É com muito orgulho que posto esta entrevista com o grande baixista Luiz
Domingues. Quem conhece a história do rock paulista sabe das habilidades deste
grande músico que já participou de bandas do calibre de A Chave do Sol,
The Key, Língua de Trapo... e atualmente participa da Kim Kehl & Os Kurandeiros que produz
rock e blues no talo. Conheça a história de um grande músico!!
Blog 2112. Podemos começar nossa entrevistas com você contando um pouco do seu
início como músico e compositor.
Luiz Domingues. Meu início concreto foi no ano de 1976, quando
fui convidado pelo guitarrista, Osvaldo Vicino, a fazer parte de uma banda de
Rock autoral que ele pretendia formar. Tal banda teve muitos nomes,
inicialmente, até fixar-se como “Boca do Céu”, onde além de nós dois, tivemos
como colegas, o baterista Fran Sérpico, o guitarrista, Wilton Rentero e o
vocalista / tecladista, Laert Julio, que no futuro seria conhecido pelo nome de
Laert “Sarrumor”, futuro vocalista e compositor do Língua de Trapo.
Blog 2112. Você sempre quis ser baixista?
Luiz Domingues. Não mesmo... eu queria ser componente de uma
banda de Rock, não importando-me o instrumento ao qual dedicar-me-ia. O baixo
foi meramente ocasional naquele instante inicial. Tempos depois, percebi que se
pudesse voltar no tempo e escolher novamente, eu teria preferido a bateria, mas
aos poucos, fui ganhando um apreço ao baixo, a admirar suas características,
diferentes timbres e estilos de diversos baixistas que passei a admirar, mas
não considero-me nenhum aficionado pelo instrumento em si. Gosto mesmo é de
música e por pensar dessa forma, aprecio todos os instrumentos e não só o
baixo.
Blog 2112. A sua formação é auto didata ou você teve professores?
Luiz Domingues. Tive algumas experiências em escolas formais
de música, mas todas em curto espaço de tempo e sob circunstâncias diferentes.
Estudei em escola progressista e conservatório tradicional, mas a grande escola
mesmo foi como autodidata, ao exercitar-me em tirar músicas através dos discos
dos artistas que admiro.
Blog 2112. Gosto sempre de frizar que um músico precisa de múltiplas influências
para criar um estilo próprio e original. O que você pensa a respeita disso e
quais são suas influências?
Luiz Domingues. Penso igual. O músico tem que ter uma
percepção ampla para poder forjar a posteriori o seu próprio estilo. No meu
caso, meu foco primordial é o Rock das décadas de 1960 e 1970. Mas como em tais
décadas a multiplicidade de estilos; escolas & estéticas foi enorme, só por
esse fator já posso afirmar que fui impactado por uma gama multifacetada de influências.
Mas isso potencializa-se no sentido de que também gosto de outras
estéticas, como o Blues, Black Music em geral, sobretudo a Soul Music /
R’n’B e o “verdadeiro” Funk; algumas vertentes do Jazz; a MPB de uma maneira
ampla; Folk Music que por si só engloba uma infinidade de ramificações; a
música erudita em muitas facetas e as trilhas de Cinema / TV / animações. Em
suma, é muita coisa a reverberar no meu cérebro e no campo emocional a
influenciar-me na hora de criar.
Blog 2112. Você tem um currículo que inclui passagens por bandas importantes como
A Chave do Sol, The Key e Língua de Trapo. Você nunca pensou em montar um
grupo próprio ou mesmo gravar um álbum solo?
Luiz Domingues. Veja, sou um músico que sempre tive como meta
ser componente de uma banda. Sou adepto da participação sob coletividade e não
tenho apreço algum ao individualismo. Portanto, nunca tive vontade em lançar um
álbum solo. Agora, em relação a formar um grupo, fui fundador de vários por
onde atuei. Boca do Céu; Língua de Trapo; Terra no Asfalto; A Chave do Sol; A
Chave / The Key; Pitbulls on Crack; Sidharta; Pedra e Magnólia Blues Band,
foram exemplos de bandas onde fiz parte de suas respectivas formações
fundadoras de tais trabalhos. E também já tive a
oportunidade em fazer parte de bandas onde ingressei a posteriori, casos da
Patrulha do Espaço, Ciro Pessoa & Nudes e
atualmente com Os Kurandeiros.
