Eis uma banda para a fazer a diferença
no cenário do rock brazuca: Sandinistas! Força, postura e um som sujo e pesado injeta
sangue novo num cenário recheado de porcarias que as “grandes” gravadoras
produzem com um falso selo de qualidade. Precisamos mudar esta realidade e
mesmo parar de achar que somente o produto importado é bom. Nossas bandas precisam
de apoio para que possam crescer e se manterem vivas. Pare, pense e se envolva
nesta batalha pelo crescimento e fortalecimento do nosso cenário... essa
mudança só acontecerá se você mudar!
2112. Primeiramente conte um pouco da
história da banda.
Paulo SS. Eu postei no facebook: procuro caras pra tocar blues, punk rock, rock’n
roll. Primeiro o Thiago se prontificou, em seguida o Ivo, trocamos idéias,
ajustamos os pontos em comum, marcamos um ensaio, rolou bem e aqui estamos
desde março de 2017.
2112. O nome Sandinistas é uma
homenagem ao álbum do The Clash ou a própria revolução popular sandinista
ocorrida na Nicarágua entre1979/1990?
Paulo SS. O Ivo lançou essa idéia, nós
aprovamos. Não diria homenagem, mas os dois são referências importantes.
2112. São Paulo é uma cidade de
múltiplas faces... É difícil viver num lugar onde o caos e a música andam
juntas e uma é o equilíbrio da outra ou isto é estimulante para se produzir
música real?
Paulo SS. Não é difícil pra nós, sempre
vivemos aqui. Fazer música é nossa vida desde sempre, com ou sem caos, equilíbrio
e estimulantes, kkkkk.
2112. Como vocês definem o som da
banda?
Paulo SS. Rock sujo e barulhento.
2112. O punk este ano completa quarenta
anos de existência no Brasil e várias bandas desativadas estão voltando a cena
como o AI-5, Lixomania e Condutores de Cadáver. Isso é relevante para vocês ou
o importante é caminhar olhando pra frente?
Paulo SS. Parabéns para o punk e para os
que estão voltando, que sejam felizes com suas verdades e sua música.
Sandinistas sempre, avante!
2112. Vocês acham que o punk rock ainda
existe como movimento ou a cena segue isolada onde umas poucas bandas ainda
promovem uma revolução sonora e social?
Paulo SS. O punk rock tem muita
importância na estética e na estrutura de composição de nossa música. Quanto a
cena, revolução ou movimento, isso não tem importância para nós, queremos nos
divertir fazendo nossa música, gravar, fazer shows e divulgá-la para o maior número
de pessoas possível, sem segregações, sem abraçar causas ou levantar bandeiras,
apenas fazer nosso humilde rock barulhento.
2112. Hoje a indústria musical vive um
momento caótico com a revolução digital e suas inúmeras plataformas levando
muitas bandas a viverem uma liberdade jamais vista na história da música. Isto
seria uma releitura do “faça você mesmo”?
Paulo SS. Não diria uma releitura, mas a
evolução do “faça você mesmo” acho também que a digitalização, as plataformas e
a distribuição são bem organizadas, pelo menos para a Sandinistas não é
caótico, acho que vai de cada um, como cada um administra sua carreira, pra nós
tá tudo tranquilo.
2112. O Brasil vive um momento
conturbado mergulhado na corrupção e no próprio caos social... Isso de alguma
maneira serve de material para vocês comporem?
Paulo SS. Infelizmente nossa realidade é
triste, mas sim, serve de material pra nós sempre.
2112. Que bandas influenciam o som de
vocês?
Paulo SS. Muitas, vou dizer as principais:
Ramones, The Clash, Rolling Stones, Dead Kennedys, AC/DC, Social Distortion.
2112. Qual a política interna da banda?
Paulo SS. Respeito mútuo e muito trabalho.
2112. O atual cenário do rock
brasileiro te estimula? O que vocês ouvem quando estão em casa?
Paulo SS. Não, não estimula. Ouvimos
blues, rock e suas vertentes.
2112. Vocês estão planejando a gravação
do primeiro EP da banda e estão pedindo ajuda, ok? Como as pessoas diretamente
ou indiretamente podem ajudar? Seria utilizado o sistema de cotas?
Paulo SS. Sim, vamos lançar nosso primeiro
EP no primeiro semestre de 2018, através do sistema de financiamento coletivo,
que é uma realidade para muitas bandas e artistas independentes. É bem simples,
as pessoas apoiam com um valor e dependendo do mesmo ganham recompensas:
adesivos, cds, camisetas, nome no encarte do EP, etc. É só entrar no catarse e
apoiar como puder, este é o link: catarse.me/sandinistasprimeiroep .
APOIE NOSSO ROCK!
2112. E se uma gravadora se interessar
pelo projeto, vocês aceitam?
Paulo SS. As gravadoras hoje não trabalham
mais como antes, apenas com grandes somas, grandes contratos, grandes
produções, acho que mais confortável para o artista é ter seu próprio selo,
cuidar da distribuição física e digital, venda de shows, enfim, cuidar de sua
própria carreira. Mas, é claro que uma proposta boa e respeitável pode ser bem
aceita.
2112. O que os fãs da banda e do
próprio rock podem esperar desta gravação?
Paulo SS. Podem esperar por boas canções
rock e diversão garantida em alto volume!
2112. Dá para adiantar alguma
coisa?
Paulo SS. Sim claro, é só ir aos nossos
shows.
2212. O underground ainda é o melhor
caminho para se ouvir música verdadeira?
Paulo SS. Sem dúvida, mas não é uma regra.
2112. Agradeço a oportunidade de
entrevistar vocês, saber um pouco mais da história da banda, sua ideologia e
dizer que o microfone é todo de vocês...
Paulo SS. Nós agradecemos pelo convite e
pelo apoio. Para você e para todos os leitores, muito obrigado. Vão aos nossos
shows, ouçam nossa música, apoiem as bandas da sua área, apoiem os Sandinistas,
apoiem o rock!
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