sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Entrevista Paulo Valério (PeVê)

2112. Há vinte e cinco anos você se mantém ativo na cena catarinense não apenas como músico e compositor mas também como produtor. Como foi o seu início na música? 

Paulo Valério. Vinte e cinco, no mínimo, Carlos! Passei por muitas bandas, toquei muito na noite, especialmente entre o final dos anos 1990 e 2010. Nos últimos 15 anos venho me dedicando às minhas canções, a minha obra. Meu início foi como apreciador mesmo, aquele lance de reunião de amigos, todos adolescentes, pra escutar os LPs, trocar fitas k7, conversar. Sempre escutamos música em casa, no nosso velho toca discos Philips. Meu pai, quando estava em casa, colocava Roberto Carlos, Altemar Dutra, Ângela Maria, a turma preferida dele. A mamãe sempre cantarolava enquanto realizava as tarefas do lar… Boas lembranças, saudade daqueles tempos que não voltam mais. Meu “despertar” pro rock foi quando pedi de presente de natal um LP do Raul Seixas, e ganhei! Aquilo balançou minha cabeça, mexeu comigo, plantou uma sementinha de contestação, de rock feito em português. Esse álbum eu tenho até hoje, chama-se “As Profecias”, é de 1991, eu tinha 15 anos e pirei, é meu start, me emociona até hoje, imagina, “Sapato 36”, “Tente outra vez”, “Maluco Beleza”, “A Maçã”, “O Dia em que a terra parou”… Esse disco aliviava minhas angústias que nessa época já não eram poucas. Veio junto também um K7 “Beatles Ballads”, lindo de viver. Comprei umas gaitinhas de boca e tentava, ao meu modo, fazer um som. Tenho uns amigos próximos, o Isaac e o Luciano, do bairro, que tinham banda, ensaiavam, eu estava sempre junto, absorvendo aquilo tudo, até conseguir meu primeiro violão, emprestado. O Juliano Rosa, vulgo “Cupim”, me ensinou muito também. A guitarra veio só mais tarde, com apoio da minha mãe. Devo muito a ela, sempre me apoiou, não era fácil, naquela época o pai tinha muito preconceito e medo de que eu me tornasse “músico”, isso dificultou minha vida e atrasou de certa forma minha evolução, pra teres ideia, tocava sem amplificador, com a guitarra desligada no quarto, porta trancada… Só fui ter um amplificador dois anos depois que ganhei a guitarra da mamãe. Mas superei, superamos! Outro fator que não posso deixar de comentar é a importância do pessoal do Clube da Esquina nesses meus primeiros anos musicais. Nós escutávamos muito todo aquele pessoal!

2112. ... você é autodidata?

Paulo Valério. Sim, sou. Tive algumas poucas aulas de guitarra, não mais que meia dúzia. Aprendi vendo o pessoal tocar, também recebi muitas dicas de amigos próximos, como o Marco Cardozo, que me ensinou muito, muito mesmo. Obrigado, Marquinho! Eu sempre tive as “antenas” sintonizadas pras coisas que me interessavam, e é assim até hoje. Vale lembrar que era uma época pré internet, eu contava com fitas de vhs, músicas que gravava do rádio, métodos impressos, revistas especializadas, algumas importados, LPs, e muita conversa.

2112. Você comentou a forte influência do Jimi Hendrix no seu trabalho que por sinal é o meu guitarrista predileto. Quem mais te influência?

Paulo Valério. O Hendrix… Minha paixão, meu Norte musical no início da caminhada como guitarrista! Eu tenho uma lembrança, muito remota, talvez com uns 10 ou 12 anos de idade, estava assistindo televisão, na nossa velha e grande teve valvulada, e me aparece aquela cena dele tocando no festival de Monterrey… Aquilo me marcou pra sempre. Hendrix é e sempre será mágico pra mim. Agora, falar de influências… É complicado, sou colecionador de discos, então já sabe, tenho muitos “preferidos”. E meus “preferidos” nem são todos “guitarristas”, tem os baixistas, tecladistas, violonistas, vocalistas, tantos… Mas vou tentar me ater aos artistas que me tocaram profundamente no início, nas seis cordas somente: Hendrix (Jimi plays Monterrey), Peter Green (Peter Green’s Fleetwood Mac), BB king (Live Cook County Jail), Eric Clapton with John Mayall (Beano), Jimi Page (Led Zeppelin VI), Larry Coryell (Boléro), André Cristovam (Mandinga), Celso Blues Boy (Ao Vivo), Sérgio Dias Baptista ( Mutantes ), Buddy Guy e Júnior Wells (Live Montreux), Bob Dylan (Greatest Hits), Os Incríveis (1910), Richie Blackmore (Deep Purple Made in Japan), Dudu Chermont (Patrulha do Espaço e Made in Brazil), Celso Vechione (Made in Brasil), Mimi Lessa (Bixo da Seda), Rick Ferreira (Raul Seixas), Paulinho Guitarra (Tim Maia), Piska e Aroldo (Casa das Máquinas), Bebeco Garcia (Garotos da Rua, Banda dos Ciganos) e muitos outros. Também não posso deixar de citar os guitarristas da velha guarda aqui da Grande Floripa, como o Márcio (Grupo Burn), o Paulinho Vaz (Banda Têmpera), o Dennis (Banda Grande Pássaro). Essas influências “guitarristicas” são do começo, dos primeiros anos mesmo. Depois isso tudo se altera, eu me afasto um pouco do blues e começo aos poucos a me conectar com a MPB 70 e a música latino-americana, sobretudo os clássicos aqui do Sul e argentinos, cada vez mais. Eu poderia ficar uma entrevista inteira discorrendo sobre minhas influências, são inúmeras e se estendem para outros instrumentos como contrabaixo, teclados, violões, percussão, sintetizadores, bandolim, Quatro, etc.

