sábado, 28 de abril de 2018

Entrevista Gato Guerrilha


É com muito orgulho que o Blog 2112 apresenta mais uma banda em início de carreira. O Gato Guerrilha toca Ska um dos ancestrais do reggae, já tem duas músicas gravadas e já estão formando um repertório autoral para shows e para a gravação de um álbum. Quer saber mais? Pois leia a entrevista...      



2112. Apesar do pouco tempo de vida conte um pouco sobre a criação da banda, pode ser?    



Gato Guerrilha. Claro. A banda foi mais idealizada por mim (Mário) pela vontade de tocar esse tipo de som. A princípio, se tratava de um projeto meio pessoal, mas colegas e outros músicos foram e estão sendo incluídos. Temos um grande saxofonista, o Chico Filho, além de outro grande músico nos teclados, pianos, órgão, etc, que é o Fernando César. Essa foi a formação base do estopim, daí outras coisas foram ocorrendo, o Diego “Farofino” na bateria, um amigo de longa data. Outro grande amigo de muitos anos que está conosco é o Fernando “Zé”, no baixo. Não é muito fácil encontrar uma galera para tocar ska, com naipe de metais e tudo. Mas, aos poucos tudo tem ocorrido e vamos gravar a terceira música nesse mês (fevereiro de 2018).



2112. Vocês escolheram o gênero “Ska” como grande força motriz da banda que teve o seu apogeu nos anos 60/70 nos guetos jamaicanos e no mundo entre 77-79 com o surgimento do punk rock através do movimento Two Tone. Enfim, que bandas deste segmento mais influenciam vocês? E onde entra o rock e o pop nesta jogada?  



Gato Guerrilha. Pois é.... na verdade temos influências das três “ondas” do estilo. Desde a origem nos anos 1960, na Jamaica, toda aquela coisa do rocksteady, bandas como Skatalites, com um naipe de metais espetacular, Alton Ellis, Keith & Tex, passando pelo Two Tone, quando o estilo chegou na Inglaterra e surgiram bandas como The Specials, Madness, entre outras e também as bandas da terceira geração, como o Real Big Fish. Bandas como Operation Ivy e Rancid também agregam bastante ao nosso som.

Em relação ao pop e ao rock são suas vertentes que dialogam constantemente com o ska, na verdade o pop rock brasileiro, por exemplo, tem muitas influências que provêm do ska. Se vermos bandas como os Paralamas, Skank, Titãs, Raimundos, Rumbora, Charlie Browm Jr, entre outras, todas elas em algum momento, incluíram ska, reggae, ou algo do tipo em suas músicas. No nosso caso, também temos influência do rock, do punk, do pop, e também pretendemos mesclar o ska com tudo isso.



2112. Bandas como The Specials, The Selector, The Beat, Paralamas do Sucesso tiveram grande influência na formação do Gato Guerrilha?  



Gato Guerrilha. Com certeza. Você ouve a música “A message to you”, gravada pelos Specials (uma regravação) e não tem como não gostar. Daí vai atrás de outras coisas do estilo. No caso dos Paralamas, não tem como não reconhecer a importância deles para o ska no Brasil, além da influência que eles possuem do The Police, por exemplo, que deixa o som deles, pelo menos os mais antigos, muito bons.



2112. Apesar de pouco tempo de formação vocês já gravaram duas músicas: Menina tão linda e Tina e já estão planejando novas gravações para este ano. Vocês mesmos bancam tudo isso?  



Gato Guerrilha. Sim, planejamos. Outras pessoas estão agregando ao projeto e tudo está ficando bem legal. Vamos gravar uma música entre fevereiro e março e depois outra até a metade do ano. Daí vamos fazer um vídeo, um clipe, ou algo assim. Se tudo der certo, ainda pretendemos fazer uma, ou mais apresentações nesse ano, mesclando nossas músicas com alguns covers. Já foram feitos alguns contatos e estamos bem otimistas. Esperamos que seja um ano bem produtivo.

Como ainda somos uma banda totalmente independente, temos que bancar tudo, tem que gostar bastante, rs.



2112. Já existe um repertório pronto? Todos compõem na banda?   



Gato Guerrilha. Para fazer um show longo, ainda não. Mas, até a metade do ano, sim, vai ter. Pois teremos quatro músicas gravadas e vamos fazer uns covers de ska clássicos, principalmente da primeira e segunda gerações. Em relação às nossas músicas, as ideias iniciais das bases são mais minhas (Mário), mas todos acabam compondo e/ou improvisando seus solos e arranjos.



2112. Para os shows vocês pretendem incluir releituras de clássicos do gênero?  



Gato Guerrilha. Sim.  Na verdade, essas releituras são bem comuns em shows de ska. As bandas sempre fazem covers de clássicos, ou fazem releituras de músicas de outros estilos na levada do ska. Isso dá uma levantada boa no show, pois os clássicos possuem temas e refrões bem marcantes.

2112. Eu vejo o underground como a grande força motriz do rock brasileiro em todos os seus segmentos. Vocês acompanham a movimentação do cenário musical?



Gato Guerrilha. Você disse tudo. Na verdade, penso que o rock brasileiro, quase que em sua totalidade, é underground. Por exemplo, veja quantas bandas existe de hardcore, metal, rock clássico, etc... agora compare com quantas estão na grande mídia. Penso que ser do rock no Brasil já é ser underground. Houve momentos onde o rock esteve no mainstream, isso acho que ocorreu nos anos 1960, 1970, principalmente nas décadas de 1980 e 1990... até o início dos anos 2000. Todas essas décadas tiveram artistas do rock com suas músicas entre as mais tocadas nas rádios, programas de TV, MTV, venderam muitos discos e Cds, inclusive bandas de ska, como o Skuba, mesmo assim, o rock sempre foi um estilo marcado pela cena independente. Hoje, a chamada grande mídia não tem mais um Titãs tocando na TV no domingo de tarde, por exemplo, ou os Raimundos no Faustão, mas o rock, pelo menos no Brasil, é underground em sua essência, por isso existem tantas bandas boas, muito boas, tocando por aí. Não importa se vc gosta de crust, black metal ou punk 77, pop, reggae, qualquer coisa. Não precisamos ficar pagando fortunas em shows internacionais (na verdade, paga quem quiser), acho que o problema é que falta um pouco de curiosidade do público em geral para descobrir coisas novas. Bandas consagradas são legais, mas tem muitas coisas novas acontecendo, milhares de bandas criando coisas novas e muito interessantes.



2112. O que vocês tem ouvido de interessante?



Gato Guerrilha. Acho que essa resposta se resume a “quase tudo”, rs. Temos referências de coisas bem distintas entre nós, desde o rock, punk, rap, até o jazz e a música brasileira de forma geral. Eu, por exemplo, tenho escutado uma banda bem legal de ska punk chamada The Interrupters.

2112. Vocês já começaram agitar a programação de shows para este ano? O que vocês tem em mente? Festivais, barzinhos...    



Gato Guerrilha. Pretendemos que as apresentações comecem a ocorrer a partir do segundo semestre, ao que parece, tudo vai dar certo, talvez até antes. Algumas coisas já estão sendo pensadas, parceiras com outras bandas, lugares para tocar, tem muita gente afim de tocar e de ouvir um som nessa pegada.



2112. Confesso que senti uma grande empatia por vocês sem ao menos escutar uma música. Desejo muito sucesso e tranquilidade na carreira que vocês escolheram. O microfone é de vocês...          



Gato Guerrilha. Agradecemos muito pela oportunidade de falar sobre nosso trabalho aqui. Você sabe, ter uma banda de músicas autorais não é muito fácil. Mas, todos gostamos muito do que fazemos, alguns são até músicos profissionais, então vamos em frente. Pretendemos nos aproximar cada vez mais das bandas que seguem o estilo ou coisas parecidas, organizar shows e criar um circuito, não fechado, mas fortalecido.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Entrevista Banda Impéria


2112. A Impéria, como muitas bandas na história do Rock’n’Roll, teve seu início dentro de uma escola. De quem partiu a idéia? 



Impéria: Foi um consenso. Na época, por volta de 1995, eu, meu irmão Felippe (guitarrista), e nosso primo Marcio (vocalista), fazíamos algumas paródias com músicas e videoclipes da época com amigos da escola. Isso fazia bastante sucesso na escola e começou a ganhar uma proporção maior. Estávamos começando a prática musical com instrumentos e aí, a brincadeira ficou séria. Começamos a fazer ensaios semanais arriscando covers de Rock nacional. Em seguida, os clássicos. Muito pouco tempo depois, em menos de um ano, já apareciam as primeiras músicas autorais. A banda começou para valer em dezembro de 1996, com outro nome. Em 1997, já havíamos feito os dois primeiros shows e já com músicas nossas.



