O blog 2112 foi formado com intenção de divulgar as bandas clássicas de rock, prog, hard, jazz, punk, pop, heavy, reggae, eletrônico, country, folk, funk, blues, alternativo, ou seja o rock verdadeiro que embalou e ainda embala toda uma geração de aficcionados. Vários sons... uma só tribo!



sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Entrevista Inti Queiroz



Dia 09 estará acontecendo a nona edição do Festival PIB (Produto Instrumental Bruto) sob a coordenação de Inti Queiroz, produtora cultural e pesquisadora das políticas públicas de cultura. E nós do 2112 fomos lá bater um papo com ela para sabermos um pouco mais sobre este importante projeto que apóia a música instrumental!

2112. Primeiramente quero parabenizar vocês pelo projeto visionário que é o PIB que mostra em shows gratuitos o melhor da música instrumental brasileira. Como surgiu a idéia deste projeto?

Inti Queiroz. Entre 2003 e 2004 trabalhei numa grande produtora de projetos culturais e tive a oportunidade de fazer várias viagens a trabalho pelo país. Nas viagens conheci várias cenas locais de perto e percebi que as bandas instrumentais estavam pipocando por ai e que a sonoridade dessas bandas era realmente diferente da tradicional música instrumental brasileira. O que chamou atenção foi que eram bandas de vários estilos, algumas com estilos musicais indefinidos, mas tinham uma veia de música alternativa, algo entre o rock, o experimental, o psicodélico e o étnico. Já sabia que existia demanda para projetos instrumentais e que as leis de incentivo à cultura favoreciam esse tipo de música.  Junto a uma equipe, criamos o que seria o embrião do Festival PIB. Em 2006, a secretaria estadual de cultura de SP abriu um edital para festivais de música e uma das modalidades era para festivais de música instrumental. Enviei o PIB e ele foi contemplado no edital do Proac e a primeira edição aconteceu em 2007. Depois disso fizemos 8 edições em 10 anos. A maioria delas com pequenos apoios e recursos próprios. O importante é não deixar de fazer.

2112. A diversidade e a qualidade da música instrumental brasileira é fabulosa. Tem música para todos os tons e gostos não é?

Inti. Sim, por isso decidimos fazer o festival. Percebemos que boa parte dessas bandas instrumentais não tinha espaço. Principalmente aquelas que não se enquadravam nos estilos mais tradicionais como o jazz brazuca e o choro. O PIB foi pensado justamente para dar espaços para estes outros estilos como o eletrônico, o rock, o afrobeat, o experimental, etc.

2112. Me diz uma coisa, como uma banda faz para participar do festival? As inscrições são feitas via internet?

Inti. Desde 2016 estamos mapeando as bandas brasileiras que trazem o perfil vanguarda que o festival possui. Não fazemos mais inscrições como fazíamos no começo. Abrimos o chamamento para a atualização do mapeamento desde então. Todo mundo pode sugerir banda para o mapeamento no chamamento que acontece geralmente no meio do ano em nossa página do Facebook. Desse mapeamento selecionamos as bandas que tocarão no festival. O Mapeamento atualmente conta com 311 bandas. http://www.festivalpib.com.br/mapeament/

2112. E quais são os requisitos que a banda precisar ter além de ser claro, instrumental?
Inti. Quando faço a curadoria do festival levo em conta diversos pontos. Primeiramente a música e o diálogo do trabalho que a banda vem realizando com a proposta do festival, que busca mostrar a música instrumental de vanguarda e em lapidação. Outro ponto importante é mostrar propostas em formato de bandas, não de artistas solo e com repertórios 100% autorais. Outro olhar relevante, leva em conta bandas que assim como o festival, fazem um contraste entre o primitivo e o moderno, o bruto e o lapidado, o natural e o sintético. É observada também a produção, a divulgação e a estética da banda em plano geral, como o cuidado com a parte técnica, canais de divulgação, o empenho e resultados em redes sociais, apresentações ao vivo e materiais dispostos em vídeos na internet. Para fechar a curadoria, um diálogo entre as bandas selecionadas também é observado, para que cada edição traga uma proposta única dentro de determinada estética e possa mostrar o estado da arte da cena desta nova música instrumental.
2112. Qual o critério usado por vocês na hora da escolha das bandas? A peneiragem é difícil?

Inti. É difícil pois é um universo muito grande de bandas e só posso escolher poucas a cada ano e todo mundo quer tocar. O mais importante é trazer bandas que estão se destacando na cena independente naquele momento. Outro fator problemático é grana. Infelizmente é bem difícil captar recursos para um festival tão diferente. É muito difícil trazer bandas de outros estados sem bons patrocínios. Já tivemos bandas de vários estados do Brasil, mas está cada vez mais difícil bancar isso.

