quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Entrevista StringBreaker & the StuffBreakers


Assim como o Centro da Terra essa banda foi outra descoberta fantástica em minha vida rock’n’roll... Pirei desde a primeira vez que ouvi e corri atrás da banda pois a queria aqui nas páginas da 2112 a qualquer custo. Gente, é blues rock instrumental de deixar os gringos usando babador e os brasileiros com cara de bundão por só ouvir os lixos que tocam nas rádios... É do carvalho!    

2112. Desde que assisti um vídeo de vocês tocando nas ruas de São Paulo que fiquei impressionado com o som da StringBreaker. Cara, virei fã de carteirinha...
Guilherme:  Obrigado pelas palavras e pela atenção, Carlos! É muito legal ver o nosso som saindo daqui de SP e chegando ao RJ através dos vídeos na internet, ainda mais tendo uma boa recepção! Que ele consiga ir sempre mais longe!
2112. A banda surgiu a quatro anos, já lançou quatro álbuns, um single e possui uma legião de fãs espalhados por todo o país. Isso é uma vitória em se tratando de uma banda brasileira e ainda de blues que apesar de ter muitos fãs ainda é um gênero marginalizado...
Guilherme: Não acredito que o Blues seja um gênero marginalizado, temos visto uma crescente de casas e bandas do estilo, assim como festivais por todo o pais. Além disso, temos nomes de respeito no cenário internacional, como o Marcos Ottaviano e o Nuno Mindelis. Claro que não estou falando de mainstream, mas acredito que temos um cenário acontecendo e se consolidando. Temos trabalhado incessantemente desde o final de 2014, quando começou a produção da StringBreaker & the StuffBreakers e seguimos instigados em busca de uma performance sempre melhor, de aprofundar e aplicar nossos conhecimentos musicais e ainda criar ambientes sonoros agradáveis a maior parte do público. Talvez a escolha pelo formato instrumental somada ao fato de sermos uma banda autoral dificulte um pouco na abrangência de público, mas com o tempo, acabaremos provando que música instrumental é tão legal quanto o repertório de canções.
2112. Deve ser muito bom poder tocar o que se gosta e de alguma maneira encontrar apoio para seguir em frente. Isso é lenha no fogo para qualquer músico, não é?
Guilherme: É muito gratificante pôr em pratica tudo aquilo que ficamos pensando e construindo fora das apresentações, de fato. Trabalhar com um som que, pra nós, faz sentido, é a nossa verdade, é o que gostamos de ouvir é o que nos faz seguir frente a todos os problemas, dificuldades e intempéries que uma banda autoral independente encontra por aí.

2112. Em grandes centros como São Paulo é comum artistas de todas as áreas se apresentarem nas ruas. Qual é a reação das pessoas quando vocês começam a tocar?
Guilherme: Antes mesmo de começar a tocar, a banda já chama uma boa atenção pelo tamanho do equipamento. A bateria do Sérgio atualmente conta com 9 peças, fora os pratos, pode ver o belo Fender Geddy Lee do Dilson, ao lado de seu Orange e eu costumo levar sempre as 3 guitarras, Gibson Les Paul e as Fenders Telecaster e Stratocaster para tocar as linhas com o sons exatamente iguais ao dos discos e também o meu Marshall JCM 800. Muita gente vem perguntar sobre a banda, o som, a apresentação enquanto estamos montando toda essa estrutura. Durante o show tem de tudo, gente que tira seus fones e para pra assistir, gente que já chega dançando assim como pessoas que tapam seus ouvidos com força ao passar pela apresentação, como se estivessem atravessando um campo de batalha.
2112. Milton Nascimento já havia profetizado em uma de suas músicas que "todo artista tem de ir onde o povo está!" Esse contato direto é muito importante, não é?
Guilherme: Certamente, acredito ainda que, pensando no fomento à uma base de fãs, isso é até mais importante do que o conteúdo digital. A pessoa que vive a experiência ao vivo acaba acompanhando a banda mais de perto nas mídias sociais do que, muitas vezes, as pessoas que nos conheceram por publicações patrocinadas ou compartilhamentos. Acho que toda a divulgação é importante, mas viver a experiência me parece mais envolvente. Outro ponto interessante é que, levando a apresentação diretamente ao público, pulamos uma série de fatores que poderiam ser desfavoráveis em apresentações fechadas. Muitas vezes vemos lugares cobrando entradas altas e a banda ganhando muito pouco ou nada, problemas de divulgação etc. Na rua, aqueles que quiserem contribuir com o nosso trabalho podem o fazer sem “atravessadores", me parece que elas também se sentem mais motivadas a consumir o merchandising da banda e por aí vai.
2112. No dos vídeos que assisti de vocês várias pessoas param para ouvir, tirar fotos, dançam... Isso é realmente muito bacana!
Guilherme: É bem assim que acontece mesmo. A aglomeração e o som geram curiosidade e atraem mais pessoas. O interessante é que nada é imposto, quem gosta fica, e quem fica, fica o tempo que achar melhor. Quem não se interessou pode assistir outra coisa. Acho isso bem democrático. Outro ponto legal é a questão da acessibilidade, qualquer passante, não importa nenhuma característica, pode viver essa experiência. Do desabrigado ao presidente da multinacional. Acho que poucos coisas são tão benéficas para a integração da sociedade quanto essas apresentações na rua.

