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domingo, 14 de novembro de 2021

ARQUIVO2112: Garoto

Não tenho dúvidas que o nosso Brasil é um dos mais conceituados celeiros musicais do mundo. Basta ver o que dizem os jornais, revistas, sites e blogs além dos shows (sempre cheios e ovacionados!), festivais e especiais de tvs em vários países do mundo. Hoje o homenageado é o lendário violonista Garoto.      

Biografia

Filho do casal de imigrantes portugueses Antônio Augusto Sardinha e Adosinda dos Anjos Sardinha. Além de violonista, Garoto foi um músico multi-instrumentista, dominando também o banjo, cavaquinho, bandolim, violão tenor, guitarra elétrica, havaiana, portuguesa, além de compor e fazer arranjos para estes instrumentos.

Foi um dos maiores violonistas brasileiros de todos os tempos, sendo influência para músicos do calibre de Carlos Lyra, João Gilberto, Raphael Rabello, Dino 7 Cordas e Baden Powell.

Começou a carreira bastante cedo, com apenas 11 anos de idade, o que lhe rendeu o apelido de "O Moleque do Banjo" e posteriormente Garoto. No final de 1952, a partir do programa "Música em Surdina", da Rádio Nacional, o diretor musical Paulo Tapajós formou com Fafá, Garoto e Chiquinho do Acordeom o Trio Surdina. Gravou com artistas do calibre de Carmen Miranda, Dorival Caymmi, Ary Barroso etc.

Garoto passou a carreira entre estúdios de rádio do Rio de Janeiro e de São Paulo, e esteve por algum tempo com o Bando da Lua, nos Estados Unidos, nos anos 40. Mesmo assim, não conseguiu firmar-se lá. Vivendo sempre uma vida semifamélica, só ficou realmente famoso e conseguiu bastante dinheiro como compositor em 1954. Naquele ano, ganhou um concurso da Prefeitura de São Paulo, que queria uma música para o IV Centenário da Cidade.

A vencedora foi o seu dobrado "São Paulo Quatrocentão", sua e de Chiquinho do Acordeon. O disco vendeu centenas de milhares de cópias, atingindo a marca de 700 mil exemplares vendidos. Contudo, como instrumentista, Aníbal recebeu, como era comum na época, apenas o dinheiro pela gravação, e não pelo copyright do disco.

Faleceu em 1955 de ataque cardíaco quando planejava uma excursão à Europa.

 

Discografia:

1955. A abelha e a borboleta/João Viola • Odeon • 78

1955. Valsa do adeus/Mazurka • Odeon • 78

1955. Garoto revive em alta fidelidade • Odeon • LP

1954. Baião paulista/Romântico • Odeon • 78

1954. Sob o céu de Paris/Oh! • Odeon • 78

1954. Arucaia(com Joel de almeida)/Príncipe • Odeon • 78

1954. Baile da Camacha/Corridinho 1951 • Odeon • 78

1954. O sino da capelinha/Polquinha sapeca • Odeon • 78

1953. Xaxadinho/Cavaquinho boogie • Odeon • 78

1953. Cuco/Chegou a hora • Odeon • 78

1953. Luzes da ribalta/Le Lac de come • odeon • 78

1953. São Paulo quatrocentão/Baião rouxinol • Odeon • 78

1952. Artigo do dia/Guanabara • Odeon • 78

1952. Baião caçula/Perigoso • Odeon • 78

1952. Um baile em Catumbi/Sempre • Odeon • 78

1952. Vamos acabar com o baile/Paulistinha dengosa • Odeon • 78

1952. Kalú/Melancolie • Odeon • 78

1951. Abismo de rosas/Tristeza de um violão • Odeon • 78

1951. Meu coração/Triste alegria • Odeon • 78

1951. Errei, sim/Famoso • Odeon • 78

1950. Arranca toco/Desvairada • Odeon • 78

1950. Dinorá/Beira-mar • Odeon • 78

1949. 1 x 0/Língua de preto • Odeon • 78

1949. Puxa-puxa/Caramelo • Continental • 78

1946. Sonhador/Celestial • Continental • 78

1946. Ameno Resedá/Meu cavaquinho • Continental • 78

1944. Rato rato/Fala, bandolim! • Victor • 78

1944. Dor de um coração/Os patinadores • Victor • 78

1943. Amor-Cielito lindo/Jalousie • Victor • 78

1943. Tico-tico no fubá/Carinhoso • Victor • 78

1943. Un peu d'amour/Amoreuse • Victor • 78

1942. Abismo de rosas/Quanto dói uma saudade • Odeon • 78

1942. Maria Helena/Amoroso • Victor • 78

1941. Compromisso para as dez/Ingratidão • Victor • 78

1939. Dá-me tuas mãos/Música maestro por favor • Victor • 78

1937. Sobre o mar/Quinze de julho • Columbia • 78

1936. Moreninha/Dolente • Columbia • 78

1930. Bichinho-de-queijo/Driblando • Parlaphon • 78

Fonte: Wikipédia 

 


 

 

 

 

 

 

 

 


Gente humilde: Vida e música de Garoto (2012)

Uma seleção de entrevistas realizadas pelo autor em sua prática jornalística, publicadas nas décadas de 1980 e 2000, em jornais e revistas. Rico em informações sobre o pensamento e a obra de artistas brasileiros e estrangeiros, o recorte histórico proporcionado por esta seleção permite aprofundar e ampliar o conhecimento sobre expoentes de uma parcela representativa da produção artística nas mais de duas décadas abrangidas pelas entrevistas.

 


 

 

 

 

 

 

 

 

Garoto: O gênio das cordas (2013)

Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto, deixou um vasto legado de peças musicais, mas, passados 50 anos de sua morte, a grandiosidade de seu talento não é proporcional ao público que o conhece. Esta obra apresenta trajetória desse instrumentista, que, autodidata, gravou seu primeiro disco aos 15 anos. Percorremos o mundo de Garoto por meio de amigos músicos, que nos contam histórias, muitas delas inusitadas, além de fotos memoráveis e partituras com suas melodias de maior destaque.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

Choros de Garoto (2017)

Dando continuidade ao processo de edição e posterior publicação de partituras de grandes nomes da música popular brasileira, iniciada com obras dedicadas a Pixinguinha, o Instituto Moreira Salles, em parceria com as Edições Sesc São Paulo, lança Choros de Garoto, uma seleção de 67 partituras de choros do compositor e instrumentista virtuose Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto (1915-1955). As partituras que compõem Choros de Garoto foram recolhidas e reescritas pelos músicos Henrique Gomide e Domingos Teixeira. O livro traz ainda um perfil biográfico do artista, escrito por Jorge Mello, que assina a organização da publicação ao lado de Gomide e Teixeira, e um prefácio assinado pelo músico Paulo Bellinati. Todas as partituras tiveram revisão da equipe técnica do Instituto Moreira Salles e são apresentadas no formato melodia & cifra, o que permite que sejam reproduzidas por variadas formações instrumentais.

Obs.: O textos comentando os três livros foram retirados da internet e infelizmente não tinham nome de quem os escreveu.  


 

 

 

 

 

 

 

 

Garoto - Vivo Sonhando

Prodígio dos instrumentos de corda, pioneiro da bossa nova, mestre modernizador do violão: Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto (1915-1955), é um dos pilares escondidos da música brasileira. Tecida por arquivos raros, diários pessoais e depoimentos, esta imersão documental revela sua influência e os conflitos artísticos de um vanguardista com a trajetória popular trilhada na era de ouro do rádio.

Filme sobre Garoto mostra como o Brasil despreza seus gênios...

O festival de documentários musicais In-Edit, que acontece de forma virtual até 20 de setembro, exibe "Garoto - Vivo Sonhando", de Rafael Veríssimo, um excelente filme sobre o músico brasileiro Annibal Augusto Sardinha (1915-1955), mais conhecido por Garoto.

Garoto não foi só um grande instrumentista, mas um vanguardista do violão brasileiro que criou uma maneira nova de tocar instrumentos de cordas, influenciou gerações e é considerado inspirador da bossa nova.

E quem diz isso no filme, em entrevistas recentes ou cenas de arquivo, são monstros do quilate de Tom Jobin, Baden Powell, Raphael Rabello, Yamandu Costa, Zé Menezes, Paulinho da Viola, Jacob do Bandolim, Vinícius de Moraes, Carlinhos Lyra, Roberto Menescal, João Gilberto e outros.

Assistir ao filme dá tristeza, mas isso não tem nada a ver com a qualidade de trabalho, que é excelente. Triste é perceber como um gênio desses morreu aos 39 anos, de um enfarte fulminante, sem receber as honrarias que merecia e sem ter seu trabalho devidamente documentado e arquivado.

No filme todo, há uma única cena em movimento de Garoto tocando violão, e esta foi tirada de um filme americano de Carmen Miranda. Há também um único registro da voz de Garoto, uma entrevista curta de rádio por ocasião do lançamento de "São Paulo Quatrocentão", música que ele fez em 1954 em parceria com Chiquinho do Acordeon.

Quem assiste ao filme e ouve grandes instrumentistas falarem da técnica inovadora de Garoto, só pode imaginá-lo tocando, porque não há registros visuais.

Como sempre acontece no Brasil, os arquivos de artistas e criadores só existem porque alguns abnegados - geralmente fãs ou membros da família - se esforçaram para mantê-los.

E isso vem de longe: há no filme um depoimento de Jacob do Bandolim, realizado dez anos após a morte de Garoto, em que ele reclama que nenhum jornal se dignou a registrar o décimo aniversário da partida do músico.

Só para comparar, dê uma olhada nesse episódio da série "Jazz", de Ken Burns, que tem fotos e cenas com mais de cem anos de idade (infelizmente não deu para incluir o vídeo citado).

Garoto morreu em 1955. Por muitos anos, tocou na Rádio Nacional e gravou discos importantes da música brasileira. Como é possível não termos filmes dele tocando, ou entrevistas dele falando de sua carreira e sua técnica?

A tristeza é ainda maior ao ouvir o depoimento do músico e pesquisador Henrique Cazes: “Se Garoto tivesse vivido mais dez anos, tenho certeza que ele seria o maior compositor de violão do século 20.”

Fonte: Blog do André Barcinski 

 

Obs.: As fotos utilizadas nessa postagem foram retiradas da internet e infelizmente não deu para identificar o nome dos fotógrafos. Quem tiver alguma informação favor enviar para o meu e-mail: furia2112@gmail.com que eu faço as devidas correções.

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