sábado, 10 de junho de 2023

Projeto 5-Minutos

O projeto 5-Minutos 2112 surgiu como uma alternativa as entrevistas do Blog 2112 com menos perguntas e postadas apenas no meu perfil do Facebook. Durou algumas poucas edições e depois saiu de cena por um tempo e retornando agora com cara nova mas no mesmo formato. Segue abaixo as entrevistas do antigo projeto que infelizmente perdi as datas e as artes das postagens originais. As novas seguirão o formato antigo sendo postadas apenas no Facebook e agora também no Instagram. Boa leitura!

 

LEJÃO SAMPAIO

2112. Sou testemunha do quanto você trabalhou na divulgação de Clichê ao visitar diversas rádios. Foi um trabalho árduo mas que valeu a pena, não?

Lejão. Com certeza foi de muita importância as músicas do álbum "Clichê" serem divulgadas nas rádios do Brasil. Conheci muita gente bacana que me ajudou e ainda ajuda até hoje na divulgação das músicas.

2112. Quais foram as músicas mais tocadas?

Lejão. Cada emissora escolhia uma música do álbum, pois era muito importante para mim, que o primeiro ouvinte à aprovar uma canção fossem os donos das rádios.

2112. O álbum levou três anos para ser concluído (2016-19). Em algum momento você pensou em desistir?

Lejão. Desistir do álbum nesse período, nunca! Mas já passei por fases muito difíceis, mas isso só ajuda a escrever mais sobre o cotidiano da nossa humanidade, que é muito legal.

2112. Em conversa você comentou que já estava em processo de composição do segundo álbum. O que você pode adiantar sobre esse o novo projeto?

Lejão. Estou atrasado, vamos gravar as vozes pela terceira vez, a cada gravação sempre surge idéias muito legais. O novo álbum terá outros rítmos do verdadeiro Rock 'n' Roll. 

2112. Você ainda tem algumas cópias de Clichê para venda? Como as pessoas podem adquirir o cd?

Lejão. Já não tenho mais cópias do álbum "Clichê", assim que lançarmos o segundo álbum, vou prensar mais cópias.

2112. O que diria para quem está começando a sua jornada no mundo da música?

Lejão. Que sempre apareça a verdade nas canções, nunca abandonem a música, e sempre toquem muito Rock 'n' Roll. 

 

TIBET

2112. Li numa postagem da banda que o AJNA estava preparando uma nova proposta, mas aí veio a doença/morte do Ivo Rocha e vocês deram um tempo. Mas agora com a entrada do Lucas Balera na batera e o retorno da banda aos palcos como está o andamento desse projeto?

Tibet. Na realidade o Ivo havia sofrido uma cirurgia na coluna em 2016, ele retirou duas vertebras da coluna e colocou 6 parafusos e já vinha sofrendo de muita dor e tomando remédios fortíssimos (Morfina e Oxicodona), mas mesmo assim vinha cumprindo toda agenda da banda com força e fé. Mas um dia antes da sua morte o médico trocou a medicação dele, ele tomou os remédios e foi dormir, e não acordou. Foi um baque muito grande para banda. No final de 2019 lançamos um EP com quatro faixas “War Crimes”, o que nos rendeu, em épocas de pandemia, o lançamento de quatro Lyrics, produzidos pela Ghi Desing e um vídeo clipe produzido pela Star Ship Videos. Então sempre tínhamos alguma coisa para divulgar. Após o lançamento desse último clipe, começamos a ensaiar as músicas novas do AJNA, estamos com cinco músicas inéditas e já trabalhando nos arranjos com o novo batera Lucas Balera, um cara jovem, filho de baterista da cena paulista e com muito sangue nos olhos e que junto com Nando Simões forma a cozinha pesada do AJNA. A partir do ano que vêm, com as coisas voltando ao normal, esperamos gravar esse novo trabalho e fazer muitos shows, porque o rock não pode parar.

2112. Para mim Killer God é o trabalho mais foda e maduro da banda e acredito que “hajna” uma grande expectativa sobre como será o sucessor dessa obra prima, não é?

Tibet. Essa música foi uma inspiração e ao mesmo tempo uma revolta, contra o terrorismo e também às religiões ou grupos fundamentalistas, que se acham os senhores da verdade. Por cantar em inglês as vezes temos dificuldades em expressar semanticamente uma mensagem. Por visar um mercado da música internacional, as vezes deixamos de nos comunicar com público brasileiro. Essa música está tocando bem em Nova York por exemplo, talvez por refletir uma realidade e um trauma que eles passaram algumas décadas atrás. E o sucessor dessa obra, só saberemos depois de pronta, gravada e amadurecida. Eu acredito em uma faixa “Silence”, que fala sobre o barulho do silencio, e o que ele consegue expressar e o que muitas vezes as palavras não conseguem.