2112. ... que bandas você participou antes de partir para a carreira solo? 

Paulo Valério. Muitas, algumas efêmeras, outras duraram alguns anos cada uma. Com todas aprendi muito, fiz muitos amigos e uns poucos desafetos também. (Rsrs) Posso citar entre as mais duradouras Os Heartfakers, A Blue Suede Shoes, A Los Tres Hombres, a Monolito, entre outras.

2112.Sou um artista independente e underground, isso me dá liberdade para produzir a música que nasce dentro de mim, fruto da observação do mundo, das experiências vividas. Me orgulho disso, de fazer arte.” Aqui você expresssa a sua ideologia de vida como um artista livre das "amarras" do mainstream. Mas em algum momento você desejou assinar contratado com um grande selo?

Paulo Valério. Olha, nem precisava ser um “grande selo”! (Risos) Na verdade, desde que comecei a tomar gosto pelo lance autoral e percebi que minha “veia” não é pop ou ligada a essas tendências atuais, eu entendi que seria uma “longa, tortuosa e solitária estrada”. Somos uma comunidade de compositores / músicos / produtores underground, nos comunicamos pelas redes sociais, mas apoio e investimento em Arte é raro. E tem um fenômeno interessante: aqui onde resido não recebo quase nenhum apoio, sou solenemente ignorado, mas em contrapartida sou valorizado pelos meus pares em outros estados, gente que admiro e faz questão de sempre lembrar de mim, escrever resenhas, reportagens, críticas construtivas, convites pra gravar, etc. Tem sido assim.

2112. Em 2018 você lançou seu primeiro álbum assumindo a produção, gravação, mixagem e edição. Como é trabalhar sob as próprias regras? Quais as vantagens e desvantagens de estar no comando?

Paulo Valério. Esse primeiro álbum foi um parto! Já havia gravado coisas isoladas antes, participações em discos de amigos, mas produzir um álbum inteiro… É dose pra leão! Errei e acertei, aprendi fazendo, dois longos anos me familiarizando com estúdio, arranjos, e todos os detalhes que uma produção dessas demanda. Houve momentos de muita angústia, mas eu estava certo do meu caminho, ninguém me tiraria dele! Gravei o primeiro disco no estúdio Greenbox, um pequeno estúdio localizado no município de Santo Amaro da imperatriz, região da Grande Florianópolis, de propriedade do amigo Marcelo Stock, que me ajudou muito. Quanto a arranjar, produzir, tocar os instrumentos (muitos), foi uma questão de necessidade mesmo e, percebo, que em se tratando de mim, sempre será assim. Coisas foram acontecendo, não pude contar com o auxílio do contrabaixo do amigo, hoje companheiro de “Pevê Trio / Pevê e Os Postulados”, Adriano Rotini, então me tornei baixista de Estúdio também, criando e gravando todas as linhas de contrabaixo. Não encontrei tecladista disponível que entendesse todos os timbres que estavam em minha cabeça, então me tornei tecladista de estúdio também! O sintetizador que toquei na canção “Gaivota “é sempre muito elogiado. Tinha que cantar minhas canções então fui estudar canto, dois anos com afinco, me tornando também “vocalista” das minhas próprias músicas. Tive uma professora de canto, a Lú, peça essencial em minha vida musical! Por sorte, tive a luxuosa participação do Leandro Pirata gravando todas as baterias. O Pirata é um dos melhores bateristas do universo, criativo, técnico, com feeling, prático na hora de gravar. Uma honra tê-lo como amigo e integrante do “Pevê Trio / Pevê e Os Postulados”. O amigo Egisto dal Santo, que também é uma grande influência pra mim, masterizou o disco, junto com o Vini Tonello, em POA. Ah, pra gravar percussões chamei um ex aluno meu, o Almirenio (Jamaica), baiano arretado. Muita gente preciosa, talentosa, envolvida. Então é isso, a desvantagem quando se está aprendendo e tendo que lidar com tudo isso é o stress, as contas que não fecham, os custos, os erros, os humores de todos … A vantagem é a superação e o aprendizado! Gosto muito do meu primeiro álbum, acho muito bom, muito honesto, algumas das minhas canções preferidas estão lá. Tenho planos de lançá-lo novamente nas plataformas, com novos vocais, pois hoje canto infinitamente melhor.

2112. Paulo, você tem costume de gravar demos ou já entra em estúdio com tudo pronto na cabeça? 

Paulo Valério. Vou acumulando canções, sempre tenho material guardado pra, pelo menos mais dois álbuns. Gravo apenas o esqueleto das canções em meu celular mesmo, a base, violão e voz, ou piano e voz. O restante eu distribuo numa planilha e vou acrescentando no estúdio. Gravo quase tudo com metrônomo, anoto os Beats e registro primeiro um violão base, uma voz guia, contrabaixo, depois guitarras, teclas e alguma percussão. Depois agendamos sessões pra gravar as baterias.

2112. Como funciona o seu processo de composição? Você compõem primeiro a música e depois trabalha a letra em cima ou é um pouco de cada coisa?

Paulo Valério. Geralmente vem tudo junto. Algumas vezes pela manhã. Mas não tem regra. Pode acontecer de vir um pedaço de letra primeiro, uma poesia, fruto de algo que observei ou vivi. Pode ser uma melodia que cantarolo dentro do carro, ou uma sequência de acordes que faço no violão ou piano, ou um riff de guitarra. Para teres ideia, a canção “Iguaçu “do meu disco acústico, “Pevê II”, me veio durante uma visita às cataratas do Iguaçu, enquanto eu visitava o “Parque das Aves”. Fiquei profundamente tocado pela natureza do local, emocionado. Na volta, dentro do ônibus, abri meu bloco de notas e escrevi a letra poesia de uma só vez, pra espanto das pessoas que estavam comigo. Música é isso, é estar sempre “preparado” pra recebê-la. O Keith Richards diz que as canções estão no ar, os compositores tem as antenas sempre ligadas e captam todas essas ideias. É mais ou menos isso, e também sempre registrar as ideias, nunca deixar pra depois. Para isso o celular é perfeito, gravador de áudio e bloco de notas.

2112. Você tem o costume de testar as músicas novas nos shows até obter a um resultado satisfatório em termos de arranjos? 

Paulo Valério. Os shows são poucos e espaçados. E existe uma grande diferença entre um arranjo pra tocar ao vivo e as possibilidades de um estúdio.

2112. Suas composições são todas em português... mas você já pensou em tentar o mercado externo? 

Paulo Valério. Dou muito valor a nossa língua. Sou absolutamente apaixonado por ela. E tem mais, não tenho nenhuma dificuldade em compor em português, inclusive rock and roll. Tive meus “professores”, minhas influências. Ultimamente venho experimentando umas ideias em espanhol, meu segundo idioma preferido, amo a sonoridade de paixão. Em inglês, sinceramente, acho que não tem nada a ver comigo. 

2112. A internet é hoje o principal canal de divulgação de bandas e músicos que tentam sobreviver da sua própria arte. Na sua visão... qual é a realidade do músico independente brasileiro? 

Paulo Valério. A realidade é dura, difícil, as vezes parece impossível. Falta tudo: lugares para tocar, respeito, verba, convites, apoio. A venda de CDs por exemplo nunca foi tão baixa. Produzir vinil ainda não consegui. Aqui onde vivo tem uma turma que abocanha tudo, tem os caminhos e os contatos. Eu não estou nesse esquema. Banco tudo com meu salário de professor de rede pública, todo meu dinheiro vai pra minha arte, direta ou indiretamente. Nunca ganhei dinheiro substancial, o pouco que entra é reinvestido.

2112. Acredito que a falta de apoio não parte apenas dos setores públicos/privados mas também do público que a meu ver valoriza mais o produto externo que o interno. Qual a sua visão desse assunto?

Paulo Valério. Ah, o que dizer? Essa síndrome de vira-latas não é de hoje, né? Vivemos aqui no Sul a cultura das bandas cover, a limitação dos horizontes da arte.  O público “médio” só conhece e consegue se emocionar com os Bon Jovis da vida, os AC/DC, os Black Sabbath e os Guns and Roses. Música ambiente pra beber cerveja. Claro que tem gente interessada em canções autorais, mas é uma fatia mínima de gente mais antenada. Falta fomentar novamente uma cena, com festivais, com espaço na mídia, com editais de incentivo, com oportunidades. Mas, sinceramente, vou fazendo minha história, dentro do que consigo, dentro das minhas possibilidades. Meu desejo é deixar uma obra nesse planeta, pois o corpo vai mas a arte fica. Estou em paz, tenho orgulho do que produzo, das minhas criações. Isso não tem preço, Carlos.

