O blog 2112 foi formado com intenção de divulgar as bandas clássicas de rock, prog, hard, jazz, punk, pop, heavy, reggae, eletrônico, country, folk, funk, blues, alternativo, ou seja o rock verdadeiro que embalou e ainda embala toda uma geração de aficcionados. Vários sons... uma só tribo!



terça-feira, 9 de agosto de 2022

Entrevista Irlan Santos

2112. Irlan, como foi o seu começo na música?

Irlan. Ôpa... valeu pela oportunidade de expor minhas palavras com o Blog 2112. Meu começo na música foi desde cedo, atento ao que em casa se escutava. Desde novo busquei tocar, formar banda, escrever, participar disso num todo. Ganhei um violão e fui aprendendo, já com a vontade de tocar com amigos e formando banda, escrevendo e desenvolvendo minha cantoria. 

2112. Como é o circuito de bandas autorais aí em Natal e que bandas/músicos você indicaria com um trabalho bacana?

Irlan. Tempos atrás foi melhor. Acontece sim, mas, tudo hoje em dia é muito caro e poucos espaços para gigs. Por aqui tem muitas bandas e artistas. O pessoal tem que se virar e fazer o rolé acontecer criando eventos alternativos. A banda que indico é a Thee Automatics, vale a pena dá uma escutada. Indico também o cantor, compositor Samir Almeida que tem músicas massa.

2112. Precisamos aprender a divulgar mas a cena da nossa cidade para que ela cresça e surja mais oportunidades em bares, teatros e festivais, não é?

Irlan. Sim, claro. Sempre e sempre divulgar. Procurar ocupar esses espaços e criar também nossos próprios points para que aconteça várias ações artísticas, seja em bar, festivais, teatro, nas ruas, praças... assim conseguimos um alcance maior para que outras pessoas se interessem por aquilo que estar sendo produzido na cena. Sempre divulgar!

2112. Acredito que muitos músicos/bandas não o fazem por total insegurança...

Irlan. Sim, também acho. E falta de oportunidade.

2112. ... apesar de pagar aluguel e matar a fome de muita gente não concordo com o circuito de bandas covers. A meu ver elas tiram o espaço que pertencem por direito as autorais. Qual o seu ponto de vista sobre o assunto? 

Irlan. É, são poucas as oportunidades para música autoral. A maioria só quer escutar grandes sucessos. São poucas as pessoas que entendem o que você está fazendo, algo seu, autoral, buscando e fazendo seu caminho fincando suas raízes, imprimindo sua identidade sonora, são pouquíssimas pessoas e espaços que apoiam.

2112. A sua música soa diferente do que se ouve nas rádios e nas plataformas digitais. Que bandas ou músicos te influencia?

Irlan. Vixe, são muitas as influências. Muitas mesmo. Vou citar algumas começando pelo nordeste de Belchior, Ednardo, Raul Seixas, Babal Galvão, Cátia de França, Zé Ramalho, Alceu Valença, Rodger Rogério, Geraldo Azevedo, Lula Côrtes, Elino Julião, Luiz Gonzaga, Ivinho, João do Vale, cantoria de viola e repente... vixe, tem muita coisa do nordeste que me influência. Isso aí foram só alguns. E no geral, Neil Young, Bob Dylan, Fred Neil, Dino Valenti, John Lee Hooker, Lurrie Bell, Bert Jansch, Lou Reed, MC5, Iggy Pop And The Stooges, Jimi Hendrix, Sonic Youth, Yo La Tengo, Dinossaur Jr... Tem muita coisa que me influencia. Escuto muito noise experimental, punk, muita distorção e gritos que também fazem parte das minhas influências sonoras. 

2112. Os vocais vem meio que soterrados no instrumental. Isso foi feito de propósito para que a letra não obtivesse maior destaque que o instrumental?

Irlan. Tem músicas que sim, feitas para sussurrar nas cordas criando um ambiente sonoro down. Por isso agora venho colocando as letras das músicas quando lanço no bandcamp, para quem vai escutar entender melhor o que se passa na música.

2112. Rei, Rei Jam Session C.C.F. S. e Rei Madrugada caberia perfeitamente na trilha sonora de um filme de suspense com toques de terror. O que você ouve em casa ou nas plataformas digitais?

