sobre um possível retorno da banda?
Fernando Pacheco. Minha intenção, com o lançamento
do LP HIMALAIA, foi produzir um trabalho que colocasse, novamente, o RVM na
estrada para apresentações ao vivo. HIMALAIA foi o fio condutor desse processo.
Não tivemos problemas de especulação de ex-membros, pois aqueles que puderam
retornar, voltaram a fazer parte do RVM, os que não puderam, participaram como
convidados nas gravações do CD de 93, CD de 99 HIMALAI II e, também, de alguns
shows em 1992, estou me referindo ao Fernando Motta (violão) e ao Domingos
Mariotti (Flauta).
2112. A banda parece uma irmandade...
Fernando Pacheco. Nunca considerei como uma
irmandade.
2112. O álbum se divide em dois momentos distintos:
The Past contou com a participação de ex-integrantes do RVM que a meu
ver significa o sentimento de “missão cumprida” e The Present com você
tocando todos os instrumentos como uma olhada para frente... Estou errado?
Fernando Pacheco. The Past foi com a intenção de
reaproximar os músicos dos anos 70, novamente ao projeto RVM, motivá-los
através desse lançamento, ao mesmo tempo de aproveitar dois clássicos do nosso
repertório, que não tinham sido lançados em disco (HIMALAIA E CICLO DA VIDA),
bem como colocar o RVM na cena real do Rock Progressivo clássico sinfônico
instrumental, ou seja, dando um novo direcionamento ao trabalho. O fato de eu
tocar todos os instrumentos do lado B, foi por um imprevisto: Eu havia
convidado músicos professores que trabalhavam comigo no Conservatório em Minas,
para participarem desse lado B, porém, em cima da hora eles foram chamados para
um festival de inverno na cidade de Prados - MG, e eu com estúdio, INTERPRISE
de São Paulo, contratado, não tive outra opção, era fazer ou fazer. Usei meu
velho violão Takamine 1970 e uma guitarra Roland Sintetizadora GR 700, que
pertencia ao estúdio, não sabia operar, mas o técnico Marinho (Interprise) me
ajudou a pesquisar os timbres, usei sons de violino, flauta, cello e viola, a
fim de substituir os músicos que não puderam participar.
2112. É verdade que a faixa The Past era para ter sido
incluída no segundo álbum do RVM que não chegou ser gravado?
Fernando Pacheco. O lado A The Past, fazia parte de
uma gravação demo, realizada em Curitiba no ano de 1981, com a finalidade de
escolher duas músicas para o compacto que seria gravado no ano seguinte. Nessa
demo tínhamos as músicas que foram para o compacto Sorriso de verão e mais
Sonho e Himalaia. Como precisávamos voltar para a mídia, escolhemos as duas
mais comerciais, e deu certo, pelo menos regionalmente.
2112. Achei maravilhosa a faixa “Progressivo L-2 Sul”
e a mini suíte “Ciclo da Vida”.
Fernando Pacheco. Obrigado. Progressivo L-2 Sul foi
criada em Brasília, em janeiro de 1982, na Escola de Nacional de Música de
Brasília, que fica nesse endereço (L-2 Sul), por isso o nome “Progressivo L-2”,
onde passei um mês como bolsista no curso internacional de verão de Brasília,
como aluno da classe de composição e orquestração do professor inglês
Cristopher Boccheman. Essa peça teve sua primeira apresentação mundial no
Auditório da Escala Nacional de Brasília durante esse curso, na formação estava
eu ao violão acompanhado por uma orquestra de câmara formada por alunos, também
participantes desse curso. Na formação original tínhamos: Violão, Flauta
transversal, Cello, Viola, Violino e Trompa.
2112. ... Civilização apesar de curta traz um lindo
trabalho de violão e flauta. Creio que se Steve Howe a ouvisse ficaria
orgulhoso pois ele adora trabalhos acústicos. O resultado final ficou
maravilhoso...
Fernando Pacheco. Obrigado. Também sou fã de Steve
Howe, toco algumas obras dele como solista e foi uma referência para o meu
trabalho, desde o início. Essa música “Civilização Maya”, foi regravada pelo
DUO FERNANDO`S, no CD “São Thomé das Letras” lançado em 2015 em anexo ao
SONGBOOK do mesmo nome, sendo que nessa regravação no formato de Duo de Violões
ela é apresentada com um novo arranjo, com vários compassos de improvisação e,
consequentemente, mais longa.
2112. Fale um pouco sobre o início da sua carreira
como músico...
Fernando Pacheco. Comecei profissionalmente
trabalhando na noite, com o baterista Milton Banana, na cidade de São Vicente,
vizinha de Santos, tocava todas as noites de terça a domingo das 22h às 04h.
Tocava contra-baixo elétrico, porque fui procurar emprego de guitarrista mas só
encontrei de baixista, como precisava trabalhar, encarei o baixo. Foram 3 anos
nesse serviço, sendo que no ano seguinte, em 1975, comecei a tocar em uma
bandas de baile de Santos de nome TROPICAL JUNGLE, dessa forma eu tocava de
terça a quinta na boate e de sexta a domingo na banda de baile, e colocava um
substituto nas boate para eu não perder a boca de serviço de terça a quinta.
Sempre estudei muito e em 78, depois de subir a serra para SP, comecei a dar
aulas em escolas de música, em SP me formei no curso técnico do Conservatório
Villa-Lobos, que era reconhecido pelo MEC, com isso consegui tirar a carteira
de professor no MEC, e foi com ela que fiz concurso em Minas e passei a ser
titular de duas cadeiras no Conservatório de Pouso Alegre (Violão e Estruturação
Musical), onde me aposentei em 2014. Continuei estudando até o Mestrado, que me
abriu portas para me tornar um Professor Universitário. Como músico
instrumentista continuei, em Minas, a trabalhar em bandas de baile e shows até
2006, quando parei com os trabalhos comerciais e passei a me dedicar ao meu
estúdio e a trabalhos autorais. Hoje, além do RVM e do Duo Fernando`s, lancei
um CD em 2010 com a banda Abstraction Layer. Desde 2017, estou gravando com a
banda BLIND FLIGHT, amigos de SP (Diego Sgrillo e Leandro Oliva), Rock
Progressivo cantado em Inglês, trabalho autoral, e desde junho deste ano estou
tocando guitarra na MEYER BIG BAND, uma Big Band formada por excelentes músicos
profissionais, somos em 23 músicos.
2112. Quem mais o influenciou na decisão de ser músico?
Fernando Pacheco. Não tive influência na família,
foi coisa da época, Jovem Guarda, The Beatles, amigos.
2112. Na sua visão de músico o que tem ouvido de
diferenciado num cenário cada vez mais perdido em fórmulas desgastadas o que acaba
gerando bandas cada vez mais sem conteúdos...
Fernando Pacheco. Ouço muito os guitarristas com
quem estudei em alguns cursos, no Brasil e na Europa (Larry Coryell e Nelson
Faria). Sempre ouço Lee Ritenour, Larry Carlton, John Scofield e Scott Anderson
e, também os grandes mestres Joe Pass e Wes Montgomery, entre outros, são
muitos músicos fantásticos, não dá pra citar todos. As bandas clássicas, de
Rock Progressivo, também estou sempre ouvindo e assistindo vídeos: Pink Floyd,
Gênesis e Yes.
2112. Em 1993 você grava o cd As Crianças da Nova
Floresta II e no ano seguinte 1977-82 ambos com o RVM. Vocês poderia falar um
pouco sobre ambos os projetos?
Fernando Pacheco. Em 93 gravamos AS
CIRANÇAS.....II, porém o CD 1977-1982 foi remasterizado e lançado em 2001. 93
foi um projeto do selo Progressive Rock de SP, gravamos nos estúdios do Rick
Bonadio – SP, foi muito importante para nos firmar no cenário internacional,
foi muito bem distribuído e aceito na Europa e Japão. O de 2001, foi lançado
pela Rock Symphony de Niterói em parceira com o MUSEA da França, esses dois
selos, também, lançaram Spirals of Time em 2006. A intenção de relançar em CD o
LP de 77 e compacto de 82, foi em razão da grande procura desses discos que
estavam fora de catálogo. A resmasterização ficou excelente. Conseguimos
recuperar frequências que não estavam sendo ouvidas no vinil, ficou muito
interessante e, também, teve uma aceitação muito boa, principalmente no Brasil.
Não tive interesse nessa produção, no que diz respeito a shows, para o RVM,
porque além de serem obras com vocais, não são Rock Progressivo, meu interesse
era só comercial e para disponibilizar os discos que estavam fora de catálogo e
muito procurados.
2112. Esses álbuns ainda se encontram para venda?
Fernando Pacheco Sim, para colecionadores. São
raridades, o custo é alto. Ainda tenho poucas cópias de todos, incluindo os de
vinil.
2112. Você nunca pensou em lançar um box com toda a
obra do RVM + sua a solo? Seria um projeto e tanto, você não acha?
Fernando Pacheco. Sim, sempre penso nisso, pois
além dos trabalhos de banda, tenho vários discos solos lançados, a maioria
anexos em Songbooks, gravei muitas obras de Bach, Vivaldi e outros clássicos
famosos, com guitarras e violões.
2112. Em 1998 você lança Himalaia II e faz shows de
divulgação em Portugal e Espanha. Como foram esses shows?
Fernando Pacheco. Estive uma vez em Portugal, e 3
vezes na Espanha, sempre para divulgar novos lançamentos. Não fui com banda,
fui sozinho. É complicado a logística de deslocamento de uma banda para o
exterior, instrumentos, etc... O custo é muito alto, é difícil conseguir quem
banque isso. Estive apresentando trabalhos em Santiago de Compostela e La
Coruña, Participei de programas de rádio em Madri, e também entrevista para
revistas especializadas. Em outra ocasião estive em Granada onde toquei fiz um
curso de violão clássico com o Concertista e Professor Eliot Fisk, o mesmo
aconteceu em outra viagem para Córdoba onde estudei com o guitarrista Larry
Coryell. Sempre nessas viagens aproveitava para divulgar os novos lançamentos,
fazer cursos e apresentar trabalhos de pesquisa do meu mestrado em congressos
internacionais.
2112. O público lá fora idolatra nossas bandas o que
gera um bom mercado para vocês. Trabalhar no Brasil tá difícil?
Fernando Pacheco. Nunca tive problema para
trabalhar no Brasil, sempre com agenda lotada de 74 a 2006, pois fazia de tudo.
Depois que fiquei só com os trabalhos artísticos/culturais, ficou mais difícil
manter uma agenda lotada, mas de 2006 pra cá eu não tive interesse de continuar
naquela loucura de trabalhar 15 horas por dia, 7 dias por semana, passei a
colocar eu, a família e os amigos na agenda. Cada coisa tem seu tempo,
precisamos ter equilíbrio, saber aproveitar as oportunidades e, também, saber a
hora de puxar o freio de mão. Sabemos que no Brasil, a dificuldade para
trabalhos culturais sempre existiram, tentar forçar a barra, nesse sentido de
tirar leite de pedra, a pessoa pode ter algumas frustrações, é melhor ser
realista e se adaptar ao que é possível fazer.
2112. Iniciativas como o Festival Totem Prog ajuda
bastante a popularizar o estilo, não é?
Fernando Pacheco. Sim, acho que os Festivais são o
melhor caminho no momento. Em 2017 fomos convidados pela produção do Festival
Psicodália em Rio Negrinho - SC, foi excelente, produção, público, equipe
técnica, tudo muito organizado, nem parecia que estávamos no Brasil. Atualmente
só estamos tocando quando somos convidados, não estou mais auto/produzindo.
Atualmente me dedicado mais a produções em estúdio e, também, apresento
WORKSHOP com temas de harmonia/improvisação em Jazz e processos criativos do
Rock Progressivo.
2112. Hoje para você ter liberdade de criação o melhor
caminho é o trabalho independente visto que os grandes selos se perderam de vez
na música de rápido consumo...
Fernando Pacheco. Sim, a produção independente
sempre foi o melhor caminho, no que diz respeito ao artista ter liberdade de
criação, porém, a distribuição é um processo difícil, nessa parte ter uma
gravadora é muito importante. Quanto a parte financeira da produção, depende
muito dos termos do contrato, porque é muito difícil controlar as contas sobre
as vendas e a quantidade de cópias que foram feitas. Essa é a parte mais
complicada.
2112. Achei interessante o projeto Duo Fernando’s onde você
homenageia o grande músico Johnny Alf. Como surgiu esse projeto?
Fernando Pacheco. O Duo Fernando`s é um duo de
violões e guitarras formado por mim e por Fernando Pereira, desde 1983 até
hoje. Esse CD Homenagem a Johnny Alf foi nosso terceiro disco, nele tivemos a
participação de dois convidados ilustres: “Marcio Lacovo” no baixo e “Zé
Eduardo Nazário” na bateria. Em 2015 lançamos o CD, “São Thomé das Letras” todo
autoral, anexo ao SONGBOOK do mesmo nome. Temos um LP gravado em 1985, também
autoral.
2112. Musicalmente o que você gosta além de música
erudita, jazz, prog...
Fernando Pacheco. Música Clássica, Jazz e Rock
Progressivo, são minhas preferências. Quando eu tocava música comercial, nos
meus 30 anos de guitarrista de baile, ouvia de tudo, porque fazia parte do meu
trabalho, mas desde 2006 não tenho trabalhado com a música comercial da grande
mídia.
2112. O rock progressivo ao meu ver é a ramificação
mais eclética do rock. Vários sons... uma só tribo, não?
Fernando Pacheco. É a fusão do Rock dos anos 60 com
o clássico sinfônico, uma música muito elaborada. Talvez nos anos 70 fosse uma
só tribo, mas depois começaram a aparecer grupos com músicos jovens, que não
viveram a época, gostam do estilo e começam a produzir músicas, achando que
fazem Rock Progressivo em fusão com outros estilos que descaracterizam a forma.
Estudar música clássica e estruturação musical é importante para entender um
pouco sobre morfologia, estudo das formas musicais, saber diferenciar uma
Sonata de um Rondó, ou de uma Fuga, saber diferenciar Rock Progressivo de Hard
Rock, etc...
2112. E o Fernando Pacheco Trio?
Fernando Pacheco. Fernando Pacheco Trio teve mais
atividades nos anos 80, quando cheguei em Minas Gerais, o RVM ainda estava em
processo de adaptação na região, e eu me apresentava como solista em formatos
menores, quase sem ensaio, músicos profissionais com boa leitura de partituras,
tinha no repertório clássicos de jazz do livro Real Book, as vezes incluía
alguns trabalhos autorais. Essas formações eram variadas, nem sempre era
guitarra, baixo e bateria, também usava violão, flauta e violino; guitarra,
piano e saxofone, entre outras.
2112. Este projeto também tem material gravado?
Fernando Pacheco. Tem material de reportagens de
TV, em shows que fazia na região do Sul de Minas, a matéria passava na TV
Local, com finalidade de divulgar o evento e eu gravava em vídeo cassete. Não
tenho gravação em disco desse trabalho.
2112. Em 2006 você lança Spirals Of Time. Este álbum foi
gravado visando o mercado externo assim como já fez O Terço?
Fernando Pacheco. Não o mercado externo, mas pelo
fato de ter sido gravado com vocais em Inglês, ajuda a distribuir no mercado
internacional. Esse CD foi gravado com a formação atual do RVM, porém não foi
lançado em nome do RVM. Foi lançado em nome dos músicos, porque era um projeto
com vocais, sendo que desde 1985, o RVM passou a ser uma banda instrumental.
2112. Você hoje é professor de violão e guitarra na
Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) em Três Corações. Como você concilia as
suas agendas?
Fernando Pacheco. Fui professor da UNINCOR de Três
Corações e do Conservatório Estadual de Música de Pouso Alegre, MG, porém estou
aposentado desde 2014, como professor de música. Comecei a lecionar em São
Paulo em 1978, onde trabalhei até 1982. Nessa época dos anos 70, não existia
professor de guitarra elétrica em escolas de música, eu e o guitarrista Aldo
Landi fomos os pioneiros nessa área, trabalhamos juntos na escola do grupo AMA,
em SP. Fui o primeiro professor de guitarra elétrica, no Brasil, a trabalhar
com os métodos de William Leavitt da escola BERKLEE de Boston, Massachusetts,
USA, de nome: “A MODERN METHOD FOR GUITAR (3 volumes), as pessoas não conheciam
esse método, foi revolucionário, é usado até hoje. Em 1983 comecei trabalhar aqui
em MG. Teve épocas que a agenda era bem apertada, durante 30 anos trabalhei com
uma média de 40 aulas semanais + 150 shows por ano, eram 15 horas aula na
segunda, 15 na terça, 10 na quarta e de quinta a domingo eu ficava na estrada
com as bandas. Fui músico de bandas de baile de 74 até 2006, e ainda tinha os
trabalhos artísticos com o RVM. Realmente não sei como conseguia, mas deu
tudo certo, sobrevivi.
2112. Como os fãs da banda consegue adquirir os
produtos da banda. Tem algum site ou algo parecido?
Fernando Pacheco. Eu ainda tenho todos os discos
disponíveis para venda, LP 77, Compacto de 82, LP 86, CD 93, CD 99, CD 2001, CD
2006, CD 2014. Eles podem ser adquiridos diretamente comigo, através do e-mail:
rvmrecord@gmail.com.
2112. Quero agradecer a sua disponibilidade em
conceder esta entrevista e dizer que o microfone é seu....
Fernando Pacheco. Agradeço o seu interesse pelo
nosso trabalho, pela entrevista com perguntas bem elaboradas, as quais me
ajudaram e contar um pouco da história do RVM.
Próxima entrevista
Nenhum comentário:
Postar um comentário