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quarta-feira, 13 de julho de 2022

Exposição Literária: Cícero Bizzuka

Cícero Bizzuka é artista plástico (especializado em artes em metal), é vocalista da banda Dr. Rock, faz oficina de blues rock... e também é poeta como vocês poderão confirmar nesta exposição com alguns dos seus versos. Boa leitura!


1

Já não esconde  

o fogo 

em cores

teus olhos;

Entrega

Uma paixão 

Fomenta um jorrar intenso das 

vísceras.

 

Verbalizada 

Em silêncio

Te consome.

Febre em

Rimas

Ardente

Úmida poesia repleta 

de você.


2

Entre os a perreios e as veredas é um 

Quixote garoto tentando alcançar 

a sagacidade na lua.

É o Dom das caatingas procurando

a arte entre espinhos espirituais,

transcendental e a vivência.

 

Ao som das cantilenas planta suas 

orações e amém, buscando o amor 

entre caiporas e víbora.

 

De alma nua rodeia a terra entre 

sonhos e alforismo em busca de um 

bom coração e o reconhecimento nativo.


3

Eu vi o sol se pôr... nos seus olhos;

A noite amanhecer... nos seus lábios.

Real agora, só seu cheiro,

receita perfeita nas próximas noites.

 

Eu imaginei uma flor

e ganhei um jardim,

uma marca de vinho bom,

uma balada nova, um trago do seu 

batom.

 

Vi a lua ao sul do seu corpo;

Ao norte, um novo horizonte;

Tão real... o renascer de sua beleza;

Por um eterno segundo, presenciei a 

natureza, em Si...


4

Em você todas as vertentes,

fendas, afluentes de

Versos narra seus cheiros.


Um rio

em curvas corre

me invade

assim me perco

no desnude do 

seu delta e lençóis.

Maravilhosa!

 

Seus olhos lindos flui

Enquanto traduzo

Os segredos do teu perfume e dos 

seus lábios de mel...


Uma lua inteira em intensidade 

Em despejo clareia 

Teus quentes 

Desejos!

5

Um livro aberto em cima da mesa

Um copo de vinho ao lado

Um blues rolando na vitrola

O tempo desabando lá fora.

 

Um cigarro queima no cinzeiro

Outro copo quebrado no chão

Um texto rabiscado num papel

Um livreto rasgado de cordel.


Um corpo caído no chão

A poesia narra uma história

Palavras molhadas desmancham

O físico resultante de outrora.

 

Tributo a Agatha Christie


6

A balada da calma está na

playlist como trilha. É verso 

supremo vivo na lógica da

conexão, toca e vem do alto

acasalando o bem-estar

espiritual, Deus é mais! No 

ritmo, a fé em volta transcende

e chega a galope, e os anjos

entram aconselhando as horas

Quando o refrão desce nu dos

trópicos, na calma, encanta-se

com a alma, que é cósmica!


7

Assassinaram os versos da história.

Fundidas as palavras a fogo em 

pedras,

pintaram as páginas da vida no 

enredo 

dos borrões, enquanto os lápis de 

cores

jogados no ácido derretiam.

Sacrificaram 

a inteligência, o criativo a pó e, pelas

vísceras, o poeta, castrando os livros

pelos asfaltos estendidos! Poucos 

inscritos

raros escorrem por aí, em córregos 

obsoletos 

como natureza morta, a cultura 

fecha as portas


8

Mil vezes morro logo ali

Próximo 

Quadril provocador,

Inocentes delícias

Quando goza

Em jatos

Grita.

Vênus encantada

Tal qual cobra

Serpenteando 

Areia quente de desejo

Nuvens princesa 

No ventre que se move

Em dança e orgasmo.


9

Soa da escrita a valsa

de outono clássica, que

transporta sentimentos

febris. É pétala em ápice

como canteiro poético em

passos! Impetuosa provoca

os versos e o poeta, amarrando

a fogo as palavras, como se

suas coxas falassem "venha, me 

lace".


10

Conheci uma garota

Muito louca aqui no Paraná

Ela curte rock and roll

Toma todas, bota pra quebrar

Vira whiskey sem caneca

Nem xaveca, a mina é de arrepiar

E no sexo é loucura

A figura nem tem como explicar

Então é melhor deixar rolar.

 

Whiskey sem caneca

Duvido que cê já viu

Se ela não te der um fora

Ponteiro cola no mil

Whiskey sem caneca

Duvido que cê já viu

Se você pisar na bola

Vai pra puta que pariu;

 

Quando estamos no motel

Eu te juro é uma loucura total

Na orelha rock and roll

Na minha veia também pulsa esse 

som

Um bom scotch, um jack daniel's,

Um johnnie walker ou um jim beam

E ela cavalga mesmo assim

Rola o fim de semana inteiro

Sexo explícito casual

E na segunda eu passo mal.


Gravada por Sansão Blues


Bônus

11

Eu vi o sol se pôr...nos seus olhos;

A noite amanhecer... nos seus lábios.

Real agora, só seu cheiro,

receita perfeita nas próximas noites.


Eu imaginei uma flor

e ganhei um jardim,

uma marca de vinho bom,

uma balada nova, um trago do seu batom.

 

Vi a lua ao sul do seu corpo;

Ao norte, um novo horizonte

Tão real... o renascer de sua beleza;

Por um eterno segundo, presenciei a natureza, 

em Si...


12

Flores astrais psicodélicas,

desenhadas sobre um prisma,

desdenham o aforismo das

cores e as vogais no canto dos

olhos de uma fotografia. Afogados

em uma palheta de tintas, uma

rua e seus ramalhetes escoram

pincéis, frascos amarelados e toda

a Pompéia dentro de um quadrado

Há laços escondidos neste olhar,

sujos em cores e com asas excitadas,

despejando predicados sobre os

deuses do Olimpo. Desenhada alí, 

há uma alma que foi despejada,

mas lindos são a doida arte e

os seus cavalos calados.



Todos os direitos reservados ao autor

 

Arte em metal:

 

 

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