2112. Nessa época vocês já tinham noção do que queriam tocar?



Impéria: Sim e não, rs. Sempre curtimos as bandas clássicas de Rock e Hard Rock, assim como as de Heavy Metal e muita coisa nacional, os grandes nomes brasileiros do Rock. Tínhamos esse tipo de som como influência, mas a gente sabia que isso ia dar uma baita mistura na hora que fossemos produzir algo nosso. E foi o que deu, um Rockão Hard, com uma pegada Heavy. Depois, acrescentamos algo de progressivo, pois também curtimos. Enfim, nosso som foi definido cedo, mas é fruto de nossas diversas e variadas influências.





2112. O que vocês ouviam nesta época?



Impéria: Crescemos ouvindo os grandes do Rock dos anos 60 e 70, como Rolling Stones, Beatles, Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Rush e Pink Floyd, além de Metallica, Guns and Roses. Curtimos muito Dream Theater também. Essas são as nossas principais influências.



2112. O Impéria como toda banda em formação teve os “famosos” problemas com entradas e saídas de integrantes. Isso de uma certa maneira trava os trabalhos de entrosamento e direção musical, composição... Isso só normalizou com a entrada do Ricardo Ueno (baixo), certo?



Impéria: Acredito que sim. Ficamos quase 3 anos buscando um novo baixista. O Ricardo Ueno cursou a faculdade comigo. Alguns anos depois de formados, ainda estávamos sem baixista. Numa tarde de sábado, em meados de 2005, depois de muitos ensaios e audições com diversos caras, resolvi ligar na casa dele. Ele mesmo atendeu, topou meu convite e nunca mais saiu do meu lado esquerdo do palco. Um cara gente boa, inteligente e bem ranzinza, assim como eu....rs. Nesse período todo de seleção do novo baixista, seguimos ensaiando, compondo e fazendo shows, mesmo com um baixista provisório. O Japa, como o chamamos, entrou na melhor fase da banda, quando estávamos compondo muito, tocando muito e vislumbrando a gravação do nosso primeiro CD, que foi lançado em 2011.


2112. Mas é um tanto desanimador, não é? 



Impéria: Com certeza, Carlos. Chegamos a ficar quase 3 anos sem um baixista fixo, fazendo testes. Atrapalha bastante. Porém, estávamos numa pegada forte de trabalho. Atrapalhou, mas não nos abateu. Sabíamos que mais cedo ou mais tarde alguma solução seria encontrada. Taí o Japa, que está conosco há 13 anos.



2112. Os primeiros shows de vocês eram composto de releituras de clássicos do rock ou já tinha material autoral no meio?  



Impéria: Já tinha material nosso, desde o primeiro show. Nossa intenção sempre foi ter nosso trabalho, expor nossas ideias. Curtimos muito e aprendemos muito tocando covers, mas sempre priorizamos o nosso trabalho. Produzir as nossas músicas, da nossa maneira, passar a nossa mensagem sempre foi o que tínhamos como ideal. 



2112. Segundo o release da banda foi o baixista Luiz Henrique quem ajudou a definir o direcionamento musical do Impéria para um hard rock com elementos de heavy metal. Vocês poderiam falar um pouco sobre este episódio?    



Impéria: O Luiz é um grande músico. Trouxe influências bacanas para a banda e isso nos ajudou a formar nosso embrião sonoro. A passagem dele durou 4 anos e foi muito positiva.



2112. Vocês passaram por um período conturbado entre os 2002/2005... e terminou com a entrada do Ricardo Ueno no baixo. Como faziam para ensaiar e mesmo fazerem shows sem um baixista fixo? Vocês em algum momento pensaram em desistir?



Impéria: Nunca pensamos em desistir. Sabíamos que era questão de tempo encontrar um baixista que se enquadrasse no que buscávamos. Tivemos alguns baixistas que chegaram a ficar alguns meses conosco, então levamos como dava. Íamos ajeitando a agenda conforme tínhamos baixista. Isso atrapalhou mais para shows, pois nos ensaios e na parte de composição, levamos numa boa como um trio. Até porque, eu, Felippe e Marcio crescemos juntos. Então, estávamos acostumados com o trabalho em trio.




2112. Com formação estabilizada vocês partem para o processo de composição do que seria mais tarde o "Em Dias Assim". Todos na banda colaboram com letras, riffs...?    



Impéria: Sim, um processo que envolveu todos. Porém, o Felippe foi o autor de 80% do trabalho, além de uma música inteira composta pelo Marcio. O restante, envolveu um belo trabalho em equipe. Sem vaidades bestas de quem fez ou deixou de fazer. Felippe teve um insight de que o álbum seria conceitual. As músicas se encaixavam como uma história e assim seguimos. Marcio trouxe debaixo do braço uma música linda, chamada "Trilhas Abertas". Ela completou a sequência toda das composições do Felippe. Todos palpitaram e deram seu máximo para a finalização das músicas, mas vale ressaltar que a alma do "Em Dias Assim" foram Felippe e Marcio.



2112. A idéia de um álbum conceitual foi acidental ou já havia projetos para isso?   



Impéria: Foi uma ideia do Felippe, comprada por todos em seguida. De repente, percebemos que as letras se encaixavam. Como se contassem a história de um ser em evolução, na busca por um mundo de paz. E assim foi. A verba era curta. Fizemos uma pré-produção bem simples e chegamos na "ponta dos cascos" para gravar tudo. 



2112. Deve ser bem complicado compor e fazer shows ao mesmo tempo, não é? Muita coisa deve ter surgido nos camarins, nas viagens ou mesmo em casa. Vocês são do tipo que mantem um caderno para anotações das idéias que vão surgindo?    



Impéria: Sim, é complicado. Normalmente, quando estamos gravando, produzindo ou mixando algo, damos um tempo em shows. Só fechamos uma data se for algo muito legal ou se já estava marcado. Aí, reservamos uns ensaios para isso. Estamos sempre trabalhando novas idéias. A música é um trabalho continuo. Além de cadernos, estamos sempre com celulares por perto, para filmar alguma ideia, gravar uma melodia que vem do nada e coisas do tipo. Estamos atentos e aprendemos com isso, pois boa parte das ideias surgem quando não estamos ensaiando ou reunidos. É do ser humano. Aquele riff que você fez sem querer antes do ensaio ou aquela melodia que você cantarolou sem saber, está na sua cabeça por reflexo de alguma coisa. Fica no seu inconsciente. Uma hora, depois que você relaxa, e aquela ideia vem prontinha, pulando na sua frente. Aí é que nascem as boas músicas!

2112. Frank Zappa compunha até no banheiro... E vocês já passaram por uma situação de usar pedaços de papel ou mesmo guardanapos para anotar alguma idéia?



Impéria: Sim, guardanapos, qualquer farrapo de papel, o gravador do celular e qualquer coisa que se possa registrar uma ideia que acabou de surgir e não pode escapar. O Felippe tem suas histórias com esse tipo de situação, pois a música "Dias de Paz" foi composta assim, totalmente sem querer e veio à mente dele totalmente pronta, letra, melodia e harmonia. E ele tem outras histórias com músicas que vieram em sonhos e ele transcreveu para o violão ao acordar. Fora as vezes em que acordou de madrugada e pegou o violão para compor...



2112. Sacanagens a parte... Vamos falar agora sobre Em Dias Assim que é o primeiro trabalho de vocês. A gravação em estúdio foi complicada por ser tratar de um trabalho conceitual?



Impéria: Foi super tranquilo. Estávamos muito bem preparados, com muita vontade, pois era nosso sonho se materializando. Estávamos muito concentrados e assertivos. Foi impressionante como tudo se encaixou e fluiu. A bateria mesmo eu gravei quase que no mesmo dia. Foram 9 músicas em 11 horas. E todos foram nessa pegada. Além disso, vale ressaltar o trabalho do Fernando Magalhães, que comprou nossas ideias e ralou junto.



2112. Vocês já chegaram com o material todo pronto ou precisaram de compor alguma coisa em estúdio para complementar o repertório?



Impéria: Chegamos com tudo pronto. Todas as músicas caprichosamente prontas. E todos bem preparados para gravar. Meses antes das gravações fizemos uma pré-produção com o Fernando Magalhães, para termos uma idéia se o resultado soaria como desejávamos. Assim, pudemos aparar algumas arestas e deixar tudo com a nossa cara. A grana era curta, então traçamos o plano para que todos chegassem com sangue nos olhos para gravar. Chegar no estúdio e arrebentar mesmo!



2112. Como aconteceu de Fernando Magalhães, guitarrista do Barão Vermelho produzir o álbum?



Impéria: Foi uma dessas histórias doidas do Rock and Roll. Em 2003 eu me formei em jornalismo. A banda, obviamente, já existia. Meu trabalho de conclusão de curso foi um livro sobre o Rock Brasileiro dos anos 80. Se eu te falar que fui quem escrevi o capítulo sobre o Barão Vermelho, você vai acreditar? Pois bem, acredite! Mais tarde, em 2007, gravamos uma demo. Nesse mesmo ano, após alguns contatos, marcamos de bater um papo no Sesc Santo André, onde o Fernando se apresentou com uma banda que era um projeto dele com o Roberto Lly. Trocamos uma ideia no camarim e surgiu esse papo, de gravarmos algo. No ano seguinte, ele ligou para o Felippe, dizendo que tinha ouvido nossa demo e que estava disponível para nos produzir... Pois bem, em novembro de 2009 estávamos começando as gravações do "Em Dias Assim", com um dos barões andando de carro por São Paulo para cima e para baixo com a gente...e pior, dormindo cada dia na casa de um de nós. A gente não via a hora de chegar sexta-feira para buscar esse figuraça no aeroporto, para passar o final de semana trancados no Studio Latitude, com o doido do Elias Aftim! Foi algo que a gente nunca imaginou... Gravar com um dos nossos ídolos no Rock e como se fôssemos amigos de infância. Foi demais! E toda a vibe. Muito respeito, trabalho em equipe, parceria total. A cereja do bolo foi quando Fernando disse que queria gravar um dos solos. A gente pensou: cara grava o que você quiser. Pega a guitarra que você quiser e grava o que você quiser. Ele gravou o solo da faixa "Dias de Paz".



2112. Ele deu muitas dicas para vocês? 



Impéria: Muitas! Mas o mais legal foi a linha de trabalho dele. Ele não é aquele produtor que muda tudo porque ele é o produtor. Ele ouve as ideias da banda e trabalha naquele sentido, para melhorar aquela ideia. Isso faz toda a diferença, motiva mais e claro, mostra um respeito pela suas ideias. Acho que por isso que o trabalho fluiu tão bem. Ele foi honesto, sincero e isso somou demais no resultado geral. Ele comprou nossa ideia do início ao fim.



2112. Mister Fernando parecer ser um cara bem alto astral além de um excelente músico o que deve ter deixado vocês bem à vontade no estúdio tornando a jornada bem mais leve, não é? 



Impéria: Com certeza. Um cara que leva tudo numa boa, com alegria. Nem os dias de chuva, trancados no estúdio foram ruins. Trocamos muitas figurinhas e o ambiente era o melhor possível. Todos colaboraram muito com o andamento dos trabalhos e o bom ambiente. Em três meses de estúdio não teve uma resposta atravessada e nem cara amarrada de ninguém. Isso ajuda e muito. Fico impressionado de lembrar ainda como foi tudo tranquilo, clima de parceria total entre todos os membros da banda, Fernando e o Elias, dono do Studio Latitude, onde gravamos e ensaiamos desde 2005.



2112. Deve ter sido bem prazeroso trabalhar com ele, não?



Impéria: Sem palavras! Foi uma das coisas mais legais da nossa carreira. E o melhor é lembrar de tudo isso com satisfação e alegria.



2112. Das músicas incluídas em “Em Dias Assim” qual deu mais trabalho na hora de gravar?



Impéria: Olha, não me recordo de muitas tomadas para gravar alguma faixa. Na parte da bateria, a faixa "Em Dias Assim" era a mais complicada, porque era rápida e tinha viradas longas. O vocal também foi gravado num tiro só, assim como o baixo. Talvez os solos de guitarra tenham dado um pouco mais de trabalho, pois tinham partes que eram improviso. Mas no geral, foram poucas coisas que precisaram de mais de duas ou três tomadas. Como disse, estávamos muito em forma, estudando bastante e muito prontos para gravar. Isso fez muita diferença. A gente planejou muito bem as sessões de gravação porque a verba era pequena. Foi um grande esforço de todos. E o álbum ficou muito coeso, equilibrado, com a sonoridade que buscávamos.



2112. Vocês mesmos fizeram os arranjos finais?



Impéria: Sim. Tudo composto pela banda, com destaque para o Felippe, que é o autor de quase todas as músicas e letras. E temos uma inteira de autoria do Marcio. Todos participaram de todo o processo de composição, mas a ideia base e principal da maioria foi do Felippe, além dessa música composta pelo Marcio.