2112. Tenho notado ao longo desses sete anos a frente do 2112 que muitas bandas não divulgam o link das entrevistas em suas páginas. A arte já não tem o reconhecimento que merece e se você cruzar os braços... pior fica, não é? 

Paulo Valério. Tens absoluta razão. Mas precisamos atentar para o fato de que os meios digitais, se por um lado nos ajudam e são por vezes o único meio de divulgação de nossa arte, por outro o volume de informação é absurdo e sem filtro. É muito fácil “se perder” nas teias da web. As coisas vão ficando pra trás. Eu tento sempre prestigiar meus pares, não sei se consigo na totalidade. 

2112. Pevê II é totalmente acústico. A pandemia teve alguma influência no projeto ou foi apenas uma mera coincidência?

Paulo Valério. Teve toda influência sim. E te digo: me ajudou a enfrentar aquele momento horrível de angústia e medo. O álbum nasceu acústico por uma questão de praticidade, virando na sequência um conceito. Toquei tudo: violões, bandolins, teclados, percussões, vozes, contrabaixo. Coloquei minha alma naquele álbum, foquei na natureza e também olhei pra dentro de mim. É o álbum que os não músicos mais gostam, e até o momento, é meu preferido. A partir dele um outro mundo se abriu pra mim, pois passei a ter então um repertório acústico, com possibilidade de me apresentar solo ou acompanhado de uma percussão. Fiz e faço várias apresentações assim, em lugares dos mais inusitados, como feiras de bairro, por exemplo, é mais fácil e quando dá mesclo com clássicos da MPB setentista, com canções de alguns dos meus compositores preferidos: Jards Macalé, Melodia, Belchior, Caetano, Valter Franco, Sá, Guarabyra, Milton, Lô, Beto…

2112. Além do violão você também tocou bandolim, contrabaixo, craviola etc. Você gravou todos os instrumentos ou teve a participação de outros músicos?

Paulo Valério. Gravei tudo, inclusive arrisquei também um instrumento que tinha recém adquirido, um “pedal steel guitar”, que está na canção que abre o disco, “Dentro das Manhãs”, ficou um resultado muito bom! Esse álbum foi gravado 50% em estúdio e 50% no meu apartamento, com a luxuosa ajuda do Nychollas Medeiros, que trouxe da França o equipamento necessário pra completar as gravações que estavam faltando.

2112. Você ouve muito folk e rock rural? Eu me amarro nos trabalhos do Buffalo Springfield, Sá, Rodrix & Guarabyra, Crosby, Stills, Nash & Young, Fairport Convenction...  

Paulo Valério. Sou absolutamente fã de todos esses que você citou! São uma influência muito presente em minha vida. O segundo algum tem muito essa influência e o álbum que estou finalizando nesse momento também. Essa vertente também me levou a aproximar das raizes acústicas brasileiras, do interior do país, também. 

2112. ... para falar a verdade não me encaixo em nenhuma categoria musical pois gosto de tudo um pouco: prog, jazz, world music, clássicos, hard, rock, mpb, música experimental... ainda que o blues seja a minha base sólida. E você?

Paulo Valério. Também! Durante muito tempo tentaram me rotular como um “guitarrista de blues”. Apesar de adorar blues, odiava esse rótulo. Sou músico, posso tocar tudo o que toca meu coração, com a ajuda de vários instrumentos para me expressar. Pode ser rock, hard, blues, mpb, folk, progressivo, bossa, samba rock, funk ou o que for. Desde que tudo tenha a “minha cara”! Não sou um guitarrista de blues, nem quero ser, definitivamente. Sou um instrumentista “brasileiro universal”.

2112. O que você tem escutado de interessante nos últimos tempos? 

Paulo Valério. Sempre me deparo com novos artistas ou mesmo trabalhos de artistas veteranos na web. Estou sempre atento. Ultimamente tenho curtido várias cantoras que tem surgido nos últimos anos no Brasil. As bandas argentinas setentistas eu escuto toda hora, sou fanático pela obra do Spinetta, do Charly, do Pappo, entre outros. Escuto a velha guarda do samba, compositores como Cartola, Nelson Cavaquinho, etc. E tenho pesquisado muito do que não “apareceu” pra grande mídia nos interiores desse Brasilzão, os cantadores, os instrumentistas. Trabalho e postura de pesquisador mesmo. Compro muitos LPs, CDs… Também acompanho os amigos todos que lançam trabalhos autorais, seja no RS, SP, RJ, SC, MT … Muita gente talentosa e querida. Estamos sempre trocando figurinhas.

2112. ... uma dica: você conhece o álbum "Falling Of The Roof" do Ginger Baker Trio? Trabalho maravilhoso desse lendário baterista mais voltado para o jazz. Vale a pena uma atenta audição.

Paulo Valério. Opa! Adoro o Ginger! Está no meu top 5 dos bateristas! Vou buscar conhecer esse álbum. Obrigado!

PS.: acabei de colocar pra tocar no Spotify, sonzeira! 

