Sempre fui fã de hard rock... mais até que do próprio heavy metal. E o Supersonido faz um hard pesadão que aliado ao vocal agressivo de Daniel Marques os tornam um digno representante do estilo. Aumente o som... e foda-se a vizinhança!
2112. Recentemente
vocês lançaram o EP Dia de Caos que antecede o lançamento do segundo álbum da
banda. O feedback tem sido positivo?
Tem sim! Bastante positivo!
Conseguimos tocar a música nova “Tamo Equipado” em diversas rádios e webradios.
Já rolou na Transamérica-RJ, na RockFM, na Rádio Logos (de Manaus), em Vitória
(ES) e em Recife (PE). E o nosso público estava já ansioso pelas novas músicas.
A aceitação nos shows tem sido maravilhosa!
2112. As
músicas já estão disponíveis em todas as plataformas digitais?
Sim. O EP Dia de Caos não será
lançado em formato físico, apenas no digital. Por isso, as músicas novas estão
disponíveis em todas as plataformas digitais (Spotify, Deezer, iTunes, YouTube,
GooglePlay, etc.). Quem quiser ouvir, é só procurar por Supersonido na
plataforma de streaming que preferir que vai encontrar o nosso som disponível.
2112. A
produção musical ficou a cargo do Bacalhau (ex Planet Hemp). Ele deu muitas
dicas durante as gravações? O que ele mais enfatizava?
O Bacalhau é um cara incrível,
bastante generoso e muito conhecedor de música. Ele foi trabalhando com a gente
em estúdio desde a pré-produção. Deu várias dicas, cortou uns tempos de solo,
deu toques sobre a bateria. Como ótimo baterista, ele sempre enfatizava na
parte rítmica. Ele foi importante para dar aquela “enxugada” nas músicas, o
ajuste final. A afinação das peças da bateria para a gravação, por exemplo, é
do Bacalhau. A banda entrou em estúdio para gravar sabendo exatamente o que
precisava ser feito, e isso economiza tempo e dinheiro.
2112. A
Supersonido é uma banda com profundas raízes fincadas no hard rock e o Bacalhau
no PH tinha outras abordagens musicais. Houve algum tipo de conflito de ideias
ou tudo rolou normalmente sem maiores problemas?
Nenhum conflito! Tudo funcionou
perfeitamente bem. O Bacalhau é um cara que conhece bastante de música. Além do
Planet Hemp, ele foi baterista de outras bandas, como Autoramas, Monstros do
Ula Ula, bandas que também tinham outras abordagens musicais. Portanto, é um
cara que sabe variar/transitar entre estilos diferentes e compreendeu
exatamente como a bateria da Supersonido deveria funcionar. Além disso, o nosso
baterista, o Gustavo JJ, modéstia à parte, é um relógio suíço, sempre preciso!
O dois trabalharam de forma perfeita!
2112. Em
que ponto estão as gravações? Vocês já têm uma data prevista para o lançamento
do CD?
Estamos em pré-produção de mais duas
músicas novas que, provavelmente, serão lançadas em um outro EP agora no
segundo semestre. Após o lançamento deste segundo EP, entraremos em estúdio
novamente para fecharmos o CD. A previsão é de gravarmos o CD no fim do ano para
lançar no início de 2020.
2112. Vocês
fazem um hard direto e pesado como se fazia nos anos 60/70 bem diferente do
produzido nos anos 80 com todo aquele apelo pop, maquiagens, tretas... Enfim,
que bandas influenciam o trabalho de vocês?
A análise foi precisa. Realmente, o
nosso som está muito calcado nas bandas de hard rock do fim dos anos 60, início
dos anos 70. É um hard rock quase metal. Algumas influências são mais
perceptíveis como Motörhead, Black Sabbath e Deep Purple, outras mais
subliminares, como AC/DC, Judas Priest, KISS, e por aí vai. É um hard rock
direto mesmo, com muitos riffs e solos de guitarra.
2112. Até
onde essas influências são permitidas “influenciar” e onde começa a identidade
musical da banda?
As influências sempre estão
presentes, mesmo que de forma inconsciente, no processo de composição. Algumas
músicas ficam mais na cara, na música Involução, por exemplo, tem uma parte que
é bem Black Sabbath. No entanto, a identidade musical da banda já se faz logo
presente, na medida em que nossas composições são todas em português.
Atualmente, vemos muitas bandas brasileiras, seja de hard rock, stoner ou
metal, compondo em inglês. Um dos grandes diferenciais da Supersonido, por
incrível que pareça, é fazer esse tipo de som totalmente em português. A gente
ouve isso direto nos shows! “Vocês fazem som gringo em português!”
2112. Vocês
levaram praticamente quatro anos para lançar o primeiro trabalho e hoje uma
banda mal se forma e já está gravando. Um trabalho lançado prematuramente pode
detonar por anos a carreira de uma banda, não é?
Depende, é uma questão complexa. Nós
demoramos a lançar o CD realmente, mas é que ele foi gravado em várias etapas.
Com certeza, o passar do tempo nos trouxe um entendimento melhor do que
queríamos, as músicas já estavam no sangue, e isso facilita demais na hora de
gravar. Mas a questão financeira pesou bastante nessa demora para a gente
gravar. O fato é que, hoje em dia, o mercado meio que força o artista a querer
produzir um material muito rápido, a gravar logo e se lançar. Um trabalho muito
prematuro, muito cru, pode sim detonar um pouco a carreira do artista. No
entanto, tem artista que é muito consciente do que quer desde o início e
consegue gravar um trabalho legal logo de cara. Além disso, as coisas hoje
estão muito voláteis. Pode ser que um trabalho muito prematuro seja esquecido
rapidamente, ou até mesmo passe despercebido, e o artista consiga uma
maturidade maior num segundo trabalho e deslanche. Na verdade, não existe uma
fórmula, depende de cada um.
2112. Quando
vocês acharam que já estavam prontos para gravar e que recordações vocês
guardam desse momento?
A gente sempre faz uma pré-produção
intensa antes de entrar em estúdio para gravar, é isso que nos deixa prontos
para gravar. Pré-produção é fundamental. O CD foi gravado no extinto estúdio
Superfuzz, no Humaitá, aqui no Rio. As recordações são as melhores. Gravar é
tenso, mas ao mesmo tempo também é bem divertido. Tem muita história boa. Nosso
ex-baixista trabalhava embarcado, ele desembarcou no dia da gravação do baixo,
foi direto para o estúdio e passou a madrugada gravando! Tem vídeo do vocalista
dormindo e roncando na sala de gravação. Temos muitas recordações e,
felizmente, muito mais recordações boas do que ruins.
2112. O
nome Supersonido é um neologismo derivado do espanhol que significa “super
som”. De quem foi a ideia de batizar a banda com esse nome?
Inicialmente, a banda tinha o nome de
Pata de Camelo. Mas se você fizer uma busca no Google com esse nome, você vai
encontrar uma infinidade de coisas obscenas e a banda só aparecia lá na
trigésima página! Ou seja, não dava para manter esse nome. Então, começamos a
pesquisar nomes que fossem inéditos, que não tivesse nenhuma banda utilizando.
Pesquisamos vários! Então, o nosso guitarrista, Gringo, fez uma lista com
vários nomes e Supersonido estava no meio. E, numa votação muito doida, acabou
ficando Supersonido! É um nome meio esquisito à primeira vista, mas já nos fez
tocar em uma rádio de Bilbao, na Espanha. Ou seja, valeu à pena mudar, saímos
da trigésima página de obscenidades do Google para uma rádio na Espanha.
2112. Vocês
são considerados uma das grandes revelações do atual cenário independente
carioca. Como está a cena no Rio? Tem muitas bandas bacanas?
Não existe uma cena no Rio,
infelizmente. Porque uma cena pressupõe várias bandas unidas, várias casas de
show abraçando o autoral, um público interessado em consumir algo novo. Apesar
de haver várias iniciativas interessantes de bandas e produtoras, o que
predomina mesmo ainda é muita desunião entre as bandas, muitas casas
priorizando o cover e um público que tem se afastado da noite carioca por conta
da violência e da situação econômica. No entanto, o underground está
fervilhando de bandas excelentes, de todos os estilos. Mas o rock e a cultura,
em geral, no Rio de Janeiro, andam bastante castigados!
2112. Recentemente
entrevistei a Hexwyfe que disse haver muita desunião. Qual o ponto de vista de
vocês sobre o assunto e qual seria a solução imediata para reverter o problema?
Concordamos com elas! Há mesmo muita
desunião, talvez por estar tão difícil para todo mundo. Talvez falte um local
que consiga juntar todo mundo, como foi o Circo Voador, nos anos 80, a Lapa e o
Garage, nos anos 90. Uma cena se consolida quando há um lugar que consiga
juntar as pessoas. O Rio de Janeiro perdeu muitos espaços, o Garage, o Canecão,
o Ballroom, a Bunker fecharam, as lonas culturais minguaram, ou seja, perdemos
palcos de pequeno, médio e grande porte. Além disso, a violência tem afastado
muito o público. Talvez a solução passe por aí, pelo surgimento de um espaço
que consiga juntar todo mundo, que o público possa ir para se divertir, para
ver bandas, seja ela qual for, que a pessoa vá pela atmosfera do lugar!
2112. Entre
as novas bandas surgidas no Rio, quem vocês destacariam com um trabalho
interessante?
Nossa, muita gente. A Mobile Drink
que está sempre com a gente. Fizemos um show recentemente com a galera do Trio
Frito, os garotos são excelentes. Tem muita banda boa!
2112. A
Supersonido teve várias músicas incluídas em programações de rádios brasileiras
e gringas. Esse tipo de apoio ajuda em muito a impulsionar o nome da banda e
mesmo abrindo várias portas, não é?
Com certeza! Rádio ainda é um veículo
de massa, muita gente ainda ouve rádio, dirigindo, trabalhando, fazendo
atividade física. Enfim, a rádio ainda consegue atingir bastante gente e isso é
uma baita divulgação! Tocar na rádio é muito importante, a gente fica muito
feliz quando uma música nossa entra na programação. Com certeza abre portas e é
um certo tipo de endosso para o nosso trabalho.
2112. Todos
na banda compõem?
As composições são basicamente dos
guitarristas Ketzer e Gringo e do vocalista Daniel Marques, ou do ex-vocalista
Léo Primitivo. Mas todos da banda compõem sim e todos contribuem, de alguma
forma, para o arranjo final da música.
2112. Temos
visto uma quantidade enorme de bandas falando de violência, ocultismo, críticas
sociais... em suas composições. Qual a temática das letras de vocês?
A gente não se restringe a uma
temática. Nossas músicas podem falar de uma noite no bar bebendo, de um
relacionamento em crise, de amor, tem crítica social, caos urbano, violência.
Nossas composições são sobre temas urbanos, do nosso dia a dia, nesse mundo
louco.
2112. O
que os fãs da banda podem esperar do novo álbum e qual o paralelo existente
entre esse e o primeiro álbum?
Esse novo álbum deve vir um pouco
mais pesado. Essas duas músicas novas têm afinação baixa, o que já dá confere
um peso a mais. Além disso, houve uma mudança no vocal da banda. O nosso
ex-vocalista, o Léo Primitivo, foi morar em Minas e o Daniel Marques, que já
havia cantado com a gente em alguns shows, assumiu definitivamente os vocais.
Entretanto, apesar das mudanças, continuamos a fazer um hard rock direto, com
direito a muitos riffs e solos e em português.
2112. Qual
o telefone/e-mail de vocês para quem quiser contratar a banda ou mesmo adquirir
os CDs?
Nosso e-mail é o supersonidorock@gmail.com. Nossos telefones de
contato são: (21) 99624-3547 e (21) 99758-7692. Os CDs da banda podem ser
adquiridos via e-mail ou em qualquer um dos nossos shows. Além disso, as faixas
do CD e do novo EP podem ser adquiridas por download no iTunes, Apple Music, CD
Baby, Amazon, GooglePlay, etc.
2112. ...
o microfone é de vocês!
Agradecemos pelo espaço esperamos que
os leitores do Blog 2112 gostem do nosso som! Vamos apoiar o rock autoral,
vamos apoiar o rock nacional! Tem muita gente boa fazendo um som de qualidade por
aí. Ouçam Supersonido! Em breve, lançaremos o clipe da música Tamo Equipado e,
mais para frente, vem CD novo! Busquem por @supersonidorock no Instagram e no
Facebook que vocês vão encontrar a gente. Adoramos interagir com o nosso
público nas redes sociais! Esperamos vocês nos nossos próximos shows! Salve o
rock!
Próxima postagem: Exposição Virtual Cláudio Dantas, Dia 27
Nenhum comentário:
Postar um comentário