O blog 2112 foi formado com intenção de divulgar as bandas clássicas de rock, prog, hard, jazz, punk, pop, heavy, reggae, eletrônico, country, folk, funk, blues, alternativo, ou seja o rock verdadeiro que embalou e ainda embala toda uma geração de aficcionados. Vários sons... uma só tribo!



domingo, 11 de outubro de 2020

Homenagem se faz em vida: Fellipo Baldassarini

Mezzo italiano, mezzo brasileiro... assim é Fellipo Baldassarini este fantástico músico que já nos presenteou com solos fabulosos nos grupos Made In Brazil, Harppia, Neander & Tal, AJNA, Pandorah, Santa Gang e a Lippo a Vapor. Conterrâneo, esta homenagem é mais que justa... é obrigatória!

Obs.: Todas as fotos foram solenemente saqueadas do facebook dos homenageado. Não consegui identificar os nomes dos fotógrafos. Quem souber de alguma informação entre em contato com meu e-mail: furia2112@gmail.com.  

Entrevista Bônus: Lippo a Vapor

Tive a honra de entrevistar muitas pessoas bacanas do rock brazuca. Alguns iniciantes outros que estão na luta a anos... e agora conversei com meu conterrâneo Filippo Baldassarini, guitarrista que comanda a máquina de rock’n’roll “Lippo à Vapor” com seus riffs pesados e incendiários. Ele é uma lenda do rock e é com muito orgulho que apresento esta entrevista a vocês!!

2112. Filippo, você tem um currículum invejável de bons serviços prestados ao rock’n’roll... Fale um pouco de sua carreira?  

Filippo. Eu comecei a tocar nos anos 70 no Rock da Mortalha então Xock. E dali fui para o Made in Brazil a primeira vez em 79. Segui tocando em muitas bandas até minha ida para a Itália onde toquei em várias bandas de lá e acompanhei músicos norte-americanos pela Espanha e Portugal. Retornando, acabei em Campinas. 

2112. Quando você começou a tocar guitarra?

Filippo. Comecei a tocar muito cedo, com 14 anos influenciado pela jovem guarda na tv PB até descobrir Jimi Hendrix, Black Sabbath etc... Aí foi que tudo mudou.

2112. Você tocou em bandas dos mais variados estilos: rock’n’roll, blues, prog, metal... Enfim qual são as suas influências e que contribuição essas bandas deram em sua carreira?    

Filippo. Minhas influências são múltiplas, difícil citar nomes que pertencem a uma época específica, mas se trata de uma mescla, blues, metal, Southern rock. Como os ingredientes de uma sopa... Hoje tenho minha sopa, creio eu .

2112. Já entrevistei duas bandas que você já participou: o Made In Brazil e a AJNA. Ambas tem uma carreira de muitas e muitas lutas... Como foi a sua participação nestas duas bandas?

Filippo. Junto ao Made participei duas vezes, primeira nos anos 70 e outra nos anos 80 fazendo a tour de 20 do Made... Foram 150 shows em 1 ano, onde pude viver a estrada como ela é. O Ajna foi nos anos 90, pude ajudar a Elisabeth Queiroz (Tibet) no início, ajudei com alguns riffs no primeiro álbum e fizemos um clip e alguns shows.

2112. Atualmente você participa da Lippo à Vapor. Fale um pouco sobre a criação da banda...

Filippo. Chegando a Campinas por um relacionamento muito precioso, conheci o Daniel Dias baterista e aos poucos fomos desenvolvendo uma temática, daí ele se lembrou de uma história a meu respeito. Por que Lippo a Vapor? Em um ensaio com o Made eu possuía um pedal de guitarra artesanal com um led azul fortíssimo movido a bateria. Ao terminar a energia do estúdio o pedal iluminava tudo e o baterista de então, o Beni exclamou "o pedal do cara é a vapor". Daí com bom humor ficou para meu apelido no Made e agora o nome da banda... Lippo à Vapor.

2112. Todos no grupo compõem?

Filippo. Sim todos compõe... eu faço os riffs e encaixo as coisas, Vitor e Daniel escrevem as letras, algumas são do Israel Che Mendes (primeiro baixista da Lippo e compositor conhecido de Campinas) Os arranjos são de todos... sai automático nos ensaios. A química é muito boa.

2112. Existe projetos de gravação de um disco?

Filippo. Sim existe o projeto de um disco físico em vinil. Estamos compondo mais algumas canções e já começaremos uma pré... Talvez no segundo semestre deste ano esteja pronto.

2112. Dá para adiantar alguma coisa?

Filippo. Por enquanto não! Tudo que posso dizer é que gravaremos ao velho estilo... quase tudo ao vivo.

2112. Apesar de vocês possuírem material próprio sempre incluem na set list releituras de músicas das bandas que você participou. Qual destas músicas nunca pode faltar senão a galera reclama?  

Filippo. Acho que a releitura do Jack Estripador do Made In Brazil tem sido bem recebida. A música é fantástica diga-se de passagem.

2112. O que as pessoas que não conhece o trabalho da banda podem esperar de um show de vocês?

Filippo. Podem esperar muito veneno, energia, sinceridade e vontade de ser e fazer as pessoas felizes com uma banda sincera, real. Rock On!

2112. Vejo que muitas bandas estão resgatando a sonoridade produzida nos anos 60 e 70 o que gerou uma infinidade de grandes bandas inclusive no Brasil. Uma volta às origens seria a solução para trazer de volta a dignidade do rock’n’roll a muito perdida com bandas que nada tem a ver com o estilo mas que se auto dominam rock?   

Filippo. O verdadeiro problema é que o público atual, pouco ou nada sabe do passado do rock, conhecem no máximo dez bandas, grandes chavões, mas não conhecem as milhares e milhares espalhadas pelo mundo pois a mídia trancou o acesso. Investimento de retorno imediato é a ordem. Mais do que voltar às origens, pois existem muitas bandas de ponta atualmente. Precisamos voltar a evidência como estilo de vida inclusive pois Rock ‘n’ roll não é só música. Mas alguém em algum lugar tem que ter uma idéia de como popularizar as bandas novamente. Uma humilde idéia...

2112. Você acompanha a mutação do cenário musical? O que tem visto de interessante?

Filippo. Sim acompanho como posso, tenho visto algumas bandas espalhadas pelo globo. Rússia, Espanha, Itália, até Oriente Médio usa. O problema é que a internet fragmentou, pois em uma antiga loja de cds você tinha todas as coisas a sua frente. Hoje leva muitas horas de pesquisa pra achar algum som diferente. Muitos não sabem o que procurar e voltam ao comum.

2112. Como você cria seus riffs?

Filippo. Criou os meus riffs do nada, aparecem simplesmente ao estudar. Um ou outro me motivam e trabalho em cima até ficar contente. Não procuro inovar, não me preocupo com isto, apenas saem dentro de um estilo que já me pertence, está em mim... Sem preocupações em ser a nova moda do rock.

2112. Já aconteceu alguma vez de estar num lugar e os riffs foram surgindo na sua cabeça e não teve como você anotar? O que você faz nesses momentos?

Filippo. Não, normalmente os riffs aparecem como dito do nada, quando estou estudando. Alguns formalizo outros deixo de lado para trabalhar em um segundo momento. Existe um grande arsenal de idéias parado e adapto a cada situação, normalmente não penso ou me atormento com riffs mentais. Dependo do contato físico com a guitarra, tato, algo empírico.

2112. Quais são os projetos para este ano?

Filippo. Os projetos pessoais são muitos, já os da banda estão se desenvolvendo a medida que conversamos, temos idéias, novas músicas que tem uma influência mais metal. O projeto maior sem dúvida é tocar o quanto pudermos e ajudar o movimento com nosso som e um disco ainda este ano.



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