segunda-feira, 4 de março de 2019

Entrevista Pepe Bueno


Pepe Bueno na minha opinião produz hoje uma das melhores músicas desse país. São rocks e baladas carregadas de muita poesia e uma rica textura musical que gera um som super bacana para ouvir dirigindo, pedalando ou mesmo numa caminhada. Yes, nós temos rock de qualidade!!     

2112. Desde que você postou o vídeo com a gravação do Hammond em estúdio que eu estou inquieto, ansioso para ouvir o seu novo trabalho. Que bela sacada, cara!

Pepe. Valeu cara, venho mostrando nas redes sociais o dia a dia da gravação, é um jeito legal de eu mostrar como venho gravando o disco. E tenho a sorte de estar gravando boa parte do disco no sensacional Orra Meu Estúdios, o que possibilita eu banhar o disco de Hammond.

2112. Há muito que as bandas abandonaram o uso de órgãos o que é uma pena. Sinto muita falta do instrumento nas bandas atuais...

Pepe. É questão de arranjo né e gosto, eu gosto muito (risos), no disco passado o Alberto Sabella havia tocado no disco todo, nesse o Rodrigo Hid, colocou umas teclas também, essa dupla é da pesada.

2112. Confesso que fiquei decepcionado quando o Deep Purple lançou Perfect Strangers dando ênfase a um som mais moderno limando os famosos Hammoond do mestre Jon Lord em favor de sintetizadores. Na minha opinião é a pior fase da banda... de “influência” passaram a “influenciados”!

Pepe. Eu gosto do disco, lógico não é meu predileto, mas tem músicas bem legais. Sobre os sintetizadores se bem colocados, ficam legais, é questão de linguagem e fazer o que a música pede.

2112. Mas como anda as gravações do novo álbum? Dá para comentar alguma coisa?

Pepe. Estou terminando, espero rs. Gravar um disco é difícil, porque requer cuidado nas performances e depois ver se suas ideais condizem com os arranjos, mas estou bem feliz com o disco. Como disse antes, estou postando uns vídeos das minhas aventuras nos estúdios.

2112. Você quando vai para o estúdio já entra com tudo esquematizado ou muita coisa é trabalhada de acordo com o andamento dos trabalhos?

Pepe. Normalmente com Os Estranhos, só venho com o esboço da musica esqueletado, depois a música vai surgindo, vem dando certo.

2112. É você mesmo quem faz os arranjos?

Pepe. Não, é um arranjo coletivo. Faço sugestões, mas muitas ideias surgem dos músicos que estão tocando.

2112. E quem está produzindo o álbum?

Pepe. Eu e o Gabriel Martini, que vem de dois trabalhos incríveis com o Guilherme Arantes e tocou em muitos shows comigo nos Estranhos, um parceiro fantástico que só posso agradecer e venho aprendido muito com ele.

2112. As composições incluídas neste novo trabalho são todas inéditas ou você retrabalhou algum material não aproveitado em outros álbuns?

Pepe. Tem duas músicas antigas nesse álbum, uma da época de uma banda que eu tinha com Marcello Schevano e se chamava Soulshine, ele inclusive faz uma guitarra espetacular nesse som. E uma outra parceria minha com Rodrigo Hid, que fizemos em 2004 ou por ai rs, ainda bem que gravamos ela no celular ou numa fita, daí chegou a hora de gravarmos ela, um rock caipira.

2112. Pergunto isso porque recentemente baixei um bootleg duplo do Pete Townsend contendo demos que iriam formar o projeto Lifehouse mas que por motivos desconhecidos resultou no clássico Who Next com apenas parte do material. O restante seria reaproveitado em álbuns posteriores da banda e do próprio guitarrista, entendeu?

Pepe. Sim, as músicas são compostas conforme o tempo e as vezes não são aproveitadas no momento da composição.

2112. Você tem o hábito de compor com certa frequência?

Pepe. Sim, sempre, é uma necessidade que sinto, sempre estou com o violão por perto.

2112. Outra coisa... Robert Plant evitou por um bom tempo incluir material do Led Zeppelin em seus shows. Você também evita incluir músicas do Tomada em seus shows ou nunca teve problemas com isso?