2112. Já houve caso de vocês reaproveitarem bandas dispensadas de outras edições?

Inti. Nunca dispensamos bandas. Escolhemos bandas. Mas em alguns casos, bandas que quase entraram numa edição acabam sendo chamadas nas edições seguintes. O que importa é ela estar num momento propício fazendo um bom trabalho na cena independente. Tocar bastante por aí acaba chamando atenção da gente...

2112. Neste mês ocorre a 11° edição do festival com a participação das bandas Kaoll, Ralo, Mescalines, O Grande Ogro, Zumbi e o Folclore. Todos os sons... uma só tribo?

Inti. Na verdade é a nona edição edição do festival em 11 anos de existência. Dois anos destes 11 não conseguimos realizar o festival por falta de recursos. Não acho que somos uma só tribo. Mas é uma cena compostas de sub cenas e a música instrumental é uma linguagem diferenciada da música popular cantada. Dentro da cena da música instrumental tem várias cenas e o PIB tenta mostrar um recorte atual de várias. Tem a turma do eletrônico, do stoner rock, do afrobeat, do experimental, do post rock, do neojazz, etc etc.

2112. Qual a reação do público diante dessa pluridade musical?

Inti. Depende. Tem muita gente que acompanha a cena de perto há muitos anos e conhece a maioria das bandas. E muitas pessoas que chegam pela primeira vez e se surpreendem. Vai muito de cada um e da bagagem musical que tem. Mas uma reação que sempre acontece é que as pessoas não conhecem as bandas e acabam virando fãs quando participam do festival, pois geralmente é tudo muito diferente do que estão acostumados a ver por ai. Quem vem numa edição do festival PIB acaba vindo em outras pra conhecer mais bandas novas.

2112. Já estamos na nona primeira edição do festival e eu te pergunto: Qual o balanço que você faz de todo esse tempo?

Inti. O balanço é bom. Porém é bem difícil trabalhar com música não cantada no Brasil se não for jazz. E jazz não é o nosso foco.  É extremamente difícil conseguir patrocínios, a maioria das pessoas desconhece esse tipo de vertente da música instrumental. Acho que o PIB foi fundamental para a disseminação desse tipo novo de música instrumental, principalmente por ter tido dois especiais da MTV nas segunda e terceira edição. Isso acabou lançando no mercado da música uma nova perspectiva. Somos uma festival que nunca teve ambição de ser um grande festival, já que nosso recorte é sempre de bandas brasileiras e que atuam no meio independente. Gostamos de atuar no meio independente e manter essa independência.

2112. No palco do PIB já passou mais de 70 bandas... Isso é uma baita vitória levando em conta se tratar de um estilo de música com pouco acesso nas mídia, não é?

Inti. Já tivemos 70 bandas no PIB. De 14 estados diferentes do Brasil. Hoje o mapeamento das bandas com nosso perfil é de 311.

2112. No blog já entrevistei algumas bandas instrumentais como Quartetinho, Duo Instrumental, Silibrina, Jazzmine... Você conhece? São bandas maravilhosas com um trabalho impecável...

Inti. Já ouvi falar sim, são bandas legais.

2112. E o Expresso Jazz? Quando será realizado?

Inti. No momento estamos em busca de patrocínio pelo Proac, mas por enquanto não há previsão.

2112. Vocês já escolheram as bandas ou ainda estão no processo de seleção?

Inti. As bandas da edição 2018 já estão selecionadas e foram divulgadas desde o dia 25/10. São todas da cidade de SP. É a primeira vez que só mostramos bandas da cidade.

2112. Inti, agradeço pelo bate papo, pela sua disponibilidade em responder as perguntas. O microfone é seu...

Inti. Eu que agradeço o espaço. Venham para o festival dia 09/12 na Casa das Caldeiras curtir o Festival PIB. A diversão é garantida e a boa música também. A Entrada é gratuita. Começa cedo e acaba cedo e dá pra trazer todo mundo, inclusive a criançada. Mais detalhes no evento.

PiB - Um Festival Diferente!

O PIB – Produto Instrumental Bruto é um festival de bandas instrumentais brasileiras que acontece desde 2007 e visa promover a cultura da música instrumental contemporânea e inovadora em toda a sua diversidade de estilos musicais. Sempre em busca de um panorama atual da vanguarda da música brasileira.