2112. PEVÊ III é um belo retorno ao rock'n'roll com fortes influências das grandes bandas dos anos 60 & 70. É um álbum pulsante do começo ao fim o que prova que ainda temos trabalhos de qualidade no rock brasileiro. 

Paulo Valério. Muito obrigado, querido. É um álbum, por assim dizer, de sonoridade clássica!

2112. O álbum foi gravado ao vivo em estúdio o que me fez lembrar do lendário Alive do Slade. A gravação saiu conforme foi registrado ou precisou de fazer alguns overdubs posteriores?

Paulo Valério. A base, bateria, guitarra, contrabaixo, voz guia, foi toda gravada ao vivo! Nós três, o Pevê Trio, todos na mesma sala. Colocamos os amplificadores em outras salas do estúdio Jardim Elétrico, de propriedade do amigo Luiz Maia. Gravamos tudo em uma única noite. No dia seguinte fui sozinho ao estúdio e fiz os overdubs de guitarra, tudo numa única sessão também. As vozes, e mais alguns detalhes, fiz no estúdio Green Box, onde gravei os outros álbuns como já mencionei. Foi um álbum mais prático de fazer. Já temos os planos de gravar mais um disco assim, só que em nosso local de ensaio, estamos fazendo testes e gostando dos resultados.

2112. Você é muito detalhista em estúdio? 

Paulo Valério. Jogo pro time. A essa altura, finalizando o quarto álbum, já sei bem o que quero, como quero e como fazer pra funcionar. Isso barateia o custo, diminui o tempo e a dor de cabeça. Quatro álbuns, compostos, arranjados, tocados, produzidos, por mim! Também estou sempre estudando e nunca tive vergonha de perguntar, sou muito curioso.

2112. Uma curiosidade é que ele foi mixado em Paris por Nychollas Medeiros. Como ocorreu o processo? Vocês já se conheciam?

Paulo Valério. O Nychollas era meu vizinho de bairro, há uns anos ele se mudou pra França, nos arredores de Paris e segue lecionando violão clássico lá e trabalhando com produção musical. Uma coisa eu tenho que deixar bem claro aqui, a partir do meu segundo álbum o Nychollas passa a fazer parte do meu “som”! Quando vem ao Brasil, em férias, sempre tira um tempo para gravarmos e leva tudo o que foi produzido para mixar e masterizar na França, então trabalhamos a distância, acertando detalhes, sugerindo, dando pitacos, até chegarmos ao resultado final. Eu participo ativamente da mixagem, sempre, mas ele tem a técnica, é um profissional que “desenrola” as coisas, que resolve com praticidade, competência e conhecimento, pois é muito estudioso. Além de todos esses atributos é uma pessoa muito amável, super educado e de fácil trato. 

2112. ... faz dois anos que PEVÊ III foi lançado. Temos novidades para o próximo ano? Quais são seus projetos para 2024?

Paulo Valério. Temos novidades para esse e para o próximo ano também. Estou trabalhando na finalização de um novo álbum, meu quarto álbum, chamado “Cantar”. É um conjunto de canções que já venho trabalhando há um ano e será bem variado, com partes acústicas, elétricas, rock, folk, mpb, bossa, psicodélia , latinidade, tudo “junto e misturado”, está muito bonito, com uma unidade bacana, soando como um álbum mesmo. Esse disco vai trazer uma faixa, gravada durante a pandemia, que conta com a participação de dois ídolos, o Marcelo Frias e o Willy Verdaguer, respectivamente baterista e baixista dos Secos e Molhados em sua fase áurea. Gravei “tudo” e contei mais uma vez com as baterias do Pirata. Também estou cuidando da parte gráfica, capa e etc, junto ao amigo Luiz Maia, o “Pink”, que desde o primeiro disco cuida dessa parte pra mim. Ele é um talento! Aguardem! Para 2024, vou divulgar esse novo álbum e tentar alguns shows, no esquema violão e voz. Também estou compondo e ensaiando com o “Pevê Trio”, com meus amigos comparsas Adriano Rotini (Baga) e Leandro Pirata. Estão surgindo novas canções e vamos gravar, provavelmente, no primeiro semestre, num esquema ao vivo. Também esperamos tocar vez em quando, nas noites da grande Florianópolis, estamos afiados, entrosados e sempre prontos.

2112. Qual o seu e-mail/telefone para contratar você e também adquirir seus álbuns? 

Paulo Valério. O E-mail é: paulovaleriopv1@gmail.com; o telefone de contato é o: 48 999778408

Estou no Spotify:

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No Instagram:

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No Facebook

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2112. ... o microfone é seu!

Paulo Valério. Carlos, muito obrigado pela oportunidade. Adorei as perguntas, muito pertinentes e bem elaboradas. Esperado ter contribuído e estar à altura. Vida longa ao blog, saúde pra você! “E é bom nunca esquecermos que amar é nossa missão nesse planeta”. Um abraço do Pevê e saúde para todos!