Blog 2112. Considero A Chave do Sol uma das melhores bandas de hard do mundo. O
trabalho de vocês era primoroso e mesmo depos de mudar o nome para The Key
manteve a essência original. Quais motivos levou a banda a encerrar carreira?
Luiz Domingues. Em primeiro lugar, estou profundamente
lisonjeado pelo elogio que teceu à A Chave do Sol. Tenho orgulho desse trabalho
e boas lembranças dele, certamente. Há uma questão importante a ser esclarecida
em torno de um ponto crucial de sua história, entretanto. A banda “A Chave”,
que posteriormente mudou seu nome para “The Key”, ao lançar o LP “A New
Revolution”, em 1990, foi na verdade um outro trabalho, distinto. Tal banda
nasceu sim, como uma dissidência da velha Chave do Sol, mas na verdade
configurou-se como um trabalho inteiramente desvinculado, sob identidade
própria. E o final da Chave do Sol foi abrupto, fruto de um mau momento
gerencial em que vivíamos naquele instante, final de 1987, e que infelizmente
precipitou um rompimento inevitável. Dada a circunstância do LP “The Key” ter
sido lançado naqueles dias em que tal crise interna instaurou-se e gerar por
conseguinte, compromissos inadiáveis em termos de shows e interações
midiáticas, foi necessário criar a banda dissidente em caráter emergencial para
suprir tal lacuna imediata, mas assim que nasceu, já caracterizou-se na verdade
como um outro trabalho, completamente diferenciado. Eu sei que muita gente
considera tal banda como a continuidade da velha Chave do Sol, mas é patente
tratar-se de uma outra banda, no entanto.
Blog 2112. Acho o primeiro single de vocês com Luz e 18 Horas um clássico dos anos 80. Luz é um
rock com pitadas jazzísticas o que muito os diferencia das demais bandas de
hard da época e 18 horas é uma espécie de jam session. Você se lembra das
gravações?
Luiz Domingues. Sua análise foi perfeita. Penso exatamente
isso sobre essas duas músicas lançadas no compacto de 1984. “Luz” é realmente
um Rock’n Roll com orientação clássica cinquentista em sua estrutura harmônica,
melódica e rítmica e o elemento jazzistico é nítido. Em minha forma de
enxergar, tal canção tem muito do estilo do Ten Years After ao trazer a pitada
jazzistica em meio aos Rocks tradicionais. Sobre “18 Horas”, é boa a sua ideia
sobre Jam Session, mas apesar de ter essa aparência “livre”, tal música é na
verdade toda marcada por convenções precisas, a caracterizá-la como uma peça de
Jazz-Rock, tipicamente setentista. Sobre a gravação de ambas, lembro-me muito
bem, sim. Foram gravadas no estúdio Mosh, quando este ocupava ainda um casarão
residencial no bairro da Vila Pompeia, na zona oeste de São Paulo. O técnico de
som e mixagem foi um rapaz chamado Robson T.S. e ocorreu no mês de janeiro de
1984. Gravamos a base de ambas ao vivo e no caso do “18 Horas”, o solo do
Rubens também foi valendo, junto com a banda. Nos backing vocals da canção,
“Luz”, além de nós três, componentes da banda nessa ocasião, contamos com o
apoio das cantoras, Soraia Orenga e Rosana Gióia (esta, irmã caçula do Rubens).
Blog 2112. Ao entrevistar Rubens Gioia comentei que não havia gostado do estilo
vocal de Fran Alves
(ex-Ano Luz) no primeiro EP de vocês. Pessoalmente acho que
destoou da proposta da banda. O que você acha?
Luiz Domingues. O Fran era um grande cantor, com um potencial
vocal exuberante, mas sua voz não tinha nada a ver com o nosso trabalho. Ele
foi vítima de uma estratégia nossa malograda em buscar-se uma adequação ao
mercado da época, pois fomos induzidos a pensar que as gravadoras majors
investiriam em bandas pesadas após a realização do Festival Rock in Rio de
1985. Nossa orientação estética primordial era versada pelo Jazz Rock e Hard
Rock setentistas e muito do Acid Rock sessentista, além de doses de Blues Rock,
certamente. Então, vendo que ficaríamos ainda mais marginalizados do que já
éramos, por conta do BR Rock oitentista que dominou o mainstream, ser
totalmente baseado nas correntes do Pós Punk, acreditamos que uma guinada para
o Hard / Heavy oitentista seria a nossa grande oportunidade e daí o convite para
Fran Alves ingressar na nossa banda, pois ele tinha o “punch” vocal ideal para
tal empreitada. Mas a estratégia fracassou por muitos motivos. Primeiro que o
boato sobre as gravadoras, não concretizou-se e elas continuaram a investir
somente na turma do Pós Punk e seus derivados. Em segundo lugar, o som pesado
desapontou nossos fãs antigos que não entenderam a mudança no trabalho. E
terceiro, que o pessoal do Heavy Metal também não aceitou-nos muito bem em sua
turma, por fazer a leitura (correta, por sinal), de que não pertencíamos a tal
estética. E a conta foi creditada ao Fran Alves, que tal como Yoko Ono em
relação aos Beatles, foi demonizado pela opinião pública. Uma pena, pois além
de ter sido um Ser humano incrível, Fran era um tremendo cantor, certamente
adequado para bandas sob orientação Hard/ Heavy, mas não para o nosso trabalho,
nisso eu concordo.
Blog 2112. Antes que cause maiores polêmicas... não estou falando mal da pessoa do
Fran ou mesmo de sua voz. Só acredito que o vocal + instrumental não casou.
Creio que ficaria muito melhor numa banda de blues ou de hard funk como o
Trapezze.
Luiz Domingues. Opa, aí você surpreendeu-me... nunca imaginei
o Fran a cantar Blues ou Funk Rock a la Trapeze. Na minha visão, ele
adequava-se bem às estéticas oitentistas que eu citei acima. Mas quem sabe?
Pela rouquidão natural que ele tinha, talvez pudesse mesmo cantar como Rod
Stewart no seu tempo de Jeff Beck Group. É uma possibilidade que você aventou,
mas da qual nunca passou na minha cabeça.
Blog 2112. O que você fez depois do fim da banda?
Luiz Domingues. Bem, depois da Chave do Sol, teve A Chave /
The Key, imediatamente e de forma emergencial, como já salientei. Saí dessa
banda em 1989, logo após ter gravado o seu álbum único. Depois, tive dois anos
de hiato, sem estar numa banda autoral fixa, mas realizei muitos trabalhos
avulsos, tanto em projetos que não prosperaram além de ensaios, quanto atuação
como side man de outros artistas e apoio a bandas em estúdio, no papel de
produtor. Em 1992, participei da fundação do Pitbulls on Crack, onde trabalhei
até 1997, com dois discos lançados. Em 1997, fundei o Sidharta, com o
ex-baterista da Chave do Sol, José Luiz Dinola e os então jovens e
desconhecidos multi instrumentistas, Rodrigo Hid e Marcello Schevano. Essa
banda não gravou e nem apresentou-se ao vivo, pois com a saída de Dinola do
projeto, nosso trabalho fundiu-se à Patrulha do Espaço. Dessa forma, em 1999,
eu; Rodrigo Hid e Marcello Schevano, unimo-nos a Rolando Castello Junior e daí
ficamos juntos até 2004, na Patrulha do Espaço, com o saldo de três álbuns de
estúdio com inéditas; duas coletâneas e um álbum ao vivo. Eu e Rodrigo saímos
da Patrulha e unimo-nos ao guitarrista, Xando Zupo, onde criamos o Pedra, que
ficou em atividade em duas fases : 2004 a 2011 e 2012 a 2015, tendo três álbuns
com inéditas, lançados. Quando o Pedra encerrou atividades pela primeira vez,
em 2011, fui convidado pelo guitarrista, Kim Kehl a integrar sua banda, Kim
Kehl & Os Kurandeiros, onde permaneço até os dias atuais.
Simultaneamente, o Kim convidou-me também a integrar a banda de apoio do
cantor e compositor, Ciro Pessoa, chamada, “Nu Descendo a Escada”, ou “Nudes”,
na intimidade, junto a ele, Kim, como guitarrista. Ficamos nesse trabalho entre
2011 e 2016, mas sem gravar álbuns. E finalmente, em 2014, Os Kurandeiros
adotaram uma identidade dupla, ao unir o seu Power Trio básico com o
tecladista, Alexandre Rioli e o cantor, Bruno Mello e entre 2014 e 2016,
apresentamo-nos sob a alcunha de Magnólia Blues Band, a acompanhar artistas
ligados à cena do Blues, toda quarta feira, no projeto, “Quarta Blues”.
No momento, estou somente com Os Kurandeiros, que na minha formação já lançou
um EP com inéditas e um CD coletânea, com faixas de formações anteriores e
duas, da nossa, atual.
Blog 2112. Atualmente você faz parte da banda de Kim Kehl, os Kurandeiros, certo?
Luiz Domingues. Exatamente. Entrei nessa banda em agosto de
2011 e permaneço nela, na atualidade de 2018.
Blog 2112. Vocês tem uma discografia respeitável se comparada a muitas bandas
brasileiras (e mesmo gringas!) que muita das vezes não passam do primeiro ou do
segundo trabalho e logo encerram carreira caindo na total obscuridade. Tá
difícil manter uma banda “dignamente” nos dias de hoje?
Luiz Domingues. Meu amigo... de fato vivemos tempos difíceis.
Em tese, o Rock nunca foi fácil, a não ser para quem esteve naquela seleta
turma do Br Rock dos anos 1980, e que surfou num breve momento de apoio
midiático e da indústria fonográfica. Fora disso e dessa pequena turminha,
sempre foi difícil para todos. Mas eu digo com pesar que nos últimos anos a
situação piorou ainda mais. Hoje, estamos a enfrentar não só as dificuldades
naturais, mas barreiras intransponíveis, por conta de políticas culturais
agressivas a enaltecer estéticas frontalmente opostas aos nossos ideais e por
conseguinte, desmerecer-nos, acintosamente. Em suma : antigamente
queixávamo-nos em ter à nossa disposição apenas as migalhas do pão servido na
mesa da difusão cultural mainstream, todavia, hoje em dia, nem as migalhas
sobra-nos mais.
Blog 2112. Que conselhos que você daria aos jovens quem pensa em montar uma banda?
Luiz Domingues. Na atualidade, creio que a motivação para
montar-se uma banda de Rock, mudou, sobremaneira. Os poucos que aventuram-se nesse
sentido, estão circunscritos aos nichos do Rock pesado e / ou admiradores de
estéticas centradas no virtuosismo extremo. São poucos os jovens que pensam o
Rock como expressão artística a fomentar ideologia e a visar deixar um legado
artístico que entre para a história, enquanto paradigma cultural relevante.
Visto pelo lado meramente recreativo, se não houver frustração em não
alcançar-se patamares maiores, visto que são inatingíveis no panorama atual,
tudo bem. Para quem for trabalhar com seriedade, como ideal, meu conselho é
levar em conta as dificuldades quase intransponíveis da atualidade e trabalhar
mediante uma estratégia baseada na perseverança e centrada nas pequenas metas,
apenas. O momento é só para quem estiver disposto a trabalhar na limitação
extrema do mundo underground. Espero que isso mude, é lógico, mas a realidade
atual é essa.
Blog 2112. Você acompanha a evolução no cenário do rock brazuca? O que tem ouvido
de interessante?
Luiz Domingues. Olha, amigo Carlos, mais ou menos nesse sentido
do que expressei na resposta anterior, artistas novos que trabalham sem
recursos, mas a apresentar uma qualidade absurda sob o ponto de vista
artístico, temos aos montes, portanto é para comemorar-se com contundência.
Tenho visto bandas e artistas solo muito interessantes e pelo fato de também
resenhar lançamentos de álbuns em um de meus Blogs, tenho sido abordado por
muitos e surpreendido-me positivamente com seus trabalhos. A lista é
enorme, mas posso citar alguns em que já analisei seus lançamentos recentes e
outros que ainda não tive tal oportunidade, mas sei de sua qualidade e luta :
Os Depira; A Estação da Luz; Klatu; Tomada; Quiçá se Fosse; O Trilho;
Blindhorse; O Trigo; Pão com Hamburguer; Stranhos Azuis; Marcenaria; The
Blues Riders; Capitão Bourbon; Os Subterrâneos; Flying Chair; 8080; Medusa
Trio; Pedras Pilotáveis; Os Haxixins; Cosmo Drah; Juliana Galdeano; Ronaldo
Estevam; Dusty Old Fingers; Stringbreaker and the Stuffbreakers; Chico Suman
Trio; Vento Motivo; Gandharva; Anjo Gabriel; Teko Porã, Power Blues, Caio Durazzo Trio, Fórmula Rock, Canyon, Arcpelago, Apokaypsis, Zé Brasil E Deliquentes de Saturno, Kaol, Picanhas de Chernobyl, Bombay Groove, Pompéia 72, Duck Strada, Quasar, King Bird e muitos outros!!