2112. Como surgiu a StringBreaker?
Guilherme: Curto muito Rock'n'Roll das décadas de 60 e 70, música instrumental e Blues, que tem uma conexão enorme com as minhas bandas de Rock de cabeceira. Desde que comecei a tocar guitarra tinha o anseio de fazer um som nessa onda. Tive bandas de Classic Rock variado e acabei caindo no Metal mais pesado apesar de manter as raízes no Rock'n'Roll e sempre que possível colocava um pouco dessa sonoridade nos Riffs das bandas que fiz parte.
O tempo foi passando e essa vontade de fazer um som completamente meu, nessa vibe Blues Rock 70's foi crescendo até que em 2012, numa viagem pra Minas Gerais, saiu a primeira ideia, que acabou virando a "Rainy Afternoon in Gonçalves". Enfim o projeto tinha começado, mas precisava de um nome. Nessa época estava começando a tocar na Children of the Beast (Iron Maiden Cover oficial da America Latina) e vinha quebrando excessivamente as cordas das minhas guitarras. Era uma coisa fora do normal. E nas brincadeiras com os amigos acabou saindo o nome StringBreaker, cuja o qual, me identifiquei totalmente! A partir daí, comecei a trabalhar nas músicas que se tornaram o primeiro albúm do StringBreaker, algumas coisas foram rolando e no final de 2014 estava trabalhando com o Sérgio Ciccone em outro projeto, e durante esse trabalho rolou uma grande identificação. A partir daí começamos a trabalhar definitivamente no primeiro disco. Para o baixo, tivemos a grande participação de Robinho Tavares. Já havíamos conversado antes, mas não acreditava muito na possibilidade de rolar e de repente ele tinha topado e estava comigo gravando suas linhas. Com uma banda, precisávamos de um nome que não representasse somente a mim, então o Sérgio deu a ideia do StuffBreakers (Quebradores de Coisas) por que ele quebra baquetas, pratos, peles e etc. Assim nasceu StringBreaker & the StuffBreakers.
Logo após o lançamento do disco, o Nelson Donizeti entrou para o contrabaixo e permaneceu na banda até o final de 2017, participando de Re-Breaker e Live At Manifesto. Do final de 2017 pra cá, contamos com o Dilson Siud no contrabaixo e atualmente estamos trabalhando a divulgação de nosso terceiro álbum de estúdio, o "Brick in a Tie".
2112. Ao contrário de muitas bandas de rock que tem nos seus vocalistas o grande chamariz vocês optaram pela música instrumental. O que levou vocês a trilharem o caminho inverso?
Guilherme: Eu sempre toquei em formações com vocal, por outro lado, ouço e gosto muito música instrumental. Até quando ouço canções, me conecto muito mais com o instrumental e as melodias do que necessariamente com o texto. Quando formatei a ideia que se tornou o StringBreaker & the StuffBreaker, a maior referência era o Jeff Beck Group. Gosto muito do trabalho dele, principalmente do "Blow by Blow". Por isso, nem passou pela minha cabeça ter um vocalista na banda.