Obs.: Todas as fotos foram cedidas por Paulo Valério.

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Entrevista Stratus Luna

2112. Parabéns pelo excelente trabalho desenvolvido por vocês no álbum Stratus Luna. Músicos tão jovens já com uma proposta madura. Parabéns!

Ricardo. Obrigado! É muito legal ouvir isso. Eu, particularmente, acredito que no universo das artes não existe melhor professor do que a própria obra dos artistas que vieram antes da gente. Reformulando um pouco a frase “você é aquilo que você come”, acredito que pras artes a máxima seria “você produz aquilo que você consome”. Então, nesse sentido, seu elogio merece ser compartilhado com os incríveis artistas que vêm inspirando a gente desde que começamos.

2112. ... crescer assistindo pais, tios acompanhados de amigos deve ser muito estimulante, não?

Gustavo. Quando você recebe inúmeras referências dentro de casa e está sempre sendo estimulado a criar, experimentar, estudar, o desenvolvimento acontece naturalmente! E o fato de eu, o Ricardo e o Giovanni termos crescido e aprendido a tocar juntos, fez com que um incentivasse o outro constantemente. Pra nós, a música sempre foi um momento de diversão e agora, com a banda já formada e estabelecida, podemos levar isso pra outras pessoas e tentar contribuir um pouquinho pra vida daqueles que quiserem ouvir!

2112. Como surgiu a banda?

Ricardo. A banda surgiu por pura e exclusiva pressão familiar (risos). Estou brincando mas no fundo existe um pouco de verdade nisso. Nunca houve nenhum tipo de pressão concreta por parte de nenhum familiar, mas quando você cresce no meio de gente apaixonada por música é natural que você se interesse pelo assunto. Tivemos a sorte de crescer em casas onde haviam instrumentos musicais e gente que conhecia a técnica por trás deles. Desde cedo, eu, o Guto (tecladista) e o Gio (baterista), por sermos primos, costumávamos tocar juntos. Não lembro de termos tido uma conversa como: “e aí, topam montar uma banda?”. Mas lembro de discussões sobre como vamos chamar essa banda que acabou por surgir naturalmente. Essa formação de trio perdurou por vários anos até a entrada posterior do Gabriel (baixista), no período final das composições do primeiro disco. Sendo que hoje, depois da entrada do Gui (vocal), formamos um quinteto.

2112. A Stratus Luna transita pelo rock, jazz fusion, progressivo e o som psicodélico. O interessante nessa gama de influências é a sensação de liberdade de poder experimentar sem culpa alguma, não é?

Gustavo. Exatamente! A gente não se vê como uma banda definida por um ou outro estilo, mas sim como músicos livres pra compor e tocar qualquer coisa que brotar na criatividade. Nosso trabalho atual está até mais livre e eclético do que o primeiro disco.

2112. Sei que é um pouco complicado... mas que bandas/discos marcaram a vida de vocês?

Gustavo. Acho que duas das bandas que mais me marcaram no mundo do progressivo foram o Yes e o PFM. O Yes pela sensibilidade, beleza, criatividade, e porque a música deles tem uma coisa difícil de explicar, mas que toca um lugar bem profundo. E o PFM pela liberdade criativa e a habilidade de não se prender em nada. Eles transitam pelo rock, jazz, erudito, música experimental, música tradicional, e outros estilos com muita leveza e naturalidade e isso sem dúvida me inspira a não me prender em nada e deixar a música fluir. Também acho válido citar o álbum Call Of The Valley, de Shivkumar Sharma, que me introduziu à música hindustani que hoje é tão presente na minha vida; e a vida e obra de John Cage, que eu tive a oportunidade de estudar a fundo e que me ensinou como fazer da música (e de qualquer coisa, na verdade) uma profunda prática espiritual.

Gui. Acho que alguns dos discos que mais me marcaram foram Larks Tongues In Aspic, do King Crimson; Tilt, do Scott Walker; Só Não Toca Quem Não Quer do Hermeto Pascoal e Milagre dos Peixes do Milton Nascimento. Mesmo sem querer eu me vejo voltando pro trabalho desses artistas como inspiração.

2112. Nos shows além do material próprio vocês também fazem releituras?

Gustavo. Sim! É sempre um grande prazer e grande aprendizado tocar música dos outros e gostamos de apresentar um repertório bem variado. Atualmente estamos tocando desde Deep Purple até Mutantes, Clube da Esquina, Camel, King Crimson, Billy Cobham.

2112. Acho interessante quando o músico/banda dá um nova cara a música como fez a banda belga Esperanto com ao regravar Eleanor Rigby. Vocês conhecem essa gravação?

Guilherme. Eu conheço essa banda pelo álbum Danse Macabre - que é muito bom, por sinal. Essa gravação em particular não conheço. Há grandes releituras de músicas dos Beatles, o Milton Nascimento mesmo tem uma versão ótima de Norwegian Wood que é bem puxada pro prog. Querendo ou não, é um material que influenciou todo mundo direta ou indiretamente.

2112. Em 2019 vocês lançaram o primeiro trabalho contendo sete temas instrumentais. Como é que funciona o processo de composição de vocês?

Gustavo. A gente tem um processo extremamente colaborativo. Não tem um líder da banda, não tem alguém que dá a palavra final. Todo mundo dá pitaco nas partes de todo mundo e as músicas vão se construindo aos pouquinhos. Às vezes alguém vem com uma ideia muito boa e a música já sai quase pronta. Mas mesmo assim cada um coloca seu dedo e muda um pouquinho, então de um jeito ou de outro as composições são sempre da banda como um todo. A gente tem se reunido semanalmente pra compor em conjunto, e aí vamos gravando as novas ideias e testando!

2112. Como foi desenvolvido o trabalho em estúdio? Vocês mesmo produziram e arranjaram o álbum? O que foi mais difícil?

Gustavo. Nós fizemos todas as composições, arranjos e produção. No estúdio, gravamos bateria, percussões, sitar e hammond, ou seja, tudo que precisou ser microfonado. Aí em casa, gravamos o resto dos teclados, baixo e guitarra. A guitarra depois passou por um re-amp no estúdio. Acho que o mais difícil foi a mixagem. Optamos por um esquema à distância em que a gente recebia uma versão da mix, aí dávamos sugestões e vinha uma nova versão. Não funcionou muito bem… A comunicação fica muito mais complicada assim. No próximo álbum eu vou fazer uma mix preliminar em casa e depois vamos para algum estúdio pra finalizar junto com um engenheiro experiente.

2112. O álbum também foi lançado no exterior?

Gustavo. Não chegou a haver um lançamento propriamente dito no exterior mas ele foi distribuído pela MoonJune Records, o que rendeu até uma matéria na revista inglesa PROG. Somos muito gratos ao Leonardo Pavkovic por ter dado todo esse suporte!

2112. O single Namkha (1. Nuvens) trouxe a inclusão de vocais. O que levou vocês a tomarem essa decisão?

Gabriel. A real sobre Namkha é que o tema vocal e a letra vieram de um rascunho de cançãozinha de um minuto que eu escrevi em uma tarde e enviei no grupo da banda uns quatro anos atrás. Eventualmente o Guto surgiu com a peça toda desenvolvida e todo mundo gostou. A questão do tema ficou em aberto por um bom tempo. Inclusive, a gente estava com receio de lançar um som com voz, tanto pela expectativa do pessoal, quanto por ser eu cantando né, que sinceramente não tenho nenhuma prática de verdade nesse sentido. Mas a melodia e o fraseado já tavam tão fixos que a gente acabou decidindo arriscar, eu gravei, lançamos isso mesmo e, na real que acabamos gostando bastante do que saiu.

Gustavo. De forma geral, e principalmente para o nosso próximo álbum, eu acho que o vocal é um timbre a mais a ser explorado. E não só as possibilidades sonoras mas também a adição da poesia que pode ser muito poderosa na construção da nossa arte. As notas têm um potencial muito forte de impactar os ouvintes, mas quando somamos uma letra a isso, o potencial aumenta consideravelmente! E para além da questão criativa, eu acredito que, como artistas, temos a possibilidade de contribuir muito com a sociedade, e é mais fácil e direto de se comunicar quando a música também traz palavra e poesia. 

2112. A aceitação do single tem sido boa?

Gustavo. Infelizmente, como foi lançado durante a pandemia, não pudemos divulgar ele de um jeito apropriado, tocando em shows, etc. então ele acabou ficando um pouco escondido. Mas o feedback que recebemos até agora tem sido bem positivo.

2112. ... mas vocês continuarão desenvolvendo temas instrumentais?

Gustavo. Sim! Não nos prendemos em caixinhas como “banda instrumental” ou “banda com vocal”. É tudo uma questão de estarmos com vontade de colocar uma letra ou não. Eu acho que são propostas diferentes e vamos continuar explorando ambas.

2112. Vocês já estão produzindo material novo? O que vocês podem adiantar sobre o novo trabalho?

Gustavo. Estamos já há um bom tempo no processo de criação do nosso segundo álbum. Tem uma espécie de narrativa que é a espinha dorsal das composições e, em volta disso, as músicas e letras estão sendo criadas. Dá pra dizer que é um álbum “conceitual”, e por essa razão, a maioria das músicas vai ser cantada. Mas além do vocal, estamos incorporando várias outras linguagens e referências que estão resultando num álbum muito mais eclético e rico do que o primeiro, que, olhando hoje, ficamos um pouco presos demais nas influências setentistas. Uma das músicas, por exemplo, é toda baseada em um synth sequenciado, bem imersiva e cheia de efeitos. E no final ela ganha força com a entrada da bateria e baixo bem intensos. Aí a faixa seguinte começa com um violão bem suave e sítar, e não tem bateria, só percussões como udu, bongô, etc... É uma sonoridade totalmente acústica e orgânica, contrastando com a anterior. Nesse sentido, vai ser um álbum bem mais heterogêneo que o primeiro.

