Duas forças brutas do
metal reunidas numa mesma postagem. É interessante que apesar de terem sidas realizadas
em dias diferentes, com perguntas diferentes, sob uma ótica diferente mas que
unidas sob o mesmo ideal: o amor ao verdadeiro e puro Heavy Metal. Leiam,
curtam e divulguem!
Entrevista Eduardo
Bonadia Strikeweb
2112.
Confesso que é um grande prazer entrevistar um dos caras que mais me
influenciou na criação deste blog. Bem-vindo a esquizonave 2112!
Eduardo Bonadia.
Muito obrigado, eu que agradeço a oportunidade.
2112.
Você é um dos grandes propagadores do heavy metal no Brasil e a revista Rock
Brigade é uma das maiores instituições do gênero. Como vê o mercado do metal
hoje?
Eduardo Bonadia. Uma
beleza e uma caos ao mesmo tempo, pois estas centenas de
subdivisões vieram somente para criar mais divisões e discussões dentre os
fãs, além de que tem muita coisa chamada de heavy metal que tem 0% de heavy
metal !!!! Uma tonelada de bandas fabricadas e produzidas como numa linha de
produção que me dão asco. Apesar das plataformas digitais o cd e o vinil ainda
tem um grande público e isso me alegra, é só ver o grande número de álbuns
licenciados para o mercado nacional nestes últimos anos...
2112.
A Brigade nasceu em 1981 como um fã clube, depois virou revista e também selo.
São trinta e oito anos de histórias dedicadas ao heavy metal. Qual o balanço
que você faz de toda essa trajetória?
Eduardo Bonadia Eu
sai da Rock Brigade em 87/88 então não posso avaliar corretamente toda esta
história, a minha impressão da Brigade dos anos 90/00 por exemplo é de “Maria
vai com as outras” assim como todas as outras publicações que surgiram;
tornou-se comercialmente viável e seguiu todos os modismos e misturebas que
surgiram na época, perdeu totalmente sua essência e se prostituiu... apesar de
todas as desculpas possíveis e imagináveis constarem do dvd e que não
concordo de maneira nenhuma
2112.
Recentemente foi lançado Headbanger Voice, A História da Rock Brigade. Como
surgiu a idéia do documentário?
Eduardo Bonadia Esta
pergunta deve ser feita ao Antonío D Pirani, eu fui apenas o único cara “das
antigas” dos primórdios que foi convidado e aceitou o convite
2112.
Vocês divulgaram muitas bandas numa época que o metal era bem marginalizado.
Qual ou quais bandas que você apostou que iria explodir e que por algum motivo
acabou não acontecendo?
Eduardo Bonadia A
lista seria muito grande mas cito algumas como Metallica que ouvimos desde o
início, Slayer, Running Wild, Manowar, dentre muitos outros que dariam
muiiiiitos nomes. Quanto as promessas que não vingaram? Sinceramente não sei!
2112.
Eu sempre achei o Uriah Heep uma banda injustiçada. Eles lançaram diversos
classics albuns, tiveram grandes músicos/cantores na sua formação, tem uma
imensa legião de fãs mas que não obteve o mesmo reconhecimento que o Led
Zeppelin e o Black Sabbath por exemplo. Foda isso, não?
Eduardo Bonadia. Nos
anos 70 eu em particular curtia muito mais Uriah Heep do que Led Zeppelin (do
qual continuo gostando muito mais ainda hoje), Purple e outros e ainda é uma
das bandas realmente do coração até hoje
2112.
Recentemente você postou que não tem simpatia por letras com conteúdos
ocultistas/satânicas. O que você gosta de ouvir?
Eduardo Bonadia. Cresci
ouvindo rock/metal numa época que não havia muitas distinções e na época da
Brigade não importava se era um álbum do Maiden, Saxon, Stryper ou Bloodgood o
que importava era a qualidade musical e nunca tivemos este tipo de preconceito
e a única banda dita de black metal a qual eu realmente fui fã e curti
por uns tempos foi o Venom, depois disso acho tudo uma bobagem sem
tamanho e realmente abomino letras satânicas, niilistas, com cunho destrutivo e
negativo, não fazem minha cabeça de jeito nenhum, inclusive recentemente limpei
minha coleção de alguns nomes que tinham/tem esta temática lírica. Amo heavy
metal tradicional, e outras formas mais puras de metal (Thrash old school,
power metal, etc) mas também gosto muito de classic rock pois fui criado e
imerso no rock dos anos 70, Hard Rock, Aor, melodic rock, rock progressivo, mas
não ouço tudo de tudo que gosto, tem muita porcaria também em todas as décadas
e em todos os sub estilos......
2112.
Sei que todos tem direito a opinar mas o que você acha quando alguém diz que o
rock nacional não está no mesmo patamar dos gringos?
Eduardo Bonadia. Existem
muitas e excelentes bandas nacionais, muitas tem tanta qualidade quanto as
internacionais. O brasileiro tem que parar de se achar inferior e caminhar com
suas próprias pernas ao invés de ficar discutindo, xingando; não perca tempo
com besteiras, vá estudar um instrumentar, vá tocar, vá ensaiar, vá se
aprimorar, vá compor ao invés de perder tempo com estas redes sociais inúteis e
fúteis
2112.
Cite dez bandas que para você representa o verdadeiro espírito do heavy metal.
Eduardo Bonadia. Judas
Priest, Grave Digger, Metal Church, Manowar, Dio, Running Wild, Saxon, Accept,
Anvil, Raven.
2112.
O metal no início era bem fechado mas com o passar dos anos agregou o hip hop,
o progressivo, o punk rock, o eletrônico, o hardcore, temas operísticos... Qual
a sua visão da cena do metal hoje?
Eduardo Bonadia. Abomino
todas estas misturebas que acho totalmente desnecessárias, para mim nada disso
é heavy metal.
2112.
O que você ouve além de heavy metal?
Eduardo Bonadia. Heavy
Metal tradicional, old school thrash metal, Hard rock, AOR/melodic rock,
classic rock, rock progressivo, música erudita (atualmente graças à minha
esposa que estuda canto lírico há sete anos).
2112.
Entre as muitas entrevistas que você fez qual ou quais te marcou para sempre?
Eduardo Bonadia. Várias
e todas fora da minha época na Brigade, algumas para meu extinto canal no
youtube (StrikeCanal) e outras para a Strike quando era revista impressa: com
Brian Ross (vocalista do Blitzkrieg, Satan) Geoff Thorpe (guitarrista fundador
do Vicious Rumors), Tim Ripper Owens, Steve Grimmett (Grim Reaper) e
vários outros
2112.
... o microfone é seu!
Eduardo Bonadia. Somente
agradecer a oportunidade e quem quiser conhecer meu trabalho é só acessar o
webzine Strike Virtual Metal Magazine
http://strikemet.wixsite.com/strikemag
e meu programa de rádio,Metal On Metal, todas as quintas feiras ao meio dia(ou
um pouco mais) na webradio www.crazyrock.com.br E-mail: strykemetal@hotmail.com.
Muito
obrigado. Keep On Metal!!
Vêm aí o Bonadia Fest com várias bandas para mobilizar a cena rock e
ajudar a quem tanto fez pelo rock nacional. Em breve anunciaremos os nomes das
bandas que irão participar deste mega evento.
E para você que mora longe ou por algum motivo não poderá estar presente... faça a sua doação. O importante é ajudar.
2112. A história do
surgimento da Falange sem querer faltar com o devido respeito mais parece um
conto do escritor Edgar Allan Poe. Contem melhor essa história...
Luciano
Piagentini. Pior que surgimos dessa situação mesmo, no enterro
de nosso amigo conversamos sobre a possibilidade de nos reunirmos para fazermos
um som (idéia que parecia que não sairia dali), porém alguns meses depois
voltamos a nos falarmos e a coisa foi tomando forma, a maioria não tocava há
mais de 20 anos e hoje já estamos há 7 anos na ativa.
2112. Um dos grandes
motivos que levou vocês a criarem a banda foi a de reviver a excelência do
metal oitentista. Quais bandas influenciam o trabalho de vocês?
Luciano.
A questão de voltar a tocar estava totalmente ligada
ao fazer somente o que gostamos, as bandas que nos influenciaram são SLAYER,
METALLICA, BLACK SABBATH, EXODUS, SEPULTURA, DORSAL ATLÂNTICA, etc.
2112. Aquele período foi
realmente incrível com o surgimento do Thrash, do Speed, do Power, do movimento
New Wave Of British Heavy Metal, o renascimento do Hard Rock etc. Grandes
bandas, grandes discos... uma época de ouro não é?
Luciano.
Realmente uma época sensacional, talvez por não
termos toda a facilidade de hoje em dia as pessoas iam atrás de fazer as coisas
realmente com vontade e foco.
2112. Quais discos daquele
período vocês nunca deixaram de ouvir pois são verdadeiros clássicos e que
ainda são relevantes musicalmente?