2112. ... essa decisão de uma certa maneira dá mais liberdade para vocês na hora de tocar e solar, não é?
Guilherme: Certamente, conseguimos criar conversas musicais com todos os instrumentos. É completamente diferente de ficar fazendo uma cama para uma voz. Creio que, para nós, isso seja bem mais instigante e interessante do que se ficássemos repetindo as mesmas coisas enquanto alguém canta.
2112. Mas vocês nunca pensaram em gravar um álbum com participação de um vocalista assim como fez a banda prog Focus? Foi apenas um álbum... mas ficou muito interessante!
Guilherme: Por hora essa ideia não nos ocorreu. Mas se fosse pra ter uma participação, preferia ter um tecladista, certamente poderíamos abrir mais possibilidades harmônicas, melódicas e de texturas nas músicas do que alguém cantando.
2112. Por ser um som instrumental muita das composições de vocês devem surgir de jams sessions, não?
Guilherme: Sim. Em outros casos, levo algo e desenvolvemos juntos, também tem algumas ideias que já chegam mais formatadas e só montamos o arranjo em estúdio. Não tem um método obrigatório de fazer as coisas.
2112. Veja, não é uma comparação... mas vendo vocês tocarem me fez lembrar o Cream quando os três solavam juntos e não perdiam o rumo por um único instante. Isso é o que podemos chamar de alquimia musical!
Guilherme: Obrigado. Curioso que já ouvimos semelhante comentário de um senhor norte americano que assistiu o Cream ao vivo!
2112. Bacana! Entre as bandas que vocês curtem qual delas mais influenciam o trabalho da StringBreaker?
Guilherme: Jeff Beck, Led Zeppelin, Joe Bonamassa, Philip Sayce, Deep Purple, Yes, Rush são algumas. São tantas bandas e tantas referências que é difícil citar todas...
2112. Nunca concordei com esse lance de "tribos e rótulos" pois acredito que isso atrofia a liberdade de uma banda em experimentar. O que vocês ouvem quando estão em casa ou na estrada? Vocês ouvem apenas blues e rock?
Guilherme: Eu ouço muita coisa, é claro que o Blues e o Rock até o final dos anos 1970 predominam, mas ouço muita MPB, Jazz, alguma coisa de erudito as vezes. Tem algumas rádios em São Paulo que tem um repertório interessante, mesclando todas essas coisas, como a Eldorado. Quando estou no carro, ouço ela. É um jeito interessante de conhecer coisas diferentes e volte meia tem coisa muito boa rolando.

2112. O underground brasileiro tem gerado muitas bandas bacanas o que mantém o rock'n'roll vivo e atuante. O que vocês tem ouvido de interessante no cenário brasileiro?
Guilherme: Eu curto muito o Picanha de Chernobill, que toca na rua aqui em São Paulo também. Tem outras bandas muito boas como o Não Alimente os Animais, do RS, gosto também do Astro Venga que é aí do RJ, inclusive. Tem o Vrumm também que mistura Rock, Jazz e mais um monte de coisas, que é bem interessante. Essa galera vale a audição!
2112. O que vocês acharam da CaSch a nova banda do super batera Rollando Castello Júnior? Vocês já ouviram o cd?
Guilherme: Não conheço... Vou procurar pra ouvir!
2112. O primeiro trabalho de vocês lançado em 2015 já trazia um som calcado no blues e no rock'n'roll mas com liberdade para a experimentação. Como é transpor a energia dos shows para dentro do estúdio?
Guilherme: É bem trabalhoso... Gostaria muito de captar a banda ao vivo e depois ir adicionando os detalhes a esse play em trio, mas como não temos espaço suficiente pra isso, tive que desenvolver uma metodologia para levar ao ouvinte essa sensação de banda tocando junta. Primeiro gravamos as músicas ao vivo, eu pego esse material e anoto todas as variações de andamento para criar uma clicktrack o mais fiel possível do que seria o Sérgio levando a música ao vivo. Depois passamos de novo com esse metrônomo e estando tudo certo, iniciamos a bateria. Depois vem a captação de baixo, guitarras, overdubs, teclados e etc... Mas, certamente, essa flexibilidade do tempo é o que transmite mais a sensação de play ao vivo.
2112. A banda Centro da Terra me disse em entrevista que seus dois primeiros álbuns foram gravados ao vivo num único take. Vocês gravam assim também e depois acrescentam overdubs?
Guilherme: Infelizmente, não temos espaço físico suficiente pra realizar uma captação ao vivo com grande qualidade, por isso sempre gravamos separado.
2112. O segundo trabalho para muitas bandas é uma verdadeira prova de fogo... Funciona assim mesmo ou tudo isso é mito?
Guilherme: Funciona, a gente quase se matou algumas vezes. Agora está tudo bem.
2112. Na opinião de vocês o que diferenciou no som do primeiro para o segundo trabalho?
Guilherme: Eu compus o primeiro disco praticamente sozinho, quando comecei a trabalhar com o Sérgio já tinha muita coisa andada, no segundo éramos uma banda mais coesa, compondo junta a um ano, que já tinha se apresentado um bom número de vezes. Acho o segundo disco mais maduro e mais banda.
2112. O terceiro álbum "Live At Manifesto" foi lançado apenas no formato digital. Existe a possibilidade dele um dia ser editado em cd? Não seria interessante incluí-lo como bônus num futuro trabalho?
Guilherme: As possibilidades estão sempre abertas, mas acho que um registro futuro seja mais interessante, a fase do Live At Manifesto, hoje, parece tão distante do que somos atualmente.
2112. Vocês também tem um single gravado, não é?
Guilherme: Na verdade, temos 3. "Máfia da Águia" apresentou o Re-Breaker em 2016, lançamos uma versão de "Careless Whisper" captada no ROTA BDG no final de 2017 e "Acts of Desperate Men" agora em Julho para preparar o caminho para o Brick in a Tie.
2112. Recentemente vocês lançaram Brick In A Tie... Que tal falarmos um pouco sobre ele?
Guilherme: Ele saiu no dia 3 de agosto nas plataformas digitais e no dia 10 em CD. Ele apresenta o Dilson Siud no contrabaixo e tráz um repertório mais maduro, flertando um pouco mais com as vibrações do rock progressivo. Além do lado viajante, tem sons mais Rock'n'Roll, Blues Rock e bastante Groove. Curtimos fazer músicas com balanço!
2112. Assisti o clipe de Long and Sport Of It e ela é muito fodástica... bem viajante!
Guilherme: Obrigado!
2112. Trabalho novo na praça significa pé na estrada, não é?
Guilherme: Exato. No mês de setembro seremos banda residente do Mirante 9 de Julho em São Paulo, tocaremos lá nos dias 5, 12, 19 e 26/9 e também estaremos no Steel Bar no dia 20/09. Estaremos na Paulista em todas as oportunidades possíveis e estamos trabalhando em mais datas. Para acompanhar, basta nos seguir nas redes sociais!
2112. Agradeço muitíssimo por esta exclusiva. O microfone é de vocês...
Guilherme: Eu que agradeço o espaço, a atenção e a disposição em se aprofundar na trajetória do StringBreaker, sucesso ao Blog 2112! Obrigado também a galera que chegou até o final dessa entrevista pela atenção e pelo empenho e fica o convite a ouvir mais e acompanhar o nosso trabalho! Grande abraço e até a próxima! 

