O blog 2112 foi formado com intenção de divulgar as bandas clássicas de rock, prog, hard, jazz, punk, pop, heavy, reggae, eletrônico, country, folk, funk, blues, alternativo, ou seja o rock verdadeiro que embalou e ainda embala toda uma geração de aficcionados. Vários sons... uma só tribo!



domingo, 9 de julho de 2017

Entrevista Metrô



A música é um círculo vicioso em constante mutação... Vão-se as épocas, as bandas, os acontecimentos... mas as lembranças se mantém viva na memória dos fãs. A volta do Metrô tem comprovado esse forte elo fãs/banda com shows lotados, músicas cantadas em uníssuo, a procura pelos discos da banda... Isso não é um retrocesso no tempo, apenas a comprovação de uma renovação que como a Fênix ressurge das cinzas de uma época mágica para se tornar uma nova realidade...   



2112. O Metrô é um dos maiores ícones do pop brasileiro e que mesmo após o término da banda manteve-se vivo na memória de seus fãs e de vários seguidores Brasil afora. Enfim, o que motivou o retorno de vocês após tantos anos longe dos palcos?



Metrô. O que motivou nosso retorno foi uma festa em comemoração dos 50 anos da escola onde nos conhecemos e estudamos juntos, o Lycée Pasteur de SP, no final de 2015. Recebemos o convite cada um no seu canto do mundo. Pensamos, cogitamos, topamos e conseguimos nos reunir finalmente no palco no dia do show! Depois de 30 anos a "química" estava intacta, nos divertimos muito, o público presente se esbaldou, cantou e pulou muito. Ficou claro e explicito que queríamos e deveríamos voltar a trabalhar juntos. Por quê? porque ainda temos algo a dizer e muito a descobrir juntos.



2112. Vocês tem apresentado Olhar na íntegra e em suas versões originais. Como tem sido a reação dos fãs?



Metrô. Tem sido uma sucessão de surpresas e alegrias: pessoas de todas as idades cantam conosco nossas canções em uma só voz, é muito comovente fazer parte da memória afetiva das pessoas e dividir momentos intensos de energia positiva. Mas o mais surpreendente ainda é que musicas que nunca havíamos tocado ao vivo e que nunca tiveram grande execução em radio como "Hawai Bombay", "Que loucura" e "Solução" são cantadas por todos num lindo coro.  Surpreendente e emocionante!  



2112. E para vocês qual é a sensação? É como voltar no tempo e reviver toda aquela aura mágica dos anos oitenta? 



Metrô. Não é uma volta no tempo pois como dizia nosso querido Cazuza: "O tempo não para"...  é uma outra aura: a do século XXI. Não somo saudosistas dos anos 80 que foram maravilhosos más nosso tempo é HOJE : Agora antes e depois. Mas é claro que é sempre bom reencontrar amigos com quem vivemos momentos felizes, e a sensação é esta por onde andamos.

2112. Vocês relançaram Olhar após trinta anos com o som remasterizado, vários itens de bônus além de um cd live contendo apresentações da época. De quem foi a ideia deste projeto?



Metrô. Foi um encontro casual com Paulo Junqueiro, nosso engenheiro de som na época e hoje presidente da SONY MUSIC. Em uma conversa informal entre amigos se reencontrando depois de muitos anos trocando notícias surgiu a luz do projeto "Olhar edição comemorativa". Paulo tinha um vasto material gravado em fitas cassete dos shows da Tour de 1985 e nos disponibilizou o material que estava guardado há trinta anos em Portugal! Escutamos tudo e escolhemos o que achamos que seria mais significativo. Juntamos com áudios de Demos que viajaram nas malas de Virginie, portanto "dando voltas no mundo" (mesmo) durante 30 anos + remixes da época + um Remix inédito por DJ Zé Pedro. E fomos garimpando nossas memorias em malas, redes, gavetas. Disponibilizamos uma pequena parte do material, pois não haveria espaço para tanto. Ainda há muita coisa em nossos arquivos: artigos de imprensa, fotos, gravações e souvenirs.



2112. Praticamente todas as faixas de Olhar se tornaram hits imediatos lembrando em muito o primeiro trabalho do RPM. Quando vocês o gravaram tinham idéia do sucesso que iriam fazer?



Metrô. Não, nunca! ... nós só pensávamos em fazer o melhor que pudéssemos...  o resto é consequência. "Olhar" é o resultado de muito trabalho e perseverança. E a "marca" de nosso produtor musical Luis Carlos Maluly está gravada nestes dois êxitos, pois ele soube traduzir muito bem a linguagem que fazíamos ao vivo em "linguagem de estúdio" .

2112. Beat acelerado, Tudo pode mudar, Johnny Love, Ti Ti Ti ainda hoje são cantadas sem aquele ranço retrô... é como se tivesse sido lançadas agora. O que isso significa para vocês? 



Metrô. Significa que música de qualidade não tem idade... e realmente elas tem uma "pegada" atemporal e foram muito bem produzidas, gravadas e mixadas (eternamente gratos a Maluly e Roberto Marques) e por isso nos sentimos muito felizes tocando elas ainda hoje sempre como se fosse "pela primeira vez" ...



2112. Nos shows vocês tem tocado faixas do grupo A Gota Suspensa um projeto de música progressiva anterior ao Metrô. Porque a banda não vingou?  



Metrô. A Gota vingou na época sim, mas no underground... Tinha um bom público em SP... Lotávamos teatros só no boca a boca (tocamos em todos os teatros e "danceterias" de SP) mas já não nos interessava mais a linguagem do "Prog Rock"... os improvisos ... as músicas de 20 minutos ...  Precisávamos e principalmente queríamos ser Pop e "profissionais" da música. As músicas do disco " A Gota suspensa" que tocamos nos shows são as pop e são uma "passagem", um "ensaio", um "embrião" ou a semente do que viria a ser o som do Metrô. Aliás, "A Gota" não acabou, só se transformou num processo orgânico e natural em Metrô.



2112. O disco do "A Gota"... é bastante cultuado por um seleto grupo de amantes do rock progressivo. Como é conviver com dois públicos tão diferentes?  



Metrô. Não há problema algum, tudo é alegria e convivemos bem com todos os públicos! Há até convites para fazer shows como "A Gota" (só tocando as faixas "prog" instrumentais) o que faríamos com prazer. O mesmo acontece com " Virginie & Fruto Proibido”, " Mão de Mao" (1987) e "Déjà Vu" (2002) , que são outras fases, outras faces. E nós vamos curtindo junto. "A pluralidade é a lei da terra"



2112. Ano passado vocês lançaram o single A vida é bela lalaiá e um álbum live contendo a apresentação da banda no Showlivre. Como tem sido a recepção?



Metrô. A recepção tem sido das melhores!  Basta olhar os views no Youtube e em nossas páginas! Nossa volta foi e está sendo muito bem recebida por todos (Mídia e público) e nos sentimos acolhidos sempre com alegria. Os tempos e as formas são outras, vamos nos adaptando porque tudo pode mudar como uma onda no mar. O single "Dando voltas no mundo" já foi lançado em vários formatos. E assim seguimos nas novas plataformas em contato direto com o público nas redes, a cada dia recebendo muito apoio e palavras de incentivo. Novos tempos, outras formas de comunicação e liberdade de escolha: Troubadour's time .



2112. Existe projeto de um álbum de inéditas? Vocês já tem material composto? Dá para adiantar alguma coisa?



Metrô. Sim!  Há muita música nova (daria 2 discos). Queremos gravar e disponibilizar essas músicas assim que pudermos. O que dá para adiantar é que existe uma linda parceria com Guilherme Arantes.



2112. Pensam na gravação de um dvd também?

Metrô. Sim! Mas não obrigatoriamente no formato DVD físico (que já está quase em extinção ) mas quem sabe um DOC,  sólido e palpável, sobre nossa história... imagens de shows..., ensaios... gravações da época tudo junto e misturado. O toque do objeto continua sendo algo desejável, vide a volta do sensual vinil.  Material e emoções temos muitos, guardados e se fazendo, formatos possíveis também. Vamos produzindo a medida que cruzamos o caminho das pessoas. Hoje, quem mais compartilha material do Metrô são as pessoas que vem assistir aos shows: todos são coro, câmeras, produtores, divulgadores: é um novo tempo de comunicação e apropriação. O mundo está ficando mais  UNO,  é urgente, é bem-vindo e vital que cada um faça sua parte na recuperação do que nos faz felizes como seres humanos.



A alegria é o melhor motor.



Contato:  



  https://www.youtube.com/watch?v=s7jxD2O3Vr8&feature=youtu.be

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