O blog 2112 foi formado com intenção de divulgar as bandas clássicas de rock, prog, hard, jazz, punk, pop, heavy, reggae, eletrônico, country, folk, funk, blues, alternativo, ou seja o rock verdadeiro que embalou e ainda embala toda uma geração de aficcionados. Vários sons... uma só tribo!



sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Entrevista Try2experience



Depois de entrevistar Álvaro & Eric Assmar dois dignos representantes do blues baiano agora é a vez de Ney Goiaba a frente da sua Try2experience. A banda já gravou dois álbuns e faz shows de tirar o fôlego da audiência. É blues rock em alta voltagem!!

2112. Porque quando se menciona o nome da Bahia em termos de música quase não se fala sobre o blues, o rock, o punk e o metal produzido aí? 

Ney Goiaba. Acredito que isso se deve ao pouco espaço que a produção desse tipo de material tem no Brasil inteiro, não apenas na Bahia. Com a geração do Instagram também, boa parte dos músicos estão mais preocupados em gravar um vídeo perfeito de 1 minuto do que compor uma música, tocar ao vivo suas próprias músicas ou desenvolver versões das músicas que gosta, tudo isso é trabalhoso, demora um bom tempo para assimilar, infelizmente a falta de incentivo atrelada também a essas questões de mídias sociais torna o músico mais limitado e cada vez mais desmotivado a produzir material próprio.

2112. As redes sociais tem tido um papel determinante na divulgação das bandas, não é? Eu por exemplo tomei conhecimento do seu trabalho via Instagram.

Ney. Tem sim, hoje em dia é impossível fugir das mídias sociais, entretanto, vejo como importante mostrar fidelidade ao que se vê na internet, muitas bandas fazem super produções, materiais curtos impressionantes nas redes sociais, ai você vai ver o play ao vivo é outra história… 

2112. Na sua opinião a mídia baiana explora pouco a cena underground levando em conta que as bandas não tem a mesma exposição que o axé por exemplo? 

Ney. Acredito que isso não é um fator apenas relacionado a mídia, o underground sempre será underground, independente do estilo, o que falta talvez seja a organização das pessoas que estão no underground para se juntarem e criarem eventos, e esse tipo de coisa, aqui na Bahia são poucos os festivais

2112. As rádios se propõe a ajudar as bandas tocando o material em suas programações? Como funciona essa interação banda/rádio? 

Ney. Acredito que hoje em dia o papel da rádio já não é o mesmo do que há 10, 20 anos atrás, o mais importante é ter network e saber divulgar nas redes sociais

2112. Mas me diga uma coisa: Como é a cena blues baiana?

Ney. Existem excelentes músicos, principalmente em Salvador onde o blues já é tradicional desde os anos 70-80… entretanto boa parte desses músicos tocam em outros lugares, Brasil e mundo afora

2112. Tive o grande prazer de entrevistar o Sr. Álvaro e o seu filho Eric Assmar e agora você. Quem mais você destacaria com um trabalho bacana e que merece ser divulgado?

Ney. São excelentes pessoas e músicos, meu pai é muito fã do Álvaro e também sou hoje, além do Eric!! Acredito que dos bluesman brasileiros, os que eu mais curto hoje atualmente são Artur Menezes, Fillipe Dias, Fred Sunwalk..

2112. Quando você ouviu o blues pela primeira vez e qual foi a sua reação?   

Ney. A primeira vez que eu escutei blues foi quando eu estava enchendo o saco de um grande guitarrista de São Paulo chamado Hard Alexandre, estava querendo desenvolver melhor os vibratos e pedi para ele alguma dica, algum guitarrista para escutar, aí ele falou, escuta Stevie Ray Vaughan… foi daí que vi um vídeo dele tocando Scuttle Buttin em Tokyo, com um cachimbo na boca e fazendo um riff espetacular na guitarra, desse dia em diante minha vida se tornou blues e blues e blues...

2112. É notório que Jimi Hendrix é uma das suas maiores influências não apenas na música como no próprio visual. Mas quem mais você curte e que também é influência na sua música? 

Ney. Eu gosto muito do Hendrix, entretanto minhas maiores influencias são David Gilmour, Stevie Ray Vaughan, esses foram os 2 guitarristas que mais estudei… depois Hendrix e Eric Clapton, óbvio que todos se influenciavam entre si, meu estudo sobre o Hendrix é mais recente, principalmente interpretando as harmonias, interpretando as letras que são fantásticas! Pra mim ele é o melhor compositor de todos os tempos.

2112. Você é autodidata ou teve aulas com professores?

Ney. Sempre estudei sozinho na internet, pedindo dicas aos amigos que eu via na internet e sabia tocar… depois fiz aulas com o Guty Rodrigues q era um desses amigos q eu enchia o saco pedindo ajuda também, e que me guiou muito. Hoje em dia recomendo a qualquer pessoa fazer aulas.

2112. Um músico para criar sua identidade músical precisa estar em sintonia com o universo sonoro que o rodeia para não se tornar figura de um determinado período. O que você ouve além do blues e do rock? 

Ney. Eu gosto bastante de Reggae, Rap e Forró, acredito q esses estilos completam meu estilo de tocar também!

2112. A sua voz grave muito me lembra os cantores de soul e também os pioneiros do blues. Quem é influência direta no seu jeito de cantar? 

Ney. Então, quando criança eu fui diagnosticado com alguns calos nas cordas vocais, eu sempre achei q n seria capaz de cantar, daí comecei logo tentando cantar Alice in Chains, não deu muito certo porque eu não tinha técnica nenhuma, daí resolvi cantar novamente quando comecei a estudar blues, as maiores influencias na voz são Steve Ray Vaughan, Clapton pois possuem também a voz “rouca” e grave, então me identifiquei bastante, logo depois Hendrix e Gilmour também.

2112. Nos seus shows você demonstra total controle sobre a sua música atitude que hipnotiza a platéia. Qual o poder que a música exerce sobre você?

Ney. Essa não sei explicar muito bem, apenas sentir, antes eu relutava a dizer que eu nasci para fazer isso, porém a cada apresentação e cidade diferente que eu passo, parece que realmente eu nasci para esse propósito...

2112. Conte como foi o período da pré-produção e gravação do cd? 

Ney. Do primeiro CD, “Try 2 Experience” foi simplesmente: precisamos de um cd para vender no verão, vamos fazer, em menos de uma semana escrevi todas as músicas e riffs, entramos no home studio do vinicius que e o baixista da banda e em umas 15 horas gravamos o cd todo, com exceção da música Benjamin que já havia sido gravado anteriormente com outro baterista que é o Caio (que gravou o segundo cd com a gente).
No segundo CD, ficamos uns 8 meses produzindo, ensaiavamos todas as quintas feiras, então iamos desenvolvendo as ideias nos ensaios, registrando e assim fizemos aproximadamente 10 músicas, conseguimos gravar 7, pois as outras n estavamos muito prontos para executar em estúdio, a gravação foi feita ao vivo em um estúdio profissional complexo B em Arraial D’ Ajuda

2112. Como vocês fizeram para reproduzir as emoções dos shows da banda para dentro do estúdio? Afinal são mundos completamente diferentes...

Ney. Acredito que isso se deve a forma com que gravamos, que foram gravações sem muitos takes, sem muita delonga, plug play and rec, nos 2 cds, no segundo ainda gravamos juntos, ao vivo, o que dá mais essa energia do ao vivo

2112. O álbum foi gravado do modo convencional instrumentos separados ou tudo ao vivo com adição de posteriores overdubs? 

Ney. O primeiro cd foi gravado de forma separada pois não tínhamos condições de gravar ao vivo, não fizemos nenhum tipo de dobra e etc. O segundo cd foi gravado ao vivo o instrumental, e as vozes gravadas numa outra semana posterior, também sem dobras.

2112. Na banda todos compõem?

Ney. Geralmente eu trago as ideias principais e as letras, porém a banda também me ajuda a desenvolver as ideias e as letras também, então acaba sendo algo conjunto

2112. A abertura com Running Out e a finalização com Benjamin Part Caio César é perfeita. Na minha opinião o álbum é sem sombra de dúvidas um clássico do blues rock. Parabéns!

Ney. Muito obrigado, esse CD para gente hoje é um pouco estranho de se escutar pela forma que foi desenvolvido, poderia ter sido muito melhor, mas pensando pelo lado da experiência e de que muitas pessoas gostaram do álbum, ficamos felizes com isso!

2112. Outro detalhe é a capa com motivos psicodélicos... perfeita para o tipo de som que vocês fazem. Quem foi o autor?

Ney. O autor da capa eu não sei precisar quem foi, foi um amigo do nosso amigo Jukaballa haha

2112. Disco na mão... como anda as vendas e os shows? 

Ney. Esse primeiro disco já vendemos mais de 1500 cópias tocando na rua e na internet… agora estamos tocando mais fora de Arraial D’ Ajuda, fizemos recentemente em Junho uma Tour pelo triangulo mineiro passando por Uberlândia, Uberaba, Araxá, Patos MG, Araguari… Agora em Setembro estaremos em São Carlos e Ribeirão preto um final de semana, e em setembro voltaremos ao triangulo mineiro para mais shows, vamos ver como desenvolve...

2112. Quais equipamentos você usa nos shows? 

Ney. Nos shows na praça aqui em Arraial eu uso um amplificador Tmiranda Micro 800, com meu pedalboard que consiste em um afinador Korg minipitch, um boss CE-3 modificado pelo JRMOD, Klon Centaur e Tubescreamer 808 feitos pelo Guilherme Collateral FX de Uberlandia, Bog Deep Trip feito pelo Du Menegozzo, um Wah Wah Vox modificado pelo Collateral e um delay mooer reecho. As guitarras ultimamente tenho usado uma Vintage V6 Ressuie com captação Fullertone Purple Haze feitos pelo Eduardo José Dias, e uma Tagima Semi Acustica Blues 3000, com captação Kalamazoo 57 também Fullertone

2112. Informe como as pessoas fazem para adquirir o cd e também agendar shows com a Try 2 Experience?

Ney. Podem entrar em contato com a gente pelo Instagram: Try2Experience/Neygoiaba, assim como o facebook também ou por telefone preferencialmente whatsapp: 73988682454

2112. Uma mera curiosidade... porque Ney Goiaba? 

Ney. O Goiaba um professor disse que eu tinha sorriso de goiaba e ficou hehe, o Ney é porque uma época eu jogava bastante bola, e eu era o único santista da turma e era bem na época do Neymar, aí começaram a me chamar de Ney... Goiaba, juntou tudo heheh

2112. ... o microfone é de vocês!

Ney. Bem, gostaria de agradecer a oportunidade de estar aqui falando um pouco sobre a banda, é um projeto novo, tem apenas 2 anos, mas está crescendo cada vez mais, nosso show tem um diferencial da improvisação, de energia que hoje são poucas bandas que tem, então vamos explorando isso e fazendo acontecer!

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