Se você está cansado de
ouvir os famosos hits programados que muitas “rádios e gravadoras” te enfia
cérebro a dentro... sacuda a cabeça e mande pra dentro uma boa talagada deste
“amargo malte”. Aqui é rock’n’roll com alto teor sonoro que vai fuder seus
tímpanos sujos e cansados de tanta porcaria. Chega de mi mi mi e tanto blá blá
blá... E aí vai ficar parado? Aumenta que isso é rock’n’roll... cara!
2112. Vamos começar da estaca zero falando
um pouco da história da banda?
Ruy: Antes de tudo, obrigado Carlão pela
honra de nos colocar nesse Hall do Rock que é o Blog 2112. Fala galera do
Rock`n Roll... bora lá Amargar o Malte um pouco... saúde!!! Bom, eu tocava em
um outro projeto com o nosso primeiro baixista, o Edgar Zimmermann, grande
brother, hoje na Mahabanda e ele conversando com o Fábio comentou que queríamos
fazer um som próprio na pegada do Rock'n Roll do Golpe de Estado e nos juntamos
para um ensaio, logo de cara já saíram duas músicas, Repostas e Explicações e
Muçarela e aí demos início aos trabalhos. Um mês depois veio a ideia do nome
Amargo Malte, por sermos os três fanáticos por uma boa gelada puro malte.
Fábio: A Como já havia falado, eu e Ed já
havíamos nos encontrado em Santo amaro e feito uns ensaios juntos na Planeta
suicida, mas aí a banda teve não sequência e algum tempo depois tivemos a ideia
de montar uma banda autoral que pudéssemos falar sobre o cotidiano e histórias
de rock`n roll e um som que nos satisfaz e satisfaça a quem não é da banda
também. E nos juntamos para fazer um som e conhecer o batera (Ruy) e logo de
cara ornou a parceria.
Fernando: Não posso dizer muito, pois cheguei
depois! Eles precisavam de um músico de verdade para acertar as músicas,
melodias e arranjos. Por isso me contrataram a peso de ouro!
2112. Achei superbacana essa de resgatar o
espírito do rock’n roll autoral num período em que o mercado está tão
desgastado e infestado por fórmulas repetitivas e negativas. O que mais
influência vocês?
Fábio: Na verdade a música hoje está toda
deformada de modo em geral falamos do samba, do sertanejo, do rock, entre
outros gêneros estão modelados aos padrões de moda por produtores que
desenraizaram os gêneros. A nossa ideia é de sermos natural e fazermos o rock
que aprendemos a ouvir quando éramos jovens, não podemos nos dar ao luxo de
desconfigurar nossas influencias, desconfigurar uma história muito bem contada
por bandas que marcaram história. Minhas maiores influencias são as bandas
clássicas como Led, Iron, Sabbath, Kiss, Dio e as bandas nacionais como Golpe
de Estado, Uns e Outros, Plebe Rude, Capital, Legião entre outras.
Fernando: Tenho poucas influências nacionais,
cresci ouvindo rock europeu, americano, australiano entre outros. Nacional
mesmo só ouvia os primeiros discos do Barão até ouvir Golpe de Estado e Violeta
de Outono. Essas bandas realmente se tornaram influência. Virei fã do trabalho
dos caras!
Ruy: Desde 1987, tento fazer um trabalho
autoral com várias bandas e vários estilos diferentes desde o Rockão clássico,
passando pelo Hard, Heavy e até o Trash Metal. Agora me juntei comesses dois
malucos que acabaram virando meus irmãos e parece que desta vez decolamos rumo
a um lugar no Rock brasileiro. Quanto
influências para formar uma banda autoral, sempre me baseei nas bandas
nacionais como Harpia, Centúrias, A Chave do Sol entre outras, sem falar das
bandas gringas que todo mundo pega como exemplo.
2112. A banda tem um leque bem abrangente
de influências o que muito enriquece o trabalho além de dar infinitas
possibilidades de fusões como fazia o Led Zeppelin, o Jethro Tull, Uriah Heep
entre outras bandas que foram além das expectativas de seus fãs. A ideia é
surpreender sempre?
Fernando: A ideia é fazer um som, sem
preocupação! Não estou interessado em rótulos. Se lembra, parece, é, não é.....
Deixo toda essa parte para quem ouve!
Fábio: A ideia é fazer rock in roll
...simples e objetivo sem muito mimimi... (risos)
Ruy: Com quase 49 anos de idade e tocando
desde os 16, já vi e ouvi muita coisa e tive algumas experiências, umas muito
legais e outras nem tanto. Isso me fez crescer como músico e sempre sonhando em
chegar onde meus ídolos chegaram.
Fernando: Na música não existe limite, apenas
bom gosto!
Fábio: Limite pra música não, ela tem
sempre que sair espontaneamente e não tentar mudar o que o seu espirito criou,
sim dar a ênfase ao sentimento.
Ruy: Como disse anteriormente com quase
meio século nas costas vi e ouvi muita coisa, gosto de várias vertentes do rock,
mas me identifico ao tocar com essa pegada bem rock do LS e sempre achei que
banda brasileira tem que cantar em português exatamente como faziam Os
incríveis e outras grandes bandas que fizeram a história. Essa é uma opinião
muito minha! Quanto a limites, na vida tudo é sem limite, se você busca com
afinco e perseverança e acredita pode tudo... inclusive na música.
Fernando: Infelizmente não acredito em dias melhores! O mercado é
imediatista, descartável e podre. Visando apenas o lucro momentâneo que o
produto pode oferecer. Pode surgir hoje bandas maravilhosas, mas continuarão no
underground. Enquanto houver falta de investimento em cultura e educação
estaremos condenados ao lixo artístico!
Fábio: Sempre temos esperança que algo
melhore ...inclusive na música.
Ruy: Acho que a base do bom e velho Rock`n Roll é o blues e o
jazz.... Sem esses grooves não teríamos o que é conhecido como rock moderno.
Daí voltamos a falar de Elvis, Beatles, Stones, Led Zeppelin, o Jethro Tull,
Uriah Heep entre outras bandas de importância para tudo que temos hoje. Agora,
aprendi que a esperança é última que morre, temos uma geração muito boa de
músicos surgindo, mas o problema não está em quem faz música e sim em quem ouve.
Hoje em dia o gosto musical popular está uma verdadeira merda, por isso que
coisas como "Quica a bunda" e outras porcarias fazem sucesso. Minha
esperança é que um dia a música boa possa voltar aos tempos áureos inclusive o
Rock`n’ Roll.
2112. Muitos vão estranhar a citação do
soul e do jazz aqui. Mas vejamos... o Deep Purple usou em sua fase Glen
Hugles/Tommy Bolin o soul em Come Taste The Band (o Trapeze de Hugles também se
fartou do soul!) E o Black Sabbath elementos de jazz no álbum Never Say
Die!.
Fabio: Bom, gosto mais do blues para me
inspirar e isso acaba evidente nos sons da Amargo Malte.
Fernando: Tenho influência fortíssima destes
componentes na minha formação musical!
Ruy: Não tem muito o que inventar,
fazemos aquilo que aprendemos e o que gostamos de tocar vem dessas
influências.
2112. Será que isso é resultado de uma boa
educação em casa? O meu filho por exemplo é super rebelde pois só ouve música
eletrônica e não escuta o seu velho pai. Tem algum conselho para me dar?
Fabio: Não sou a melhor pessoa para
aconselhar, pois fiz de tudo, mas meu filho só ouve Rap. (Risos)
Fernando: Não adianta, arrebentei os meus na
porrada e não adiantou nada! (Risos)
Ruy: Ah, isso um balde e água fria
resolve, quando der os primeiros passos na música se desandar para o
"FUNK" vira de ponta cabeça e afoga dentro do balde... (risos)....
Não... brincadeiras à parte, a coisa deu uma bela desandada com o que eu chamo
de “Bundalização da MPB", chegamos ao absurdo de crianças vestidinhas com
roupas vulgares que cantando um português estragado e dançando como se
estivessem banalizando o próprio corpo e mães aplaudindo, filmando e colocando
nas redes sociais com orgulho daquela cena grotesca. Tentei colocar o Rock na
vida das minhas filhas desde pequenas e hoje elas tem as preferências musicais
delas, graças a Deus uma boa parte em trilhas do puro Rock`n Roll.
Marcello Pato & Gigi Jardim
2112. Achei super foda a definição que
vocês dão para a banda: “Aos fãs de cervejas puro malte, estradas e Rock`n Roll
a banda faz jus ao nome, tirando o pó com muitos decibéis de potência. Isso é o
que se pode dizer de confiança, foco e autoestima elevada... Parabéns!
Fábio: Isso chamamos de transparência,
somos o que somos!
Ruy: Concordo com o que o Fábio disse,
somos fãs de cervejas e o lugar de uma banda de Rock é na estrada, tocando e
cantando o bom Rock`n Roll.
Fernando: Respondido!
2112. O que vocês ouvem quando estão em
casa além do sertanejo, do funk e do pagode?
Ruy: Por incrível que pareça o que diz da
minha pessoa, eu curto um sertanejo, mas um sertanejo raiz não essas porcarias
de “sertanojo” universitário que está apodrecendo a música regional
brasileira... além de Tunico e Tinoco, Trio Parada Dura e as Irmãs Galvão
também ouço muito Iron Maiden, Sabbath, Lynyrd Sykynyrd, Carro Bomba, Salário
Mínimo, Trevas, Yekun Deathgeist... Mr. Hudd, Dudé e a Máfia... mas confesso
que dou uma puta atenção especial para as bandas dos amigos... escuto
diariamente WEB RÁDIOS como a A Marca do
Rock e a Stay Rock Brazil, acho
importantíssimo o trabalho desses Brothers.
Fábio: Só ouço rock´n roll e minha mulher
falando na minha orelha. (Risos)
Fernando: Ouço pessoas mortas o tempo
todo!!!
2112. Vocês já tem um trabalho lançado do
mercado e lutam por reconhecimento. Tá difícil lutar num território em que o
próprio brasileiro muito das vezes desvaloriza o produto interno? Como vocês
trabalham isso?
Fábio: Cara, sem muito o que fazer. Sem
investimento e fundos para investir a nossa saída é sempre procurar opções na
internet redes sociais e tentar trazer para perto da gente pessoas que se
identifica com a ideia da banda.
Fernando: Eu sou otimista neste quanto a isso!
Olho para os outros integrantes da banda e falo: Estamos fudidos!
Ruy: Com o primeiro EP já foi um passo
interessante para nosso projeto. Esperamos que agora em 2018 possamos gravar o
primeiro álbum completo, temos todas as músicas prontinhas e na ponta dos
dedos.... Se conseguirmos um patrocínio ou uma gravadora, mesmo que
independente para nos impulsionar será demais.
Ruy: Sem dúvida a falta de grana, somos
trabalhadores e investir para ter um trabalho de primeira quer queira quer não
queira requer dinheiro. Agradeço ao Brow Frank Feud do Estúdio Single Mama pelo
carinho que tratou todo o nosso material. Todo equipo de lá é de primeira,
excelente para que o resultado final seja extremamente profissional.
Fábio: A dificuldade sempre é grana... O
resto flui de boa!
Fernando: Grana!
2112. É complicado transpor para o estúdio
a energia dos shows?
Fábio: Show é show.... sem comparação!
Ruy: Claro que a energia de estar no
palco é maravilhosa e transmitir essa mesma energia na hora de gravar é um
desafio, mas tocando com essas duas feras fica muito mais fácil. Brincamos,
cantamos, nos divertimos e até brigamos, mas no final conseguimos o resultado
que desejávamos. Nosso som passa bem aquilo do que somos e o viemos fazer.
Fernando: Respondido!
2112. O processo de composição de vocês é do tipo “comunitário” ou cada um compõem em separado e depois todos opinam no resultado final?
Ruy: Como esse primeiro trabalho já
tínhamos algumas coisas prontas, o Fábio com músicas completas, eu com algumas
letras, fomos tocando e dando a cara nas músicas, lapidando aqui ou ali. Hoje
compomos muita coisa juntos, um dá uma ideia o outro desenvolve uma letra,
depois na hora de musicar a brincadeira vamos fazendo os acertos dentro do
necessário para cada momento.
Fábio: Como o Ruy falou, cada um de nós tem
seu papel na construção das canções. Um faz a letra o outro a música e o outro
lapida e o três fazem a Amargo Malte.
Fernando: Cheguei agora, então ajudei mais na
parte de arranjo que em criação! Tenho várias composições prontas que serão
inseridas para o próximo cd! 15
2112. Existe previsão de gravação de um
novo álbum para este ano?