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Entrevista Pablo Vicent



Para quem não conhece esse “hermano” vem da Argentina e conta com exclusividade um pouco da sua tragetória no blues. Ele é um cara simples e como a maioria dos músicos que não se venderam… trabalha duro para se manter. Essa entrevista prova que… nem só de tango vive o país do Messe e Maradona!

2112. Vamos começar pelo princípio: Como o blues entrou na sua vida?

Pablo Vicent. Na mina adolecência (anos 70) tive a sorte de escutar vinis do meu irmão mais velho em casa, como Led Zeppelin II, The Rolling Stones, Sticky Finger; e algo de Pink Floyd, essa foi mina primeira aproximação.

2112. Na maioria das vez os bluesmans são auto didatas aprendendo tudo nas grandes jams que acontece em bares, puteiros, shows... Foi assim com você também ou teve aulas com professores?

Pablo Vicent. Sim, meu parendizado foi autodidata, a principio no baixo elétrico e anos depois no violão, e aos 48 anos de idade comece a fazer aulas de harmonia.

2112. Você vive exclusivamente da música?

Pablo Vicent. Não, tenho um comércio de embutidos, vivo disso, mas sempre levei meus 34 anos de músico com “rigor profissional”.

2112. Aqui no Brasil cada vez mais cresce o espaço para a música descartável o que comprimi a música de qualidade. Aí na Argentina acontece a mesma coisa?

Pablo Vicent. Sim, lamentavelmente aquí acontece igual, o Blues é simplesmente underground.

2112. Como é o cenário do blues argentino? Tem muitas bandas bacanas?

Pablo Vicent. Sobre isso só posso opinar a distância pois moro numa cidade do interior do país, tem muito poucas bandas de blues que podem dizer que vivem de seus shows.  

2112. Quais são suas influências?

Pablo Vicent. Minha primeira influência foi Led Zeppelin, Cream, Frank Zappa, Pappo’s Blues e logo se abriu o mercado de Blues nos anos 80 e começou a chegar muito material, aí mudou tudo e me deixei levar por Howling Wolf, Muddy Watters, Stevie Ray Vaughan, Johnny Winter, Albert ing, Freddie King, John Mayall, Albert Collins etc…  

2112. Nos shows você toca apenas material autoral ou inclui clássicos do gênero?

Pablo Vicent. A maior parte dos meus shows são de temas próprios, só abordamos clásicos como finalização ou jams que se podem gerar no momento.