Gui. Acho que uma referência que procuramos explorar mais nesse trabalho é a canção. Não necessariamente no sentido de fazer coisas com forma de canção, que sejam sucintas e tenham estrofe A, B, C e etc, mas usar isso como referência na hora de pensar em letras, materiais musicais. O Brasil tem uma tradição de canção muito rica, temos grandes letristas, grandes histórias contadas através da canção. Considerando que a gente quer contar uma história nesse álbum, há muita coisa para se olhar aí.

2112. Não é segredo que seus pais (Fábio Golfetti e Giuseppe “Fripp” Lenti) são músicos conceituados no cenário musical brasileiro. Até onde eles influenciam o trabalho de vocês?

Giovanni. O fato de meu pai tocar guitarra e ouvir o tempo inteiro vários gêneros musicais me incentivou a entrar nesse mundo da música. Tanto que, desde muito jovem, tive acesso a determinados trabalhos que, sem dúvida, influenciaram minha formação. Apesar do meu pai ser mais conhecido em ambientes de rock, ele escuta muito jazz, música étnica e fusion. Assim, a gente acaba conversando muito sobre nossas impressões e se torna corriqueiro um apresentar para o outro novos álbuns e artistas que estamos ouvindo. Quanto a minha carreira, posso sempre contar com ele quando precisar de algum conselho.

Gabriel. Meu caso é muito parecido com o do Gio. Falar de uma influência direta, no sentido de referência técnica e etc. é um pouco complicado até porque a gente não toca o mesmo instrumento. Mas é indiscutível o quanto o jeito que eu penso, falo e faço música foi informado por trocar ideia com meu pai ao longo da minha vida. Tanto de mostrar som um pro outro quanto ficar falando em cima de algo que estamos ouvindo, fazendo interjeições e comentando que nem aquela galera chata no cinema. Pelo menos nesse caso é só a gente ouvindo e não incomoda ninguém.

2112. ... a ligação entre vocês é muito forte a ponto de vocês participarem dos álbuns solos deles. Como funciona essa parceria?

Giovanni. Quando participei do disco do meu pai, tinha apenas 8 anos. Ele me levava nas sessões de gravação e na verdade foi ideia do João Parahyba de me colocar pra gravar algumas percussões adicionais. Já no caso dos discos do Fabio, ele conhecia minha prática constante de jazz. Quando me apresentou a ideia, achei que tinha tudo para me encaixar e ter um resultado interessante.

Gabriel. Eu acabei gravando e tocando bastante coisa com meu pai nos últimos anos. Vira e mexe ele tem uma brisa nova pra um tipo de som que ele quer fazer e vem trocar ideia comigo. Como eu cresci tocando um monte de instrumentos e ouvindo grande parte do som que ele gosta, o diálogo roda bem e eu acabo tendo um papel meio coringa pra escrever partes e desenvolver as ideias. Claro que sempre tem aquela tensão e um pouco de descompromisso de estar trabalhando com família, mas também é sempre bem legal, iluminador, e a gente gosta do som que sai.

2112. Já existe uma data de lançamento para o novo álbum?

Ricardo. Ainda não temos uma data definida. Devemos entrar em estúdio para começar as gravações ainda esse ano para, quem sabe, fazer o lançamento no começo do ano que vem. Mas para aqueles que estiverem mais curiosos, vale a pena dar uma olhada no nosso perfil do Instagram (@stratus.luna). Lá temos postado um pouco dos bastidores por trás  dessas novas composições.

2112. Qual e-mail/telefone para contratar a banda e adquirir os cds?

Banda. Nosso e-mail é stratuslunaoficial@gmail.com. Mas, se preferir, pode entrar em contato pelas nossas redes sociais por onde respondemos o mais rápido possível.

2112. ... o microfone é de vocês!

Gustavo. Primeiramente, muito obrigado pela entrevista e pela oportunidade de falarmos um pouco sobre nós! Acho que existem dois tipos de artista: aquele que está tentando se expressar para o mundo e, de alguma forma, se afirmar enquanto indivíduo; e aquele que tenta contribuir para o mundo independente de ser ou não reconhecido. Eu vejo a Stratus Luna tendendo mais para esse segundo tipo, no sentido de que estamos simplesmente fazendo o que gostamos de fazer com a aspiração de que isso possa, de algum jeito, trazer momentos interessantes e, se possível, tornar os dias mais agradáveis pros nossos ouvintes! Nosso trabalho atual está focando ainda mais nisso e espero de coração que nossas melodias, texturas e harmonias possam deixar um impacto positivo no mundo, por menor que seja.

Obs.: Todas as fotos foram retiradas do Facebook da banda.