Ruy: Existir, sempre existe agora depende
de quando vamos acertar na Mega Sena (Risos) ... O lance agora é deixar rolar o
Rock`n Roll e deixar tudo preparado para quando entramos no estúdio fazer o que
sabemos de melhor... Rockar, Rockar e Rockar... Claro, tudo regado ao brilho de
uma gelada (Risos)
Fernando: Prever algo no cenário atual é foda!
Fábio: Bom a vontade existe sempre, mas precisamos
de recursos... indica um padrinho? (Risos)
2112. A banda agora voltou ao seu formato trio... O que levou o
vocalista a deixar a banda?
Ruy: Tomo a liberdade de responder pela banda... Na verdade fomos teimosos em não aceitar o formato Power trio porque foi o que deu certo desde o início... Tentamos com o Bruce, que foi nosso vocal do nosso primeiro EP, mas no final de outubro ele teve que sair por motivos particulares e no final do ano passado tentamos com outro grande brother, Bedoo, mas infelizmente ele tem outros projetos promissores e teve que dar atenção a eles... Então conversamos e chegamos a conclusão que a Amargo Malte tem que ser trio .
2112. Vocês pretendem mais para
frente incluir um novo vocalista?
Ruy: Muito provavelmente não, a não ser que encontremos um grande tenor...(Risos)
2112. Eu quero me candidatar a vaga... dizem que eu sou maravilhoso debaixo do chuveiro. Vocês querem arriscar?
Ruy: (Risos) Pô, será uma honra
termos um Pavarotti detonando nos vocais, mas teremos que dar um jeito de levar
o chuveiro para o palco... Me lembro de um desenho dos Flintstones onde o Fred
vira cantor de ópera e colocam um box de cortininha nas apresentações dele...
Genial!!!! (Risos)
2112. O que os fãs da banda podem esperar
para 2018?
Fernando: Amargo Malte na ativa!
Fábio: Rock`n roll sempre!
Ruy: Tudo o que prometemos... “Aos fãs de cervejas puro malte, estradas e
Rock`n Roll a banda faz jus ao nome, tirando o pó com muitos decibéis de
potência.”
2112. Que conselho vocês podem dar para quem pretende montar uma banda ou já estão na estrada lutando? Seria algo do tipo: “Volte pra casa que é mais confortável?”
Fábio: Resistam, persistam...
Fernando: Bora botar pra fuder molecada!
Geração Nutella é o caralho! Aqui é Rock'n roll porra...
Ruy: Jamais desista do seu sonho, vá para
cima e assuma certos riscos... a cena autoral está voltando e precisamos que
todos nós andemos juntos. Seja público para as bandas de seus amigos para que
eles também sejam público da sua banda... só assim podemos estar em contato com
a realidade do mercado. Tem "amigos"(?) que pagam R$ 500,00 para ver
uma banda gringa, mas reclamam de pagar R$ 20,00 para ir ver a banda do amigo,
muitas vezes de infância ou adolescência...
Como podemos exigir que bares e casas noturnas aceitem o som autoral se
não temos público? Vá ao show dos
amigos, prestigie e ajude a melhorar a cena autoral.
2112. A música da Amargo Malte desce
redondo?
Ruy: Se você gosta do verdadeiro Rock`n
Roll, é cervejeiro, ama estar na estrada e de curtir a vida com os amigos com
toda certeza nosso som é feito para você e vai descer redondo. (Risos)
Fernando: Hic! Hic! Hic... O que perguntou
mesmo? (Risos)
Fábio: Desce redondo e reanima...
(Risos)
2112. O microfone é de vocês...
Ruy: Obrigado mais uma vez a você pela
oportunidade e pelo carinho de nos chamar para participar dessa
entrevista. E aos nossos parceiros e
amigos quero agradecer por toda a energia que eles nos passam nos shows e
espero cada vez mais poder estar no palco fazendo isso que eu tanto adoro...
quero aproveitar e deixar uns abraços em especial a todos os parceiros do Quem
Sabe Faz Autoral, em especial ao meus brothers Sandro Nine de Roraima, vocal da
Banda Nicotines, China Lee, um dos ícones do hard paulista com a lendária
Salário Mínimo e ao Ricardo Ravache, baixista do Centúrias esse que é um dos
caras mais gente fina do mundo do Metal pesado no Brasil.... Valeu, obrigado e
RORUQENROOOUUU...
Fábio: Muito obrigado a vocês e a todos os
amantes de cerveja e rock`n roll...
Fernando: Eh nois!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário