terça-feira, 18 de outubro de 2022

Entrevista Lu Vitti

2112. Lu, como surgiu a oportunidade de se apresentar novamente no Brazilian Day Stockholm?

Lu. Além de ter o produtor musical do meu CD Rubem Farias lá na Suécia, meu show e meu trabalho foram muito bem aceitos, tanto pelo público brasileiro quanto o sueco.

2112. Vivemos a dura realidade de um país que não valoriza sua própria arte a ponto de você precisar fazer uma campanha para poder viajar. A sorte que é você tem muitos fãs e amigos que a apoiaram nessa empreitada. Isso é muito gratificante, não é?

Lu. Sim, muito gratificante e foi o ponto decisivo pra eu ir, pois tive muita dificuldade com a questões por eu ser mãe, e quando eu estava quase desacreditada de tanto problemas particulares que enfrento, tive muito retorno financeiro com palavras de coragem e minha filha me apoiou muito para que eu enfrentasse essas questões.

2112. A seleção dos artistas do festival inclui apenas artistas underground ou também inclui artistas de renomes da nossa música?

Lu. Inclui artistas de renomes também, como Jair Oliveira e Filó Machado.

2112. Entre os músicos/bandas que se apresentaram quem mais te chamou a atenção?

Lu. Sempre me impressiona o Filó Machado, e sempre ouvi falar da Simone Moreno, e fiquei impressionada com ela também.

2112. Anders Bäck (sax), David Bäck (piano), Linus Klevebrant (baixo) e Göran Krummor (bateria) formou o núcleo da banda que te acompanhou nos shows. Como foi o entrosamento entre vocês?

Lu. Eles me acompanharam no show que fiz em Gotemburgo, outra cidade mais ao sul da Suécia. Eu estava bem nervosa, pois além de tocarmos sem ensaio, apenas sabendo o tom das músicas e eu sabia que eles tinham, tem, muito nome lá como grandes músicos de jazz, mas quando o show começou foi fluindo e eles ficaram muito estupefatos com minha energia e presença no show.

2112. Como foi montada a set list do show? Todos deram palpites ou você já chegou com a lista pronta?

Lu. Para os shows em Gotemburgo, eu e David Back decidimos juntos, numa mistura de bossa jazz e os blues em que faço. Já o show do Brazilian Day eu decidi com o produtor, Rubem Farias.

2112. Achei genial você ter cantado “Não deixe o samba” da grande Alcione. Além dela você incluiu outros clássicos da nossa música no show?

Lu. Lá na Suécia os clássicos da música brasileira são muito pedidos por brasileiros e suecos que conhecem um pouco da nossa cultura, então nos lugares onde eu estava me pediram muito pra cantar Alcione e meu timbre, mais grave, trouxe uma memória sonora da grande Rainha Alcione.

2112. ... tento imaginar você cantando Cartola!

Lu. Ainda farei um show só com os clássicos da música brasileira, além do desafio de cantar esses compositores geniais que amo, tem o desafio de encontrar minha digital nas canções eternas do nosso país.

2112. Espero um dia que algum grupo/músico deixe o preconceito de lado e regrave esse genial compositor em formato blues. Acredito que ficaria genial... Fica a dica! 

Lu. Tenho pensado nisso faz um tempo, está em sintonia!

2112. Sabe dizer se as apresentações foram filmadas ou gravadas?

Lu. Sempre foi uma questão na minha carreira artística eu ter pouco material de vídeo perante ao tanto que já fiz. Tenho apenas filmagem do público que me enviou.

2112. ... e nos jornais saiu algum comentário sobre os shows?

Lu. Não, infelizmente os jornais de lá e daqui do Brasil e televisão não falaram sobre, apenas divulgação das redes e Embaixada, e o festival teve mais de quinze mil pessoas que viram o evento.

2112. Não é segredo para ninguém do imenso carinho que os gringos nutrem pela nossa música e pelos nossos músicos. Como foi a recepção do seu show?

Lu. Amam a nossa música e a energia que nós artistas brasileiros colocamos em nosso trabalho.

2112. Apesar da barreira do dialeto... a plateia cantou alguma música com você?

Lu. Cantou a música do Raul e do Roberto Carlos, o Tim Maia também!

2112. Você teve a oportunidade de dar alguma “canja” no festival ou em algum pub da cidade?

Lu. Sim, inclusive estavam marcando um show para mim, mas a data não bateu com minha agenda. O Stampen Pub. Lugar que já tem meu coração, por ser tradicional em blues.

2112. Você levou cópias do seu álbum e do seu livro para vender no festival?

Lu. Levei meu livro, uns volumes que a Editora Miolo Mole me cedeu e foi muito importante isso, pois a parte de cultura da Embaixada levou meu livro na feira de Gotemburgo, a maior feira de livro infantil da Escandinávia. Já meu Cd não tenho mais impresso, somente no Spotify.

2112. Sei que nessas ocasiões sempre falta tempo, tudo é muito exaustivo... mas deu para divulgar o seu álbum em alguma rádio?

Lu. Infelizmente não.

2112. Qual a melhor lembrança que você trouxe da viagem?

Lu. Ter sido muito bem recebida, como artista e como pessoa.

2112. Qual o telefone/e-mail para contratar seus shows e adquirir o seu álbum?

Lu. Meu álbum tem na internet para pedir, e para os show meu instagram @luvitti_ ou meu e-mail lucivitali@gmail.com

2112. Parabéns pela sua luta... o microfone é seu!

Lu. A arte é meu alimento, é meu lugar de existência. Até meu último suspiro terei meu corpo vibrando e me doando para essa linguagem que tanto amo e que traz tantas possibilidades de mudanças boas para mim e para todo ser humano! Viva a arte, alimento saudável para quem faz e para quem usufrui.

 

Obs.: As fotos utilizadas neste post foram retiradas diretamente de vídeos por isso soa meio amadoras.  

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