2112. Confesso que fiquei apreensivo com o teor da letra de Killer God e o fanatismo religioso do Islan. Ocorreu alguma reação negativa nesse sentido?

Tibet. Essa música eu fiz numa tacada só, no dia do atentado terrorista ao Bataclan em Paris, durante um show de rock que matou 225 pessoas, matou jovens que estavam lá para curtir um show de uma banda. Essa música é mesmo um protesto contra religiões totalitaristas, fundamentalistas de toda espécie. Não só ao Islamismo, mas a qualquer forma de opressão religiosa. Não houve nenhuma reação negativa, pois apesar do título forte as pessoas sacavam que a proposta da música é legal e valida. Ninguém é autorizado a matar em nome de Deus. Mas ao rever a história nos deparamos com várias religiões, grupos e seitas que usaram a violência e o genocídio para justificar suas crenças e impor seus conceitos.

2112. Mas voltando os olhos para o futuro vocês já estão compondo material para um novo álbum? Que novidades você pode adiantar para a gente nesse sentido?

Tibet. Temos grandes músicas para essa nova fase do AJNA, acredito que vamos trazer um AJNA mais maduro, menos barulhento e mais melódico. O Gustavo Manzan e o Lucas Pelarin, os dois guitarristas da banda, têm uma pegada mais heavy e mais progressive metal e estão vindo com novas propostas, inclusive de duas vozes nas guitarras, que eu acho que vai soar muito bem e ficar muito bonito. Faixas como “Black Soul” e “Dark Side”, com os vocais mais limpos, mesclando o lyric, com o drive de voz e o gutural, que já é uma característica forte da banda.

2112. Uma coisa que admiro no som da banda é o uso de várias influências sem perder a sua essência. O que você ainda pretende usar no som da banda?

Tibet. O AJNA tem personalidade própria, e acho que as pessoas gostam disso, não temos pretensão de estar na moda, ou seguir um estilo especifico, nossa única vontade é ser pesado e bonito ao mesmo tempo, audível, viceral e agradável. Estamos numa fase em que as bandas estão soando todas iguais, mesmo estilo de vocal gutural, mesma levada de trocentos anos atrás, muito pouca inovação, seguindo ainda só o mercado internacional e se influenciado por grandes bandas do século passado. O AJNA foi formado em 1990, mas mesmo assim tem elementos modernos, estamos sempre tentando se atualizar e renovar, o estilo é legal, é aberto, é ousado, e dá para misturar elementos e sonoridades modernas com a velha escola do metal, old school. E acho que isso agrega e agrada bastante.

2112. Admiro a sua luta na divulgação do AJNA. Vejo que muitos perderam  esse tesão, não é?

Tibet. Eu curto marketing digital, e acho importante divulgar e ter um mailing legal. Para quem se lembra fui editora chefe da Revista Dynamite, junto com André Pomba, uma revista de rock independente nos anos 90, então e assessoria de imprensa também é minha praia.

2112. ... o microfone é seu!

Tibet. Quero agradecer ao Carlão e ao blog Furia 2112, mais essa oportunidade e o convite. Continue sempre dando essa força para o rock autoral. Os tempos estão mudando, mas as coisas boas ficam registradas para sempre. Viva o rock nacional autoral e honesto!!! Tamo junto!!! Valeu!!

 

SILVIA HELENA 

2112. Antes de antes de conhecer o Zé Brasil você já cantava? Conte um pouco sobre o seu início na música, suas influências musicais...

Sílvia. Sim, comecei com 8 anos de idade aprendendo violão e cantando. Ouvia Jovem Guarda, minha mãe tocando violão e discos na vitrola. Minhas influências, portanto, foram Roberto Carlos, Erasmo, Vanderléa, Ronnie Von, bossa-nova com a Nara Leão e depois Elis Regina, Tropicália, etc. Aí veio o Rock com os Beatles, Mutantes, Secos & Molhados, Pink Floyd, Led Zeppelin, Black Sabath, Yes, The Who, Janis Joplin...

2112. Que estilos de música você curte mais?

Sílvia. Eu gosto de música boa, que toca o coração da gente. Gosto de rock, de música popular brasileira, de jazz, de música clássica e das nossas músicas.

2112. Vejo nos vídeos o quanto você se entrega nos shows. O que é cantar para você e qual a sensação de estar num palco?

Sílvia. Eu fico nervosa, mas procuro me soltar e fazer bem o meu trabalho. Sinto encantamento, expectativa e emoção.