Irlan. O que escuto mais são coisas antigas do nordeste, folk, mpb, música experimental, noise... seja tocando na vitrola o disco de Neil young, Bob Dylan, Belchior, Zé Ramalho ou nas plataformas digitais é isso que escuto.

2112. Não diminuindo o valor das suas músicas... mas senti nelas um leve toque floydiano em alguns momentos. Isso é real?

Irlan. Não forçado, naturalmente flui assim e deixo o som seguir seu caminho. 

2112. Nos shows as músicas ganham novas dimensões instrumentais?

Irlan. Sim, a intensidade aumenta e cheio de adrenalina faz com que aconteça improvisos ganhando dimensões lisérgicas fazendo com que a galera entre na viagem também criando uma amálgama no ambiente em que estar sendo tocado.

2112. As gravações como você mesmo disse foram gravadas bem artesanalmente. Você gravou todos os instrumentos?

Irlan. Dos EPs álbum que estão no bandcamp sim, fui eu que toquei todos os instrumentos e ruídos do Irlan du Carrasco.

2112. Nalri Sotnas e Javali é nome de banda? Quem são seus integrantes?

Irlan. Nalri Sotnas é meu nome ao contrário. Javali-Rei é a banda que me acompanha com El Maestro Pablo Di Lúcia na guitarra e voz, Gh Gomes no baixo e voz e Cláudio C na bateria. Não tocamos só coisas minha não, todos compõem e constroem música. Nalri Sotnas e Javali-Rei é um nome lombroso. Criamos esse nome só pra rir de nós mesmos. 

2112. Irlan, mostrei seu trabalho a um amigo e ele me disse "que além de maravilhosas, elas são perfeitas para se ouvir chapado". O que você pensa dessa afirmação? 

Irlan. Está certíssimo, embarcar na viagem e deixar a lombra sonora tomar de conta. Instintos lisérgicos. Ouça chapado!

2112. O que mais te inspira quando está compondo e como você trabalha essas idéias na sua cabeça até elas chegarem ao seu formato definitivo?

Irlan. Vem naturalmente. Pego o violão e começo rabiscar algo. Aquilo que se leu, assistiu, viu algo interessante na rua, tudo tudo tudo vou aproveitando. Tem vez se tem uma idéia e não flui, aí você mostra a alguém e começa a tomar forma, nisso surge uma parceria. E com muita vontade de fazer o seu som com liberdade sem se prender a dogmas poéticos, filosóficos ou como vão ver isso que estar sendo criado. Sempre lendo e buscando conhecimento para quem compõe e cria música é abraçar o infinito. Nisso vai surgindo possibilidades dentro da música de como vou cantar, tocar, encaixar outras coisas na música até chegar como quero.

2112. Hoje a música tem um caráter imediatista... que depois de serem tocadas a exaustão são descartadas como um guardanapo sujo. O que você espera da/para a sua música?

Irlan. É ruim esse imediatismo de músicas descartáveis que vemos nos dias de hoje em dia num país onde se mata muita coisa boa para criar muitas vezes uma cultura retardada para vender logo e muito. Dá minha música eu realmente não espero nada, nada, nada. Vou tocando e resistindo, persistindo, sobrevivendo com o meu criar sem esperar o pão amassado, azedo ou o café salgado desse mundo. " EU CANTO..."

2112. Você tem projeto para os próximos meses de entrar em estúdio para registrar melhor suas músicas?  

Irlan. Tem vários materiais para ser lançado esse ano, tanto solo, split acústico, ao vivo ou com a Javali-Rei. Montamos um estúdio na casa do baterista (Cláudio C) e estamos ensaiando, experimentando, aprendendo para daqui pro final do ano lançarmos minhas coisas solo e com a Javali-Rei pelos selos JAVALI RECORDS e FUCK STAR RECORDS.

2112. Qual e-mail/telefone para contratar seus shows?

Irlan. Meu e-mail é irlanhcluis@gmail.com Telefone: 84 98871-5414  Irlan du Carrasco 

2112. ... o microfone é seu!

Irlan. Valeu por essa troca de idéias e do blog dar espaço a mim que sou um cantador, trovador dessa babilônia e não conhecido procurando meu espaço e fazer minha música circular por aí. Sigamos avante! UP! Fica na paz!

Fotos: Arquivo Irlan.

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