2112. Quais covers você mais gosta de tocar?

Pablo Vicent. Eu gosto de tocar Blues Local de Pappo’s Blues, Despiértate Nena de Spinetta, Hideaway de Freddie King, etc.

2112. O que mais te inspira na hora de compor?

Pablo Vicent. Geralmente escrevo letras me quixando de coisas que me acontecem ou das que vejo que acontecem, e logo coloco a música.

2112. Quantos trabalhos você tem gravado?

Pablo Vicent. Só gravei um disco em todos esses anos, é uma conta pendente gravar ao menos três mais, tenho o material musical para fazê-lo.

2112. A distribuição gratuita de música na internet te incomoda?

Pablo Vicent. Não me incomoda, mas não nos esqueçamos que eu vivo de outra coisa.

2112. Você ouve apenas blues?

Pablo Vicent. Escuto na maioria das vezes Blues, mas não todos os días, também escuto muito rock inglês dos anos 70 e rock progressivo de todas as épocas, algo de jazz rock.

2112. Você mantém contato com bluesmans brasileiros?

Pablo Vicent. Não tive o prazer de conhecer pessoalmente nenhum deles. 



Versão Espanhol

2112. Vamos a empezar por el principio: Cómo el blues entró em sua vida?

Pablo Vincent. En mi adolescencia (años ‘70s) tuve la suerte de escuchar vinilos de mi hermano mayor en casa, como Led Zeppelin ll , The rolling Stones Sticky Fingers, y algo de Pink Floyd, ese fue mi primer acercamiento

2112. En la mayoría de las veces los bluesmans son auto didatas apriendendo todo em los grandes jams que sucede em los bares, puteiros, shows... Fue así con usted tambíen o tuvo clases con professores?    

Pablo Vincent. Si, mi aprendizaje fue autodidacta, al principio en el bajo eléctrico y años después incursioné en la Guitarra, y ya a mis 48 años de edad comencé a tomar clases de armonía

2112. Usted vive exclusivamente de la música?

Pablo Vincent. No, tengo un comercio de venta de fiambres, de eso vivo, pero en mis 34 años de músico siempre me manejé con “rigor profesional”

2112. En Brasil cada vez más crece el espacio para la música desechable lo que comprime la música de calidad. Ahí en Argentina sucede la mismo?

Pablo Vincent. Si, lamentablemente aquí sucede igual, el Blues es meramente underground

2112. Como es el escenario argentino? Tienes muchas bandas bacanas?

Pablo Vincent. De eso solo puedo opinar a la distancia ya que vivo en una ciudad del interior del País, hay muy pocas bandas de Blues que puedan decir que viven de sus shows

2112. Cuáles son sus influencias?   

Pablo Vincent. Mi primer influencia fue Led Zeppelin, Cream, Frank Zappa, Pappo’s Blues y luego se abrió el mercado de Blues en los 90s y empezó a llegar mucho material, ahí cambió todo y me deje llevar por Howling Wolf, Muddy Waters, SRVaughan, Johnny Winter, Albert King, Freddie King, John Mayall, Albert Collins, etc

2112. En los shows usted toca sólo material autoral o incluye clássicos del género?

Pablo Vincent. La mayor parte de mis shows son de temas propios, solo abordamos clásicos como finalización o jams que se pueden generar en el momento

2112. Qué cubiertas te gusta más tocar?

Pablo Vincent. Me gusta tocar Blues Local de Pappo’s Blues, Despiertate nena deSpinetta,Hideaway de Freddie King, etc

2112. Qué más te inspira a la hora de componer?

Pablo Vincent. Por lo general escribo letras quejándome de cosas que me pasan o veo que pasan, y luego le añado la música

2112. Cuántos trabajos has grabado?

Pablo Vincent. Solo he grabado un disco en todos estos años, es una cuenta pendiente grabar al menos tres mas, tengo material musical para hacerlo

2112. La distribución gratuita de música em internet te molesta?  

Pablo Vincent. No me molesta pero no olvidemos que yo vivo de otra cosa

2112. Usted apenas oye blues?

Pablo Vincent. Escucho mayormente Blues, pero no todos los días, eso no me sirve, también escucho mucho rock Ingles de los 70s y progresivo de todas las épocas, algo de jazz- rock

2112. Usted mantiene contacto con bluesmans brasileños?

Pablo Vincent. No tengo el gusto de conocer personalmente a ninguno.