2112. Você também compõe?

Sílvia. Um pouco, desde adolescente, participava de festivais escolares e fui até premiada. Atualmente componho, intermitentemente, com o Zé Brasil.

2112. Há registro de diversas cantoras, compositoras e instrumentistas que foram duramente oprimidas por produtores, empresários, gravadoras e mesmo pelos músicos de suas róprias bandas pelo simples fato de serem mulheres e alcançarem maior destaque. Qual a sua opinião a respeito disso e o que você diria as mulheres que desejam seguir esse caminho?

Sílvia. Por ser casada com um músico eu levo vantagem em relação à assédio, por exemplo. É uma situação que precisa ser enfrentada com coragem e determinação por parte das mulheres, discretamente se possível.

2112. Depois de vários anos de carreira, de ter visto tantas coisas na vida, ouvido tantos sons mundo afora você nunca pensou em gravar um álbum solo?

Sílvia. Eu considero o LP UHF, de 1989, como um álbum solo pois sou a principal intérprete. Além disso participo como intérprete nos trabalhos do Zé Brasil, do Apokalypsis e dos Delinquentes de Saturno. Até hoje isso me satisfez.

2112. Se não fosse a música... o que você seria nessa vida?

Sílvia. Professora.

2112. ... o microfone é seu!

Sílvia. Muito obrigado, foi bom relembrar minha história.

 

VINCE VELVET

2112. Vince, todo músico quando lança um álbum espera que a recepção seja a melhor possível. Mas parece que Spectrodelic Project foi além das suas expectativas, não é?

Vince. Tomorrow never knows, como diz no clássico, nunca sabemos o que acontecerá amanhã. Quando lancei o disco da Spectro, não sabia exatamente o que estaria por vir, apesar de não ter vocais, o álbum despertou a imaginação dos ouvintes e tomou rumo por si próprio, tendo uma aceitação que eu não imaginava.

2112. Hoje a internet possibilita ao artista uma melhor divulgação de sua obra que antes cabia as gravadoras e as grandes mídias. O lema “faça você mesmo” está cada vez mais forte, não é?

Vince. Com certeza, quando se lança um disco é hora de trabalhar, o plano é divulgar sem cessar. Quando lancei o primeiro trabalho solo fiz muitas correrias, entrevistas, divulgações em redes sociais, fui atrás de mídia impressa, Web Radios, blogs e tudo que estava ao alcance. Sou muito grato por todo apoio que tive, quando a imprensa abre espaço para o novo é muito gratificante. Mas a magia realmente aconteceu em grupos de whatsapp, onde tive contato com a imprensa de outros países e o disco-voador alçou vôo.

2112. Em quais países o álbum teve melhor aceitação?

Vince. Em primeiro lugar, sem dúvida, na Austrália, onde tocou faixa por faixa em 14 semanas consecutivas em um programa de rádio. De vez em quando ainda rola por lá.

2112. Nesse período de reclusão, em função da pandemia, muitos  músicos/bandas aderiram as lives. Você chegou a fazer alguma coisa nesse sentido?

Vince. Lives não fizemos, mas começamos a produção de um novo disco.

2112. Com a volta dos shows você pretende montar uma banda para te acompanhar ou fará shows mais intimistas?

Vince. Temos uma banda se formando em estúdio. O vocalista Pablo Rodrigues, da Argentina; eu, Vince Velvet na guitarra; Rodrigo Layne no bass e Paul Arcari na bateria. A ideia é terminar o disco e fazer alguns shows por aí.

2112. Spectrodelic Project já tem quase dois anos que foi lançado. Teremos algum single/álbum novo em breve ou você pretende trabalhar mais um pouco o material do S.P.?

Vince. No final de 2020 lançamos um single em seis países, simultaneamente, Brasil, Argentina, Chile, Colombia, Austrália y México. Um roquenrou que pode ser conferido no YouTube:

https://youtu.be/OzzTf9TTUgE

Não tenho data ainda mas breve teremos o lançamento do novo single NADA MÁS. Aguardem... Ainda pretendo manter a divulgação do primeiro disco.

2112. ... o microfone é seu!

Vince. Gostaria de dizer pra galera que ta começando na divulgação do seu trabalho que acredite no seu sonho e seja verdadeiro. Faça aquilo que você realmente acredita e nunca tente usar ninguém de escada para atingir algum êxito, seja honesto com você e com os outros, com certeza o retorno será gratificante. Muito obrigado pelo espaço. É rock!!!

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