O blog 2112 foi formado com intenção de divulgar as bandas clássicas de rock, prog, hard, jazz, punk, pop, heavy, reggae, eletrônico, country, folk, funk, blues, alternativo, ou seja o rock verdadeiro que embalou e ainda embala toda uma geração de aficcionados. Vários sons... uma só tribo!



segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Entrevista Estrangeiros d'Aqui

2112. A banda este ano comemora 30 longos anos de estrada. Além de shows teremos outras novidades?

Gilmar. Sim, são 30 anos e temos outras novidades sim. A idéia inicial era lançar um EP com as canções autorais da banda. Estas composições na verdade são todas lá do começo dos anos 1990. Mas, durante a pandemia, compusemos uma música nova e lançamos o single nas plataformas de música. E acabamos de lançar um novo single, que já está disponível. As próximas canções autorais devem ser lançadas juntas, agora sim, num EP.

2112. Como surgiu a banda?

Gilmar. Eu e meu irmão Genilson começamos a aprender tocar violão com nossa mãe e de imediato começamos a tocar as primeiras músicas e a compor também. Então convidamos alguns amigos e começamos a ensaiar dentro do nosso quarto mesmo. Tudo isso sob influências das bandas nacionais de rock que haviam surgido nos anos 80 como Legião, RPM, Paralamas, Engenheiros...  

2112. Vocês começaram nos famosos circuitos de bares e festas locais/regionais. Que tipo de músicas vocês tocavam nessa época?

Genilson. Tocávamos covers das bandas que citamos.

2112. A cultura dos bailes fez a fama de muitas e muitas bandas nos anos 60/70. Mas com o passar dos anos os bailes se tornaram meras lembranças de uma geração que saía para curtir a noite e namorar. Tá difícil sobreviver de música?

Gilmar. Sim, nossa escola foram os bailes da vida. Todos nós temos os nossos empregos. Então, a música é um complemento da renda. E fazemos também trabalhos em estúdio, como produção musical. O Vítor, nosso batera, faz violão e voz, dá aula... existe mercado. 

2112. Naquela época era comum as bandas de bailes gravarem compactos e lps. Vocês chegaram a ser sondados por alguma gravadora?

Genilson. Como nós permanecemos no interior, ficávamos bem longe das gravadoras. Houve uma quase turnê internacional em 1996 que tinha como parte do projeto uma gravação ao vivo. Mas, infelizmente, acabou não rolando.

2112. No início de 2000 vocês decidiram encerrar carreira. O que de fato aconteceu?

Gilmar. Não foi nada demais. O mercado já estava ficando um pouco defasado. E começaram a surgir os formatos de shows com teclado e voz, eu comecei a tocar com a Ana Fersan. Fazíamos shows de 3 a 4 vezes por semana. Genilson foi tocar em outra banda.

2112. ... apesar da decisão vocês mantiveram contato uns com os outros no decorrer dos anos?

Genilson. Sim!

2112. Vinte anos se passaram e do nada a banda resolve voltar... O que mais pesou nessa decisão?

Gilmar. Então, um primo nosso que estava completando 50 anos disse que queria de presente um show da banda. E resolvemos fazer. Foi muito divertido, nos emocionamos e apareceu uma faixa com “voltem, estrangeiros”. Um grupo de amigos nos convidou para fazermos uma série de eventos particulares... topamos. Em seguida pintou convite para tocarmos no Reveillon do Hotel Fazenda Raposo... nem foi bem uma decisão... fluiu. 

2112. E foi nesse novo ciclo que ocorreu a transição de banda cover para autoral? O que levou vocês a tomarem essa decisão?

Francis. Nós continuamos fazendo covers... são músicas que gostamos, que fazem parte da nossa história. Mas, queremos que as pessoas conheçam nossas próprias canções também. Quem sabe, deixar nosso legado...

2112. ... mas ainda existe a necessidade de se tocar os famosos hits, não é?

Rene. Sim... são a base do nosso show.

2112. As composições de vocês puxam mais para o pop ou para o rock? Que bandas/músicos influenciam o trabalho de vocês?

Vitor. Mais para o rock. As influências são as bandas brasileiras de rock dos anos 80... tanto na musicalidade, quanto nas letras, que gostamos muito.

2112. Todos compõem na banda?

Vitor. Sim. 

2112. ... com o advento dos selos independentes, web rádios, estúdios caseiros e plataformas digitais uma banda hoje está mais livre para trabalhar a sua música, não é?

Francis. Sem dúvida. Eu sou produtor musical e tenho meu home studio. Gilmar também é produtor e tem estúdio. O estúdio hoje cabe na mochila.

2112. Essas mudanças a meu ver tirou toda aquela pressão das gravadoras em cima das bandas para lançar sucessos em cima de sucessos, você não acha?

Rene. Sim. O artista tem uma liberdade que não existia antes.

2112. Vocês já pensam em gravar um álbum e lançar em cd ou vinil? Quais são os projetos para o futuro?

Vitor. Até cogitamos o vinil mas, apenas para algumas promoções, uma espécie de “souvenir”. O mercado, pro bem ou pro mal, hoje é digital. 

2112. Achei super interessante o nome da banda. Ele dá uma margem de interpretação bem interessante... quase que espiritual. Quem teve essa idéia?

Gilmar. Sim... faz sentido sua análise. E só nos demos conta disso muito depois de criarmos o nome. Eu concebi a ideia depois de ler uma matéria sobre o disco que o Caetano Veloso lançou em 1989 (Estrangeiro) então, quis encontrar uma outra palavra para compor, junto com estrangeiros, já no plural, o nome da banda... e o daqui pareceu meio contrastante e achamos legal. Hoje entendemos que há de fato um grande significado. O estrangeiro é aquele que se encontra fora de sua pátria, e num sentido figurado é aquele que não pertence ou que considera não pertencer a uma região, classe ou meio - um forasteiro. Mais do que nunca, somos estrangeiros.

2112. Qual o telefone/e-mail para contratar a banda e adquirir material de merchandising?

Gilmar. E-mail estrangeirosdaqui@gmail.com

WhatsApp 22 99962-3709

2112. ... o microfone é de vocês?

Gilmar. Obrigado aos idealizadores do blog pelo espaço para falarmos um pouco de nós! Obrigado a toda galera que nos incentivou a voltar e que está sempre presente nos nossos shows! Obrigado a Luciana Camargo que também é uma grande divulgadora das nossas canções. Viva o Rock Brasileiro! 

Formação atual da banda:

Gilmar Coelho - teclados

Genilson Coelho - baixo

Vitor Souza - bateria

Francis Hamilton - voz

Renê Moraes - guitarra

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