Blog 2112. Acho super bacana ver bandas como Made In Brazil, Salário Mínimo,
Korzus, Sepultura, Patrulha do Espaço, Blues Etílicos, Golpe de Estado entre
outras com tantos anos de lutas levando porrada em cima de porrada... mas bravamente
de pé, não é?
Luiz Domingues. Perfeito! Bandas que perseveram dessa maneira,
alheias às dificuldades, passando incólumes por modismos e a preservar sua
identidade artística inalterada, tem meu inteiro respeito, e mais do que isso,
a minha admiração.
Blog 2112. Acredito que poucas bandas atingiram a marca de cinquenta anos como o
Made In Brazil. Apenas os Stones, The Kinks e The Who chegaram a esta incrível
marca. Por isso não entendo o descaso do brasileiro que na sua maioria
inferioriza as nossas bandas frente as gringas. Na sua opinião o que falta para
acabar com este preconceito?
Luiz Domingues. Bem, isso é histórico e tem explicação na má
formação educacional e cultural do povo brasileiro. O brasileiro tende a não
dar o mínimo valor para nada que não seja imediato. Não somente no Rock, mas em
qualquer setor, mesmo fora do âmbito cultural, é assim que procede-se. Veja um
exemplo clássico : no futebol, que talvez seja a manifestação mais popular
possível, basta perguntar para qualquer torcedor sobre ex-jogadores de seu
próprio clube do coração e a tendência é não lembrar-se nem por ter ouvido o
nome de grandes campeões do passado recente, quiçá então de tempos mais
remotos. A baixa frequência aos museus e bibliotecas é o sinal sintomático do
quanto o brasileiro médio não dá a mínima importância à sua história, cultura e
seus artífices. É simples, um povo que não conhece seu passado e não o preserva
com o devido interesse, não tem presente e tampouco, futuro.
Blog 2112. Ano passado os Kurandeiros lançaram um álbum O Baú e um EP Seja Feliz.
E para este quais são os projetos da banda? Nunca pensaram em lançar um cd live
acompanhado de um DVD?
Luiz Domingues. Já estão adiantados os esforços da parte do
nosso guitarrista, Kim Kehl para lançar um disco com material ao vivo a conter
faixas provenientes de formações anteriores, mescladas à nossa, atual. Tal
lançamento será anunciado em breve, ainda no primeiro trimestre de 2018,
acredito. Temos planos também para um eventual volume 2 desse mesmo material ao
vivo e talvez uma entrada em estúdio em breve, para mais um álbum, com
inéditas. Sobre DVD ao vivo, ainda não, mas no canal oficial do Kim Kehl no You
Tube, deve ter cerca de mil vídeos dos Kurandeiros disponíveis, a conter :
performances ao vivo, promos e clips, shows em formato “full”, tracks dos
discos; bastidores etc.
Blog 2112. Os fãs da banda nunca cobraram isso de vocês, não?
Luiz Domingues. Acho que todo fã anseia pelo lançamento de
material ao vivo. É uma tendência natural.
Blog 2112. Primeiramente devo dizer que foi um grande prazer entrevistar um dos
melhores baixistas do mundo... Acho o seu trabalho magnífico. Cara, o microfone
é todo seu...
Luiz Domingues. Não sei o que dizer diante de um elogio desse
tamanho. Certamente que fico comovido com tamanha lisonja de sua parte. Claro
que não penso igual, sou um baixista bem mais comedido em minha autoavaliação,
mas não só respeito sua visão, como só posso agradecer por isso. E claro,
fiquei muito feliz com seu convite, estou honrado por ter sido entrevistado por
um difusor cultural da sua qualidade e tenho a acrescentar que seu Blog, além
de ser muito bom, é mais um veículo importante na resistência cultural a que
aludi numa das minhas respostas anteriores. Precisamos de agentes culturais
sérios e resistentes a lutar conosco e certamente que o Blog 2112 cumpre tal
determinação, com galhardia extrema. Muito grato pela oportunidade, um abraço a
você, Carlos e a todos os leitores do Blog 2112 !! Rock, sempre e para sempre
!!
Aproveito para deixar os links
dos meus Blogs :
Blog Luiz Domingues 1
(matérias; resenhas e ensaios) :
Blog Luiz Domingues 2 (crônicas, material de
colunistas convidados e micro capítulos da minha autobiografia na música) :http://blogdoluizdomingues2.blogspot.com.br/
Blog Luiz Domingues 3 (texto na íntegra da
minha autobiografia na música, no formato de livro tradicional + material de
toda a carreira musical) :
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