Luciano.
Muito complicada essa questão, tem muita coisa boa
dessa época e sempre me pego ouvindo algo como referência para novas ideias e
também para matar a saudade.
2112. Na opinião de vocês
o metal depois dos anos oitenta perdeu um pouco da sua essência ou é só uma
questão de gosto ou ponto de vista?
Luciano.
Não acredito que perdeu a essência, porém a questão
da abertura de tantos sub estilos (gerando divergências burras), além da
mudança natural constante fez com que não só o metal, mas o rock em geral
perdesse um pouco a força e abrangência global.
2112.
O
metal foi durante muitos anos um grupo “fechado” mas que aos poucos foi se
abrindo para outras vertentes ampliando com isso o seu público e ganhando o
respeito da crítica que sempre o massacrou. E vocês ouvem outras coisas além do
heavy metal?
Luciano.
Ouvimos de tudo, somos em quatro e trabalhamos em
áreas diferentes, com diversos tipos de pessoas... acabamos ouvindo o que está
disponível no mercado (gostando ou não) e também o que chega com amigos e
bandas mais relacionados ao movimento underground.
2112. Vocês vem da região
do ABC que possui uma cena de grandes bandas como MX, Karisma, Warhate,
Tormenta, Necromancia, Baphomet, Cova... Tá difícil manter uma banda na ativa?
Luciano.
Acho que não, tenho observado grandes nomes voltando
e muita gente nova oferecendo excelentes trabalhos.
2112. Pergunto isso
levando em conta as reclamações de vários roqueiros sobre a falta de união
entre as bandas, de patrocínios, de estrutura, de lugares decentes para
tocar... Qual a opinião de vocês acerca disso e o que pode ser feito a curto ou
médio prazo para que a cena melhore?
Luciano.
Acredito que muita gente reclama sem fazer nada,
trabalho com eventos menores com a produtora Thrash Attack ABC e vejo outros
produtores no gás com grandes eventos. Hoje entendo que o problema é muito mais
de público do que de eventos, casas ou bandas.
2112. A line up da banda
sempre girou em torno do Ivan Miotto (guitarra), Marcelo Coletti (baixo) e
Luciano Piagentini (vocal) com variações na batera. É difícil encontrar músicos
comprometidos?
Luciano.
Tivemos alterações somente na bateria desde que
formamos a banda em 2012, porém da gravação do EP pra cá estamos firmes com o
Diego Rocha no posto.
2112. Os primeiros shows
era composto apenas de releituras de clássicos ou já havia material autoral
incluído nas set lists?
Luciano.
Desde o primeiro evento trabalhamos somente na linha
do som autoral.
2112. Todos compõem na
banda?
Luciano.
Todas as letras são minhas.
2112. Vocês já lançaram um
trabalho maravilhoso que obteve uma ótima aceitação do público, da crítica além
de ser lançado na Itália e no Canadá. Falem um pouco sobre essas gravações.
Luciano.
Gravamos o álbum homônimo com o Caio Imperatto na
bateria e o Diego Rocha como produtor, após a saída do Caio nos fixamos com o
Diego na banda, as composições desse primeiro registro foram criadas a partir
de nossa reunião em 2012, somente a faixa Destruction of Sky já existia (demo
do Atomic Thrasher de 1988), demos pra ela uma releitura e um pouco mais de
velocidade. As demais foram forjadas nessa ideia de fazermos somente o que
gostaríamos de ouvir.
2112.
Soube
que a banda já está preparando material para a gravação do segundo trabalho. O
que os fãs da banda podem esperar?
Luciano.
Estamos compondo o material para o primeiro full
album e já temos uma parceria com um grupo de selos para esse lançamento. Aos fãs
podemos deixar a certeza de que faremos algo repetindo a dose do primeiro EP,
estamos nos dedicando na composição mantendo a ideia de fazer um THRASH cru,
rápido e pesado.
2112. A início vocês tem
projeto de lançar algum single antecedendo o lançamento do álbum?
Luciano.
Sim, temos duas músicas prontas, REGULUS e SILENCE
DOESN`T HIDE THE BLAME. Estamos aguardando a liberação dos selos para soltarmos
a prévia.
2112. ... o microfone é de
vocês!
Luciano.
Bom, somos o FALANGE, banda de thrashcore da região do
ABC paulista, esperamos vocês em algum palco por aí pra conferir nossas
apresentações ....... THRASH ´TILL DEATH !!!!
Próxima entrevista: Olympia Tennis Club, dia 08
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