segunda-feira, 15 de abril de 2019

Entrevista Ângelo Pastorelo


Ângelo além de renomado fotógrafo é o eterno baixista da cult band Violeta de Outono que está prestes a lançar material novo. Junto a entrevista a inclusão de material fotográfico utilizado em campanhas publicitárias, matérias de revistas, exposições... Confira, ficou super bacana!
2112. Acredito que muitos fãs do Violeta de Outono nem imagina que além de músico você também exerce o ofício de fotógrafo. Quando começou essa paixão? 
Ângelo. Eu comecei a me interessar por fotografia e música quase que simultaneamente, com 14 anos por fotografia e com 15 por música, com 18 anos eu comecei a trabalhar profissionalmente com fotografia.

2112. Como você define a música e a fotografia na sua vida?
Ângelo. É uma interseção, a importância é igual, mas profissionalmente eu vivo de fotografia.

2112. Qual é a sua formação musical?
Ângelo. Eu comecei tendo aulas de teoria musical aos 15 anos, depois tive aulas de violão erudito com o mesmo professor do Fábio, também tive algumas aulas de baixo.

2112. Quais músicos ou bandas você destacaria como influências fundamentais na sua formação como instrumentista?
Ângelo. Nem sempre o que ouvimos e gostamos se manifesta como influência direta, gosto de muitos baixistas que não tem nada a ver com o e meu estilo de tocar, que é empírico   em relação a química do Violeta, em outras palavras, o baixo do Violeta tema ver com o Violeta, com certeza você pode identificar influencias diversas, um mix de estilos mas com uma linha condutora bem definida, de Pink Floyd a Echo And The Bunnyman, de Led Zeppelin a Oasis, de Joy Division as bandas psicodélicas dos anos 60 (Sombras Flutuantes, Outono, Tomorow Never Knows, Retorno, Faces, são músicas do primeiro álbum que definem bem estas influências). No álbum Ilhas, estas infelicitas são bem ecléticas também, como na música Super Nova, o baixo é definido por notas fundamentais e no final tem um desenho de improviso, ainda no álbum ilhas o baixo de Júpiter segue uma linha pesada no começo e termina num desenho que se repete até o final, no DVD ao vivo com Orquestra, na música Espectro, o baixo é a linha de baixo é uma referência direta ao musica Sailor’s Tale do King Crimson!

2112. Você tem o hobby de colecionar instrumentos? Qual é o seu predileto?
Ângelo. Não coleciono instrumentos! Tenho um Fender Precison Sunburst 1971, um violão Takamine e uma Craviola Classica Giannini de 12 cordas.

2112. Na sua opinião o que impediu o Violeta de Outono de alcançar uma maior exposição junto a mídia pois apesar influência prog psicodélica a banda tinha uma ótima veia radiofônica. Foi uma opção da própria banda?
Ângelo. São várias coisas ao mesmo tempo, mas basicamente uma postura menos “pop” da banda em relação a mídia e o momento da cena musical vigente na época, também acho que no segundo álbum acabamos fazendo algumas experiências que não resultaram em uma música mais radiofônica como no primeiro álbum onde tínhamos 6 músicas tocando em rádios, embora esta veia radiofônica sempre existiu e foi muito importante para nós. O Violeta foi eleito em primeiro lugar a Banda revelação do ano de 1987 pelo público da revista Bizz e em segundo pela crítica, uma rara combinação de público e crítica!!! 

2112. Vocês se tornaram uma das maiores cult band do rock brazuca e dona de um público fidelíssimo que enche os shows e esgota todos os seus lançamentos. Como você explica essa paixão?
Ângelo. O Violeta é uma banda que embora estivesse inserida numa cena musical da época, o que foi e é muito importante, o som do Violeta tem uma característica atemporal a esta época, a sonoridade era muito diferente de tudo o que acontecia, acabava agradando várias vertentes do Rock & Pop, acho que estas características se consolidaram através do tempo, hoje quem se renova é o público do Violeta , pessoas jovens que querem ouvir uma música mais “ velha “ que elas , neste sentido o Violeta se tornou um clássico do Rock nacional.

2112. O que o levou a sair da banda?
Ângelo. Sai por um período, pois eu não estava conseguindo me dedicar igual a música e a fotografia, foi logo após o álbum Ilhas. Voltei em 2016.

2112. Acho muito bacana o vínculo de amizade que existe entre vocês três. De tempos em tempos vocês se reúnem, gravam, fazem shows e segundo os fãs essa é "a melhor formação" da banda. Isso é muito bacana, não?
Ângelo. Sou amigo de colégio do Fabio, temos um gosto musical muito parecido, do erudito ao Rock, Pop; e depois com o Claudio também, estas afinidades continuaram entre os três, cinema, música, fotografia, esta formação original é a química do Violeta, onde a sonoridade ao vivo é muito forte, e onde as composições tem a cara do Violeta. Eu e o Claudio somos fãs do Fábio, ele é um excelente guitarrista, um puta estilo, então fica tudo mais fácil e somado a amizade, mais fácil ainda.

2112. São suas as fotos das capas que ilustram os trabalhos da banda?
Ângelo. Do primeiro álbum, do Mulher na Montanha, do Ilhas. 

2112. Em algum momento você já pensou em lançar um álbum solo ou mesmo formar uma banda?
Ângelo. Não!

2112. Você trabalha apenas com fotos publicitárias ou também faz exposições? Afinal a fotografia é tão arte como a música, a pintura...
Ângelo. Trabalho com publicidade, editorias de revistas, clientes diretos, e tenho uma trabalho autoral também com 18 exposições.
2112. ... e de uma certa maneira uma completa a outra, não é?
Ângelo. As artes se complementam.

2112. O que mais ti chama a atenção quando está fotografando?
Ângelo. Vou fazer uma “paródia” com os jogadores de futebol dizem: “cada jogo é um jogo“!!!

2112. Você viaja muito para fotografar? Qual tipo de fotografia mais o atrai: pessoas, paisagens, festas populares...
Ângelo. Todas, é o momento.

2112. Muitíssimo obrigado pela entrevista... o microfone é seu!
Ângelo. Agradeço a oportunidade de colaborar para que as pessoas que gostam do Violeta saberem um pouco mais sobre a banda. Em breve o Violeta estará lançando dois singles novos.
 




Próxima entrevista: Power Blues dia 18

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