2112. Passados oito anos desde o lançamento de Blues em
breve teremos um novo álbum. O que você pode adiantar sobre o projeto?
Alexandre: Estou
super empolgado e já compondo novas melodias, formatando arranjos, riffs,
levadas, etc. Pretendo dar sequência à ideia do álbum "Blues",
contemplando também elementos de jazz e fusion, onde eu tenho me especializado
nos últimos anos.
2112. ... além de você quem mais
participará das gravações?
Alexandre: Pretendo
fechar um time mais restrito devido à linguagem e logística que penso
padronizar. Trabalhar com muitos músicos é muito bom porém tem suas
dificuldades. Ainda mais que minha intenção é levar essa galera pra tocar ao
vivo e, sendo assim, um time mais "fechado" será o ideal, creio.
2112. O álbum será instrumental como
os anteriores ou você pretende incluir alguma música vocalizada? A sua esposa é
cantora, não?
Alexandre: Pretendo
mesclar como no álbum anterior ("Blues"). Provavelmente serão 6
instrumentais e 6 com vocais. Minha esposa com certeza irá cantar em pelo menos
duas composições. E assim como no álbum anterior mencionado, pretendo também
mesclar letras em português e inglês.
2112. Alexandre, o cenário hoje
enfrenta uma nova ameaça: a invasão de bandas de IA. Sendo músico, compositor,
arranjador e professor como você enxerga esse desafio? Qual a sua visão de
mercado hoje?
Alexandre: Já fui bem
mais medroso e pessimista em relação a esse novo momento mundial. O que me
consola é a possibilidade de se tornar tão comum e acessível a ponto de nos
tornar, fazedores de música orgânica, uma espécie de "artigo de luxo"
e artesanal, assim valorizando mais nossa criação. Esse é o meu desejo e esperança.
2112. Não tenho bem certeza... mas
acho que foi Andy Wharol que disse em 1969 que o futuro da música seria o da
flauta de bambu. O que você pensa a respeito disso?
Alexandre: Não
conheço essa afirmativa e não consigo também opinar sobre isso. Posso deduzir
que minha resposta anterior tenha algo a ver com isso, sobre o orgânico,
artesanal, espontâneo, humano...ser mais valorizado e se tornar artigo de luxo
para as próximas gerações.
2112. Voltando ao novo álbum... as
gravações já estão em andamento? Quantas músicas serão incluídas?
Alexandre: Atualmente
já tenho algumas semi-prontas e outras totalmente prontas. Creio que 12 faixas
estarão de bom tamanho, porém se no final eu for incluir mais eu o farei sem
preocupações.
2112. Você é do tipo de compositor
que tem várias composições guardadas, riffs prontos, demos gravadas... Enfim,
como é o seu processo de criação?
Alexandre: Exatamente
como descreveu. As ideias vêm e ao longo do tempo a gente vai lapidando, dando
forma, trabalhando e desenvolvendo. Raramente a música e seu arranjo já vem
pronta na mente.
2112. Você compõem e faz os arranjos
sozinho?
Alexandre: Quase
sempre. Quando algum amigo, músico ou aluno vêm com uma ideia interessante eu
proponho uma parceria. Isso sempre agrega e fomenta a movimentação em torno do
projeto.
2112. Voltando no tempo... como foi
o início de sua trajetória como músico antes de iniciar sua carreira solo?
Alexandre: Sempre
toquei na igreja e posteriormente em bandas de baile ou de cover. Como fui
criado na magia artística e criativa dos anos 80 meu repertório sempre foi
embasado neste período (com fragmentos dos anos 90 também). Somente depois que
tive contato com os anos 60 e 70 que mergulhei de cabeça em tocar esse tipo de
som e me especializei nessa sonoridade mais vintage/cru. Começaram as bandas de
cover pra tocar Deep Purple, Led Zeppelin, etc. Esse contexto todo me levou à
escolher os gêneros favoritos e seguir neles hard rock, rock blues, blues,
jazz...
2112. Quais músicos mais
influenciaram no seu jeito de tocar?
Alexandre: Pra ser
sucinto: David Gilmour, Mark Knopfler, Byan May, Stevie Ray Vaughan, Jimi
Hendrix, Eric Clapton, Joe Satriani, Andy Timmons, Eddie Van Halen... são
muitos, mas creio que estes são os principais.
2112. ... existe músicos que seguem
um único estilo. Nada contra, mas como professor você não acha que isso limita
o universo de um instrumentista?
Alexandre: Concordo
em gênero e grau. Os ídolos citados acima, por exemplo, eram versáteis e ouviam
de tudo. Na minha vida existe demais outros estilos como MPB, regional
(nordeste), bossa nova, entre outros, que me ajudam demais a enxergar tudo de
maneira mais ampla e criativa.
2112. Você estudou violão erudito
mas toca blues e rock que são estilos mais básicos? Como você trabalha isso?
Alexandre: Estudei
somente 2 anos de erudito, meu forte mesmo sempre foi o popular. Amo todos os
períodos da história da música (renascentista, barroco, Classicismo, Romântico
etc), porém tive que escolher no que me especializar.
2112. Depois de ministrar aulas em
escolas e conservatórios você criou a "Feeling Ritmos e Cordas" em
parceria com o baterista Cláudio Abreu. Como é lidar com alunos que já chegam
querendo tocar como fulano ou beltrano? Que conselhos vocês dão?
Alexandre: Busco
sempre me espelhar na maneira como eu comecei também. Sendo assim busco
referências nos guitarristas citados acima, ensino seus solos e todo o
embasamento teórico que envolve o entendimento sobre as construções dos mesmos.
Porém o objetivo maior é, nas etapas finais do processo, cada um encontrar o
seu "som', ou seja, sua maneira de tocar, suas próprias ideias e seu
timbre.
2112. A Tublues banda tem uma longa
história. Você está desde o início ou foi convidado posteriormente pelo Cezar
para fazer parte da banda?
Alexandre: Estive
desde o início em 1999. Fui convidado a entrar numa banda que estava nascendo e
a partir disso começamos a compor e... o resto é história.
2112. Vinte é fortemente
influenciado pelo blues e pelo rock dos anos 60 e 70. Como foi levar para
dentro do estúdio o som que vocês faziam no palco onde vocês tem a liberdade de
improvisar e solar?
Alexandre: Esse
espírito todos nós conseguíamos levar pra onde for, seja pro estúdio ou seja
pro palco. Só mudava de local aonde iríamos fazer um som cheio de riffs,
energia, sujeira e alma!
2112. Quanto tempo vocês gastaram de
estúdio entre gravações, mixagem e masterização?
Alexandre: Aproximadamente
de 6 a 8 meses.
2112. Atualmente a banda está sumida dos palcos mas a
Tublues ainda existe como banda? Podemos esperar novos projetos incluindo
shows e gravações?
Alexandre: No momento
a Tublues está inativa por tempo indeterminado. Nenhuma previsão de retorno ou
de alguma reunião.
2112. Daylights é um álbum
maravilhoso e tem um ótimo repertório. Mas uma curiosidade: quem é o Andy de
"I Remember Andy"? É algum amigo ou é apenas um personagem fictício?
Alexandre: Nenhuma
das duas coisas. Trata-se de um ídolo, mencionado acima também, chamado Andy
Timmons. Explico: Ele tem uma música chamada "I Remember Stevie",
aonde homenageou nosso ídolo em comum Stevie Ray Vaughan (também citado acima
como um de minhas maiores referências). Aí eu quis fazer igual a ele
homenageando a ele mesmo...por isso o nome "I Remember Andy".
Inclusive ele tem um cd "Daylights" e sabe desta homenagem.
2112. As músicas do álbum já vinham
sendo trabalhadas a algum tempo? Qual delas deu mais trabalho na hora de
gravar?
Alexandre: Iniciei o
processo destas composições aproximadamente desde 1998. Porém a faixa título e
"I Remember Andy" foram compostas no período da gravação do álbum.
2112. Em 2017 é lançado Blues. O
título do álbum remete a uma das músicas como aconteceu em Daylights ou ele é
realmente todo voltado para o blues?
Alexandre: Ele é voltado para diversos tipos e estilos do gênero blues (Feel Blues,
Rythman Blues, Blues Rock, Shuffle, acústico...entre outros).
2112. Você tem expectativa de quando
será lançado?
Alexandre: Estou
ainda na fase de produção, porém já tenho uns materiais prontos e outros bem
adiantados. Pretendo lançá-lo até dezembro ou antes.
2112. Para quem conhece Daylights e
Blues o que elas podem esperar desse novo álbum?
Alexandre:
Esperem composições e arranjos fortes,
letras ácidas e melancólicas, solos melodiosos e virtuosos, variações entre
blues, rock e jazz e uma boa dose de feeling.
2112. Como adquirir seus álbuns e
contratar seus shows?
Alexandre: Esse novo
álbum provavelmente será intitulado como "Listening To The Blues And
Jazz" e não será fabricado em mídias físicas como foram feito os três
anteriores, e sim somente lançado nas plataformas digitais. Peço que acompanhem
em meu perfil do Spotify ( https://open.spotify.com/intl-pt/artist/5E7IfU2ulcQlDXXDXzovJx)
, Instagram (@alexandrefreitasfeeling) e no YouTube (https://www.youtube.com/@AlexandreFreitas).
2112. ... o microfone é seu!
Alexandre: Agradeço demais pela oportunidade, carinho e espaço oferecido por você.
Espero em breve conversarmos novamente, com o novo álbum já lançado. Peço a
todos que me sigam nos canais mencionados e acompanhem as novidades! Não
desistam da boa música! Seguiremos resistentes e lutando por ela!
Obs.: Todas as fotos foram retiradas do Facebook do músico.