Pepe. Claro, no show do lançamento do meu disco “Eu, o estranho”, toquei Catarina. Tem muita música legal do Tomada que posso incluir nesse meu novo show.

2112. ... de uma certa maneira os fãs esperam por isso, não é?

Pepe. Sim, claro. É uma opção do artista tocar ou não, a vida é cheia de caminhos né? Precisamos respeitar e seguir em frente.

2112. A Tomada tem prazo para voltar ou no momento a sua carreira solo é prioridade?

Pepe. Venho conversado com o Alpendre sobre isso, podemos entrar em estúdio nesse ano ainda, mas não estamos com prazos e urgência, mas temos umas músicas legais pra serem tocadas e gravadas, vamos ver se rola.

2112. O novo álbum já tem nome? Há projeto de lançamento de singles e vídeo clipes?

Pepe. Devo lançar um single antes do lançamento do disco, logo depois do Carnaval. Estou montando o making of das gravações do disco, já está com 7 minutos rs, vai mostrar os bastidores da gravações. Deve rolar ao menos um videoclipe para o disco, mas não sei qual música e como vai ser. Tem um nome sim, mas ainda não sei qual é. rs

2112. Já existe uma prévia para o lançamento do álbum?

Pepe. Espero que seja nessa década ainda rs. Deve sair em Abril pelo selo Curumim Records.

2112. Obrigado pela entrevista, pela disposição em responder as perguntas... o microfone é seu!

Pepe. Valeu o espaço, fica aqui meu agradecimento as guitarras de Pi Malandrino, Marcello Schevano, Roy Carlini, Moko e Hid, as bateras de Junior Muelas e Gabriel Martini, as teclas de Rodrigo Hid, Xande e Alberto Sabella, as vozes de Caio Lobo, Fernando Ceah, Chico Marques, Xande Saraiva e Hid e ainda podem ter mais participações. Aos estúdios Orra Meu , Curumim, Area 13 e Carlini’s Estudios. Bom é isso, com certeza esqueci de alguém, daqui a pouco meu telefone toca.

Crédito das Fotos: Cris Jatoba



Curumim Records, o novo selo dos Estúdios Curumim
Gravadora investe em novos artistas e resgata discos clássicos

Entre os estúdios mais tradicionais de São Paulo, o Curumim completa 30 anos de muita história. E pra comemorar 3 décadas de contribuição com a música brasileira, o estúdio reativa o seu selo, Curumim Records, agora sob a direção de Pepe Bueno (Tomada, Pepe Bueno & Os Estranhos), Fernando Ceah (Vento Motivo) e Chico Marques (8080, Flying Chair).

A gravadora estréia com o relançamento, já disponível nas plataformas digitais, de toda a discografia clássica do fundador dos Titãs, Ciro Pessoa, com os álbuns No Meio Da Chuva Eu Grito Help, Em Dia Com A Rebeldia, o até então inédito Batuque Aqui, além do clássico e raro álbum Fósforos de Oxford, da lendária banda Cabine C, que Ciro formou logo depois de deixar os Titãs.

Entre relançamentos e material inédito, incluindo algumas preciosidades do acervo do estúdio, a Curumim Records promete muitas novidades para os próximos meses.

Já está programado para o dia 22 de fevereiro o lançamento do single duplo Ciclorama / Entre a Serpente e a Estrela, da banda Vento Motivo. As faixas são parte do novo álbum da banda, Obras Cruéis, previsto para o final de abril.

Dia 08 de março é a vez do novo lançamento de Pepe Bueno & Os Estranhos, com o single Não Muda Mais (você é uma maluca), o primeiro do novo álbum de Pepe, agora acompanhado pela banda Os Estranhos.

No dia 22 de março, o selo lança nas plataformas digitais os álbuns Al Ataque e Metalrock, da cultuada banda uruguaia Acido, pioneira do metal uruguaio, formada no início dos anos 80.

Além do trabalho de resgate de títulos importantes ainda não disponíveis nas plataformas digitais, produções originais já estão em estúdio, e a Curumim Records anunciará mais novidades em breve.

Instagram: @curumimrecords

WhatsApp: 11 97126 4048

Vanessa Anchieta.

 Dia 08 lançamento do single Não Muda Mais (você é uma maluca)

Próxima entrevista
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário