Tive a honra de entrevistar muitas
pessoas bacanas do rock brazuca. Alguns iniciantes outros que estão na luta a
anos... e agora conversei com meu conterrâneo Filippo Baldassarini, guitarrista
que comanda a máquina de rock’n’roll “Lippo à Vapor” com seus riffs pesados e incendiários.
Ele é uma lenda do rock e é com muito orgulho que apresento esta entrevista a vocês!!
2112. Filippo, você tem um
currículum invejável de bons serviços prestados ao rock’n’roll... Fale um pouco
de sua carreira?
Filippo. Eu
comecei a tocar nos anos 70 no Rock da Mortalha então Xock. E dali fui para o
Made in Brazil a primeira vez em 79. Segui tocando em muitas bandas até minha
ida para a Itália onde toquei em várias bandas de lá e acompanhei músicos norte-americanos
pela Espanha e Portugal. Retornando, acabei em Campinas.
2112. Quando você começou
a tocar guitarra?
Filippo. Comecei
a tocar muito cedo, com 14 anos influenciado pela jovem guarda na tv PB até
descobrir Jimi Hendrix, Black Sabbath etc... Aí foi que tudo mudou.
2112. Você tocou em bandas
dos mais variados estilos: rock’n’roll, blues, prog, metal... Enfim qual são as
suas influências e que contribuição essas bandas deram em sua
carreira?
Filippo. Minhas
influências são múltiplas, difícil citar nomes que pertencem a uma época específica,
mas se trata de uma mescla, blues, metal, Southern rock. Como os ingredientes
de uma sopa... Hoje tenho minha sopa, creio eu .
2112. Já entrevistei duas
bandas que você já participou: o Made In Brazil e a AJNA. Ambas tem uma
carreira de muitas e muitas lutas... Como foi a sua participação nestas duas
bandas?
Filippo. Junto
ao Made participei duas vezes, primeira nos anos
70 e outra nos anos 80 fazendo a tour de 20 do Made... Foram 150 shows em 1
ano, onde pude viver a estrada como ela é. O Ajna foi nos anos 90, pude
ajudar a Elisabeth Queiroz (Tibet) no início, ajudei com alguns riffs no
primeiro álbum e fizemos um clip e alguns shows.
2112. Atualmente você
participa da Lippo à Vapor. Fale um pouco sobre a criação da banda...
Filippo. Chegando
a Campinas por um relacionamento muito precioso, conheci o Daniel Dias
baterista e aos poucos fomos desenvolvendo uma temática, daí ele se
lembrou de uma história a meu respeito. Por que Lippo a Vapor? Em um ensaio com
o Made eu possuía um pedal de guitarra artesanal com um led azul fortíssimo
movido a bateria. Ao terminar a energia do estúdio o pedal iluminava tudo e o
baterista de então, o Beni exclamou "o pedal do cara é a vapor". Daí
com bom humor ficou para meu apelido no Made e agora o nome da
banda... Lippo à Vapor.
2112. Todos no grupo
compõem?
Filippo. Sim
todos compõe... eu faço os riffs e encaixo as coisas, Vitor e Daniel escrevem
as letras, algumas são do Israel Che Mendes (primeiro baixista da Lippo e
compositor conhecido de Campinas) Os arranjos são de todos... sai automático
nos ensaios. A química é muito boa.
2112. Existe projetos de
gravação de um disco?
Filippo. Sim
existe o projeto de um disco físico em vinil. Estamos compondo mais algumas
canções e já começaremos uma pré... Talvez no segundo semestre deste ano esteja
pronto.
2112. Dá para adiantar
alguma coisa?
Filippo. Por
enquanto não! Tudo que posso dizer é que gravaremos ao velho estilo... quase
tudo ao vivo.
2112. Apesar de vocês
possuírem material próprio sempre incluem na set list releituras de músicas das
bandas que você participou. Qual destas músicas nunca pode faltar senão a
galera reclama?
Filippo. Acho
que a releitura do Jack Estripador do Made In Brazil tem sido bem recebida. A
música é fantástica diga-se de passagem.
2112. O que as pessoas que
não conhece o trabalho da banda podem esperar de um show de vocês?
Filippo. Podem
esperar muito veneno, energia, sinceridade e vontade de ser e fazer as pessoas
felizes com uma banda sincera, real. Rock On!
2112. Vejo que muitas
bandas estão resgatando a sonoridade produzida nos anos 60 e 70 o que gerou uma
infinidade de grandes bandas inclusive no Brasil. Uma volta às origens seria a
solução para trazer de volta a dignidade do rock’n’roll a muito perdida com
bandas que nada tem a ver com o estilo mas que se auto dominam
rock?
Filippo. O verdadeiro
problema é que o público atual, pouco ou nada sabe do passado do rock, conhecem
no máximo dez bandas, grandes chavões, mas não conhecem as milhares e milhares
espalhadas pelo mundo pois a mídia trancou o acesso. Investimento de retorno
imediato é a ordem. Mais do que voltar às origens, pois existem muitas bandas
de ponta atualmente. Precisamos voltar a evidência como estilo de vida
inclusive pois Rock ‘n’ roll não é só música. Mas alguém em algum lugar tem que
ter uma idéia de como popularizar as bandas novamente. Uma humilde idéia...
2112. Você acompanha a
mutação do cenário musical? O que tem visto de interessante?
Filippo. Sim
acompanho como posso, tenho visto algumas bandas espalhadas pelo globo. Rússia,
Espanha, Itália, até Oriente Médio usa. O problema é que a internet fragmentou,
pois em uma antiga loja de cds você tinha todas as coisas a sua frente. Hoje
leva muitas horas de pesquisa pra achar algum som diferente. Muitos não sabem o
que procurar e voltam ao comum.
2112. Como você cria seus riffs?
Filippo. Criou
os meus riffs do nada, aparecem simplesmente ao estudar. Um ou outro me motivam
e trabalho em cima até ficar contente. Não procuro inovar, não me preocupo com
isto, apenas saem dentro de um estilo que já me pertence, está em mim... Sem
preocupações em ser a nova moda do rock.
2112. Já aconteceu alguma
vez de estar num lugar e os riffs foram surgindo na sua cabeça e não teve como
você anotar? O que você faz nesses momentos?
Filippo. Não,
normalmente os riffs aparecem como dito do nada, quando estou estudando. Alguns
formalizo outros deixo de lado para trabalhar em um segundo momento. Existe um
grande arsenal de idéias parado e adapto a cada situação, normalmente não penso
ou me atormento com riffs mentais. Dependo do contato físico com a guitarra,
tato, algo empírico.
2112. Quais são os
projetos para este ano?
Filippo. Os projetos pessoais são
muitos, já os da banda estão se desenvolvendo a medida que conversamos, temos
idéias, novas músicas que tem uma influência mais metal. O projeto maior sem
dúvida é tocar o quanto pudermos e ajudar o movimento com nosso som e um disco
ainda este ano.
Lippo
a Vapor:
Daniel
Dias –
bateria
Rick
Possi –
baixo
Vítor
Paranhos- voz
Fillippo
Baldassarini (Lippo) - guitarra
Contatos:
Daniel
Dias: 19 991658252
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