O Festival PIB - PRODUTO INSTRUMENTAL BRUTO – desde sua primeira edição em 2007, traz um novo olhar para a música instrumental brasileira, fazendo um contraste entre o primitivo e o moderno, o bruto e o lapidado, a natureza e a cultura. 

Nesta edição o festival apresentará pela primeira vez um recorte bem diversificado da cena paulistana, com 5 bandas da cidade de São Paulo. Teremos shows com as bandas: KAOLL com sua música viajante e boa para contar histórias surreais, MESCALINES com sonoridades sensíveis e psicodélicas, O GRANDE OGRO com o experimentalismo orgânico que mistura o hardcore oitentista e o pós-rock, RALO com seu stoner rock potente e ZUMBI E O FOLCLORE que traz uma mistura da música brasileira contemporânea com sonoridades da world music. 

O PIB tem como objetivo a divulgação de alguns dos muitos projetos interessantes que vem sendo produzidos na nova música instrumental brasileira, considerando principalmente a diversidade de estilos musicais e o conceito artístico de vanguarda que se esconde em cada uma das bandas da nova cena. As edições anteriores foram um grande sucesso de público e mídia operando para que a nova cena instrumental pudesse ser observada mais de perto não só por iniciados e formadores de opinião, mas também pelo grande público. 

Além dos shows, o festival também contará com DJs, oficinas, exposições, feira cultural e intervenções artísticas que buscam mostrar os diálogos possíveis da nova música instrumental com outras linguagens de arte e cultura.  A curadoria das exposições de artes visuais este ano é responsabilidade do artista plástico Fabio Quaglio e deverá apresentar 10 artistas da nova geração de artistas  da cidade de São Paulo. (artistas confirmados: Aguidavid Xukuru, Ana Luz, Fabio Quaglio, Florido, Lokano, Joyce Melguiso ,  Mayara Polizer, Maysa Ribeiro, Tais F. Bêrtollim)

A curadoria do projeto é assinada por Inti Queiroz, produtora executiva e criadora do festival. A curadoria do festival leva em conta diversos pontos. Primeiramente a música e o diálogo do trabalho que a banda vem realizando com a proposta do festival, que busca mostrar a música instrumental em lapidação. Outro ponto importante é mostrar propostas em formato de bandas, não de artistas solo e com repertórios 100% autorais  Outro olhar relevante, leva em conta bandas que assim como o festival, fazem um contraste entre o primitivo e o moderno, o bruto e o lapidado, o natural e o sintético. É observada também a produção, a divulgação e a estética da banda em plano geral, como o cuidado com a parte técnica, canais de divulgação, o empenho e resultados em redes sociais, apresentações ao vivo e materiais dispostos em vídeos na internet. Para fechar a curadoria, um diálogo entre as bandas selecionadas também é observado, para que cada edição traga uma proposta única dentro de determinada estética e possa mostrar o estado da arte da cena desta nova música instrumental. 

O Festival PIB – Produto Instrumental Bruto é realizado pela produtora Erativa Cultural e tem apoio da Associação Cultural Casa das Caldeiras e este ano faz parte da programação da SIM SP (Semana Internacional de Música de SP).  

Bandas que participarão do Festival PIB 2018: 

KAOLL   www.kaoll.com 
MESCALINES https://mescalines.bandcamp.com/
O GRANDE OGRO http://ograndeogro.wixsite.com/ograndeogro
RALO https://www.facebook.com/RaloBand/
ZUMBI E O FOLCLORE
https://www.facebook.com/zumbieofolclore/ 

PROGRAMAÇÃO: (outras atrações serão inseridas nos próximos dias)
15h - Abertura da casa – Início Feira cultural 15h - DJs (artistas a confirmar) 15h30 – Início visitação exposições de artes visuais – Curadoria Fabio Quaglio 15h30 – 16h30 Oficina de produção cultural - O que será do futuro da produção cultural no Brasil? Com Inti Queiroz 16h30 – Início dos shows com a banda Kaoll 17h40 – Show banda Mescalines 18h50 – Show banda O Grande Ogro 19h40 - Intervenção artística - Dança contemporânea (artista a confirmar) 20h – Show banda Ralo Band 21h10 – Show Zumbi e o Folclore

(Outras atrações a confirmar) 

Serviço: 

Festival PIB 2018 – Produto Instrumental Bruto: Data: 09 de dezembro de 2018 – das 15h às 22h Local: Casa das Caldeiras – Av. Francisco Matarazzo 2000, Água Branca – São Paulo – SP.  Entrada Franca e censura livre.  O local não possui estacionamento próprio.  

Histórico Festival PIB

A primeira edição do projeto aconteceu no SESC POMPÉIA, em São Paulo, em 2007 onde tivemos shows com as 12 bandas: Pata de Elefante (RS), Cosmorama (SP), Lenore (GO), Mama Gumbo (SP), Dead Rocks (São Carlos – SP), Búfalos D’Água (Londrina – PR), Gasolines (São Paulo – SP), Maremotos (Curitiba – PR), Fóssil (Fortaleza – CE), Mamma Cadela (SP), Labirinto (SP) e Músicas Intermináveis para Viagem (Porto Alegre – RS) e ainda 2 oficinas interativas, debate e feira cultural.

Na segunda edição em 2009, tivemos 16 bandas de diversos estilos musicais e regiões do país, cada uma delas com sua influência regional e sotaque musical.  Bandas de 2009:  Aerotrio (Campina Grande - PB), Chimpanzé Clube Trio (SP), Tigre Dente de Sabre (SP), Elma (SP), Fantasmagore (RJ), Grooverdose (SP), Macaco Bong (Cuiabá - MT), Malditas Ovelhas (São Carlos - SP) Retrofoguetes (Salvador - BA), Reverba Trio (Porto Alegre - RS), SaunoFlex (SP) e The Violentures (Campinas - SP).  E as madrinhas:  Mama Gumbo, Gasolines e Labirinto (SP) Intravenal Groove S/A de Campinas (SP). Além dos shows, desta vez no Clube Belfiore (CB Bar), tivemos 4 oficinas, debate e feira cultural na Casa das Caldeiras. 

Na terceira edição em 2010, tivemos 20 bandas, também mostrando a total diversidade do festival: Bandas 2010: Aeromoças e Tenistas Russas (SP), Mamma Cadela (SP), O Garfo (CE), Tigre Dente de Sabre (SP), HellFishes (PR), Kozmic Gorillas (PR), Mullet Monster Orquestra (SP), Retrofoguetes (BA), Bufalo (SP), Epcos (PE), Huey (SP), Fantasmagore (RJ), Discotiki (SP), Martinez (SP), 3 Cruzeiros (SP), Saunoflex (SP), Astronauta Pinguim (RS), Groove Groove (SP), Pé na Cozinha (SP), Wash! (SP). Além dos shows tivemos 6 oficinas, debate, feira cultural e exposição de fotos. 

Em 2011 tivemos uma quarta edição na Casa das Caldeiras com a apresentação das bandas: Mamma Cadela (SP), Três Cruzeiros(SP), Huey (SP). Além dos shows tivemos um debate, feira cultural e exposições. 
Após um intervalo de três anos, realizamos a quinta edição em 2014, em apenas um dia de festival na Casa das Caldeiras. As bandas participantes foram: Herod (São Paulo – SP) , Kubata (S. Bernardo do Campo – SP), Os Pontas (Sorocaba – SP), Projeto Ccoma (Caxias do Sul – RS), Testemolde (São Paulo – SP). Além dos shows tivemos diversas intervenções artísticas de artes visuais, audiovisual e dança. 

A sexta edição do Festival PIB no ano de 2015, retornou ao seu formato inicial de 3 dias, dois dias no Complexo Cultural FUNARTE SP e o terceiro dia na Casa das Caldeiras. Com as 8 bandas: Aeromoças e Tenistas Russas (SP), Bombay Groove (SP), Meneio (SP), The Tape Disaster (Porto Alegre - RS), Boom Project (SP), Horta Project (Brasilia - DF), Skrotes (Florianópolis - SC), Camarones Orquestra Guitarrística (Natal - RN). Além disso, esta edição contou com duas oficinas, exposição e feira cultural. 

Nossa sétima edição em 2016, aconteceu durante a Virada Cultural como parte da programação do Palco Instrumental e contou com shows das bandas: Tigre Dente de Sabre (SP), Huey (SP) e Skrotes (SC). 
Na oitava edição em 2017, o festival completou 10 anos de existência e tivemos um dia de Festival PIB na Casa das Caldeiras com a apresentação de 5 bandas da nova geração da música instrumental: Amoradia do Som (SP), E a terra nunca me pareceu tão distante...(SP), Mais Valia (Jaú- SP), Rock Trash (Guarulhos - SP) e Ema Stoned (SP). Além dos shows tivemos feira cultural, oficina de percussão em sucata e exposições. 

Maiores informações: 

festivalpib@gmail.com (contato) 
www.festivalpib.com.br/ https://www.facebook.com/festivalpib

 KAOLL

 MESCALINES

O GRANDE OGRO
RALO

 ZUMBI E O FOLCLORE

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