2112. Houve participação de algum músico além de vocês?



Impéria: O Fernando Magalhães gravou o solo da faixa "Dias de Paz". O restante foi totalmente gravado por nós.



2112. Particularmente achei o trabalho super bacana, um rock direto sem frescura... apenas o básico mas com muito tesão e muita energia o que me fez lembrar de uma letra dos Rolling Stones: Oh não, é apenas rock’n’roll, e eu gosto, gosto, gosto sim!”.   



Impéria: Obrigado, Carlos. É por aí. Soa muito bem, muito Rockão mesmo. 



2112. Como está a aceitação do trabalho?



Impéria: Este trabalho foi e é muito elogiado ainda. Recebemos muitas notas altas e críticas muito positivas em diversos sites e revistas de música. Realmente, tivemos uma aceitação muito legal. Desse álbum ainda produzimos dois videoclipes. Um para a faixa "Alta Voltagem" e outro para "Eu Sou o Que Eu Sou". Isso trouxe ainda mais comentários positivos sobre o "Em Dias Assim". Conseguimos alcançar uma sonoridade atemporal. O álbum ainda soa bem atual, assim como as letras, que considero um capítulo a parte. Gostamos de boas letras, de trabalhar letras, uma mensagem. A música tem que tocar as pessoas. É nossa forma de expressar o que sentimos, de entender o que as pessoas sentem. É nosso elo com o mundo que nos cerca. Tem muita gente falando merda. A gente faz questão de falar algo sério, algo que vai acrescentar alguma coisa para alguém, seja quem quer que seja...



2112. Em fevereiro do ano passado vocês lançaram o single “Liberte seus instintos” com uma pegada mais pesada. Confesso que achei interessante essa mudança pois prova que a banda está em mutação o que nos leva a esperar ainda por muitas outras surpresas, não é?   



Impéria: Verdade, Carlos. O som ficou mais pesado, flertando mais com o Metal. Trata-se de uma nova sonoridade que buscamos com muito trabalho nesse período após o lançamento do "Em Dias Assim", em 2011. Isso também é fruto da parceria com Stefano B.A., que é quem produziu esse som. Ele é guitarrista da banda Sharyot e nos ajudou a chegar nessa nova sonoridade. O Stefano é um grande músico e também colaborou muito discutindo solos, arranjos e até mesmo emprestando equipamentos. Tanto essa música quanto "O Silêncio", que lançamos recentemente, foram gravadas com um amplificador de guitarra maravilhoso que o ele herdou do grande Hélcio Aguirra, do Golpe de Estado. Foram gravações mágicas e estamos bastante satisfeitos com os resultados!



2112. Quais são os projetos para este ano?  



Impéria: Acabamos de lançar o single "O Silêncio", agora no final de março. A produção também foi do Stefano B.A. e também gravamos no Studio Latitude, que é nossa casa. Neste ano, estamos montando a agenda de shows. Já temos algumas coisas a partir de maio. Estamos também trabalhando em novas composições. Vale ressaltar que são muitas. Teremos novidades até 2019. Só não sei se mais singles ou um álbum completo. Estamos felizes com a nossa nova sonoridade e vamos explorar isso ao máximo.



2112. O microfone é de vocês...



Impéria: Carlos, obrigado pelo espaço, pela sua iniciativa com o Blog, por incentivar e apoiar a cena e por acompanhar nosso trabalho. Peço a todos que nos acompanhem nas redes sociais e conheçam nossa discografia. No Spotify tem tudo: http://goo.gl/eBmjvd.



“Tenho quase trinta anos de rock and roll e eu gosto muito de produzir bandas novas, gosto de estar com a galera nova. Já produzi bandas como Detonautas, entre outras. Agora estou trabalhando com a banda Impéria, que tem um gás maneiro. Gostei muito do repertório e da mensagem que eles querem passar”.


Fernando Magalhães (Guitarrista do Barão Vermelho)


Impéria


Marcio Deliberalli - vocal,

Felippe Deliberalli - guitarra,

Flavius Deliberalli - bateria,

Ricardo Ueno - baixo.



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Show - Feira de Artes da Vila Pompéia 2016: https://www.youtube.com/watch?v=AsabS2qyFQk 

Programa União Underground 2014: https://www.youtube.com/watch?v=2nASqg5JQy8  

Show - Manifesto Rock Fest 2011: https://www.youtube.com/watch?v=oXoJedlE42k   



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