O blog 2112 foi formado com intenção de divulgar as bandas clássicas de rock, prog, hard, jazz, punk, pop, heavy, reggae, eletrônico, country, folk, funk, blues, alternativo, ou seja o rock verdadeiro que embalou e ainda embala toda uma geração de aficcionados. Vários sons... uma só tribo!



sexta-feira, 12 de julho de 2024

Entrevista Renato Menez

2112. Renato, como você entrou para o ramo da comunicação?

Renato. Bom, na verdade eu sempre fui um apaixonado por rádio, eu não entrei diretamente para o ramo da comunicação como profissão, já que sempre trabalhei no mundo coorporativo e montei uma empresa de Terceirização no ano de 2.000. Porém o amor pelo rádio estava inserido em mim desde jovem e em 2008 tive uma ideia de montar uma rádio web (que na época ainda estava sendo novidade) e me acabei me envolvendo com o projeto e me formando em Rádio e TV.

2112. Como a Stay Rock Brazil aconteceu na sua vida?

Renato. Sou muito ligado à música, principalmente ao rock, então em 2007 montei um blog que no início, era para compartilhar o que eu possuía de Cd´s e LPs, que estava já altamente decadente, tudo então se tornando muito mais em arquivo mp3. Com o tempo, percebi que podia divulgar bandas de nosso cenário musical, fui recebendo muito materiais para divulgação. Tive a ideia de montar uma rádio on line para divulgar estas bandas, assim nasceu a Radio Web Stay Rock Brazil.

2112. O avanço da tecnologia provocou profundas mudanças no cotidiano humano com o surgimento das redes sociais e plataformas digitais. O quanto isso afetou o universo de vocês radialistas e como está o panorama das rádios hoje na sua opinião?

Renato. Na verdade está transformação acontece há tempos, quando surgiu a televisão que se popularizou em 1950, muitas pessoas viram programas de rádio migrar para a televisão. Isso afetou a audiência e a receita das emissoras de rádio, que precisaram se adaptar para competir com o novo meio, o rádio conseguiu se adaptar e diversificar seu conteúdo. Novos formatos de programas surgiram, como programas musicais, talk shows, notícias e esportes ao vivo, que exploraram as vantagens únicas do rádio em termos de imediatismo, proximidade e mobilidade. Isso aconteceu também com a tecnologia da internet com o avanço da tecnologia, especialmente o surgimento das redes sociais e plataformas digitais, teve um impacto significativo no universo dos radialistas e nas rádios em geral. Em resumo, enquanto as redes sociais e plataformas digitais transformaram o panorama das rádios, essas mudanças também abriram novas oportunidades para inovação e crescimento. O desafio para os radialistas é aproveitar essas tecnologias para expandir seu alcance e aumentar o engajamento, mantendo ao mesmo tempo a essência e a relevância da rádio no mundo contemporâneo. O Rádio nunca morre, ele se renova. 

2112. A praticidade em criar a própria playlist deixou os ouvintes mais a vontade para ouvir o que mais convém. Vocês devem estar se desdobrando para se manter no ar, não?

Renato. Com certeza, a facilidade de criar playlists pessoais e sob demanda tem impactado diretamente a maneira como as pessoas consomem música e outros conteúdos de áudio. Isso representa um desafio significativo para as rádios tradicionais, que precisam se adaptar e inovar para continuar relevantes no cenário atual. Como a Radio Web Stay Rock Brazil, muitas rádios têm investido na curadoria de conteúdo, oferecendo playlists e programas que são cuidadosamente selecionados para atender aos interesses de seus públicos-alvo. Isso pode incluir música, notícias, entretenimento e outros conteúdos específicos que se destacam pela qualidade e relevância.

2112. Olhando um pouco mais longe... As plataformas atingiram não apenas vocês, mas também as gravadoras e os próprios artistas que praticamente recebem uma miséria de royalties, não é?

Renato. Sim, as plataformas digitais impactaram profundamente não apenas as rádios, mas também as gravadoras e os artistas, especialmente no que diz respeito aos royalties e à remuneração pelo streaming de música. Em suma, enquanto as plataformas digitais proporcionaram novas formas de acesso à música e oportunidades de descoberta para os ouvintes, elas também têm levantado questões significativas sobre sustentabilidade financeira para artistas e gravadoras. O debate sobre como equilibrar o acesso ao conteúdo musical com a compensação justa aos criadores continua a evoluir à medida que a indústria musical se adapta ao ambiente digital em constante mudança.

2112. Sempre morei no interior e o único meio de saber das novidades vinha através rádios, das revistas (quando chegava em nossas bancas!!), dos lendários zines ou dos amigos mais afortunados que gravavam K7 para a gente. O perfil do “consumidor de música” de hoje mudou bastante, não é?

Renato. O perfil do consumidor de música mudou consideravelmente com o avanço da tecnologia e das plataformas digitais. Antigamente, como você mencionou as opções para descobrir novidades musicais eram mais limitadas e muitas vezes dependiam de meios físicos e locais. Em resumo, o consumo de música mudou de um modelo centrado em meios físicos e locais para um ambiente digital globalizado e altamente acessível. Essa evolução não apenas ampliou as opções disponíveis para os consumidores, mas também transformou a maneira como eles descobrem, compartilham e interagem com a música em todo o mundo.

2112. E qual tem sido a tática aplicada por vocês para atingir um número maior de ouvintes?

Renato. Monitorar e responder às preferências e feedbacks dos ouvintes é fundamental. Isso pode incluir ajustes na programação, na seleção de músicas, na cobertura de eventos locais e na incorporação de novas tendências. Alcançar um número maior de ouvintes hoje envolve uma abordagem estratégica que combina conteúdo diversificado, interatividade digital, presença forte nas plataformas digitais e um compromisso com a qualidade e relevância para a audiência.

2112. Tirando pelo 2112... vejo que muitas bandas não colaboram divulgando o link das entrevistas. Vocês também passam por esse tipo de problemas?

Renato. Sim, isso acontece com bastante frequência. Muitas bandas e artistas, especialmente os mais independentes ou aqueles que ainda estão construindo suas carreiras, podem não ter uma equipe dedicada de marketing ou podem não entender a importância de compartilhar entrevistas e conteúdos de mídia. Isso pode ser frustrante para quem está tentando divulgar seu trabalho ou criar conteúdo de qualidade.

2112. ... depois ficam reclamando falta de apoio. Mas como ajudar quem não sabe se ajudar, não é?

Renato. É verdade, pode ser bastante desafiador ajudar quem não entende a importância da autopromoção e da colaboração. Muitas vezes, essas bandas ou artistas não percebem que a divulgação é uma via de mão dupla e que apoiar aqueles que os apoiam pode criar uma rede de suporte muito mais forte.

2112. Hoje praticamente não existe imprensa musical como nos anos 70/80, muitos perderam o hábito de ler e a internet está congestionada... Que conselhos você daria as bandas hoje para uma melhor divulgação?

Renato. Entendo que a divulgação de bandas requer uma abordagem multifacetada para se destacar no meio de tanta informação. Não existe outro caminho a não ser a internet que está para ajudar. Tem que continuar a usar estratégicas como:

1. Site Oficial: Tenha um site oficial atualizado com biografia, discografia, fotos, vídeos, e um blog para notícias e atualizações.

2. Redes Sociais: Use plataformas como Instagram, Twitter, Facebook, e TikTok para se conectar com os fãs. Poste regularmente e interaja com os seguidores.

3. YouTube e Streaming: Mantenha um canal no YouTube atualizado com clipes, apresentações ao vivo, bastidores, etc. Esteja presente em plataformas de streaming como Spotify, Apple Music e Deezer.

4. Apoio da Imprensa e Blogs com Press Releases, enviando press releases para blogs, revistas online e jornalistas musicais. Parcerias com blogueiros e influenciadores para resenhas e entrevistas. Podcasts e Web rádios, participando de podcasts e programas de rádio online para divulgar sua música.

2112. O brasileiro infelizmente não sabe valorizar a sua cultura. Temos ótimas bandas, ótimos músicos e trabalhos incríveis que supera em muito os lançados pelos gringos. Qual a sua opinião sobre o assunto?

Renato. A questão da valorização da cultura nacional é muito complexa. No caso do Brasil, há um vasto cenário musical rico e diversificado, com músicos e bandas de altíssima qualidade que, muitas vezes, não recebem o reconhecimento merecido no próprio país. Investir na educação musical, apoiar iniciativas culturais e usar as novas tecnologias para promover a música brasileira são passos importantes para aumentar a valorização da cultura nacional. Os brasileiros têm todos os motivos para se orgulhar de sua herança musical, e é fundamental que essa riqueza cultural seja reconhecida e celebrada.

2112. Vejo os radialistas divulgando massivamente os seus programas nas redes sociais com música autoral e na maioria das vezes não atinge o índice esperado. O que precisar ser feito ou refeito?

Renato. Divulgar programas de rádio com música autoral nas redes sociais é muito desafiador, especialmente devido ao volume de conteúdo disponível e à concorrência. Acredito que implementar estratégias podem ajudar a melhorar a eficácia da divulgação dos programas de rádio com música autoral e a alcançar um público maior e mais engajado.


2112. Há alguns meses você reformulou a grade da Stay Rock. O que te levou a tomar essa decisão?

Renato. Com a Radio Web Stay Rock Brazil existindo há 15 anos é natural que eu esteja considerando uma reformulação da grade para mantê-la relevante e atrativa. A longevidade da rádio é um testemunho da importância para a cena, mas também pode ser um sinal de que é hora de inovações para continuar com o projeto em andamento.

2112. Como é manter uma rádio hoje no ar? Qual ou quais são as maiores desafios que vocês enfrentam no dia a dia?

Renato. Manter uma rádio web no ar hoje em dia envolve enfrentar uma série de desafios que vão desde questões tecnológicas até a captação e fidelização de ouvintes. Existe um planejamento para superar alguns desafios, principalmente na questão de investimentos e monetização.

2112. Renato, como um artista que mora longe pode entrar em contato com vocês para envio de material?

Renato. Nós já recebemos materiais de toda a parte do mundo, geralmente o contato é feito pelas mídias sociais e nosso e-mail  radiostayrockbrazil@gmail.com.

Sempre solicitamos:

- Arquivos MP3 de alta qualidade das músicas;

- Uma biografia breve;

- Fotos promocionais;

- Links para redes sociais e vídeos no YouTube;

2112. ... o microfone é seu!!

Renato. Gostaria de expressar minha gratidão pela oportunidade de participar desta entrevista no Blog 2112. Quanta honra pela minha parte figurar entre grandes nomes que foram entrevistados por aqui e exaltando este maravilhoso e importante trabalho para a cena!! Espero que seus leitores desfrutem da entrevista tanto quanto eu gostei de participar. Estou à disposição para futuras colaborações e, caso haja necessidade de informações adicionais ou qualquer outro tipo de suporte, por favor, não hesite em me contatar. Mais uma vez, muito obrigado pela oportunidade.

2112. Eu é que agradeço a sua disponibilidade em responder as perguntas.

 

Obs: Todas as fotos (Humberto Moraes e MA Photos) utilizadas nessa postagem foram retiradas do Facebook do entrevistado.

 

Dedico esta entrevista a todos os radialistas que lutam bravamente para que músicas de  qualidade cheguem aos seus ouvidos.

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