A internet é hoje o melhor palco para se conhecer e ouvir os
mais variados tipos de sons... E foi numa dessas viagens de pesquisa que tomei conhecimento da puta sonzeira da Demo Sapiens. Fui até o YouTube para conhecer melhor o som e não
pensei duas vezes em contactar a banda para esta entrevista. O resultado do nosso bate papo tá ai...
Espero que vocês curtam e também divulguem!!
2112. A Demo Sapiens este ano comemora quatro anos de história já com um EP
na bagagem o que não deixa de ser um saldo positivo para uma banda
relativamente nova. Que tal começar falando um pouco sobre os primórdios da
banda?
Eduardo Silva. A Demo
Sapiens surgiu em 2014 como continuidade a um projeto anterior, formado por
Luhatus Ebner e Eduardo, chamado No Man's Land. Com o fim desta etapa, tivemos
a oportunidade de reformular composições antigas, com novas letras em português
e um amadurecimento natural no processo criativo. Desde então, seguimos
trabalhando para atingir um espaço mais expressivo no mercado.
2112. Ter
uma banda hoje na ativa é como se aventurar num terreno pantanoso, não é?
Eduardo. Depende do ponto de vista e do que é
considerado ''pantanoso''. Mesmo diante de todas dificuldades que podem ser
elencadas, vemos a arte como uma necessidade, algo inerente à nossa forma de
enxergar e interpretar as coisas ao nosso redor. E isso deve prevalecer
independente de qualquer circunstância.
2112. Que bandas influenciam o trabalho de vocês?
Eduardo. Não é tarefa fácil listar artistas. Nossas
influências partem do formato clássico de uma banda de rock, mas flerta e se
comunica com diversos estilos e, principalmente, acontecimentos cotidianos e
sociais.
2112. Como
vocês classificariam o som da Demo Sapiens?
Eduardo. Demo Sapiens pode ser considerada uma banda de
rock em um primeiro momento, sem nenhum subgênero ou rótulo que nos restrinja.
Buscamos ter a liberdade de transitar por todos cenários musicais possíveis e
oportunos
2112. O
underground tem sido uma ótima fonte geradora de bandas autorais o que comprova
que o rock brasileiro não morreu. O que falta é apoio...
Eduardo. Acreditamos que este seja um momento
importante para avaliar a real relevância em nos fecharmos em nomes ou
predefinições musicais. Para um objetivo mercadológico, talvez seja realmente
importante se atualizar e mapear as tendências. Rock pode ser visto, dessa
forma, como um comportamento que reside em diversos estilos musicais.
2112. ... e
o público também precisa acreditar mais na cena!
Eduardo. Com certeza. Mas este é um apelo difícil de
reivindicar para o público consumidor, rs. Por isso a necessidade em mapear
tendências de mercado e onde está a demanda por música nova.
2112. Temos algumas das melhores bandas do planeta a espera de uma chance para
mostrar seu trabalho, não é?
Eduardo. Sempre teremos ótimas bandas a espera de
oportunidades. Vocês mesmo já abrem este caminho divulgando os trabalhos e isto
é digno de ser elogiado e parabenizado.
2112. Não é o caso de vocês?
Eduardo. Se estamos a espera de oportunidade? Com
certeza. A espera e em busca de oportunidades.
2112. A internet tem ajudado bastante as bandas a tocarem suas carreiras sem
precisar da grande mídia. Plataformas como Streaming, YouTube, Facebook,
Instagram, Twitter... abriu um espaço sem precedentes no que diz respeito a
divulgação, não é?
Eduardo. Com certeza nos ajuda a viabilizar a produção
e o lançamento. Porém, sem planejamento e investimento em estratégias de
divulgação, as bandas encaram dificuldades, pois se cria um excesso de oferta
de forma difusa, sem direcionamento e alcance de possíveis fãs. O mercado ainda
está se adaptando a esses novos tempos e precisamos estar atentos.
2112. Outro ponto positivo é quando o seu PC se transforma num estúdio e você
grava em casa áudios com ótima qualidade. Isso ajuda bastante...
Eduardo. Com certeza. Mas isso precisa estar
acompanhado de habilidade operacional e altos investimentos pra chegar em
níveis de excelência da produção artística.
2112. Falem um pouco sobre “Tempo e Espaço”. Quando ele começou a ser gerado?
Eduardo. O conceito do EP foi desenvolvido desde o
início da banda. Depois decidimos produzir o material no ano de 2016.
2112. Quanto tempo vocês gastaram em estúdio?
Eduardo. Aproximadamente um ano, pois optamos por trabalhar
no material sem prazos.
2112. Já escolheram entre as cinco faixas
gravadas qual será a música de trabalho?
Saulo. Na verdade nós temos dois vídeos
lançados. Um videoclipe da música "Liberdade" e o Lyric video de
"Viagem", ambos produzidos por artistas independentes, e o foco agora
é tocar ao vivo pra apresentar as músicas do EP e as que vamos gravar em um
futuro próximo.
2112. Vocês fazem parte de uma geração de
bandas que optaram por usar material autoral. O que mais influencia na hora de
compor?
Saulo. A gente escreve baseado as
experiências de cada um de nós. Às vezes alguém aparece com uma música
praticamente pronta, ou o trecho de alguma música que é tocada em estúdio numa
Jam session, que junta as ideias de todos pra finalizar o processo de
composição
2112. Particularmente não sou muito fã de bandas
covers mas gosto quando uma banda dá uma nova visão para uma música com novos
arranjos e uma nova linha vocal. Vocês fazem releituras em shows?
Saulo. Não somos contrários à bandas
covers, mas temos até o presente momento uma lista bem pequena de releituras,
dando prioridade pra mostrar nossas composições. Como a maioria dos shows para
bandas independentes tem duração de até uma hora, a gente opta por mostrar o
máximo do que a gente escreve.
2112. Com o EP na praça quais são os
projetos de vocês?
Saulo. Estamos em estúdio, terminando as
novas músicas e demos um tempo dos palcos, mas já estamos em busca de novas
datas, pra apresentar nosso som pra mais pessoas.
2112. O microfone é de vocês...
Saulo. Pessoal, muito obrigado a quem já
curte o trabalho da Demo Sapiens e nos apoia em todos os shows. O apoio de
vocês é fundamental pra gente continuar fazendo acontecer. A quem não nos
conhece, deem uma olhada no nosso material, disponível nas principais
plataformas digitais e no YouTube e nos digam o que vocês acham do material que
a gente já tem. Existe, assim como a Demo, muitas bandas trabalhando muito pra
apresentar música de qualidade pra quem souber apreciar. Saiam da zona de
conforto da mídia tradicional e conheçam coisas novas, que não irão se
arrepender. Novamente o nosso muito obrigado e vemos vocês por aí!
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